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Fisiopatologia da Doença Miastenia Gravis, Resumos de Medicina

Se trata de um resumo sobre a fisiopatologia da doença Miastenia Gravis. Uma perda da força devida a perda de conexão entre os nervos e os músculos

Tipologia: Resumos

2022

À venda por 28/12/2022

leli.linhares
leli.linhares 🇧🇷

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Miastenia gravis
-A miastenia gravis é uma doença autoimune
adquirida da junção neuromuscular caracterizada por
fraqueza e fadiga dos músculos esqueléticos. 80-90%
dos pacientes têm autoanticorpos contra o receptor
de acetilcolina (AChR). Aproximadamente metade dos
pacientes com miastenia gravis sem anticorpos para o
AChR têm predominantemente anticorpos IgG4
direcionados ao receptor tirosina quinase específico
do músculo (MuSK) que afetam a comunicação entre
o neurônio motor e o músculo inervado.
-Acredita-se que seja causada por células T auxiliares
sensibilizadas e um ataque dirigido por anticorpos ao
receptor de acetilcolina na junção neuromuscular. O
ataque de anticorpos resulta na perda das porções
terminais ricas em receptores de acetilcolina nas
pregas da placa terminal da fibra muscular, na
diminuição do número de receptores e no aumento
da fenda sináptica que prejudica a transmissão do
sinal.
-Os anticorpos contra o receptor de acetilcolina
(AChR) são principalmente imunoglobulinas G1 (IgG1)
e G3 (IgG3). Além de bloquear a ligação da ACh ao
AChR e reticular e internalizar os AChRs, esses
anticorpos atuam por meio da ativação do
complemento.
-A miastenia gravis neonatal, causada pela
transferência placentária do anticorpo do receptor de
acetilcolina, se manifesta em cerca de 10% das
crianças nascidas de mães com a doença. A resolução
espontânea dos sintomas geralmente se dá alguns
meses após o nascimento.
ANTICORPOS DE QUINASE ESPECÍFICOS PARA
MÚSCULO
- Alguns pacientes com miastenia gravis que são
soronegativos para anticorpos do receptor de
acetilcolina (AChR) têm anticorpos direcionados
contra outro alvo na superfície da membrana
muscular, o receptor tirosina quinase específico do
músculo (MuSK).
- Os anticorpos MuSK são principalmente IgG4, o
subtipo de IgG que não ativa o complemento.
- O timo é anormal em cerca de 75% dos pacientes
com miastenia gravis. Em 65% dos casos, o timo é
hiperplásico. Células semelhantes às musculares,
denominadas células mioides, no interior do timo, as
quais exibem AChR na superfície, podem servir como
fonte de autoantígeno e desencadear a reação
autoimune dentro do timo.
Etiologia
-Esta doença autoimune pode se manifestar em
qualquer idade, mas o pico de incidência costuma
ocorrer em adultos jovens. A doença é
aproximadamente três vezes mais comum em
mulheres do que em homens. Um segundo pico,
menor, surge no final da vida e afeta mais homens do
que mulheres.
- Pacientes com miastenia gravis frequentemente têm
outras doenças imunomediadas, como lúpus
eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, doença de
Gravis e tireoidite, bem como história familiar de
doença autoimune.
Manifestação clinica
-Fraqueza flutuante da musculatura esquelética, além
da fatigabilidade muscular. Nesses pacientes, a fadiga
é manifestada pela piora da força ao longo da
contração muscular persistente. A apresentação mais
comum é a associação de fadiga com déficit de força
em grupamentos musculares específicos.
-Clinicamente, alterações da junção neuromuscular
cursam, frequentemente, com fraqueza bulbar e da
musculatura proximal dos membros, além de ptose
palpebral, oftalmoparesia e diplopia.
-Durante a evolução, muitos pacientes deixam de
apresentar períodos assintomáticos, porém persistem
com flutuação dos sintomas durante o dia. Pode
ocorrer uma exacerbação que envolva os músculos
respiratórios e acarrete a necessidade de intubação
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Miastenia gravis -A miastenia gravis é uma doença autoimune adquirida da junção neuromuscular caracterizada por fraqueza e fadiga dos músculos esqueléticos. 80-90% dos pacientes têm autoanticorpos contra o receptor de acetilcolina (AChR). Aproximadamente metade dos pacientes com miastenia gravis sem anticorpos para o AChR têm predominantemente anticorpos IgG direcionados ao receptor tirosina quinase específico do músculo (MuSK) que afetam a comunicação entre o neurônio motor e o músculo inervado. -Acredita-se que seja causada por células T auxiliares sensibilizadas e um ataque dirigido por anticorpos ao receptor de acetilcolina na junção neuromuscular. O ataque de anticorpos resulta na perda das porções terminais ricas em receptores de acetilcolina nas pregas da placa terminal da fibra muscular, na diminuição do número de receptores e no aumento da fenda sináptica que prejudica a transmissão do sinal. -Os anticorpos contra o receptor de acetilcolina (AChR) são principalmente imunoglobulinas G1 (IgG1) e G3 (IgG3). Além de bloquear a ligação da ACh ao AChR e reticular e internalizar os AChRs, esses anticorpos atuam por meio da ativação do complemento. -A miastenia gravis neonatal, causada pela transferência placentária do anticorpo do receptor de acetilcolina, se manifesta em cerca de 10% das crianças nascidas de mães com a doença. A resolução espontânea dos sintomas geralmente se dá alguns meses após o nascimento.

ANTICORPOS DE QUINASE ESPECÍFICOS PARA

MÚSCULO

  • Alguns pacientes com miastenia gravis que são soronegativos para anticorpos do receptor de acetilcolina (AChR) têm anticorpos direcionados contra outro alvo na superfície da membrana muscular, o receptor tirosina quinase específico do músculo (MuSK).
  • Os anticorpos MuSK são principalmente IgG4, o subtipo de IgG que não ativa o complemento.
  • O timo é anormal em cerca de 75% dos pacientes com miastenia gravis. Em 65% dos casos, o timo é hiperplásico. Células semelhantes às musculares, denominadas células mioides, no interior do timo, as quais exibem AChR na superfície, podem servir como fonte de autoantígeno e desencadear a reação autoimune dentro do timo. Etiologia -Esta doença autoimune pode se manifestar em qualquer idade, mas o pico de incidência costuma ocorrer em adultos jovens. A doença é aproximadamente três vezes mais comum em mulheres do que em homens. Um segundo pico, menor, surge no final da vida e afeta mais homens do que mulheres.
  • Pacientes com miastenia gravis frequentemente têm outras doenças imunomediadas, como lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, doença de Gravis e tireoidite, bem como história familiar de doença autoimune. Manifestação clinica -Fraqueza flutuante da musculatura esquelética, além da fatigabilidade muscular. Nesses pacientes, a fadiga é manifestada pela piora da força ao longo da contração muscular persistente. A apresentação mais comum é a associação de fadiga com déficit de força em grupamentos musculares específicos. -Clinicamente, alterações da junção neuromuscular cursam, frequentemente, com fraqueza bulbar e da musculatura proximal dos membros, além de ptose palpebral, oftalmoparesia e diplopia. -Durante a evolução, muitos pacientes deixam de apresentar períodos assintomáticos, porém persistem com flutuação dos sintomas durante o dia. Pode ocorrer uma exacerbação que envolva os músculos respiratórios e acarrete a necessidade de intubação

para ventilação mecânica assistida é denominada crise miastênica. -A ptose é de início súbito em um olho, mas logo se torna bilateral ou alternante, predominando em um dos olhos, com flutuação durante o dia e nítida piora no final dele. A ptose pode ser exacerbada ao tentar manter o olhar sustentado para cima, ou ao elevar passivamente a pálpebra oposta (sinal da cortina). -A voz do paciente miastênico pode ser anasalada espontaneamente ou ser desencadeada, como falar por períodos prolongados. -Podem segurar a mandíbula com a mão para ajudar a falar. O paciente ainda pode apresentar dificuldade na mastigação geralmente associada à fraqueza da língua, do palato ou da faringe, levando à regurgitação nasal ou aspiração de líquidos ou alimentos. -Músculos faciais também são acometidos com frequência e fazem o paciente parecer sem expressão. Pode ocorrer ainda fraqueza nos músculos cervicais extensores e/ou flexores. O peso da cabeça pode chegar a superar a foça da musculatura extensora, principalmente no final do dia, resultando na dropped head syndrome (síndrome da cabeça caída). Pode ainda ocorrer dor cervical devido ao esforço excessivo em manter a cabeça erguida. Diagnostico

Teste do gelo

-O teste do gelo consiste na aplicação de um bloco de gelo na pálpebra acometida por um período de 2 minutos, observando-se, em seguida, melhora da ptose por período de 15 minutos.

Testes Farmacológicos

-Administração de agentes farmacológicos anticolinesterásicos (inibidores da enzima acetilcolinesterase), como edrofrônio, neostigmina e piridostigmina, com melhora da força muscular, serve como base para inúmeros testes diagnósticos. Esses fármacos impedem a destruição de moléculas de acetilcolina, isso permite que esse neurotransmissor tenha maior interação com os AChR, mesmo reduzidos numericamente. Assim, é gerado um maior potencial de ação da placa terminal.

  • Teste do Edrofônio: O edrofônio é o mais utilizado no teste diagnóstico devido seu rápido início de ação (30 segundos) e curta duração (cerca de 5 minutos). paciente deve ser observado quanto à melhora na força de um único musculo extraocular, por 90 segundos entre as doses e por 5 minutos depois que a dose total de 10 mg foi aplicada. A consideração mais importante no desempenho do teste do edrofônio é a melhora clara na força de um músculo avaliado. Vale ressaltar que diversas condições clínicas que não a miastenia gravis podem resultar em teste de edrofônio positivo, como a síndrome de Eaton Lambert e o botulismo.
  • Teste da Neostigmina: Alguns pacientes que não respondam ao teste do edrofônio podem responder a outros inibidores da acetilcolinesterase. O início de ação após administração IV é de 1 a 2 minutos, e após a administração intramuscular (IM) é de cerca de 5 a 15 minutos. A duração mais longa de ação comparada com o edrofônio é particularmente útil na avaliação de crianças. -Teste da Piridostigmina: A administração de piridostigmina oral como teste terapêutico pode demonstrar aumento da força muscular, que pode não ser aparente depois de uma única dose de piridostigmina ou neostigmina.

Estimulação repetitiva

-A estimulação repetitiva a 2 Hz/s vai ocorrer uma rápida e progressiva redução na amplitude dos potenciais de ação muscular evocados pela estimulação nervosa repetida. No intuito de maximizar a sensibilidade do exame, os músculos estudados devem estar aquecidos, e os inibidores de acetilcolinesterase devem ser suspensos por 12 h antes do estudo.

Eletromiografia

  • A eletromiografia de fibra única apresenta altas sensibilidade e especificidade correspondendo, respectivamente, a 91% e 96%. É um exame simples, indolor e não invasivo, utiliza-se sensores ou eletrodos capazes de monitorar em tempo real a atividade elétrica dos músculos que se pretende analisar.

Teste imunológico

  • Os testes imunológicos utilizados são a determinação de anticorpos, principalmente contra o AChR. Os anticorpos ocorrem em 80% dos pacientes miastênicos, porém os testes os detectam são de alto custo e execução complexa.