ASMA
• Doença inflamatória crônica, caracterizada por
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por
limitação variável ao fluxo aéreo, reversível
espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se
clinicamente por episódios recorrentes de sibilância,
dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à
noite e pela manhã ao despertar
• Resulta de uma interação entre genética, exposição
ambiental a alérgenos e irritantes, e outros fatores
específicos que levam ao desenvolvimento e
manutenção dos sintomas
EPIDEMIOLOGIA
• Anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por
asma no Brasil
→quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de
Saúde (2,3% do total) e sendo a terceira causa entre crianças
e adultos jovens
• Dados da Organização Mundial da Saúde sugerem que
existam 250.000 óbitos relacionados com asma a cada ano no
mundo todo
FISIOPATOLOGIA
• A principal característica fisiopatogênica da asma é a
inflamação brônquica
• A resposta imune Th2 nas vias aéreas inferiores é a
anormalidade imunológica central na asma
• As células CD4+ Th2 se caracterizam por alta expressão dos
fatores de transcrição específicos das células T transatuantes
GATA-3 e por secreção de citocinas do tipo 2 (interleucina
[IL]-4, IL-5, IL-9 e IL-13)
• Um excesso de citocinas tipo 2 nas vias aéreas inferiores
promove hipersensibilidade mediada por IgE, ativa células
epiteliais, medeia influxo de células inflamatórias às vias
aéreas e causa reações de remodelação no epitélio e na
matriz subepitelial
→essa cascata de eventos inflamatórios distais das
citocinas tipo 2 explica grande parte da patologia subjacente
às características clínicas básicas da asma (hiper-reatividade
das vias aéreas, obstrução do fluxo de ar e secreção de muco)
INÍCIO DA RESPOSTA ALÉRGICA
• As células epiteliais das vias aéreas expressam múltiplos
receptores de reconhecimento de padrão para detectar e
reagir a sinais de perigo, como os padrões moleculares
associados a patógenos (PAMP) nos micróbios ou padrões
moleculares associados a dano (DAMP) liberados por células
endógenas durante períodos de inflamação ou estresse
celular
→outros receptores de reconhecimento de padrões nas
células epiteliais das vias aéreas incluem receptores Toll-like e
receptores para alarminas, como o ácido úrico e a adenosina
trifosfato, que são moléculas endógenas que sinalizam dano.
• A ativação dos receptores de reconhecimento de padrões
nas células epiteliais das vias aéreas pode desencadear a
liberação de várias citocinas, quimiocinas, peptídeos
antimicrobianos, mediadores lipídicos, óxido nítrico e
espécies reativas de oxigênio
• Esses mediadores inflamatórios têm múltiplas
consequências, inclusive o recrutamento de leucócitos
circulantes para as vias aéreas, regulação do tono das vias
aéreas, regulação das secreções das vias aéreas e promoção
de atividade antimicrobiana e antiviral
• A liberação de citocinas epiteliais, particularmente IL-25,
IL-33 e linfopoietina estromal tímica (TSLP), parece ser o
evento proximal básico que inicia as reações imunes tipo 2 e
o ambiente inflamatório alérgico na asma
→especificamente, IL-25, IL-33 e TSLP liberadas das células
epiteliais por estímulos alergênicos têm como alvo as células
hematopoiéticas residentes para induzir o influxo de células
inflamatórias e a ativação e mobilização de células dendríticas
→as DCs usam o sistema do MHC II para mediar as
reações dos linfócitos auxiliares T a proteínas estranhas,
como os aeroalérgenos
→também são necessárias para a diferenciação de
linfócitos T naive em subgrupos T auxiliares, incluindo células
Th2
• As células dendríticas imaturas da medula óssea se dirigem
para as vias aéreas sob a influência de sinais de células
epiteliais
→uma vez na mucosa das vias aéreas, as projeções das DCs
interdigitam-se entre células epiteliais e formam junções
oclusivas com elas, mantendo a integridade da barreira
epitelial
→nesse local, as DCs tomam amostra dos antígenos
inalados e os apresentam em sua superfície celular como
parte do MHC II
• Citocinas epiteliais, especialmente a TSLP, promovem
mobilização das células dendríticas para linfonodos que
drenam localmente, onde ativam linfócitos T CD4+ naive a um
estado competente para IL-4
→esses linfócitos T competentes para IL-4 em linfonodos
migram para zonas de linfócitos B, onde se diferenciam em
células T auxiliares foliculares (TFH)