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TCC sobre a importância da fisioterapia em crianças com TEA.
Tipologia: Teses (TCC)
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Não perca as partes importantes!
Gabriela Lindoso Silva
Instituição Uniprojecao Departamento de Fisioterapia Gabrielalindoso97@gmail.com
Erika Baptista Gomes Instituição Uniprojecao Departamento de Fisioterapia Erika.gomes@projecao.br
Introdução : O transtorno do espectro autista (TEA) caracteriza-se como um conjunto de transtornos do neurodesenvolvimento por meio do comprometimento das habilidades de comunicação social, comportamento e habilidades motoras. Objetivo : avaliar os benefícios dos tratamentos fisioterapêuticos aplicados em crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista. Metodologia: As bases de dados eletrônicos utilizados foram: Scielo, PEDro, PubMed e Pepsic. Os descritores utilizados no estudo foram: Transtorno do Espectro Autista ou “ Autism Spectrum Disorder”,“ Fisioterapia” ou “Psysiotherapy” e “Criança ou “Child”. Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos que abordavam o tema proposto, nos idiomas de português, inglês e espanhol publicado entre os anos de 2011 até 2021. Critérios de exclusão: artigos que avaliavam a faixa etária adulta, estudos de títulos ou resumos por duplicata e artigos que não se abordavam sobre tratamentos fisioterapêuticos. Resultados e discussão: A pesquisa resultou 279 artigos, dos dez atenderam os critérios de inclusão. Nos dez artigos os tratamentos fisioterapêuticos investigados foram: hidroterapia, equoterapia, e cinesioterapia. Conclusão: Os tratamentos fisioterapêuticos abordados nesta revisão se mostraram benéficos para melhora da marcha, correção postural, ganho de mobilidade, equilíbrio corporal, habilidade motora, comportamental e sensorial, além de proporcionar melhora na interação social.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Fisioterapia; e Criança.
Introduction: Autism spectrum disorder (ASD) is characterized as a set of
neurodevelopmental disorders characterized by impairment of social communication
skills, language, behavior and motor skills. Objective: to evaluate the benefits of
physical therapy treatments applied to children diagnosed with autis m spectrum
disorder. Methodology: The electronic databases used were: Scielo, PEDro, PubMed
and Pepsic. The descriptors used in the study were research: Autism Spectrum
Disorder or “Autism Spectrum Disorder”, “Physiotherapy” or “Psysiotherapy” and
“Child or “Child”. The inclusion criteria used were: articles that addressed the
proposed topic, in Portuguese, English and Spanish, published between 2011 and
2021. Exclusion criteria: articles that assessed the adult age group, studies of titles or
abstracts by duplicate , articles that did not address physical therapy treatments.
Results and discussion: The search resulted in 279 articles, of which ten met the
inclusion criteria. In the ten articles, the investigated physical therapy treatments
were: hydrotherapy, hippotherapy, and kinesiotherapy. Conclusion: The
physiotherapeutic treatments covered in this review were shown to be beneficial for
improving gait, postural correction, gain in mobility, body balance, motor, behavioral
and sensory skills, in addition to providing an improvement in social interaction.
Keywords: Autistic Spectrum Disorder; Physiotherapy; and child
Método
Trata-se de revisão sistemática, a qual foi realizada nas bases de dados eletrônicos: Scielo, PEDro, PubMed e Pepsic. Os descritores utilizados no estudo foram pesquisados nos descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Transtorno do Espectro Autista ou “ Autism Spectrum Disorder”,“ Fisioterapia” ou “Psysiotherapy” e “Criança ou “Child”.
Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos que abordavam o tema proposto, nos idiomas de português, inglês e espanhol publicado entre os anos de 2011 até 2021. Foram utilizados como critérios de exclusão: artigos que avaliavam a faixa etária adulta, estudos de títulos ou resumos por duplicata e artigos que não se abordavam sobre tratamentos fisioterapeuticos.
A pesquisa exploratória foi realizada de junho a agosto de 2021, combinando palavras-chave com o operador booleano "AND". Todos os artigos selecionados são descritos no (quadro 1),informações da pesquisa, como autor, ano de publicação, método de avaliação, tipo de pesquisa, amostra, intervenção e resultados.
Resultados
A pesquisa resultou em 279 artigos, dos quais dez atenderam aos critérios de inclusão (Figura 1).
Figura 1: Diagrama de fluxo de estudo
Figura 1: Diagrama de fluxo de estudo
Quadro 1 : Artigos selecionados para o estudo
Autor/Ano Tipo estudo Amostra Método de Avaliação Intervenção Resultados
Fragala- Pinkham et al. (2011)
Ensaio de controle não randomizado
Participaram 12 crianças, com idade entre 6- anos.
Habilidades aquáticas: Questionário YMCA Habilidades mobilidade: Escala M-PEDI
Grupo intervenção (n=7): Exercícios aquáticos (2x/semana durante 14 semanas). Sessão de 40 minutos, exercícios de treinamento de força e resistência muscular e de relaxamento e alongamento. Grupo controle ( n=5) não realizaram exercícios, ficaram na lista de espera.
Grupo intervenção (4,14) Grupo controle ( 3,6) Diferença significativa de (0,54), melhora das habilidades motoras, habilidades de mobilidade e no estilo de vida.
Yanardarg et al.(2012)
Ensaio Clínico não randomizado
Participaram dois meninos e uma menina entre 6 e 8 anos de idade.
Teste Motor ABC Exercícios realizados na piscina, três sessões por semana durante 12 semanas, cada sessão durava 60 minutos uma para o ensino de jogos como recurso para uma melhor aprendizagem dos exercícios aquáticos e a outra para um treinamento dos exercícios especializado.
Indicaram que as pontuações do teste de desempenho motor aumentaram em todos os participantes após o treinamento (p>90%).
Ajzenman et al. (2013) Estudo piloto
Participaram 6 crianças com idades que variavam entre 5 e 12 anos.
Escala Vineland Adaptive Behavior Scales – (VABS–II), e Escala Child Activity Card Sort (CACS)
Exercícios realizados no cavalo exercícios de controle motor, cognição, habilidades sociais e jogo interativo variando da participação em atividades básicas até as mais avançadas no cavalo. (1x/semana durante 12 semanas, cada sessão durava 45 minutos.)
VABS–II e CACS, verificaram que houve que o percentual teve alteração de (102%, p 5046, d 5 1,316)melhora postural, na comunicação, na interação social e na participação do autocuidado.
Gabriels et al. (2015)
Ensaio Clinico Randomizad o
Participaram 116 crianças entre 6 e 16 anos.
Escala de Resposta Social (SRS), Escala (VABS-II) e A escala ABC-C
Grupo de intervenção (n=58): exercícios de equitação dividos em habilidades de equitacao e habilidades de equitacao terapeutica, cada sessao duravam 45 minutos, durante 10 semanas. Grupo controle (n=58):: não tiveram contato com cavalos.
Grupo de intervenção revelou melhorias significativas no grupo controle em comparação com o controle nas medidas de irritabilidade (p= 0,002; tamanho do efeito =. 50) e hiperatividade (p= 0,1;= 53
Discussão
O objetivo do estudo foi verificar os benefícios dos tratamentos fisioterapêuticos aplicados em crianças diagnosticadas com TEA. Os tratamentos identificados foram: equoterapia, hidroterapia e cinesioterapia. Os principais resultados encontrados foram: melhora do desempenho motor, estabilidade postural, marcha, coordenação motora, equilíbrio e na interação social.
O estudo realizado por Fragala et al. (2011) abordou sobre a hidroterapia em crianças com TEA. O programa foi realizado duas vezes por semana durante 14 semanas. Foram realizados exercícios de força, resistência muscular de relaxamento e alongamento. Diferenças significativas dos grupos de intervenção e de controle foram demonstradas através da escala YMCA. Não foram encontradas mudanças significativas entre os grupos. Foi observado benefícios das habilidades motoras, habilidades de mobilidade e no estilo de vida, este achado corrobora com os estudos de Yanardarg et al. (2012) e Mills et al. (2020), realizaram intervenções de hidroterapia com aspectos diferentes em seus estudos, porém observaram os mesmos benefícios, que trazem a relevância da hidroterapia como forma de tratamento para crianças com TEA. Yanardarg et al. (2012) aplicou um recurso eletrônico por meio de vídeos demonstrando a atividade desejada que foi avaliado pelo teste motor ABC. A piscina foi dividida em duas partes, uma para o ensino de jogos como recurso para uma melhor aprendizagem dos exercícios aquáticos e a outra para um treinamento dos exercícios especializados. As habilidades aquáticas foram divididas e filmadas em três fases, mas cada fase registrou apenas uma tarefa. Após a intervenção tiveram melhora significativa na habilidade motora e interação social. Já Mills et al. (2020), utilizou o questionário CBCL, as sessões foram realizadas uma vez por semana durante 8 semanas. Foram realizados exercícios aquáticos de condicionamento cardiovascular, relaxamento e atividades de estimulação sensorial, incluindo uma variedade de atividades direcionadas e habilidades de natação, equilíbrio, coordenação e tarefas cognitivas. Após a intervenção as crianças tiveram uma melhora significativa no estado mental e no bem-estar. Os três estudos sobre hidroterapia, demonstraram que os benefícios da água proporcionaram movimentos antigravitacionais associado ao solo, que é uma forma divertida de trabalhar com as crianças, por promover movimentos diferentes, atividades diferenciadas e momentos lúdicos.
A equoterapia é um método fisioterapêutico que proporciona momentos de interação com o animal, além de benefícios físicos como dissociação do quadril que é necessária para a realização da marcha, melhora no controle e equilíbrio.Ajzenman et al. (2013) e Gabriels et al. (2015) abordaram uma intervenção de equoterapia ao tratamento de crianças com TEA, apresentaram benefícios na melhora da estabilidade postural, interação social, na cognição, hiperatividade e avanço das habilidades motoras. Ajzenman et al.(2013) utilizou as escalas VABS – II e CACS, o estudo durou 12 semanas. Foram realizadas atividades básicas e atividades mais avançadas que desafiam o equilíbrio postural, a comunicação e as habilidades sociais. Já Gabriels et al. (2015) utilizou as escalas SRS e VABS–II, o estudo durou 10 semanas. As crianças foram dividas em dois grupos: Intervenção terapêutica de equitação e grupo de controle de atividade de celeiro. No grupo de Intervenção terapêutica de equitação realizaram os exercícios em duas partes: habilidades de equitação terapêutica e habilidades de equitação. No grupo de controle de atividade de celeiro as crianças não tiveram contato com
cavalos. Após a intervenção observaram melhoras na irritabilidade, hiperatividade e comportamentos adaptativos e motores.
Borgi et al. (2016) e Harris e Williams(2016), realizaram uma intervenção de equoterapia, sobre os benefícios apresentaram uma melhora na interação social, hiperatividade e nas habilidades motoras. Borgi et al.(2016) utilizou escala VABS e TOL, as sessões foram realizadas uma vez por semana durante 6 meses. Foram realizados exercícios de equitação básica como montagem, posição, deslocamento e desmontagem no cavalo associadas a jogos e brincadeiras. Harris e Williams (2016) utilizaram as escalas CARS e a ABC-C, o estudo foi realizado durante sete semanas, foram realizadas atividades como: rédeas, paradas, caminhadas e trote sentado no cavalo. Após a intervenção observaram resultados significativos de hiperatividade e sintomas de TEA.
A cinesioterapia são exercícios terapêuticos, que atua com intervenções nas disfunções motoras com a utilização de atividades lúdicas e baseadas na psicomotricidade. Nos estudos do Lourenço et al. (2016) e El Shemiy e El Sayed (2018), foram realizados programas de intervenções diferentes, porém observaram os mesmos benefícios, que foram melhoras no equilíbrio, na coordenação, força, agilidade e habilidades motoras. Lourenço et al. (2016) realizou um programa de exercícios com trampolins, que foi utilizado o Teste BOT2 onde era solicitado que as crianças saltassem, batesse palmas, colocasse as mãos em diferentes partes do corpo, tocando num objeto do trampolim para o colchão, de diferentes alturas para o trampolim, o estudo foi realizado uma vez por semana. Após a intervenção observaram benefícios nos aspectos motores, coordenação, velocidade e força. Já El Shemiy e El Sayed (2018), realizaram um estudo para compreender o verdadeiro efeito das pistas do ritmo auditivo para a influência das habilidades motoras, em crianças com TEA, sendo realizado 3 vezes por semana, durante 3 meses. Foi utilizado as escalas CARS e BOT2_._ Um grupo de criança recebeu um programa especial de fisioterapia, incluindo treinamento de força, equilíbrio de posturas alternadas e marcha com diferentes tipos de obstáculos. O outro grupo recebeu o mesmo procedimento com treinamento de marcha e estimulação auditiva rítmica.Após a intervenção constataram que teve melhora no equilíbrio, coordenação, força, agilidade e velocidade dos dois grupos após a intervenção, entendendo assim que isso se deve à influência do plano de fisioterapia selecionado, esse achado corrobora com o estudo Draudviliene et al. (2020) que abordou sobre exercícios fisioterapeuticos, foi utilizado a escala de equilíbrio de Berg modificada e Teste Eurofit , o programa durou seis semanas. Foram realizados atividades de habilidades motoras, equilíbrio e coordenação, Após a intervenção constataram que os exercícios tiveram melhora significativa nas habilidades motoras e comunicação.
Conclusão
Os tratamentos fisioterapêuticos abordados nesta revisão se mostraram benéficos para melhora da marcha, correção postural, ganho de mobilidade, equilíbrio corporal, habilidade motora, comportamental e sensorial, além de proporcionar melhora na interação social. Sendo assim os tratamentos fisioterapêuticos permitem que as crianças consigam ter maior independência, fazendo com que sejam capazes de executar melhor suas atividades funcionais, consequentemente favorecendo na sua qualidade de vida.
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