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Nesse contexto, Gregório de Matos Guerra, produziu uma poesia que buscou adaptar os princípios barrocos às contradições da realidade baiana. 2. BIOGRAFIA.
Tipologia: Provas
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Não perca as partes importantes!
apelidado “O Boca do Inferno” em consideração a suas sátiras mordazes. Proveniente de família abastada, terminou na miséria.
Para a seleção de poemas deste folheto, foi utilizado
o livro Poemas escolhidos de Gregório de Matos , seleção e prefácio de José Miguel Wisnik – São Paulo: Companhia das Letras, 2010. A seleção de poemas segue à seguinte divisão didática:
Ninguém escapou da língua ferina do “Boca do Inferno”: autoridades, comerciantes, padres, freiras, juízes, militares, brancos, pretos, mulatos, índios. Mas havia dois alvos prediletos: o relaxamento moral na Bahia e os “cara murus”, primeiros colonos nascidos no Brasil, que aspiravam à condição de fidalgos. (Coleção Objetivo – Literatura Brasileira
- Livro 3 – pág. 17)
Também faz parte desse grupo a sátira graciosa (que faz referência a acontecimentos pitorescos e festas na Bahia e a poesia encomiástica (de elogio).
A lírica amorosa apresenta-se sob o signo da dualidade barroca, oscilando entre a atitude contem - plativa, o amor elevado, à maneira dos sonetos de Camões, e a obscenidade, o carnalismo. É curioso que a postura platônica é dominante, quando o poeta se refere a mulheres brancas, de condição social superior, e a libido agressiva, o erotismo e o desbocamento são as tônicas, quando o poeta se inspira nas mulheres de condição social inferior, especialmente as mulatas. (Coleção Objetivo – Literatura Brasileira – Livro 3 – pág. 16)
A lírica sacra expressa a cosmovisão barroca: a insignificância do homem perante Deus, a consciência nítida do pecado e a busca do perdão. Ao lado de momentos de verdadeiro arrependimento, muitas vezes o tema religioso e utilizado como simples pretexto para o exercício poético, desenvolvendo engenhosos jogos de imagens e conceitos. Coleção Objetivo – Literatura Brasileira
- Livro 3 – pág. 15) 4. ANTOLOGIA POÉTICA
EPÍLOGOS (fragmento)
1 Que falta nesta cidade? ................................. Verdade. Que mais por sua desonra?.............................. Honra. Falta mais que se lhe ponha?....................... Vergonha.
O demo a viver se exponha Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.
2 Quem a pôs neste socrócio^1 ........................ Negócio. Quem causa tal perdição? ......................... Ambição. E o maior desta loucura? ...................... Usura.
Notável desaventura De um povo néscio, e sandeu, Que não sabe que o perdeu Negócio, ambição, usura.
3 Quais são os seus doces objetos? ............... Pretos. Tem outros bens mais maciços? ................. Mestiços. Quais destes lhe são mais gratos?................ Mulatos.
Dou ao demo os insensatos, Dou ao demo a gente asnal, Que estima por cabedal
(...)
(^1) socrócio: retrocesso, furtar.
E que justiça a resguarda? ........................... Bastarda. É grátis distribuída? .................................. Vendida. Que tem, que a todos assusta? ........................ Injusta.
Valha-nos Deus, o que custa O que El-Rei nos dá de graça, Que anda a justiça na praça Bastarda, vendida, injusta.
(...) (p. 41-42)
Triste Bahia! ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,^2 Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote.^3
Oh se quisera Deus que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote!
(p. 44)
A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro, Que a vida do vizinho e da vizinha Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha, Para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos sob os pés os homens nobres^4 , Posta nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados, Todos os que não furtam muito pobres: E eis aqui a cidade da Bahia. (p. 45)
Neste mundo é mais rico o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa: Com sua língua ao nobre o vil decepa: O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa^5 : Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa^6 : Mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa^7 , E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa. (p. 46)
(^2) trocou-te a máquina mercante : trocou-te: sentido de comerciar, modificar; máquina mercante : as naus que aportam para comerciar. (^3) Brichote : estrangeiro, com sentido pejorativo.
(^4) trazidos sob os pés os homens nobres : na visão do poeta, os mulatos em ascensão subjugam com esperteza os “homens nobres”. (^5) mostra o patife da nobreza o mapa : pretende-se descendente de linhagem nobre. (^6) bengala hoje na mão, ontem garlopa : hoje bengala (índice de fidalguia), ontem garlopa (ferramenta de marcenaria, índice do trabalho braçal). (^7) vazo a tripa : tem o sentido de defecar; manifestação de desprezo pela “tropa do trapo”, isto é, fidalguia baiana sem tradição.
Há coisa como ver um Paiaiá^12 Mui prezado de ser Caramuru, Descendente do sangue de tatu, Cujo torpe idioma é Cobepá^13.
A linha feminina é Carimá^14 Moqueca, pititinga^15 , caruru Mingau de puba, vinho de caju Pisado num pilão de Pirajá.
A masculina é um Aricobé^16 Cuja filha Cobé^17 , c’um branco Paí Dormiu no promontório de Passé.
O branco é um marau, que veio aqui; Ela é uma índia de Maré Cobépá, Aricobé, Cobé, Paí.
(p. 108)
Aos vícios
TERCETOS (fragmento)
Eu sou aquele, que os passados anos Cantei na minha lira maldizente torpezas do Brasil, vícios e enganos.
De que pode servir calar, quem cala? Nunca se há de falar o que se sente?! Sempre se há de sentir, o que se fala.
Qual homem pode haver tão paciente, Que vendo o triste estado da Bahia, Não chore, não suspire, e não lamente?
Isto faz a discreta fantasia: Discorre em um e outro desconcerto, Condena o roubo, increpa a hipocrisia.
O néscio, o ignorante, o inexperto, Que não elege o bom, nem mau reprova, Por tudo passa deslumbrado e incerto. (...)
Se souberas falar, também falaras, Também satirizaras, se souberas, E se foras Poeta, poetizaras.
A ignorância dos homens destas eras Sisudos faz ser uns, outros prudentes, Que a mudez canoniza bestas feras.
Há bons, por não poder ser insolentes, Outros há comedidos de medrosos, Não mordem outros não, por não ter dentes.
Quantos há que os telhados têm vidrosos, E deixam de atirar sua pedrada, De sua mesma telha receosos. (p. 199-201)
(^12) Paiaiá: pajé. (^13) Cobepá: dialeto indígena. (^14) Carimá: bolo feito de farinha de mandioca. (^15) pititinga: espécie de peixes pequenos. (^16) Aricobé: Cobé (nome de uma tribo de índios progenitores do Paiaiá). (^17) Cobé: palavra usada por Gregório para designar os descendentes dos indígenas.
Ao mesmo desembargador Belchior da Cunha Brochado
18 (p. 205)
(^18) Erebo : mitologia, nome das trevas infernais, “onde nunca chega o dia”. Entenda-se: já que tanto garbo e tanta energia são gentil glória desta terra, que sejam também alegria da terra mais remota (isto é, o Erebo).
Um antídoto, que mata, doce veneno, que enleia, uma discrição sem siso, uma loucura discreta.
Uma prisão toda livre, uma liberdade presa, desvelo com mil descansos, descanso com mil desvelos. (...)
Uma ferida sem cura, uma chaga, que deleita, um frenesi dos sentidos, desacordo de potências. (...)
O Amor é finalmente um embaraço de pernas, uma união de barrigas, um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um reboliço de ancas, quem diz outra coisa, é besta.
(p. 301-309)
POESIA RELIGIOSA
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido;^20 Porque, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada^21 , Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história,
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. (p. 31)
A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos, Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos, eclipsados De tanto sangue e lágrimas abertos^22 , Pois, para perdoar-me, estais despertos, E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me, A vós, sangue vertido, para ungir-me, A vós, cabeça baixa, p’ra chamar-me.
A vós, lado patente, quero unir-me, A vós, cravos preciosos, quero atar-me, Para ficar unido, atado e firme.
(p. 316)
(^20) despido: despeço. (^21) cobrada: recuperada. (^22) abertos: cobertos.
Achando-se um braço perdido do Menino Deus de N.S. das Maravilhas, que desacataram infiéis na Sé da Bahia
SONETO O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga, que é parte, sendo o todo.
Em todo o sacramento está Deus todo, E todo assiste inteiro em qualquer parte, E feito em partes todo em toda a parte, Em qualquer parte sempre fica o todo.
O braço de Jesus não seja parte, Pois que feito Jesus em partes todo, Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo, Um braço, que lhe acharam, sendo parte, Nos disse as partes todas deste todo. (p. 326)
Moraliza o poeta nos Ocidentes do Sol a inconstância dos bens do mundo
SONETO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. (p. 336)
Discreta e formosíssima Maria^23 , Enquanto estamos vendo a qualquer hora Em tuas faces a rosada Aurora, Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:
Enquanto com gentil descortesia O ar, que fresco Adônis 24 te namora, Te espalha a rica trança voadora, Quando vem passear-te pela fria^25 :
Goza, goza da flor da mocidade, Que o tempo trota a toda ligeireza, E imprime em toda a flor sua pisada.
Oh não aguardes, que a madura idade Te converta em flor, essa beleza Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
(p. 338)
“Que falta nesta cidade? .........................Verdade”.
É realizado um perfil do desregramento da cidade da Bahia: economia decadente, autoridades corruptas, clero libertino, justiça desonesta.
(^23) “ Discreta e formosíssima Maria ” – paráfrase de soneto de Gôngora: “Ilustre y hermosíssima Maria”. (^24) Adônis: divindade mitológica, protótipo da beleza masculina. (^25) pela fria: pela madrugada.
“Se Pica-flor me chamais,”
Trata-se de uma espécie de revide a uma freira satirizada por ter atribuído ao poeta o apelido de Pica-flor, em razão de sua aparência que lembra o pássaro.
“Mandai-me, Senhores, hoje,”
Ao longo do poema, são oferecidas várias imagens barrocas acerca do amor. Ao final, escolhe-se uma definição fundamentada na experiência concreta. Nesse final, evidencia-se o sensualismo ligado diretamente ao corpo.
“Pequei, Senhor, mas porque hei pecado”
O poeta dirige-se a Deus, admite seus pecados e apresenta-se como a “ovelha desgarrada” do texto bíblico. Dessa forma, argumenta que convém a Deus dar-lhe o perdão para não perder a reputação de “bom pastor”.
“A vós correndo vou, braços sagrados,”
Um sistema de metonímias vai relacionando as partes de Cristo (“braços”, “olhos”, “pés”, “sangue”, “cabeça”, “cravos”) e, assim, substituem todo o Cristo crucificado.
“O todo sem a parte não é todo;”
Espécie de desagravo a uma estátua. Agudez de raciocínio, desenvolvido a partir de premissas (o todo não existe sem a parte; a parte não existe se não existir um todo) e conclusão (a parte é o todo). Exemplo de Barroco conceptista.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.”
Temática da passagem do tempo, da instabilidade das coisas, da inconstância da natureza e da condição humana, das incertezas da vida e da transitoriedade dos fatos cotidianos.
“Discreta, e formosíssima Maria,”
A juventude e a beleza da mulher são apresentadas por meio de metáforas. Há um apelo para o aproveitamento da juventude, um aconselhamento para aproveitar o momento presente ( carpe diem ). O último verso compõe-se por diversos termos que representam a ideia de morte (“Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada!”)
Exercícios
b) “Aquele não sei quê, que, Inês, te assiste No gentil corpo, e na graciosa face, Não sei donde te nasce, ou não te nasce, Não sei onde consiste, ou não consiste.”
c) “A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro.”
d) “Senhor Antão de Sousa de Meneses, Quem sobe a alto lugar, que não merece, Homem sobe, asno vai, burro parece, Que o subir é desgraça muitas vezes.”
e) “Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade, É verdade, Senhor, que hei delinquido, Delinquido vos tenho, e ofendido, Ofendido vos tem minha maldade.”
Já desprezei, sou hoje desprezado, Despojo sou, de quem triunfo hei sido, E agora nos desdéns de aborrecido, Desconto as ufanias de adorado.
O amor me incita a um perpétuo agrado, O decoro me obriga a um justo olvido: E não sei, no que empreendo, e no que lido, Se triunfe o respeito, se o cuidado.
Porém vença o mais forte sentimento, Perca o brio maior autoridade, Que é menos o ludíbrio, que o tormento.
Quem quer, só do querer faça vaidade, Que quem logra em amor entendimento, Não tem outro capricho, que a vontade.
(Gregório de Matos. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.)
Em termos formais e temáticos, as principais carac- terísticas barrocas do soneto são, respectivamente, a) a sintaxe rebuscada e o culto aos contrastes. b) o rigor métrico e a crítica ao sentimentalismo. c) o vocabulário erudito e a reflexão sobre o amor. d) as rimas alternadas e o embate entre emoção e razão.
Gregório de Matos, poeta baiano, que viveu no século XVI, produziu uma poesia em que satiriza a sociedade de seu tempo. Execrado no passado por seus conterrâneos, hoje é reconhecido como grande poeta, sendo, inclusive, sua poesia satírica fonte de pesquisa histórica.
Leia os poemas e analise as proposições a seguir:
Poema I Triste Bahia! Oh quão dessemelhante Estás, e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
A ti tocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado Tanto negócio, e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus, que de repente Um dia amanheceras tão sisuda Que fora de algodão o teu capote (Gregório de Matos)
Poema II Horas contando, numerando instantes, Os sentidos à dor, e à glória atentos, Cuidados cobro, acuso pensamentos, Ligeiros à esperança, ao mal constantes.
Quem partes concordou tão dissonantes? Quem sustentou tão vários sentimentos? Pois para a glória excedem de tormentos, Para martírio ao bem são semelhantes.
1) A vertente lírico-amorosa de Gregório de Matos Guerra é perceptível na presença da musa Inês e nos encantos dessa mulher: “gentil corpo”, “graciosa face”. Nota-se nessas imagens a influência camoniana. Em a e em e , há versos da poesia sacra ou religiosa. Em c e d , há versos satíricos; e, em b , versos que exemplificam a lírica-amorosa de Gregório de Matos. Resposta: B
2) São traços marcantes do Barroco: os fortes contrastes: “já desprezei, hoje sou desprezado” (por exemplo), e uma construção sintática caracterizada pelo rebuscamento, notável nas orações intercaladas e inversões. Resposta: A
3) A forma clássica do soneto foi muito utilizada pelo poeta baiano, bem como a métrica rígida. Resposta: A
4) “ (...) na sátira de Gregório a sociedade “normal”, a do homem douto e bem-nascido, é revirada pela sociedade absurda , a dos pasguates instalados no poder, gozando de prestígio”. ( José Miguel Wisnik. Poemas escolhidos de Gregório de Matos****. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 23).
5) “A máquina mercante troca = transforma e empobrece a cidade ao impor-lhe o primado da troca, isto é, do comércio, ao lançar a cidade e o eu poético no circuito das mercadorias (...). (José Miguel Wisnik. Poemas escolhidos de Gregório de Matos****. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 25).
6) “A lírica amorosa de Gregório de Matos (...) tematiza basicamente os choques entre ascetismo e sensualismo , espírito e matéria ”. (José Miguel Wisnik****. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 28).
7) Trata-se de uma poesia “que fala diretamente do corpo (...) numa visão escatológica, que não se desprende do moralismo e do machismo. Essa tendência de fazer da mulher objeto de uma libido agressiva fica sintomaticamente mais visível quando esta é negra ou mulata”. (José Miguel Wisnik****. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 31).
8) Trata-se da dualidade culpa / perdão.