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Reflexões sobre a cidade como espaço de convivência e experiência coletiva, destacando a importância de produzir espaços comuns e comunitários. Aborda também a influência do Estado e da especulação imobiliária na produção do espaço urbano e destaca a importância do direito à cidade como forma de construir modos de vida urbana coletivos.
Tipologia: Trabalhos
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“ Cidade para poucos e de muitos. Moderna cidade, metrópole, globalizada cidade feita de teoria do planejamento e de prática política excludente.” (p. 26). “São várias as cidades dentro da cidade, com diferentes nuances, possibilidades e impossibilidades. Como habitantes, nos deparamos cotidianamente com a intensidade dessa convivência entre as inúmeras realidades sobrepostas em nosso campo de visão.” (p.27). “Experienciamos as diferentes cidades da cidade enquanto nos deslocamos: a cidade da velocidade, a cidade vista a pé, a cidade vista da janela do ônibus, a cidade espetáculo, a cidade favela, a cidade bairro.” (p. 27). ” A cidade deixa de ser o lugar de trânsito e passa a ser o lugar da experiência: “Habitar uma cidade é experimentar de alguma forma a vizinhança de estranhos.” (p. 27). “Os espaços urbanos desenhados no Brasil, em sua maioria, não estimulam ou produzem lugares para o ócio, para os encontros fortuitos, para a produção coletiva e comunitária ou mesmo para a presença da natureza.” (p. 28). “Infelizmente, porém, as mudanças urbanas introduzidas em grande parte dos municípios brasileiros nos últimos anos vão na contramão da criação de espaços comuns e acabam por potencializar uma experiência individualista de habitar e viver nas cidades.” (p. 28). “Não é possível pensar a cidade, no entanto, sem levar-se em conta a experiência coletiva” (p. 28). “A arquitetura e o urbanismo, mais que estruturas arquitetônicas, criam formas de experiências espaciais, criam lugares. Definem fluxos e modos de ocupação. O
modelo de produção do espaço urbano atual incorpora cada vez mais o acúmulo das desigualdades sociais, produzindo processos excludentes.” (p.29) “O próprio Estado, com suas instâncias de governo sobre a vida coletiva, incide politicamente na produção do espaço urbano, por meio de formas de centralidade, hierarquização e imposição de sua presença, a partir do controle e da vigilância.” (p.
“Nos últimos anos, presenciamos uma série de ações nas cidades, cujos desdobramentos vêm transformando os espaços urbanos em lugares de especulação imobiliária, “limpeza urbana” e gentrificação. ²” (p. 29). “A Copa trouxe uma série de investimentos estrangeiros e a flexibilização de leis [...]. De fato, o que realmente houve foi um grande roubo dos bens comuns, no período que antecedeu o evento. Construção de hotéis, pavimentação de ruas, criação ou reforma de estádios, entrega de recursos e espaços públicos para empresários e empreiteiras lucrarem e criarem novas estruturas e serviços urbanos cuja lógica é a da capitalização de tudo.” (p. 29). “Casas históricas são derrubadas e em seu lugar surgem torres envidraçadas, rios são cobertos para dar espaço para mais carros e árvores são cortadas para também abrir novas vias para os automóveis.” (p. 29). “Da mesma maneira que existem diversas frentes de especulação privada dos espaços públicos, emergem também uma série de projetos e iniciativas realizadas para ocupar criticamente a cidade:” (p. 30). “O direito à cidade é, portanto, o direito de construir modos de vida urbana, como uma grande obra humana coletiva em que cada indivíduo e comunidade tem espaço para manifestar suas diferenças.” (p.32). “Como afirma David Harvey em seu texto “A liberdade da cidade”: “a liberdade da cidade, é muito mais do que o acesso àquilo que já existe, é o direito de mudar a cidade a partir do desejo de nossos corações. Pois ao refazer as cidades estamos refazendo a nós mesmos”.” (p. 33).
“Colocando de uma outra maneira: alcançar bons plinths e uma boa esfera de experiência urbana requer um governo ativo e um mercado ativo. Uma estratégia precisa seria aquela na qual governos, promotores imobiliários, designers, proprietários e locatários, todos assumissem o seu papel.” (p. 19). “Roterdã é um bom exemplo do que uma estratégia de plinths pode significar para uma cidade. [...] A cidade se dá plenamente conta de que a sua imagem como um todo depende significativamente da imagem do centro urbano.” (p. 21). “Um aspecto das ruas boas, variadas é a concentração compacta de diferentes funções no plinth.” (p. 23). “Isso é uma estratégia na qual estamos trabalhando atualmente, em estreita colaboração com a autoridade local e os proprietários na rua, criando uma visão e coalisão para transformar essa rua de escritórios, voltada para carros, em uma rua metropolitana que combine tráfego e espaço para pedestres.” (p. 23).
No texto “Cidade: produtora de modos de vida”, a autora ressalta a importância da cidade na vida de seus habitantes, apontando a mesma como um local no qual há o encontro das diferentes culturas, realidades e vivências das pessoas que a habitam, assim como a troca de experiências entre os indivíduos. Campbell faz uma crítica ao papel do estado na produção dos espaços urbanos e ao modo em que os mesmos são construídos no Brasil. A autora aponta esses espaços como dificultadores da experiência de uma cidade coletiva, pois estes são construídos pensando no carro e na rapidez da vida contemporânea ao invés de terem foco em proporcionar uma experiência de vida coletiva entre os habitantes e estimular a vivência da cidade. Campbell também ressalta a importância da arte e dos movimentos pró-cidades coletivas que rebatem e combatem a gentrificação nas cidades e evidenciam a importância da cidade como um espaço a ser vivido e não como um instrumento do capitalismo. Já o texto “A Cidade ao Nível dos Olhos” aponta o papel do térreo ativo, ou “plinth”, e da fachada de um edifício para a integração do mesmo com a rua e a cidade, ressaltando a importância de dar a devida atenção à escala humana para se alcançar cidades onde o bem-estar do pedestre passe a ser a medida básica do espaço urbano ao invés do carro. Os dois textos trazem reflexões sobre a produção do espaço urbano para pessoas e se relacionam ao levantarem algumas questões em comum, como a importância de construir espaços urbanos com mais foco na experiência do pedestre ao invés do carro e a ideia da vivencia coletiva na cidade. Ambos ressaltam o importante papel da arquitetura e do urbanismo não só no combate a exclusão e a segregação social no espaço urbano, como também na criação de lugares que possam proporcionar não só a interação dos seres humanos uns com os outros, mas também a interação da escala humana com a rua e a cidade.