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Um estudo sobre o controle da ferrugem asiática da soja e do mofo branco, utilizando fungicidas com base em ciproconazole + picoxistrobina. O documento discute a importância de um manejo integrado de controle, a eficácia de diferentes produtos químicos registrados no mapa, e os modos de ação utilizados no controle de doenças na cultura da soja no brasil.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Orientador: Prof. Ph.D WALBER LUIZ GAVASSONI
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal da Grande Dourados, como parte das exigências do curso de graduação em Agronomia.
À meus pais Luzinete Dias do Nascimento de Souza e José Amilton de Souza Filho por terem trabalhado arduamente para que eu pudesse estar realizando este sonho, a minha namorada Francieli Lima Brito pelo carinho e confiança e, a todos colegas que direta ou indiretamente cooperaram para realização deste trabalho!
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FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DO MOFO BRANCO E EFICÁCIA NO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA
RESUMO: A ocorrência de doenças na cultura da soja, como a ferrugem asiática e o mofo branco tem cada vez mais ganhado importância devido aos danos ocasionados. O objetivo foi avaliar o efeito da associação de fungicidas aplicado ao mofo branco com fungicida a base de ciproconazole + picoxistrobina visando o controle da ferrugem asiática da soja. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e no Laboratório de Microbiologia Agrícola e Fitopatologia em Dourados – MS. O ensaio foi conduzido em blocos casualizados, com cinco repetições, contendo 10 tratamentos: (1) testemunha; (2) Oranis^ (800 mL ha-^1 ) + Aproach Prima®; (3) Oranis®^ (1000 mL ha^1 ) + Aproach Prima®; (4) Zignal®^ + Aproach Prima®; (5) Sumilex®^ + Aproach Prima®; (6) Oranis®^ (1000 mL ha^1 ) isolado em R 1 ; (7) Fox®; (8) Aproach Prima®, (9) Priori Xtra®^ e (10) Opera®. Coletas semanais de folíolos foram realizadas para avaliação dos números de lesão, urédia e incidência da doença. Próximo ao fechamento do ciclo da cultura foram avaliados a desfolha e após a colheita avaliado massa de mil grãos e produtividade. Conclui-se que o aumento da dose de picoxistrobina em g.i.a ha-^1 pela aplicação de Oranis® elevou a eficiência de controle da ferrugem asiática. O fungicida fluazinam (Zignal®) recomendado para mofo branco apresenta controle para a ferrugem asiática da soja.
Palavras-chave: Sclerotinia sclerotiorum, Phakopsora pachyrhizi , doenças soja
A cultura da soja representa um dos elementos mais fortes da economia mundial, transcendendo o meio rural. Sua importância reside no fato de, ao ser triturada, resultar em óleo e farelo utilizados na alimentação humana e rações para animais respectivamente. Na safra 2013/14 a soja ocupou no Brasil, área referente a 30,1 milhões de hectares, o que correspondeu há aumento de 8,8 % em relação ao ano anterior. A produção total foi registrada em 86,1 milhões de toneladas com redução na produtividade média de 3,9 %, comparativamente a safra 2012/13 (CONAB, 2014). Como as demais culturas, a soja enfrenta diversos problemas fitossanitários que podem comprometer a produtividade, bem como a qualidade final do produto. Atualmente a ferrugem asiática da soja (FAS) causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi Sidow & Sidow, é tida como a principal doença da cultura, com relatos no Brasil de reduções de produtividade de até 100% em cultivo na região de Chapadão do Sul - MS (ANDRADE e ANDRADE, 2002). Na safra de 2002/2003, a ferrugem atingiu as principais áreas produtoras de soja no país e, segundo Yorinori et al., (2004), os custos devido a perdas e aplicações de fungicida, foi de pelo menos US$ 1,126 bilhão. Os efeitos diretos da ferrugem asiática são o amarelecimento e o bronzeamento das folhas e sua queda prematura, impedindo a plena formação dos grãos, o enchimento de vagens e a massa final do grão. Quanto mais cedo ocorre a desfolha, menor é o tamanho dos grãos e menor o rendimento e qualidade do produto colhido (YANG et al., 1991). O controle efetivo da FAS aborda um manejo integrado de controle, utilizando- se da tentativa de evasão das condições favoráveis para o desenvolvimento do patógeno, aliado ao controle químico preventivo. Até o presente momento, a única forma de controle da doença, após sua instalação na lavoura, é por meio do controle químico (ROESE et al., 2012). Além da ferrugem asiática da soja, outra doença que vem ganhando importância na cultura, em função da sua severidade e perdas provocadas, é o mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary. No Brasil, foram encontrados relatos de estados que apresentaram ao redor de 45% da área semeada com soja contaminada pelo Mofo Branco na safra 2009/10 (PIMENTA et al., 2010).
Uma técnica adotada no controle químico por alguns produtores em regiões com alta incidência de mofo branco é a utilização de fungicidas a base de estrobilurinas, ainda em fase de registro para sclerotinia sclerotiorum, sendo observado eficácia no controle da doença (GARCIA et al., 2012; MEYER et al., 2012). A literatura é escassa na apresentação de resultados que comprove a eficiência destas aplicações, bem como se esta técnica ou mesmo a utilização de produtos comerciais recomendados podem ter influência no controle de outras doenças, tendo em vista, que a incidência de uma doença normalmente ocorre associada a outras doenças no mesmo período. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho, foi avaliar o efeito da associação de fungicidas para o controle do mofo branco com fungicida a base de ciproconazole + picoxistrobina, visando o controle da ferrugem asiática da soja.
e umidade relativa do ar em torno de 75% a 80% com períodos prolongados de orvalho constituem condições ideais para o desenvolvimento do fungo na cultura da soja, situação na qual acelera o processo de germinação dos uredospóros na planta. Devido a irrelevante massa dos uredósporos, estes, podem ser transportados a longas distâncias por meio de massas de ar (YORINORI et al., 2002). A sobrevivência do patógeno no período de entressafras depende de plantas voluntárias e cultivos de soja safrinha, visto que o patógeno não sobrevive em restos culturais ou na ausência do hospedeiro (YORINORI et al., 2004). Plantas severamente infectadas apresentam desfolha precoce, comprometendo a formação, o enchimento de vagens, ocasionado interferência negativa na produtividade e massa de mil grãos. (YANG et al., 1991).
Figura 1. (A) Uma Lesão de duas urédias, (B) Folíolo com múltiplas lesões e urédias (Foto tirada de microscópio esteroscópico).
2.3 Controle
O controle preventivo deve ser feito integrando práticas culturais, de modo, a minimizar a fonte de inóculo e as perdas decorrentes do ataque do patógeno, sendo indicado se utilizar de cultivares mais precoces, manter a ausência de plantas durante o período de vazio sanitário, evitar o prolongamento do período de semeadura, priorizar o uso de fungicidas com maior residual, escolher o momento ideal para aplicação (BUTZEN et al., 2005; YORINORI et al., 2004; REIS et al., 2006). Outras técnicas de manejo estão relacionadas a eliminação da soja tiguera para evitar a “Ponte Verde”,
além do monitoramento das condições de temperatura e umidade favoráveis ao patógeno, principalmente em áreas irrigadas (PIMENTA et al., 2011; BEDIN et al., 2007).
2.3.1 Controle químico
Os fungicidas são compostos de origem sintética ou natural, empregados no controle de doenças de plantas causadas por fungos, bactérias e algas (SILVA e FAY, 2004). Após a instalação da doença na propriedade, o controle químico com fungicidas é, até o momento, o único método de controle (GODOY e CANTERI, 2004). Os compostos denominados fungistáticos inibem, temporariamente, a germinação de esporos ou desenvolvimento dos microrganismos sem que ocorra a morte do fungo. Outros compostos atuam inibindo a formação de estruturas reprodutivas (esporos) na fase reprodutiva dos fungos, sendo conhecidos como antiesporulantes (JULIATTI et al., 2005; FIALLOS e FORCELINI, 2011). Quanto ao momento de se efetuar o controle, sabe-se que é de difícil determinação, levando em consideração que existe a dificuldade de se detectar a doença no início da infecção. Por isto, a aplicação de forma preventiva, a partir dos resultados em sistemas de monitoramento é a mais recomendada (JULIATTI et al., 2004), A eficiência do controle vai depender de outros fatores, como a dose do produto ou mesmo a época de aplicação, visto que pela doença possuir uma alta taxa de progresso, é importante não haver atrasos na realização do controle químico (PINTO et al., 2012). Dentre os principais modos de ação utilizados no controle de doenças na cultura da soja no Brasil, destacam-se os inibidores de desmetilação (DMI) e os inibidores da quinona oxidase (Qol), sendo os mais utilizados no controle de doenças foliares.
2.3.1.1 Inibidores da quinona oxidase (Qol)
Fungicidas deste grupo, conhecidos como estrobilurinas, atuam na inibição da respiração mitocondrial atuando no sitio da enzima quinona oxidase (Qol) no complexo III da cadeia transportadora de elétrons, bloqueando a transferência de elétrons entre o citocromo b e o citocromo c 1 , interferindo na formação da molécula adenosina-trifosfato (ATP) (RODRIGUES, 2006). As estrobilurinas apresentam espectro de atividade amplo, abrangendo espécies
A doença é de baixa ocorrência em Mato Grosso do Sul, visto as condições inadequadas a sobrevivência do patógeno. Temperaturas amenas 10º a 25º e com precipitação frequente são favoráveis ao desenvolvimento do patógeno (GORGEN et al., 2009). Em geral, as formas de prevenção do mofo branco são o uso de sementes sadias, racionalizar o volume de água na lavoura em áreas irrigadas, fuga de épocas favoráveis com altas umidade e temperaturas baixas, incremente de microrganismos antagônicos como Trichoderma spp. (JULIATTI et al., 2013; PIMENTA et al., 2010; SUMIDA, 2012). Porém, o uso de fungicidas em parte área pode ser necessário quando estas medidas não são suficientes para assegurar o controle. Atualmente no MAPA tem-se 19 produtos químicos registrados para o controle do mofo branco na soja (AGROFIT, 2014). Os fungicidas fluazinam (fenilpiridilamina) e procimidone (dicarboxamida) são produtos registrados para o controle do mofo branco na soja em campo, e os mais utilizados em lavouras (SUMIDA, 2012).
O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Faculdade de Ciências Agrárias (FAECA) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no município de Dourados-MS. O local situa-se sobre a latitude 22º 14’ S e Longitude 54º 49’ W e 452 m de altitude, em solo classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico segundo o Sistema Brasileiro de Classificação do Solo (EMBRAPA, 2006).
3.1 Cultivar e Semeadura A semeadura foi realizada em 29 de novembro de 2013 com a cultivar BMX- Potência RR, utilizando 17 sementes m-1. A semeadora-adubadora utilizada constituía de sete linhas no espaçamento de 0,45 m. A adubação foi realizada juntamente a semeadura com 300 kg ha-1^ da formulação 8-20-20 (N, P 2 O 5 e K 2 O). O tratamento de sementes foi realizado com o fungicida Vitavax-Thiram 200 SC®^ (carboxin + tiram) a 0,3 L 100 kg-1^ de sementes.
3.2 Delineamento experimental e condução do experimento O delineamento experimental foi em blocos casualizados, cada bloco foi constituído de dez parcelas de 2,25 metros de largura por 5 metros de comprimento, sendo cada parcela um tratamento e um total de cinco repetições (Figura 2). Cada parcela foi constituída de cinco linhas, sendo aproveitadas somente as três linhas centrais para coleta de folíolos e colheita dos grãos. Desconsiderou-se para análise 0, metros das extremidades da parcela, totalizando 5,4 m² de área útil.
Figura 2. Área experimental. Dourados-MS, 2013. Foi realizado o monitoramento da ocorrência de pragas e, quando necessário houve a aplicação dos inseticidas Acefato Nortox®^ (organofosforado), na dose de 750 g
entre si, utilizando pontas leque AXL - 110.08 na pressão de 40 PSI e o volume de calda ajustado para 200 L ha-1.
QUADRO 2. Descrição dos tratamentos e do calendário de aplicações no experimento para controle da ferrugem asiática da soja. Dourados-MS, 2013. ÉPOCAS DE APLICAÇÃO^2 R 1 20.01.
1 Testemunha - - - 2 Oranis 800 mL ha-^1 + AP Oranis 800 mL ha-^1 AP AP 3 Oranis 1000 mL ha-^1 + AP^ Oranis 1000 mL ha-^1 AP^ AP 4 Zignal + AP Zignal AP AP 5 Sumilex + AP Sumilex AP AP 6 Oranis 1000 mL ha-^1 Oranis 1000 mL ha-^1 AP^ AP 7 Fox - Fox Fox 8 AP^1 - AP AP 9 Priori Xtra - Priori Xtra Priori Xtra 10 Opera - Opera Opera (^1) Aproach Prima® (^) (AP); (^2) Dias Após R 1 (DAR 1 ).
3.4 Monitoramento O monitoramento da ferrugem asiática da soja consistiu em coletas semanais, através de vistorias a campo, onde era efetuada a coleta de 200 folíolos em todo bordo do experimento. Posteriormente a constatação da doença a níveis para avaliação, ainda semanalmente, foram realizadas coletas de dez folíolos do terço médio da planta na área útil de cada parcela, totalizando 500 folíolos por semana em um total de três coletas. Os folíolos coletados foram colocados em sacos transparentes, identificados conforme o tratamento e levados ao Laboratório de Microbiologia Agrícola e Fitopatologia (LMAF) da UFGD, onde posteriormente foram realizadas as avaliações referente ao número de lesões, urédias e severidade. 3.5 Avaliações Os folíolos coletados foram analisados com o auxílio de um microscópio estereoscópio (40x), efetuando-se a contagem direta de lesões e urédias do fungo Phakopsora pachyrhizi em cada amostra. Na primeira coleta foi efetuado esta avaliação em toda área abaxial do folíolo, nas demais avaliações devido ao alto percentual de área
lesionada, utilizou-se de um molde foliar, feito de capa de polipropileno, com áreas foliares diferentes e já conhecidas. Cada folíolo avaliado foi sobreposto pelo plástico recortado que mais se assemelhava com o tamanho da folha. Foram feitas perfurações com área de 0,5 cm² cada, na qual se contou somente nas áreas perfuradas e posteriormente foi realizada a correlação com a área total do folíolo, obtendo o número total de lesões e urédias de cada foliolo (Figura 3).
Figura 3. Moldes para contagem de lesões e urédias. Cada orifício (Indicado pela seta) corresponde a uma área de 0,5 cm².
Foram realizadas estimativas de severidade da ferrugem, com auxílio de escala diagramática (Figura 4) proposta por Cantery e Godoy (2006). Esta avaliação corresponde a área foliar coberta pelos sintomas da doença em questão e foi realizada com o conjunto dos dez folíolos posicionados sob negatoscópio, atribuindo-se valores a cada tratamento em todas as coletas.
Figura 4. Escala diagramática para ferrugem da soja (Fonte: CANTERI E GODOY, 2003).
A partir dos dados de severidade, calculou-se a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) (CAMPBELL e MADDEN, 1990), baseado na fórmula: AACPD = Σ(Yi + Yi+1)/2 * (Ti+1 – Ti), onde: Yi= severidade da ferrugem na época de avaliação i (%), Yi+1= severidade da ferrugem da ferrugem na época de avaliação i+