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Gastrite em Animais de Estimação: Causas, Sintomas e Tratamento, Resumos de Veterinária

Este documento fornece uma visão abrangente sobre a gastrite em animais de estimação, abordando suas principais causas, sintomas e tratamento. A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica que pode levar à formação de úlceras. O documento explica os mecanismos de proteção do estômago e os fatores que podem alterar essa barreira, desencadeando a gastrite. São apresentados os principais sinais clínicos, como vômito, e a importância do diagnóstico diferencial. Além disso, o documento detalha os exames complementares necessários, os objetivos do tratamento de suporte e as diferentes abordagens terapêuticas, incluindo o uso de inibidores da bomba de prótons, pró-cinéticos e antieméticos. Também são abordadas as características da gastrite crônica e suas possíveis etiologias, bem como o prognóstico associado a cada tipo. Essa compreensão abrangente da gastrite em animais de estimação pode ser valiosa para veterinários, estudantes de medicina veterinária e tutores de animais de estimação.

Tipologia: Resumos

2024

À venda por 13/08/2024

rebellodana
rebellodana 🇧🇷

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Definir a causa de gastroenterite é muito difícil, pode
ser agudo ou crônico, mas seu diagnóstico é
relativamente fácil.
A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica e
pode ser em qualquer parte do estômago, pode levar
a formação de úlceras. Mesmo o estômago tendo
mecanismos próprios de proteção, muitas vezes os
causadores acabam alterando essa barreira e
causando a gastrite. O principal exame é a endoscopia,
pois somente nela é possível verificar a mucosa como
um todo, a fim de verificar a extensão e coletar
fragmentos da lesão. O principal sinal da gastrite é o
vômito, mas também pode estar relacionado com
várias outras doenças, então sempre realizar o
diagnóstico diferencial.
Cães e gatos são monogástricos e é dividido em 4
partes:
Cárdia: Início do estômago, realiza a transição
entre esôfago e estômago, essa região possui
um esfíncter para que a ingesta não retorne ao
esôfago.
Corpo: Local onde a ingesta fica armazenada,
quando chega no estômago, também é o local
com maior concentração de glândulas
gástricas que são produtoras de ácido
clorídrico, pepsina, lipase que auxiliam na
digestão
Fundo: Região de acúmulo de gases do
processo digestivo, contém também glândulas
gástricas que participam da digestão.
Piloro: Gradativamente a ingesta vai passando
ao piloro, que possui a musculatura mais
desenvolvida capaz de triturar os alimentos,
glândulas secretam gastrina (estimula a
produção do ácido clorídrico) e possui um
esfíncter piloro, responsável pela passagem da
ingesta ao duodeno.
A parede do estômago possui 3 camadas: mucosa,
muscular e serosa, sendo que as células da mucosa
secretam muco (compostos por glicoproteínas,
proteínas e carboidratos) e bicarbonato de sódio,
fornecendo um tampão que protege o tecido basal
de efeitos do ácido e das enzimas. Sendo assim, o
estômago possui mecanismos próprios de proteção.
O muco se adere nas células epiteliais da mucosa
gástrica e impede a difusão do H+ (ácido) para o
lúmen da mucosa. Sendo assim, para proteção, a
produção desses mucos, sua quantidade e sua
vascularização do estômago (para renovar as células)
devem estar adequadas. o bicarbonato atua
mantendo o pH da mucosa acima de 6.
Processo inflamatório da mucosa gástrica de início
abrupto e geralmente autolimitante (entre 2 e 3 dias).
Geralmente o tutor chega com a queixa de que o
animal começou a vomitar a pouco tempo (exemplo:
ontem ou no dia), mas ele está clinicamente bem,
apesar das náuseas e vômitos.
Etiologia
Acomete principalmente cães devido ao hábito
explorador deles e à falta de seletividade. Algumas das
possíveis causas são:
Alimentares: tutor mudou a dieta abruptamente,
comeu lixo, comeu algo diferente, corpo estranho
Medicamentoso: AINEs são os principais
causadores de gastrite
Tóxicas: como venenos, azotemia,
Infecciosa: parvovirose causa gastroenterite, o
paciente geralmente está bem mais
comprometido clinicamente
Neoplásica: tanto a gástrica, como em outros
lugares podem causar gastrite
Doença renal crônica: o rim comprometido não
consegue controlar a liberação de gastrina
Fisiopatologia
São múltiplos fatores, o que faz com que muitas vezes
o diagnóstico seja inconclusivo.
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Definir a causa de gastroenterite é muito difícil, pode ser agudo ou crônico, mas seu diagnóstico é relativamente fácil. A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica e pode ser em qualquer parte do estômago, pode levar a formação de úlceras. Mesmo o estômago tendo mecanismos próprios de proteção, muitas vezes os causadores acabam alterando essa barreira e causando a gastrite. O principal exame é a endoscopia, pois somente nela é possível verificar a mucosa como um todo, a fim de verificar a extensão e coletar fragmentos da lesão. O principal sinal da gastrite é o vômito, mas também pode estar relacionado com várias outras doenças, então sempre realizar o diagnóstico diferencial. Cães e gatos são monogástricos e é dividido em 4 partes:

  • Cárdia: Início do estômago, realiza a transição entre esôfago e estômago, essa região possui um esfíncter para que a ingesta não retorne ao esôfago.
  • Corpo: Local onde a ingesta fica armazenada, quando chega no estômago, também é o local com maior concentração de glândulas gástricas que são produtoras de ácido clorídrico, pepsina, lipase que auxiliam na digestão
  • Fundo: Região de acúmulo de gases do processo digestivo, contém também glândulas gástricas que participam da digestão.
  • Piloro: Gradativamente a ingesta vai passando ao piloro, que possui a musculatura mais desenvolvida capaz de triturar os alimentos, glândulas secretam gastrina (estimula a produção do ácido clorídrico) e possui um esfíncter piloro, responsável pela passagem da ingesta ao duodeno. A parede do estômago possui 3 camadas: mucosa, muscular e serosa, sendo que as células da mucosa secretam muco (compostos por glicoproteínas, proteínas e carboidratos) e bicarbonato de sódio, fornecendo um tampão que protege o tecido basal de efeitos do ácido e das enzimas. Sendo assim, o estômago possui mecanismos próprios de proteção. O muco se adere nas células epiteliais da mucosa gástrica e impede a difusão do H+ (ácido) para o lúmen da mucosa. Sendo assim, para proteção, a produção desses mucos, sua quantidade e sua vascularização do estômago (para renovar as células) devem estar adequadas. Já o bicarbonato atua mantendo o pH da mucosa acima de 6. Processo inflamatório da mucosa gástrica de início abrupto e geralmente autolimitante (entre 2 e 3 dias). Geralmente o tutor chega com a queixa de que o animal começou a vomitar a pouco tempo (exemplo: ontem ou no dia), mas ele está clinicamente bem, apesar das náuseas e vômitos. Etiologia Acomete principalmente cães devido ao hábito explorador deles e à falta de seletividade. Algumas das possíveis causas são:
  • Alimentares: tutor mudou a dieta abruptamente, comeu lixo, comeu algo diferente, corpo estranho
  • Medicamentoso: AINEs são os principais causadores de gastrite
  • Tóxicas: como venenos, azotemia,
  • Infecciosa: parvovirose causa gastroenterite, o paciente geralmente está bem mais comprometido clinicamente
  • Neoplásica: tanto a gástrica, como em outros lugares podem causar gastrite
  • Doença renal crônica: o rim comprometido não consegue controlar a liberação de gastrina Fisiopatologia São múltiplos fatores, o que faz com que muitas vezes o diagnóstico seja inconclusivo.
  • Lesão direta na mucosa gástrica: ingestão de corpo estranho, comeu coisa inapropriada, azotemia
  • Aumento da secreção dos ácidos gástricos: animais: pacientes com doença renal crônica
  • Retardo na renovação do epitélio: pode estar relacionada com falta de fluxo sanguíneo para a região
  • Diminuição do fluxo sanguíneo: retarda, diminui a proteção do epitélio gástrico e a produção de muco De forma geral, quando a mucosa está exposta, isto é, quando a barreira de defesa está rompida, por algum dos motivos citados acima, com isso ocorre uma difusão de HCl e este passa a ter contato direto com a mucosa gástrica, com isso ocorre ativação de mastócitos, que se degranulam levando a formação de histamina (um dos fatores que estimulam a produção de HCl), o ambiente gástrico fica bastante ácido, levando a uma lesão ainda maior na mucosa, com isso tem-se uma inflamação local e edema (o que se observa nos exames de imagem), dependendo da causa, a gastrite pode se tornar mais grave, acometendo vasos sanguíneos, levando à necrose das células superficiais, extravasamento de sangue, erosão superficial, mais edema, hemorragias, com uma irritação ainda maior da mucosa gástrica, ocasionando a êmese e, posteriormente, desidratação e desequilíbrio ácido-básico Sinais clínicos
  • Vômito agudo
  • Desidratação leve
  • Polidipsia (compensatória), faz com que o estômago fique ainda mais distendido e depois o animal vomita novamente
  • Normotermia (na maioria das vezes) ou hipertermia (dependendo da etiologia - parvovirose)
  • Sensibilidade epigástrica (raro)
  • Letargia, fraqueza e depressão dependendo da causa e intensidade da gastrite
  • Lesão e inflamação da mucosa (geralmente na endoscopia ou mucosa observa-se o edema na mucosa)
  • Boa condição clínica do paciente na maioria das vezes
  • Distensão abdominal menos comum e deve-se diferenciar de ascite, organomegalia, neoplasia, hiperadrenocorticismo e dilatação vólvulo gástrica. De forma geral, normalmente são quadros que se iniciam de maneira abrupta, tende a se resolver em poucos dias e estão associados à um bom quadro clínico. Diagnóstico Se baseia principalmente na anamnese e exame físico, em que se vai ter principalmente a desidratação leve a moderada. Também pode solicitar exames complementares como, mas, apenas em casos de suspeita de envolvimento de outras doenças como parvovirose e doença renal, pois, se for apenas uma gastrite aguda, os exames complementares estarão normais:
  • Hemograma (normal em gastrites primárias, mas pode haver anemia regenerativa em casos de sangramento e leucopenia em parvovirose)
  • Bioquímico (investigar insuficiência renal, hepatopatias e cetoacidose diabética)
  • Ultrassom ou raio-x (jejum alimentar, mas não hídrico para facilitar visualização, consegue avaliar o espessamento das paredes gástricas, neoplasias, gastrites crônicas, hiperplasia de piloro e corpos estranhos)
  • Raio-x (Casos de distensão gástrica, deslocamento de órgão e corpo estranho)
  • Endoscopia com biópsia gástrica (dá para fazer biópsia também, exame de escolha em casos de gastrite crônica) Tratamento Grande parte dos animais respondem ao tratamento sintomático entre 24 e 48 horas, caso o paciente não melhore nesse tempo, tem mais coisas causando o problema. Os objetivos do tratamento suporte são auxiliar na recuperação da barreira gástrica, tratar os sinais clínicos e reparar a mucosa caso esteja lesada (úlceras), bem como retirar a causa. É importante evitar a via oral no primeiro momento, uma vez que o animal está vomitando.
  • Jejum hídrico e alimentar de 24 horas (no máximo) associado à fluidoterapia a fim de evitar a distensão gástrica (causa êmese), ativação e liberação do HCl, depois inserir a

acometido por um certo período, e sempre de tempos em tempos tem episódios eméticos. Epidemiologia Pode acometer tanto cães como gatos, mas os felinos tendem a ser mais predispostos. A gastrite crônica pode estar relacionada a algumas alergias alimentares (resposta exacerbada a alguns componentes alimentares), infecções bacterianas, parasitárias, fúngicas e terapia crônica com AINEs. Sinais clínicos

  • Episódios eméticos intermitentes (ex. uma vez na semana)
  • Êmese não melhora com o tratamento de suporte
  • Anorexia, perda de peso e dor abdominal devido à cronicidade da doença Etiologia
  • Gastrite linfocítica-plasmocitária
  • Gastrite eosinofílica (felinos mais acometidos)
  • Gastrite granulomatosa (mais difícil de tratar, porém mais rara)
  • A bactéria Helicobacter que é muito frequente encontrada em humanos com gastrite crônica, também já foi relatada em animais, apesar de não ser a principal etiologia, dá para saber com exame histopatológico, mas nem sempre ele é a causa. Diagnóstico Avaliar a mucosa de maneira mais criteriosa para que se tenha um diagnóstico conclusivo (linfoplasmocitária, eosinofílica ou granulomatosa), isso inclui principalmente a biopsia, colhendo mais de um fragmento.
  • ENDOSCOPIA: exame outro uma vez que é possível fazer biopsia, avaliar a gravidade, observar a mucosa como um todo de maneira mais real possível, já que na radiografia e ultrassonografia não dá para observar
  • Radiografia: Não auxilia muito, não dá para observar muito bem, somente a presença de gás
  • Ultrassonografia: Diz sobre o espessamento de parede, mas é subjetivo uma vez que pode mudar de acordo com o enchimento ou esvaziamento do estômago Tratamento Tanto a gastrite linfoplasmocitária como a eosinofílica, acabam tendo como etiologia o alimento. Então, de maneira geral, a terapia alimentar é primeira coisa instituída, que pode ser feita também com as rações hipoalergênicas de pacientes alérgicos, mas a dieta geralmente é com alimentos com baixa quantidade de gordura, de fibra e fazendo uma dieta de eliminação para descobrir qual componente está causando a gastrite crônica. Na gastrite eosinofílica, somente a dieta já garante uma resposta satisfatória, porém na gastrite linfoplasmocitária, é necessário associar a corticosteroides:
  • 1 mg/kg/BID cães no mínimo 10 dias
  • 2 a 4 mg/kg/BID felinos por 10 a 14 dias Faz uma dose mais alta inicialmente e, à medida que o paciente vai melhorando, faz a diminuição da dose gradativamente. Na gastrite granulomatosa, geralmente a resposta ao tratamento é ruim. Prognóstico Na gastrite linfoplasmocitária e na eosinofílica o prognóstico comum ser bom com a terapia adequada, já na granulomatosa o prognóstico é ruim pois a resposta ao tratamento é limitada. Processo inflamatório da mucosa intestinal, com sinais digestivos de aparecimento abrupto e curso clínico curto, podendo ser auto-limitante, severo ou fulminante. Etiologia
  • Parasitismo: muito comum para filhote ou em animais recém adotados
  • Intolerância alimentar: dieta com sobrecarga de algum componente como gordura, gordura de qualidade ruim ou mudança brusca na dieta
  • Fármacos: antibioticoterapia pode causar disbiose
  • Doenças sistêmicas: como consequência Por isso é importante realizar uma boa anamnese para saber o que pode estar acontecendo.

Fisiopatogenia Diarreia é o aumento do conteúdo fecal, da quantidade de água na defecação, da frequência de defecação. Muitas vezes não são todas iguais. → Diarreia osmótica Pelo fato de ter a absorção reduzida, ocorre o acúmulo de solutos não absorvíveis no lúmen por conta de uma falha digestiva primária (insuficiência pancreática por falta da lipase ou amilase) ou por uma falha absortiva (alteração intestinal que pode ser por consequência de uma outra doença como a parvovirose), esse alimento que permanece no lúmen acaba sendo hidrolisado em ácidos orgânicos (fermentando), produzindo uma atividade osmótica, com isso tem-se uma retenção de água, fazendo com que as alças fiquem distendidas e tenha a diarreia. Geralmente, tendem a piorar no momento da alimentação. → Diarreia secretória Por conta de uma lesão nas vilosidades intestinais (muitas vezes relacionado a infecções bacterianas e parasitárias que causam inflamação nas vilosidades e insuficiência pancreática aguda), há uma secreção exacerbada de fluidos, sendo assim, o intestino se torna incapaz de reabsorver os fluidos, como consequência, o paciente acaba tendo diarreia. → Diarreia exsudativa Ocorre um aumento da permeabilidade das mucosas por um aumento da pressão hidrostática, dessa forma, o líquido é perdido para dentro do lúmen intestinal, ocorre principalmente em casos de processos inflamatórios da mucosa intestinal, insuficiência cardíaca congestiva direita e obstrução do fluxo linfático por conta de linfoma. → Diarreia por motilidade anormal Ocorre um aumento de frequência da motilidade, geralmente em consequência dos outros três mecanismos citados, isso gera um contato insuficiente do bolo alimentar com as vilosidades, com isso o intestino não consegue absorver líquidos e nutrientes, ocasionando a diarreia. Sinais clínicos → Diarreia: principal → Desconforto abdominal: aumento de motilidade acaba desenvolvendo cólicas → Aumento dos borborigmos devido à alta motilidade → Vômitos: principalmente no envolvimento do intestino delgado → Hematoquezia: principalmente no envolvimento do intestino grosso → Melena (sangue digerido): principalmente no envolvimento do intestino delgado → Distensão das alças intestinais → Desidratação Diagnóstico Por meio da exclusão de problemas dietéticos ou de doenças sistêmicas, realizar a diferenciação de intestino delgado (menor frequência, maior volume, melena, paciente mais desidratado) para intestino grosso (tenesmo, urgência em defecar, muco nas fezes, clinicamente melhor), verificar, pelo histórico, se o paciente tem algum fator de risco que pode fazer ele ter uma má digestão ou má absorção como a parvovirose, tentar partir para o diagnóstico etiológico como o coproparasitológico, sempre avaliar as fezes de pacientes com diarreia, ou sorologia em filhotes com suspeita de parvovirose. Localização A diarreia pode ser própria do intestino delgado, mas também oriundo de glândulas acessórias como pâncreas, fígado e vesícula biliar levando a má digestão e má absorção. Causas de má digestão x má absorção → Má digestão Parasitismo, insuficiência pancreática e supercrescimento bacterino. → Má absorção