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Práticas de Fluidoterapia: Conceitos Básicos e Perguntas Frequentes, Esquemas de Veterinária

Este documento aborda os conceitos práticos da fluidoterapia que os alunos devem conhecer, incluindo perguntas básicas sobre fluidos, tipos de fluidos, administração e resolução de casos clínicos. O documento fornece informações sobre a importância de fluidos, tipos de fluidos necessários, quando parar de administrar fluidos, meios de administração e dados importantes para a resolução de problemas práticos.

O que você vai aprender

  • Qual tipo de fluido devemos utilizar para fluidoterapia?
  • Qual é a melhor via de administração para fluidoterapia?
  • Quando devemos parar de administrar fluidos?
  • Quais são os dados importantes para a resolução de problemas práticos em fluidoterapia?
  • Quanto fluidos devemos administrar?

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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usuário desconhecido 🇧🇷

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INTRODUÇÃO A FLUIDO TERAPIA
*Este tema não é tratado pelos livros de texto recomendados. É de suma
importância os alunos conhecer os conceitos práticos que utilizaram no quinto ano
durante o apoio aos animais internados e aos pacientes cirúrgicos. Neste caso o
docente frisará nas aulas os aspectos básicos para a resolução dos problemas e
fornecerá uma guia breve de estudo.
Distribuição da água corporal
Perguntas básicas a contestar na planificação da fluidoterapia
1. Necessitamos de fluidos?
2. Que TIPO de fluido necessitamos?
3. Que VIA de administração devemos utilizar?
4. QUANTO fluido devemos administrar?
5. Em QUANTO TEMPO devemos administrar os fluidos?
6. Quando é como devemos DETENER a fluidoterapia
Que meios utilizar para administração (bombas infusoras,
perfusoras, sistemas pediátricos,....)
Dados de inteires para a resolução dos aspectos práticos
Resolução de CASOS CLÍNICOS de fluidoterapia
Para um exemplo de ingresso normal de 2200 ml fluidos /dia
INGRESSO (2200 ml /dia) PERDA(2200 ml /dia)
55%
55%
Perdas sensíveis
45%
H
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0 bebida
1000ml
35%
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comida
800ml
20%
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metabolismo
400ml
45%
Perdas insensíveis
Respiração,
mucosas
1000ml 45%
Urina
1000ml
10%
Fezes
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Baixe Práticas de Fluidoterapia: Conceitos Básicos e Perguntas Frequentes e outras Esquemas em PDF para Veterinária, somente na Docsity!

INTRODUÇÃO A FLUIDO TERAPIA

*Este tema não é tratado pelos livros de texto recomendados. É de suma importância os alunos conhecer os conceitos práticos que utilizaram no quinto ano durante o apoio aos animais internados e aos pacientes cirúrgicos. Neste caso o docente frisará nas aulas os aspectos básicos para a resolução dos problemas e fornecerá uma guia breve de estudo.

Distribuição da água corporal

Perguntas básicas a contestar na planificação da fluidoterapia

  1. Necessitamos de fluidos?
  2. Que TIPO de fluido necessitamos?
  3. Que VIA de administração devemos utilizar?
  4. QUANTO fluido devemos administrar?
  5. Em QUANTO TEMPO devemos administrar os fluidos?
  6. Quando é como devemos DETENER a fluidoterapia Que meios utilizar para administração (bombas infusoras,

perfusoras, sistemas pediátricos,....)

Dados de inteires para a resolução dos aspectos práticos

Resolução de CASOS CLÍNICOS de fluidoterapia

Para um exemplo de ingresso normal de 2200 ml fluidos /dia INGRESSO (2200 ml /dia) PERDA(2200 ml /dia)

55% 55% Perdas sensíveis

45% H 2 0 bebida 1000ml 35% H 20 comida 800ml

20% H 20 metabolismo 400ml

45% Perdas insensíveis Respiração, mucosas 1000ml

45% Urina 1000ml

10% Fezes 200ml

PERGUNTAS BÁSICAS A CONTESTAR:

1.- Necessitamos de fluidos? 2.- Que TIPO de fluido devemos utilizar? 3.- Que VIA DE ADMINISTRAÇÃO devemos utilizar? 4.- QUANTO fluido devemos administrar? 5.- EN QUANTO TIEMPO devemos de administrar o fluido? 6.- Quando e como PARAR? *Que meios utilizar (unicamente sistema de fluidos, bomba infusora, bomba perfusora....)

ALGUNOS DADOS DE INTEIRES

  • Cão aproximadamente 8 -10% do peso é sangue. Gato 7% do seu peso.
  • TODO TRANSTORNO AFECTA EM PRIMEIRO LUGAR AO ESPAÇO EXTRACELULAR (20% = 5% de espaço intravascular + 15% de espaço intercelular) e unicamente se alterar OSMOLALIDADE então se altera o EIC (segundo um gradiente osmótico).Unicamente os câmbios de osmolaridade no LEC tem capacidade para modificar o tamanho LIC

Via ORAL: desidratação menor do 7-8%. Fisiológicamente é a melhor via de escolha. Está contraindicada no caso de:

  • animal com vómitos não controlados.
  • a causa da desidratação é um processo que leva acompanhado a acumulação de fluidos no trato gastrointestinal (p.ex. uma obstrução intestinal).

Via ENDOVENOSA: é uma boa alternativa em muitos casos. Se considera a via obrigatória em:

  • animais em choque.
  • animais com necessidade duma via de administração rápida aberta (animais em cirurgias, animais hospitalizados, etc.)

Via INTRA óssea: Ideal como alternativa a via endovenosa (se podem administrar fluidos e inclussivamente realizar transfussões sanguíneas). É a via alternativa quando o accesso endovenoso é difícil pelo tamanho do animal (pediátricos p.ex) o pelo estado de hipovolemia (animais em choque).

Via SUBCUTÂNEA: É uma boa alternativa a via oral se não são necessários grandes volumes de fluidos e não é urgente a reposição de volémia em pouco tempo. Os fluidos tardam em ser absorvidos entre 4 e 8 horas ( 4-6 horas se a desidratação não é muito intensa, já que no caso de ser desidratação maiores do 8% a vasocostrição periférica dificulta a absorção de fluidos subcutâneos). Pode ser utilizada como complemento a via oral ou em casos de animais com necessidades de suplementação de fluidos pelo proprietário por doenças crónicas (p. Ex. no IRC). Sempre usar soluções ISOTÓNICAS. A via subcutânea é uma boa alternativa para suplementação de potássio (nunca em soluções com mais de 30- 40 milimoles /litro já que concentrações de potássio maiores podem ser irritantes). No entanto devemos de ponderar que A VIA MAIS SEGURA PARA ADMINISTRAR POTÁSSIO É A VIA ORAL.

  • Para calcular a VELOCIDADE há distintas fórmulas.

Ettinger:

Em 4 a 6 horas

Karol Mathews

Se o animal tem entre 5-7% de desidratação HIDRATAR EM 24 HORAS Se o animal tem entre 8-10% de desidratação: 50% nas primeiras 4 h

  • Parar hidratação GRADUALMENTE: diminuir um 5% do administrado por cada hora. Se pensamos diminuir em vários dias fazer isto em 2 ou 3 dias (reduzir a taxa de administração um 25% ou um 50% diários )
  • Sempre um 10% mais do volume de manutenção por cada subida de um grau mais de temperatura a partir dos 38,5ºC
  • Coloides sintéticos ( hipovolemicos, hipoproteinémicos com albúmina menor de 2 g/dl) não administrar em taxas superiores a:

20 ml / kg / cão /dia 10 ml / Kg / gato / dia

  • A osmolaridade fisiológica é de aprox. 290-310 mOsm/ L e a concentração de Na é aproximadamente 130 /147 mEq Na/L
  • Atenção ao papel do sistema linfático

C.arterial (^) C.venoso

Ph

100%

<<Ph

98% (^) 2%

CASO CLINICO 2

Considere um animal com a mesma história que o caso anterior considerando a única

variação o facto de que o motivo pelo qual se apresenta na sua clínica e uma historia de vómitos puros devidos a uma patologia de estenose pilórica confirmada. Conteste as perguntas típicas da fluidoterapia a respeito de este caso.

CASO CLINICO 3 Pipocas é uma caniche , fêmea, inteira de 10 anos de idade. Originalmente a cadela

pesava aproximadamente 5 kg. Foi atropelada e teve de ser operada de emergência. Durante a cirurgia teve uma hemorragia severa que foi já resolvida. O valor hematócrito antes da cirurgia era do 50% e actualmente é do 30%.

Pensa que este valor Hto foi medido imediatamente após da cirurgia ou passado um tempo? Se tivéssemos sangue para transfundir com um 40% de Hto, quanta transfundiríamos?

CASO CLINICO 4

Alf é um Serra da Estrela , macho, inteiro de 4 anos de idade. Foi adoptado pelos seus donos há aproximadamente 3 meses. Esta internado na sua clínica porque

aparece com um caso de pneumonia que não remite aos antibióticos. Os donos referem que ele bebe muita pouca agua, no entanto come relativamente bem. Nos

últimos 2 dias têm alterado o seu peso de 50 kg para 45 kg. Salvo os padrões respiratórios (os movimentos respiratórios são regulares,

ritmados, muito superficiais, costo-abdominais, de relação 1 para 1, sem uso de prensa abdominal nem outros músculos acessórios da respiração, e com 50 r.p.m – o normal são aproximadamente 20 rpm) e uma temperatura de 40,5º C e o

temperamento linfático, o resto do exame clínico parece normal. Ele não parece muito desidratado. A sua densidade urinária é de 1.059 (normal 1,025-1-045) Conteste as perguntas típicas da fluidoterapia a respeito de este caso.

SOLUÇÃO MODELO DO CASO 1

Cão: 70 Kg de peso com temperatura de 39,5º C

Problemas: vómitos e diarreia que produzem desidratação do 6-8%

Comentário: normalmente na prática clínica a desidratação e infra-

valorizada. Por isso de modo geral, é melhor sempre, se o sistema renal e circulatório funcionam correctamente, restaurar perdas pelo limite superior (neste caso um 8%). No entanto no caso 1 o animal é considerado como magro. Devemos valorizar que animais magros a caquécticos na exploração geral induzem a pensar que estão mais desidratados do que na realidade estão. Animais obesos parecem menos desidratados na exploração. Por isso não seria de todo ponto incorrecto valorizar este animal com uma desidratação do 6% a 7%. Para a resolução deste problema vamos a adoptar uma postura prática e valorizaremos o animal para uma desidratação do 8% num peso de 70 Kg.

 Vómitos: sempre que os vómitos não sejam por obstrução pilórica provocam perdas de sódio, potássio e cloro fundamentalmente. As perdas de bicarbonato produzem uma leve acidose metabólica  Diarreia: perdas de sódio, potássio e cloro fundamentalmente. As perdas de bicarbonato produzem uma leve acidose metabólica 

PERGUNTAS BÁSICAS A CONTESTAR:

1.- Necessitamos de fluidos? SIM

2.- Que TIPO de fluido devemos utilizar? Como há perdas necessitamos um fluido de REPOSIÇÃO (rico fundamentalmente em sódio que é o que vai a controlar o gradiente osmótico). Precisamos de um fluido rico em potássio e alem disso que seja levemente alcalinizante. O fluido rico em sódio e em potássio poderia ser um Ringer e se desejamos alcalinizar podemos utilizar um Ringer-Lactato ou Ringer-Acetato. Um Normosol também pode ser considerado mas é menos rico em cloro. Neste caso seria uma escolha razoável. A suplementarão com potássio estaria indicada já que o fluido não consegue compensar as perdas de potássio associadas a retenção de sódio a nível renal para o controlo da volémia.

nas seguintes 20 horas = 140 ml (reposição)+ 110 ml (manutenção)= 250 ml/h Um mililitro = 20 gotas *Consideramos que um mililitro de um sistema de administração de adultos corresponde a 20 gotas. Consideramos que um mililitro de um sistema de administração pediátrico corresponde a 60 gotas.

Uma hora = 3600 segundos

RESPOSTA DEFINITIVA

810ml/h = 16200 gotas /3600 segundos = 4,5 gotas /segundo (aproximadamente 5 gotas /segundo)

250 ml/h = 5000 gotas /3600 segundos = 1,4 gotas /segundo (aprox. 3 gotas a cada 2 segundos)

ALTERNATIVA (Ettinger): “Rehidratar ao animal em 4- 6 horas”

Reposição para um animal de 70 kg com desidratação do 10% = 5600 ml 5600 ml /6 horas = 934 ml /hora (reposição)+ 110 ml/hora (para manutenção) = TOTAL 1043 ml/hora (durante 6 horas) 110 ml /hora durante as restantes 18 horas.

20860 gotas /3600 segundos = aprox. 6 gotas /segundo (durante 6 h) 2200 gotas /3600 segundos = aprox 2 gotas cada 3 segundos (18 horas)

A fluidoterapia neste animal será de aproximadamente 5 gotas por segundo durante 4 horas e depois durante as restantes 20 horas do dia 3 gotas a cada 2 segundos.

6.- Quando e como PARAR? Se consideramos parar a fluidoterapia num único dia: reduzimos um 5% cada hora. Se consideramos parar a fluidoterapia em vários dias: reduzimos a taxa entre um 25% a um 50 % diário.

*Que meios utilizar ( bomba infusora, bomba perfussora....) Com estes volumes o ideal é utilizar uma bomba infussora pelo menos para as primeiras quatro horas. Neste caso devemos expressar a taxa em forma de ml /hora ou ml /minuto.

* Recordar que:

  • Um animal desidratado, com função renal normal, sempre deve de ter uma densidade urinária ACIMA DE 1.
  • Os sinais de sobre-hidratação que o CLÍNICO TEM DE PERCEBER por ordem de aparecimento são:
    1. Secreção nasal serosa
    2. Quemose (edema inflamatório da conjuntiva ocular, que forma uma roda saliente em torno a cornea)
    3. Auscultação duma congestão pulmonar
    4. Edema pulmonar
SISTEMA SIMPLE BOMBA INFUSORA
BOMBA PERFUSORA