









Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Informações sobre os poríferas ou esponjas, um filo antigo de animais multicelulares caracterizados pela simplicidade estrutural e baixo grau de diferenciação dos tecidos. Ele aborda a origem, morfologia e classificação destes organismos, incluindo a composição molecular uniforme da matriz extracelular, a presença de colágeno e evidências genéticas. Além disso, o texto discute as diferentes classes de esponjas, suas características e as funções de seus diferentes tipos de células.
Tipologia: Notas de aula
1 / 15
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Apresentar as características do Filo Porifera, suas características morfológicas, fisiológicas e sua evolução.
Ao final da aula, o aluno deverá: entender o processo que levou a origem das esponjas; compreender a diversidade morfológica das esponjas baseando-se no seu sistema aquífero; diferenciar as classes de Porífera e suas características.
Introdução aos Metazoa
Biologia dos Invertebrados
Características gerais Os poríferos ou esponjas (do latim: indivíduo portador de poros - porus = poro; ferre = possuidor) são organismos antigos, com origens que provavelmente ocorreram há um bilhão de anos atrás. Sua morfologia se caracteriza pela relativa simplicidade estrutural e o baixo grau de dife- renciação dos tecidos, em conjunto com o registro fóssil, os colocam como um dos animais multicelulares mais primitivos existentes. Possuem gran- de semelhança com protozoários flagelados coloniais (Coanoflagelados) dos quais atualmente acredita-se que sejam derivados. Encontrados em quase todos os ambientes aquáticos, desde rios até as fossas abissais, em regiões tropicais e polares. As mais de 8000 espécies descritas possuem uma extrema variedade de dimensões, cores, formas e hábitos e sua cons- trução aparentemente simples e primitiva não revela totalmente a imensa complexidade destes organismos.
Esquema da estrutura dos Porifera. Células flageladas conhecidas como coanócitos são os principais tipos encontrados nas esponjas, podendo formar canais e câmaras que produzem o fluxo aquífero.
Biologia dos Invertebrados
Esponjas não possuem tecidos típicos, como encontrados em outros animais multicelulares, e suas células ainda retêm um alto grau de totipotência (capacidade de diferenciação celular) e independência. Ape- sar de serem animais capazes de alcançar grande porte, com mais de um metro de altura ou recobrir largas áreas de substrato, alguns dos seus pro- cessos orgânicos são por vezes mais semelhantes aos encontrados nos Protozoa (animais unicelulares) que nos Metazoa (animais multicelulares). Apresentam aproximadamente 6000 espécies de descritas em todo o mundo e a maioria proveniente de ambientes bentônicos marinhos. Apesar de ocorrem em todos os mares e em todas as profundidades, os litorais ro- chosos de áreas não poluídas abrigam faunas de esponjas particularmente ricas. Quase todas as esponjas litorais são incrustantes, formando cama- das de espessura variada em substratos duros, em geral rochas, mas tam- bém em qualquer outro como madeiras, metal ou cimento. As poucas espécies encontradas em substratos móveis como lama, areia ou cascalho são geralmente eretas e finas para evitar o soterramento pelo sedimento, podendo ter um pedúnculo ou raiz para ancoragem no substrato (http:// www.poriferabrasil.mn.ufrj.br).
Nos Porifera entre a ectoderme e a endoderme encontramos o mesênquima (não é mesoderme) que contém matriz protéica gelatinosa, células e substâncias esqueléticas. Nesse meio podemos encontrar vários tipos celulares, tais como: Amebócitos
Filo Porífera (^) Aula
Estatócitos – células formadoras de gêmulas;^4 Espongiócitos – células produtoras de espongina; Esclerócitos – células produtoras de espículas. Material esquelético: o esqueleto mineral que sustenta as esponjas é composto por espículas e/ou fibras de espongina. As espículas são secretadas pelos esclerócitos, enquanto as fibras de espongina são secretada pelos espongiócitos.
A. Espículas da Classe Calcarea, B. Classe Hexactinellida; Espícula de calcita (a) – Classe Calcarea, Espícula de silício (b) - Hexactinellida, Espícula de silício (c-d-e) – Classe Demospongiae. Fonte: Ruppert et al., 2005
Filo Porífera (^) Aula
4
Digestão e Circulação Ambas as funções são realizadas pelos coanócitos (digestão) e tesócitos (armazenamento). Os coanócitos criam correntes de água e no colarinho o material é microfiltrado (material particulado fino, dinoflagelados e bac- térias) e selecionado pelo tamanho e fagocitados. A digestão é intracelular, no próprio coanócito, em vacúolos digestivos, ou pode ser transferido aos amebócitos (ou arqueócitos) que circulam levando as substâncias para outras células.
Parede do corpo nas esponjas = pinacoderme. Pinacócitos são células sem membrana basal que permite contração e distensão no tamanho da esponja; Porócitos ocorrem entre os pinacócitos e são células perfuradas que se estendem da superfície externa ao átrio. O porócito apresenta uma cavidade interna denominada poro inalante ou óstio, por onde penetra a água na esponja e que pode ser aberto ou fechado por contração.
Biologia dos Invertebrados
Respiração A respiração das esponjas é realizada por todas as células. Ocorre por difusão. Excreção Realizada por todas as células. Os produtos nitrogenados são libera- dos na corrente de água circulante. Locomoção As esponjas são indivíduos sésseis, mas podem apresentar um está- gio livre natante na fase larvária. Sistema Nervoso Não possui. Ocorrem reações celulares locais e independentes. Miócitos localizados ao redor do ósculo podem conter fibrilas de actina e miosina, que formam a base da contratilidade nos grupos animais. Reprodução Assexuada: É o processo mais comum. Pode ser brotamento ou gemulação. No brotamento expansões em certas áreas do corpo do ani- mal originam brotos que podem permanecer fixos ou desprender-se da esponja-mãe. Em alguns casos é difícil distinguir este processo do pro- cesso de crescimento Na gemulação arqueócitos enriquecidos de matéria alimentar (ou estatócitos), reúnem-se no mesênquima e são circundados por um reves- timento duplo, no qual há um pequeno poro a micrópila. São resistentes e algumas vezes contém espículas. Quando o ambiente se torna desfa- vorável e a esponja-mãe morre, restam as gêmulas que permanecem em repouso até a melhoria das condições ambientais. Sob condições ambientais favoráveis ocorre a eclosão com as células escapando pela abertura e reorganizando-se em uma minúscula esponja.
Biologia dos Invertebrados
Fases do desenvolvimento da anfiblástula mostrando os pólos distintos (A), o processo de invaginação do endoderme (B) e a forma final com a esponja formada (D). Ect – ectoderme, End
Filo Porífera (^) Aula
4
O padrão morfológico dos poríferos é baseado na construção ao redor de um sistema de canais para a circulação da água – relacionada ao caráter séssil do filo. Existem basicamente três tipos estruturais: Asconóide, Siconóide e Leuconóide (figura: Hickman et al. 2004)
A parede do corpo é fina e perfurada por poros inalantes, por onde a água penetra. Os poros se abrem numa cavidade interior, o átrio. Este se abre para fora pelo ósculo. O fluxo de água que é constante se dá na seqüência observada abaixo:
Filo Porífera (^) Aula
4
Num estágio mais especializado deste tipo de esponja desenvolve- se o fechamento das extremidades dos canais aferentes. As novas abertu- ras recebem o nome de poros dérmicos e permitem a entrada de água.
Apresenta o maior grau de dobramento das paredes do corpo. Os canais flagelados sofreram invaginações formando pequenas câmaras flageladas arredondadas. O átrio usualmente desaparece, exceto pelos canais hídricos que levam ao ósculo. O fluxo da água neste tipo se dá na seguinte seqüência:
Taxonomia (Ruppert, Fox e Barnes, 2005) Tradicionalmente baseada em tipo e tamanho das espículas, com- posição das espículas, disposição das espículas no corpo do animal. Recentemente a taxonomia é baseada em características bioquími- cas, moleculares e microscopia eletrônica (morfologia).
Subfilo Symplasma Classe Hexactinellida ou Hyalospongiae Apresentam espículas com seis pontas (três eixos), seu esqueleto é composto por espículas silicosas (esponjas de vidro). São típicas de regi- ões profundas, abaixo de 200m, e apresentam estrutura ligeiramente siconóide. Apresentam estrutura sincicial e são desprovidas de pinacócitos.
Biologia dos Invertebrados
Subfilo Cellularia Classe Calcarea ou Calcispongiae Esqueleto com espículas calcáreas de um, três ou quatro raios. Po- dem apresentar os três graus de estrutura (único com o tipo Ascom). A maioria tem menos de 10 cm de altura. São encontrados em todos os oceanos principalmente nas águas costeiras (menos de 100m). Exem- plos: Leucosolenia, Scypha e Grantia. Classe Demospongiae Apresentam espículas silicosas ou esqueleto de espongina, ou ain- da uma combinação de ambos. Nunca apresentam espículas hexactinas. É a classe com o maior número de espécies (95%) e são as esponjas mais comuns (somente leuconóides).
Neste capítulo aprendemos que o Filo Porifera compreende os pri- meiros organismos multicelulares. Apresentam um sistema aquífero res- ponsável que é composto por canais, poros e células especiais, os coanócitos, que possuem flagelos que produzem uma corrente de água com material em suspensão. O tamanho dos poríferos está relacionado com a complexidade estrutural dos canais internos. Quanto maior a es- ponja, maior os número de câmaras e capacidade de retenção das partícu- las de alimento pelos coanócitos.
Os metazoários surgiram provavelmente de um ancestral colonial que apresentava características como células flageladas e um meio interno diferenciado. Os poríferos representam o ramo mais antigo dos animais muulticelulares. A presença de células flageladas, coanócitos, a digestão intracelular e ausência de sistemas complexos são características desse grupo. As esponjas apresentam espículas que dão sustentação ao corpo e são produzidas por células denominadas esclerócitos. Ascon, Sicon e Leucon são os tipos morfológicos que apresentam diversidade estrutural que evolui de acordo com o tamanho e demanda de água. Câmaras coanocíticas, ausência de um átrio e diversos canais compreendem o tipo mais complexo de esponja (Leucon).