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Reúne vários gêneros textuais criteriosamente selecionados para estimular sua reflexão e análise pontuais. Textos retirados de diferentes fontes e tem como principal objetivo ser um material de apoio à sua formação geral, servindo-lhe de estímulo à leitura, interpretação e produção textual.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Ensino Presencial (1º SEMESTRE) Ensino a Distância (MÓDULO 51)
A Formação Sociocultural e Ética (FSCE) compõe um dos Projetos de Ação da UniCesumar, cujo principal objetivo é aperfeiçoar habilidades e estratégias de leitura fundamentais para seu desempenho pessoal, acadêmico e profissional. Nesse sentido, esta disciplina corresponde à missão institucional, a qual consiste em “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Conforme slogan da FSCE, “Quem faz sabe mais e faz a diferença!”, o conhecimento adquirido por meio da leitura é a mola propulsora capaz de formar e transformar sujeitos passivos em cidadãos ativos, preparados para fazer a diferença na sociedade como um todo!
Na FSCE, você terá contato com vários assuntos e fatos que ocorrem na sociedade atual e que devem fazer parte do repertório de conhecimentos de todos os que buscam compreender criticamente seu entorno social, nacional e internacional. Em síntese, no intuito de atender ao objetivo desta disciplina, a FSCE está dividida em cinco grandes eixos temáticos: Ética, Cultura e Arte – Ética e Política – Ética e Sociedade – Ética e Economia – Ética e Meio Ambiente.
Este material, também chamado de Coletânea, é o principal instrumento de estudo da FSCE. Recebe o nome de Coletânea porque reúne vários gêneros textuais criteriosamente selecionados para estimular sua reflexão e análise pontuais. Textos retirados de diferentes fontes, com a finalidade de abordar recortes temáticos relacionados aos conteúdos de cada eixo supracitado. Tem como principal objetivo ser um material de apoio à sua formação geral, servindo-lhe de estímulo à leitura, interpretação e produção textual. Uma Coletânea como esta é organizada a cada três semanas, ou seja, o percurso ou realização de cada eixo temático da FSCE ocorre no período de 21 dias.
Cada Coletânea apresenta-se, inicialmente, com uma introdução, seguida por aspectos relacionados à leitura, interpretação e/ou escrita, os quais antecedem a apresentação dos diversos textos referentes aos respectivos eixos. A sequência de textos normalmente é finalizada com os gêneros música, poesia ou frases e charges, sendo finalmente concluída com breves considerações finais.
Você tem em suas mãos, portanto, uma compilação por meio da qual terá acesso a um conteúdo seleto de textos basilares para sua reflexão, aprendizagem e construção de conhecimentos valiosos. Textos compostos por fatos, notícias, ideias, argumentos, aspectos veiculados nos principais meios de comunicação do país, além de respaldos teóricos e práticos acerca da linguagem que poderão servir como suporte à sua vida em todas as instâncias.
Faça deste material sua porta de entrada para a aquisição de novos conhecimentos. E lembre-se: “Ler é pensar! Vista a camisa do conhecimento e seja MAIS!”
Organizadoras
O desejo que Adélia Prado eternizou nessas palavras, versos de um de seus poemas, instiga a inevitável pergunta: “Eu e você temos fome de quê?”
Nem sempre um prato exuberante diante dos nossos olhos, repleto das delícias mais refinadas e saborosas, é suficiente para abrir o apetite se, definitivamente, não há o menor sinal de fome. Porém, a partir do momento que a desejamos e temos a consciência de que uma vida saudável requer uma boa alimentação, a fome pode começar pelos olhos. O mesmo se aplica a uma estante cheia de livros. Se não há fome de conhecimento, os livros permanecem intactos. Entretanto, a partir do momento em que temos consciência sobre a importância da leitura e fazemos a opção pelo desejo de sentir essa fome, esta é a motivação inicial necessária para que o primeiro passo seja dado rumo aos livros, às leituras, ao conhecimento.
Todo material de leitura engajado em promover conhecimento é um prato cheio para saciar essa fome. É também um convite para a ação capaz de formar, enriquecer e transformar. Não há como mergulhar dentro de um texto e sair dele a mesma pessoa de outrora, a não ser que este mergulho aconteça de modo extremamente raso e alienado. Principalmente, em se tratando de Cultura e Arte não há como ficar passivo e imune ao universo de conteúdos por trás das formas, de essências por trás de aparências, dos sentimentos que pulsam por trás da razão, de significados por trás dos signos. Só ficará imune a tudo isso o olhar que se recusa a ler de mãos dadas com a atitude atenta, reflexiva, observadora, questionadora.
Neste material, propomos ampliar conhecimentos sobre Arte e Cultura, e a relação destas com a Ética, e nosso passeio não poderia começar por outro caminho a não por este: a leitura. Textos oportunos para aprimorar conceitos, realizar reflexões pontuais e iniciar sua autoavaliação enquanto leitor. Em seguida, vamos explorar os artigos selecionados para o eixo temático desta Coletânea. Primeiramente, o que de fato significam ética , arte e cultura? Você terá a oportunidade de constatar que a resposta para tal pergunta não é tão óbvia quanto parece. A questão exige profundidade e será preciso caminhar um pouco pelas estradas da filosofia para respondê-la adequadamente. Posteriormente, um pouco mais sobre arte. Em ano de Copa, vamos visitar o futebol , mais que um esporte que levanta torcidas, uma das artes que mais emociona povos de todas as nações, além de nos representar como cultura. Em seguida, o meio ambiente em exposição , pintores famosos, música , mais cultura, filmes , frases e tiras.
Aproveite o quanto puder este passeio pelos caminhos da arte, da cultura, da ética, da expressão, da formação humana...
Organizadoras
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente.
Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
A maior aventura de um ser humano é viajar e a maior viagem que alguém pode empreender é para dentro de si mesmo. E o modo mais emocionante de realizá- la é ler um livro, pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros, mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas e descobrir o que as palavras disseram. No fundo, o leitor é o autor da sua própria história. (Augusto Cury)
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Disponível em: http://paginaporpagina.wordpress.com/tag/ler-deveria-ser-proibido/. Acesso em: 10 fev.
Rubem Alves
Nietzsche estava certo: “De manhã cedo, quando o dia nasce, quando tudo está nascendo – ler um livro é simplesmente algo depravado...” É o que sinto ao andar pelas manhãs pelos maravilhosos caminhos da Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas. Procuro esquecer-me de tudo que li nos livros. É preciso que a cabeça esteja vazia de pensamentos para que os olhos possam ver.
Aprendi isso lendo Alberto Caeeiro, especialista inigualável na difícil arte de ver. Dizia ele que “pensar é estar doente dos olhos...” Mas meus esforços são frustrados. As coisas que vejo são como o beijo do príncipe: elas vão acordando os poemas que aprendi de cor e que agora estão adormecidos na minha memória. Assim, ao não pensar da visão une-se o não pensar da poesia.
E penso que o meu mundo seria muito pobre se em mim não estivessem os livros que li e amei. Pois, se não sabem, somente as coisas amadas são guardadas na memória poética, lugar da beleza. “Aquilo que a memória amou fica eterno”, tal como o disse a Adélia Prado, amiga querida. Os livros que amo não me deixam. Caminham comigo. Há os livros que moram na cabeça e vão se desgastando com o tempo. Esses, eu deixo em casa. Mas há os livros que moram no corpo. Esses são eternamente jovens. Como no amor, uma vez não chega. De novo, de novo, de novo...
Um amigo me telefonou. Tinha uma casa em Cabo Frio. Convidou-me. Gostei. Mas meu sorriso entortou quando ele disse: “Vão também cinco adolescentes...” Adolescentes podem ser uma alegria. Mas podem ser também uma perturbação para o espírito. Assim, resolvi tomar minhas providências. Comprei uma arma de amansar adolescentes. Um livro. Uma versão condensada da Odisseia, as fantásticas viagens de Ulisses de volta à casa, por mares traiçoeiros...
Rubem Alves
Jovem, eu sonhava ter uma grande biblioteca. E fui assim pela vida, comprando os livros que podia. Tive de desenvolver métodos para controlar minha voracidade, porque o dinheiro e o tempo eram poucos. Entrava na livraria, separava todos os livros que desejava comprar e, ao me aproximar do caixa, colocava-os sobre o balcão e me perguntava diante de cada um: “Tenho necessidade imediata desse livro? Tenho outros, em casa, ainda não lidos? Posso esperar?” E assim ia pegando cada um deles e os devolvendo às prateleiras. A despeito desse método de controle cheguei a ter uma biblioteca significativa, mais do que suficiente para as minhas necessidades.
Notei, à medida em que envelhecia, uma mudança nas minhas preferências: passei a ter mais prazer na seção dos livros de arte nas livrarias. Os livros de ciência a gente lê uma vez, fica sabendo e não tem necessidade de ler de novo. Com os livros de arte acontece diferente. Cada vez que os abrimos é um encantamento novo! Creio que meu amor pelos livros de arte tem a ver com experiências infantis. Talvez que os psicanalistas interpretem esse amor como uma manifestação neurótica de regressão. Não me incomodo. Pois, em oposição à psicanálise que considera a infância como um período de imaturidade que deve ser ultrapassado para que nos tornemos adultos, eu, inspirado por teólogos e poetas, considero a maturidade como uma doença a ser curada. Bem reza a Adélia Prado: “Meu Deus, me dá cinco anos, me cura de ser grande…” E não pensem que isso é maluquice de poeta. Peter Berger, um sociólogo inteligente e com senso de humor, definiu “maturidade”, essa qualidade tão valorizada, como “um estado de mente que se acomodou, ajustou-se ao status quo e abandonou os sonhos selvagens de aventura e realização…”
Menino de cinco anos, eu passava horas vendo um livro da minha mãe, cheio de figuras. Lembro- me: uma delas era um prédio de dez andares com a seguinte explicação: “Nos Estados Unidos há casas de dez andares.” E havia a figura de um caçador de jacarés, e de crianças esquimós saudando a chegada do sol.
O fato é que comecei a mudar os meus gostos e chegou um momento em que, olhando para aquelas estantes cheias de livros, eu me perguntei: “Já sou velho. Terei tempo de ler todos esses livros? Eu quero ler todos esses livros?” Não, nem tenho tempo e nem quero. Então, por que guardá-los? Resolvi dar os livros que eu não amava. Compreendi, então, que não se pode falar em amor pelos livros, em geral. Um homem que diz amar todas as mulheres na verdade não ama nenhuma. Nunca se apaixonará. O mesmo vale para os livros. Assim, fui aos meus livros com a pergunta: “Você me ama?” (Acha que estou louco? É Roland Barthes que declara que o texto tem de dar provas de que me deseja. Há muitos livros que dão provas de que me odeiam. Outros me ignoram totalmente, nada querem de mim…). “Vou querer ler você de novo?” Se as respostas eram negativas, o livro era separado para ser dado.
Essa coisa de “amor universal aos livros” fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que “a palavra grega que designa o “sábio” se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, (…) a arte peculiar do filósofo. (…) A ciência, sem essa seleção, sem esse refinamento de gosto,
É o bom leitor que faz o bom livro; ele sempre encontra trechos que parecem confidências ou apartes evidentemente destinados ao seu ouvido. (Ralph Waldo Emerson)
precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas…” E depois, no Zaratustra, ele comenta com ironia: “Mastigar e digerir tudo – essa é uma maneira suína.”
O fato é que muitos estudantes são obrigados a ler à maneira suína, mastigando e engolindo o que não desejam. Depois, é claro, vomitam tudo… Como eu já passei dessa fase, posso me entregar ao prazer de ler os livros à maneira canina. Nenhum cachorro abocanha a comida. Primeiro ele cheira. Se o nariz não disser “sim” ele não come. Faço o mesmo com os livros. Primeiro cheiro. O que procuro? O cheiro do escritor. Se não tem cheiro humano, não como. Nietzsche também cheirava primeiro. Dizia só amar os livros escritos com sangue.
Ler é um ritual antropofágico. Sabia disso Murilo Mendes quando escreveu: “No tempo em que eu não era antropófago, isto é, no tempo em que eu não devorava livros – e os livros não são homens, não contém a substância, o próprio sangue do homem?” A antropofagia não se fazia por razões alimentares. Fazia-se por razões mágicas. Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo. Como na eucaristia cristã, que é um ritual antropofágico: “Esse pão é a minha carne, esse vinho é o meu sangue…” Cada livro é um sacramento. Cada leitura é um ritual mágico.
Quem lê um livro escrito com sangue corre o risco de ficar parecido com o escritor. Já aconteceu comigo…
Disponível em: http://redarterj.wordpress.com/2011/02/08/ler-pouco-rubem-alves/ Acesso em: 08 fev. 2014. (Adaptado)
Então, a notícia chega em nossas mentes através da TV, jornais, revistas, internet, outdoors e boca-a-boca, só que não entendemos que a maioria das fontes de comunicação tem ideais, objetivos, e princípios a manter, portanto, a notícia pra deixar de ser parcial, tem que ser buscada em várias fontes [...]
Esse é o poder da comunicação, ela nos vende pensamentos e linhas de conduta que nós compramos e hipocritamente usamos todos os dias. [...]
Disponível em: http://www.verdefilosofia.com.br/2010/10/o-poder-da-comunicacao-e-preguica-de.html. Acesso em: 13 fev. 2014. (Adaptado)
“Eu apenas trabalho aqui, não sou o dono.”
“Não, não fiz. Ninguém me disse que era para eu fazer.”
“Se eu fizer mais, vão me dar mais trabalho para eu fazer.”
A cultura do mínimo é a atitude que habita a maioria das pessoas de fazer apenas o que lhes foi mandado. É a busca de empregar o mínimo esforço possível para realizar somente o suficiente para não ser chamado a atenção.
Aprendi com o Mestre dos Mestres que a arte de pensar é o tesouro dos sábios. (Augusto Cury)
Esta é uma mentalidade de pobre. Não necessariamente pobre de dinheiro, mas pobre de visão. Se você quer ser grande, líder, confiado com responsabilidades significantes, aprenda a ir além do mínimo. O fato de a maioria fazer apenas o mínimo lhe apresenta uma grande oportunidade de se destacar.
Imagine o que aconteceria se você começasse a surpreender seu patrão, seus funcionários, clientes, marido ou esposa, pais, e colegas? Imagine surpreender a si mesmo? Imagine começar uma cultura do máximo?
Disponível em: http://www.renatocardoso.com/blog/2013/08/26/a-cultura-do-minimo/. Acesso em: 13 fev.
Pensando um pouco mais a respeito
Você trabalha de segunda a segunda. Mal tem tempo para sua família ou qualquer outra atividade. No seu trabalho todos o veem sempre ocupado, correndo para lá e para cá. Fazer é com você mesmo. Porém, seus fracassos e alvos errados persistem. Onde está o problema?
Claramente você não é preguiçoso para o trabalho físico. Mas talvez seja para o mental. É muito mais difícil, estafante, exige concentração e às vezes pura paciência consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. Por isso muitos fogem desse trabalho. É mais fácil agir no piloto automático, fazer o que sempre foi feito sem perguntar, não tentar entender a situação ou problema que você tem que resolver, livrar-se dele rápido. O trabalho braçal é o mais fácil de fazer, por isso paga pouco. O trabalho mental é onde está o dinheiro, a riqueza e o sucesso — porque poucos são os que o fazem. Sua preguiça de pensar, analisar, sondar e raciocinar pode lhe custar muito, muito caro.
Disponível em: http://www.renatocardoso.com/blog/2013/03/22/o-preco-da-preguica/. Acesso em: 13 fev.
Aplicando a cultura do mínimo em seu contexto, pense sobre isto: Você tem ido “além do mínimo” nas leituras que realiza, ou as tem limitado ao universo de leituras acadêmicas obrigatórias? O que mais você lê para crescer e surpreender a si mesmo, enquanto estudante, acadêmico e, sobretudo, enquanto pessoa?
que o autor estava tentando dizer e como ele disse. Portanto, interaja com esses livros de forma a torná-los seus.
Leia com Discernimento – Apesar dos livros terem um incrível poder para fazer o bem, desafiar, fortalecer e edificar, eles também têm grande poder para fazer o mal. Já vi vidas serem transformadas por livros, mas também já vi vidas serem esmagadas. Por isso tenha certeza de que lê com discernimento [...]. Se você encontrar um livro que é particularmente controverso, pode valer à pena procurar uma análise que interaja criticamente com os argumentos, ler com uma pessoa que entenda melhor os argumentos e suas implicações. [...]
Disponível em: http://www.bomcaminho.com/tc001.htm Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado, grifos das organizadoras)
Mario Sergio Cortella (filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro)
Ressaltemos desde o início: a ética é uma questão absolutamente humana! Só se pode falar em ética quando se fala em humano, porque a ética tem um pressuposto: a possibilidade de escolha. A ética pressupõe a possibilidade de decisão, ética pressupõe a possibilidade de opção.
É impossível falar em ética sem falar em liberdade. Quem não é livre não pode, evidentemente, ser julgado do ponto de vista da ética. Outros animais, ao menos nos parâmetros que utilizamos, agem de forma instintiva, não deliberada, sem uma consciência intencional. Cuidado. Há quem diga: “Eu queria ser livre como um pássaro”; lamento profundamente, pois pássaros não são livres, pássaros não podem não voar, pássaros não podem escolher para onde voam, pássaros são pássaros. Se você quiser ser livre, você tem de ser livre como um humano. Pensemos em algo que pode parecer extremamente horroroso: como disse Jean-Paul Sartre, nós
Da liberdade, vêm as três grandes questões éticas que orientam (mas também atormentam, instigam, provocam e desafiam) as nossas escolhas: Quero? Devo? Posso? Retomemos o cerne: o exercício da ética pressupõe a noção de liberdade. Existe alguém sobre quem eu possa dizer que não tem ética? É possível falar que tal pessoa “não tem ética”? Não, é impossível. Você pode dizer que ele não tem uma ética como a tua, você pode dizer que ele tem uma ética com a qual você não concorda, mas é impossível dizer que alguém não tem ética, porque ética é exatamente o modo como ele compreende aquelas três grandes questões da vida: devo, posso, quero?
Tem coisa que eu devo, mas não quero; tem coisa que eu quero, mas não posso; tem coisa que eu posso, mas não devo. Nessas questões, vivem os chamados dilemas éticos; todas e todos, sem exceção, temos dilemas éticos, sempre, o tempo todo: devo, posso, quero? Tem a ver com fidelidade na sua relação de casamento, tem a ver com a sua postura como motorista no trânsito; quando você pensa duas vezes se atravessa um sinal vermelho ou não, se você ocupa uma vaga quando vê à distância que alguém está dando sinal de que ele vai querer entrar; quando você vai fazer a sua declaração de Imposto de Renda; quando você vai corrigir provas de um aluno ou de um orientando seu; quando você vai cochilar depois do almoço, imaginando que tem uma pia de louça que talvez seja lavada por outra pessoa, e como você sabe que ela lava mesmo, e que se você não fizer o outro faz, você tem a grande questão ética que é: devo, posso, quero? Por exemplo, quando se fala em bioética:
expressão “o hábito faz o monge” não tem a ver com a roupa dele, habitus; habitus é exatamente onde nós vivemos, o nosso lugar, a nossa habitação.
Quando se pensa em ética e produção do conhecimento hoje, a grande questão é: como está a nossa possibilidade de sustentar a nossa integridade; essa integridade, como se coloca? A integridade da vida individual e coletiva, a integridade daquilo que é mais importante, porque uma casa, ethos, tal
qualidade tem a ver com quantidade total, qualidade é uma noção social, qualidade social só é representada por quantidade total. Qualidade sem quantidade não é qualidade, é privilégio. São Paulo é uma cidade em que se come muito bem, é verdade; quem come, quem come o quê? Qualidade sem quantidade total não é qualidade, é privilégio. Todas às vezes em que se discute essa temática, aparece a noção de uma qualidade restrita, e qualidade restrita, reforcemos, é privilégio. Nesse sentido, a grande questão volta: será que, na morada do humano, alguém está desabrigado? Será que essa casa está inteira, ela está em ordem nessa condição? Nessa nossa casa, quando a gente fala em cuidado, é o mesmo que falar em saúde; aliás, quando digo: “eu te saúdo”, ou, “queria fazer aqui uma saudação”, etimologicamente é a mesma coisa. Saudar é procurar espalhar a possibilidade de cuidado, de atenção, de proteção. Nossa casa, que casa é essa? Há nela saúde? A ética é a morada do humano; como essa casa é protegida? Qual é o lugar da ciência dentro dela? Qual é o papel que ela desempenha? Qual é a nossa tarefa nisso, para pensar exatamente aquelas três questões: posso, devo, quero?
feita do mesmo modo há vinte anos; a grande questão no nosso país há cento e cinquenta anos, a grande questão ética há cento e cinquenta anos era se eu podia açoitar um escravo e depois cuidar dele, ou só açoitá-lo e deixá-lo pra ser cuidado pelos outros; se eu poderia extrair o dente de alguém, se é mais recomendável para o dentista que ele faça a extração ou que ele tente o tratamento. Há alguns anos, algumas décadas, uma discussão de natureza ética era algo que nem passaria pela cabeça de um dentista. A pessoa chegava ao seu consultório e dizia: “Eu quero que o senhor arranque todos os meus dentes”. Ele respondia: “Tá bom”; hoje, você tem outra questão. O mesmo vale em relação ao uso de contraceptivos ou à legalização do aborto consentido, ou ainda sobre a separação entre princípios religiosos e conduta científica. Quando se pensa na manutenção da integridade, do devo, posso e quero, a grande questão, junto com essa tríade, é se estamos dirigindo, como critério último, a proteção da morada do humano, da morada coletiva do humano. Afinal de contas, não somos humanos e humanas individualmente, pois só o somos coletivamente. Fala-se muito em vivência, quando referimos a vida humana; no entanto, o mais correto seria sempre dizer convivência, pois ser humano é ser junto. Desse modo, a noção de ethos, a noção de morada do humano, oferece um critério para responder ao posso, devo e quero, que é: protejo eu a morada ou desprotejo? Incluo ou excluo? Vitimo ou cuido?
Em um livro delicioso e de complexa leitura, Ética da Libertação, Enrique Dussel escreve sobre um percurso da história da ética dentro do mundo. Começa exatamente mostrando o lugar que a reflexão ética ocupa na história humana, mas conclui com algo que alguns até achariam curioso, hoje: ele não
aceita a noção do termo exclusão, ou falar em excluídos, porque acha que a noção de excluído é muito pequena e insuficiente. Dussel, ao pensar a Ética e os processos sociais, econômicos e culturais, trabalha com a noção de vítimas: as vítimas do sistema, as vítimas da estrutura. Pensa ele que, quando se fala em excluído, dá-se a impressão de que é uma coisa um pouco marginal, lateral, enquanto vitimação é uma ideia mais robusta e incisiva. A principal virtude ética nos nossos tempos, para poder manter a integridade e cuidar da casa, da morada do humano, é a incapacidade de desistir, é evitar o apodrecimento da esperança, é evitar aquilo que padre Antonio Vieira apontou, no começou de um de seus Sermões, da seguinte maneira: “O peixe apodrece pela cabeça”. Já viu um peixe apodrecer? Tal como algumas pessoas, ele apodrece da cabeça para o resto do corpo... Um olhar sobre a ética em ciência e na pesquisa tem uma finalidade: manter a nossa vitalidade, manter a nossa vitalidade ética, mostrar que nós estamos preocupadas e preocupados, que a gente não se conforma com a objetividade tacanha das coisas, que a gente não acha que as coisas são como são e não podem ser de outro modo, que a gente não se rende ao que parece ser imbatível.
Ser humano é ser capaz de dizer não, ser humano é ser capaz de recusar o que parece não ter alternativa, ser humano é ser capaz de afastar o que parece sem saída. Ser humano é ser capaz de dizer não, e só quem é capaz de dizer não pode dizer sim; aí está a nossa liberdade. Tem gente que diz assim: “Ah, a minha liberdade acaba quando começa a do outro”; cuidado, a minha liberdade acaba quando acaba a do outro. Liberdade, como saúde, tem de ser um conceito coletivo, a minha liberdade não acaba quando começa a do outro, a minha liberdade acaba quando acaba a do outro. Se algum humano não for livre, ninguém é livre, se algum homem ou mulher não for livre da falta de trabalho, ninguém é livre; se algum homem ou mulher não for livre da falta de socorro, de saúde, ninguém é livre; se alguma criança não for livre da falta de escola, ninguém é livre; a minha liberdade não acaba quando começa a do outro, minha liberdade acaba quando acaba a do outro. Ser humano é ser junto, e é em relação a isso que vale pensarmos nossa capacidade de dizer não a tudo que vitima e sermos capazes de proteger o que eleva a Vida. O vínculo da Ética com a Produção do Conhecimento está relacionado à capacidade deste de cuidar daquela, isto é, manter a integridade digna da vida coletiva. Ética é a possibilidade de recusar a falência da liberdade, a ética é a nossa capacidade de recusar a ideia de que alguns cabem na nossa casa, outros não cabem; alguns comem, outros não comem; alguns têm graça, outros têm desgraça.
A ética é o exercício do nosso modo de perceber como é que nós existimos coletivamente, e então pensar com seriedade naquilo que François Rabelais vaticinou: “Conheço muitos que não puderam, quando deviam, porque não quiseram, quando podiam”.
Disponível em: http://drygo-vida.blogspot.com.br/2012/10/quero-devo-posso.html. Acesso em: 13 fev. 2014. (Adaptado, grifos das organizadoras)