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Filosofia e Ética: ATITUDE FILOSOFICA
Tipologia: Resumos
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Existe uma diferença entre estudar Filosofia e filosofar. Kant sustentava a ideia de que a filosofia não se ensina, mas que sim filosofar, mas certa vez afirmou que: “de certo modo, pode-se aprender filosofia sem ser capaz de filosofar” (1984: p.27, apud Von Zuben, 1992). Husserl acreditava quem nem todo aprendiz de filosofia era um filósofo. Podemos assim, estabelecer a diferença entre ter acesso a conteúdos (doutrinas) não assegura por si só que a faculdade de filosofar. No ponto de vista de Jasper (1971, p.138, apud Von Zuben, 1992), “a filosofia aspira a verdade total, que o mundo não quer”, definindo o filósofo como aquele que questiona, que busca desenvolver a sabedoria e aprofundar o seu conhecimento. Neste sentido, a reflexão filosófica tem um compromisso com a razão e com a formação de conhecimento. Segundo Gallo e Kohan: a filosofia não pode ser ensinada porque ela, enquanto ideia de uma ciência possível, sempre é inacabada e, portanto, não pode ser aprendida nem apreendida (...) (só) é possível exercer “o talento da razão na observância dos seus princípios universais em certas tentativas existentes” (2000, p. 183, apud Silva, 2018, p. 71). Chamamos de atitude natural àquela filosofia espontânea, fundamental da vida humana, que é habitual dos homens, ideias gerais estabelecidas de acordo com as próprias experiências e visão de mundo. Entretanto, essa filosofia muitas vezes é ignorante e foge do domínio crítico. Na atitude filosófica, que surge a partir do questionamento, o sentido da ambiguidade é acometido pela autorreflexão do filosofar. Merleau-Ponty (apud Von Zuben, p.8, 1992) afirma que é na atividade de filosofar, atitude filosófica, que o filósofo se reconhece: “O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância e da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento”. A escolha da referida temática para elaboração desde trabalho se justifica pelas dúvidas que ainda existem sobre os termos Filosofia e/ou Filósofos, e a dificuldade em defini-los. Muito se discute sobre como definir o termo filosofia, e fato é que, muitos são os sentidos e, suas definições são tão diferentes que podem mudar de acordo com a época, lugar e ideais intelectuais de seus autores. A intenção do presente trabalho é considerar a diferença entre as terminologias e discutir o assunto através de estudos e afirmações feitas por grandes pensadores deste e de outros tempos.
A hesitação em não aceitar tudo como óbvio e evidente, sem antes havê-los feito maiores considerações, é o que chamados de atitude filosófica. Alguém que escolha não aceitar as ideias de imediato como verdade absoluta está tomando distância necessária das crenças e sentimentos naturais da vida cotidiana para começar a adotar atitudes filosóficas. Sócrates, em um de seus famosos diálogos, caracteriza a filosofia como a purificação da alma formação crítica: “É justamente por tais motivos, Teeteto – afirma Sócrates – que a respeito da crítica deve-se dizer que ela é, em última análise, a mais importante das purificações e a mais soberana; deve-se entender, ao contrário, que o homem que não tiver sido submetido à crítica, mesmo se fosse o grande Rei, é aquele que não foi purificado das maiores impurezas” (Platão: 230-1). A purificação, comentada por Sócrates, diz respeito ao pensamento, refere-se à capacidade de discernir o mau do bom. A sabedoria não purifica a ignorância, nem mesmo impõe convicções, mas questiona e expõem ideias camufladas no nosso cotidiano como verdades. “A verdade é que se trata, em filosofia, e não só de encontrar o problema e portanto de o pôr, mais do que resolver. Porque um problema especulativo está resolvido desde seja bem posto. Quero com isto dizer que a solução existe lkogo, embora possa permanecer oculta e, por assim dizer, coberta: só falta descobri-la. Mas pôr um problema não é simplesmente descobrir, é evitar”. Sobre conhecimento filosófico, alguns estudiosos afirmam que não é bem entendido por aqueles que não o são, apesar de que qualquer homem tem a capacidade de obter conhecimento desde que possua disposição para isso. Heidegger (1996) aponta duas razões pelas quais a filosofia tende a ser incompreendida: “Ou porque a Filosofia se projeta muito além da atualidade. Ou, então, faz-se montar a atualidade a seu passado-presente originário”. “A filosofia se acha necessariamente fora de seu tempo, por pertencer àquelas poucas coisas cujo destino consiste em nunca poder nem dever encontrar ressonância imediata na atitude. Onde tal parece ocorrer, onde uma filosofia se transforma em moda, é porque ou não há verdadeira filosofia ou uma verdadeira filosofia foi desvirtuada e abusada segundo propósitos alheios, para satisfazer às necessidades do tempo” (Heidegger, 1996: p. 45, apud Von Zuben, p. 11, 1992). Heidegger (1966: p.45. apud Von Zuben, p. 11, 1992) ainda afirma que a filosofia não é “um saber que, à maneira de conhecimentos técnicos e mecânicos, se possa aprender diretamente