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Gêneros literários: dramático e ensaístico, Notas de aula de Teatro

Como gênero dramático, entende-se textos que foram criados para serem representados, encenados, como ocorre com os textos de cunho teatral. A voz narrativa está ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

jacare84
jacare84 🇧🇷

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Literatura
Gêneros literários: dramático e ensaístico
Resumo
Gênero Dramático
Como gênero dramático, entende-se textos que foram criados para serem representados, encenados, como
ocorre com os textos de cunho teatral. A voz narrativa está vinculada aos personagens, encenada por atores,
e esses contam uma história por meio de diálogos ou monólogos.
Alguns exemplos de gênero dramático são a comédia, a tragédia, a tragicomédia e a farsa.
Encenação da peça “Os Saltimbancos”. Disponível em: http://portalnoar.com/wp-
content/uploads/2014/10/2017fb34c07aa5a6e529abae5224c804.jpg
Gênero Ensaístico
Não faz parte dos gêneros literários clássicos (épico, dramático e lírico), mas, com o passar do tempo, textos
novos foram aparecendo e não se encaixavam na divisão clássica de gêneros, por isso muitos teóricos
defendem o surgimento desse gênero.
É um texto não ficcional que apresenta características literárias (uso artístico expressivo da linguagem).
Exemplos de textos eu se enquadram nesse gênero:
carta,
crônicas
discursos
autobiografias
biografias
ensaios
etc.
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Gêneros literários: dramático e ensaístico

Resumo

Gênero Dramático

Como gênero dramático, entende-se textos que foram criados para serem representados, encenados, como ocorre com os textos de cunho teatral. A voz narrativa está vinculada aos personagens, encenada por atores, e esses contam uma história por meio de diálogos ou monólogos. Alguns exemplos de gênero dramático são a comédia, a tragédia, a tragicomédia e a farsa. Encenação da peça “Os Saltimbancos”. Disponível em: http://portalnoar.com/wp- content/uploads/2014/10/2017fb34c07aa5a6e529abae5224c804.jpg

Gênero Ensaístico

Não faz parte dos gêneros literários clássicos (épico, dramático e lírico), mas, com o passar do tempo, textos novos foram aparecendo e não se encaixavam na divisão clássica de gêneros, por isso muitos teóricos defendem o surgimento desse gênero. É um texto não ficcional que apresenta características literárias (uso artístico expressivo da linguagem). Exemplos de textos eu se enquadram nesse gênero:

  • carta,
  • crônicas
  • discursos
  • autobiografias
  • biografias
  • ensaios
  • etc.

Obs.: para um texto ser enquadrado nesse gênero ele deve apresentar literariedade, isto é, características literárias. Dessa forma, não é qualquer carta, crônica etc. que pode ser encaixada nesse gênero. A instância enunciativa de textos desse gênero é o próprio autor, isto é, não há um narrador ou eu-lírico.

Textos de apoio

DUNSINANE. DENTRO DO CASTELO.

(Entram, com tambores e bandeiras, Macbeth, Seyton e soldados.) (...) SEYTON: A rainha está morta, senhor. MACBETH: Ela só devia morrer mais tarde; Haveria um momento para isso. Amanhã, e amanhã e ainda amanhã Arrastam nesse passo o dia a dia Até o fim do tempo pré-notado. E todo ontem conduziu os tolos À via em pó da morte. Apaga, vela! A vida é só uma sombra: um mau ator Que grita e se debate pelo palco, Depois é esquecido; é uma história Que conta o idiota, toda som e fúria, Sem querer dizer nada. (Entra um mensageiro.) Não tens língua? Depressa, a história. SHAKESPEARE, William. Macbeth. Tradução: Barbara Heliodora. São Paulo: Abril, 2010.

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2. PINHÃO Sai ao mesmo tempo que BENONA entra.

BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você. EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele. BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções. EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não! BENONA: Isso são coisas passadas. EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção. SUASSUNA, A. O santo e a porca, Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento) Nesse texto teatral, o emprego das expressões "o peste" e "cachorro da molest'a" contribui para a) marcar a classe social das personagens. b) caracterizar usos linguísticos de uma região. c) enfatizar a relação familiar entre as personagens. d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.

3. FABIANA, arrepelando-se de raiva — Hum! Ora, eis aí está para que se casou meu filho, e trouxe a mulher

para minha casa. É isto constantemente. Não sabe o senhor meu filho que quem casa quer casa... Já não posso, não posso, não posso! (Batendo com o pé). Um dia arrebento, e então veremos. PENA, M. Quem casa quer casa. www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 dez. 2012. As rubricas em itálico, como as trazidas no trecho de Martins Pena, em uma atuação teatral, constituem: a) necessidade, porque as encenações precisam ser fiéis às diretrizes do autor. b) possibilidade, porque o texto pode ser mudado, assim como outros elementos. c) preciosismo, porque são irrelevantes para o texto ou para a encenação. d) exigência, porque elas determinam as características do texto teatral. e) imposição, porque elas anulam a autonomia do diretor.

4. São características do gênero dramático:

I. Representam sentimentos e emoções a partir da expressão individual e subjetiva. Nos textos dramáticos há a predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa e a exploração da musicalidade das palavras. II. Nos textos dramáticos o poeta despoja-se do seu “eu” sentimental para atirar-se na direção dos acontecimentos que o rodeiam. O amor é uma temática, mas na narrativa dramática ele é abordado em episódios isolados. III. Os textos dramáticos são produzidos para serem representados, pois a voz narrativa está entregue às personagens, que contam a história por meio de diálogos ou monólogos sem mediação do narrador. IV. O auto, a comédia, a tragédia, a tragicomédia e a farsa integram-se ao gênero dramático. a) III e IV estão corretas. b) I e III estão corretas. c) I e II estão corretas. d) I e IV estão corretas. e) II, III e IV estão corretas.

5. Lições de motim

DONA COTINHA – É claro! Só gosta de solidão quem nasceu pra ser solitário. Só o solitário gosta de solidão. Quem vive só e não gosta da solidão não é um solitário, é só um desacompanhado. (A reflexão escorrega lá pro fundo da alma.) Solidão é vocação, besta de quem pensa que é sina. Por isso, tem de ser valorizada. E não é qualquer um que pode ser solitário, não. Ah, mas não é mesmo! É preciso ter competência pra isso. (De súbito, pedagógica, volta-se para o homem.) É como poesia, sabe, moço? Tem de ser recitada em voz alta, que é pra gente sentir o gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Você gosta de poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A VELHA INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR AS COSTAS, COMO SEMPRE, IMPASSÍVEL. O HOMEM, MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu ia dizendo, pra viver bem com a solidão temos de ser proprietários dela e não inquilinos, me entende? Quem é inquilino da solidão não passa de um abandonado. É isso aí. ZORZETTI, H. Lições de motim. Goiânia: Kelps, 2010 (adaptado). Nesse trecho, o que caracteriza Lições de motim como texto teatral? a) O tom melancólico presente na cena. b) As perguntas retóricas da personagem. c) A interferência do narrador no desfecho da cena. d) O uso de rubricas para construir a ação dramática. e) As analogias sobre a solidão feitas pela personagem.

8. E aqui, antes de continuar este espetáculo, e necessário que façamos uma advertência a todos e a cada

um. Neste momento, achamos fundamental que cada um tome uma posição definida. Sem que cada um tome uma posição definida, não é possível continuarmos. É fundamental que cada um tome uma posição, seja para a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é preciso que cada um, uma vez tomada sua posição, fique nela! Porque senão, companheiros, as cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve nada. FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto Alegre: L&PM, 2009, A peça Liberdade, liberdade, encenada em 1964, apresenta o impasse vivido pela sociedade brasileira em face do regime vigente. Esse impasse é representado no fragmento pelo(a) a) barulho excessivo produzido pelo ranger das cadeiras do teatro. b) indicação da neutralidade como a melhor opção ideológica naquele momento. c) constatação da censura em função do engajamento social do texto dramático. d) correlação entre o alinhamento político e a posição corporal dos espectadores. e) interrupção do espetáculo em virtude do comportamento inadequado do público.

9. O exercício da crônica

Escrever crônica é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de uma máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um assunto qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, restar-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado. (MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia das Letras, 1991) Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui a) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista. b) nos elementos que servem de inspiração ao cronista. c) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica. d) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica. e) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.

10. Você pode não acreditar

Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os leiteiros deixavam as garrafinhas de leite do lado de fora das casas, seja ao pé da porta, seja na janela.

A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo, de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que alguém pudesse roubar aquilo. Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na janela que dava para a rua. A gente passava e via aquilo como uma coisa normal. Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que você saía à noite para namorar e voltava andando pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente, sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para trás, sem temer as sombras. Você pode não acreditar: houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da tarde ou à noite. Contavam casos, tomavam café, falavam da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de bonde às suas casas. Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o namorado primeiro ficava andando com a moça numa rua perto da casa dela, depois passava a namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da família. Era sinal de que já estava praticamente noivo e seguro. Houve um tempo em que havia tempo. Houve um tempo. SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas. 5 maio 2013 (fragmento). Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que…” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa a) surpreender o leitor com a descrição do que as pessoas faziam durante o seu tempo livre antigamente. b) sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas se relacionavam entre si num tempo mais aprazível. c) advertir o leitor mais jovem sobre o mau uso que se faz do tempo nos dias atuais. d) incentivar o leitor a organizar melhor o seu tempo sem deixar de ser nostálgico. e) convencer o leitor sobre a veracidade de fatos relativos à vida no passado.

8. D

01 de abril de 1964 foi quando se instaurou a Ditadura Militar e, antes dela ou mesmo naquele comecinho (o AI-5 só foi promulgado no final desse ano, por exemplo, e não é possível saber quando exatamente a peça foi escrita), não era possível prever com clareza o que aconteceria se você assumisse uma posição política contrária à oficial. Por conta disso, as pessoas evitavam assumir posicionamentos claros, precisando esconder o que de fato pensavam. Esse é o fato denunciado pelo texto: a voz narrativa (simbolizando o Estado) pede que cada um assuma uma posição definitiva, pois o barulho de ficar mudando de posição impede que a peça (ou, metaforicamente, o Governo) ande, mas as pessoas, naquele momento de enorme instabilidade política, tinham medo de assumirem uma posição clara e serem perseguidas por ela. A letra “C” é a que explicita esse impasse, pois ao falar de censura em função do engajamento fala sobre o perigo de se falar o que pensa numa sociedade que não sabe respeitar a diversidade de posicionamentos.

9. E No texto, predomina a função da linguagem metalinguística, já que a mensagem é centrada na discussão sobre seu próprio código. No texto, uma crônica é utilizada pelo cronista para explicar algumas das dificuldades encontradas por quem escreve esse gênero textual. 10. B A estratégia argumentativa busca sensibilizar o leitor por meio da repetição da estrutura “você pode não acreditar, mas houve um tempo” em que esse tempo faz referência a uma época considerada mais prazerosa que o tempo atual.