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Uma visão abrangente sobre a fibromialgia, uma síndrome complexa caracterizada por dor difusa e crônica. Aborda aspectos históricos, epidemiológicos, sintomatologia, classificação, diagnóstico diferencial e tratamento da doença. Com uma descrição detalhada dos critérios de diagnóstico, alterações fisiopatológicas e opções terapêuticas, este documento pode ser uma valiosa fonte de informação para profissionais de saúde, estudantes e pacientes interessados em compreender melhor essa condição debilitante. A fibromialgia é uma síndrome multifatorial que envolve fatores genéticos, neurobiológicos e psicossociais, tornando seu manejo um desafio. Este documento explora essa complexidade, fornecendo uma visão abrangente que pode contribuir para um melhor entendimento e abordagem dessa condição.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
7º período – T
FIBROMIALGIA HISTÓRICO A doença é antiga, tendo seus primeiros relatos em 1592; O termo fibromialgia foi usado pela primeira vez em uma revisão de literatura em 1976, mas seu conhecimento como síndrome só ocorreu em 1981, quando descreveram e caracterizaram o quadro clínico de FM, em Yunus et al. EPIDEMIOLOGIA Prevalência mundial entre 0,66% - 4,4% em todos os grupos étnicos; No brasil, acomete cerca de 2,5 a 4,4% da população; Os dados costumam ser variados devido à dificuldade de diagnosticar a doença; A idade preferencial acometida é de 25- 60 anos; Mais prevalente em mulheres (cerca de 2- 1 1%) a partir dos 30-35 anos, mas a prevalência abaixo dos 25 anos entre os sexos é igual; Pode acontecer em crianças e adolescentes, sem diferenciação entre sexos; Há correlação com gravidez; O sedentarismo é um fator de risco muito importante para o desenvolvimento da FM (atletas tem prevalência de 0,15%). CONCEITO A fibromialgia é uma síndrome de amplificação dolorosa caracterizada pela presença de dor difusa por um período mínimo de 3 meses. FISIOPATOLOGIA Há genes associados com o aumento ou diminuição da sensibilidade a dor crônica, podendo gerar desequilíbrios entre os neurotransmissores; O humor e sono prejudicados, assim como depressão e ansiedade podem ser gatilhos e atuar como moduladores do curso clínico da síndrome; Traumas físicos importantes e infecções virais podem atuar como fatores predisponentes, desencadeadores ou perpetuantes; A fibromialgia ou doenças similares, como a síndrome da fadiga crônica, podem ser desencadeadas por alguns tipos de infecção, como EBV, hepatites virais, febre Q e doença de Lyme) e, recentemente, visto em pacientes pós-COVID; Sabe-se que muitas substâncias estão alteradas, por consequência da baixa concentração de serotonina , como concentração de prolactina, cortisol sérico e hormônio do crescimento;
7º período – T
Outra coisa que é bem estudada é a relação das vias aferentes com as vias eferentes: na via aferente, há a substância P, que tem papel inibidor da via aferente, impedindo que o estímulo álgico chegue no cérebro. Porém, ela só funciona corretamente quando os níveis de serotonina estão adequados; Então no caso da FM, a substância P não faz seu papel corretamente; Na via eferente, a substância mais envolvida na FM é a serotonina, que está diminuída, portanto, não consegue inibir a dor. SINTOMATOLOGIA Hiperalgesia, alodinia (estímulo que não é doloroso, mas há percepção dolorosa. Ex: passar algodão na pele) e aumento do tamanho da área dolorosa acima do esperado para o estímulo. DIAGNÓSTICO Dor difusa e crônica (por mais de 3 meses), sendo este sintoma obrigatório para o diagnóstico; Fadiga ; Distúrbios do sono, presente em até 90% dos casos. CLASSIFICAÇÃO 1990 – ACR A dor tem que ser bilateral, acima e abaixo da cintura; Pontos especificados: O grande problema é que esse critério antigo era limitante, pois precisava da expertise do médico para saber examinar corretamente, dificultando o diagnóstico da doença em ambientes que não possuíam médicos experientes e especialistas. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO ACR – 2010 Elaborou novos critérios preliminares diagnósticos, que incluíram vários sintomas e excluíram a palpação dos pontos dolorosos, que eram essenciais para a classificação de 1990; A vantagem é que isso trouxe para a avaliação clínica sintomas frequentemente A deficiência de serotonina leva à hiperalgesia ↑ atividade nociceptiva aferente central + ↓ da modulação inibitória descendente mediada pela serotonina e na = amplificação dolorosa central Dor difusa + envolvimento do esqueleto axial + acometimento de 11 dos 18 pontos especificados.
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Esse critério tem 88,1% de acurácia para o diagnóstico de FM. OUTROS SINTOMAS ASSOCIADOS Depressão; Ansiedade; Transtorno do Pânico; Cefaleia tensional; Enxaqueca; Perda momentânea de memória. Sintomas % Sintomas % Dor difusa 100% Fadiga 100% Alterações sono 87% Rigidez articular
Preocupação excessiva 73,9% Cefaleia 69 ,6% Depressão 69,6% Astenia 65,2% Tontura 65,2% Irritabilidade 60,9% Dificuldade de concentração 52,2% Tendência a se isolar
Redução libido 34,8% Parestesias bizarras
Não existe testes laboratoriais recomendados para o diagnóstico de FM; Quando há suspeita clínica, pode-se excluir outros diagnósticos, solicitando: ❖ Hemograma; ❖ VHS; ❖ PCR; ❖ Função tireoidiana; ❖ CK. O screening reumatológico não é recomendado. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Síndrome Miofacial; Síndrome da Fadiga Crônica; Artrite Reumatóide; Lupus; Síndrome de Sjogren e espondiloartrites; Polimialgia Reumática e polimiosite; Hipotireoidismo; Tendinites e tenossinovites; Esclerose Múltipla; Miastenia Gravis. TRATAMENTO O tratamento deve ser interdisciplinar, frisando reabilitação e saúde mental; O objetivo é controlar a dor e demais sintomas melhorando a qualidade de vida do paciente; Realizar: ❖ Educação do paciente; ❖ Melhorar sono e stress; ❖ Exercícios físicos. NÃO FARMACOLÓGICOS Intervenção cognitivo comportamental; Atividade física, de preferência aeróbico de baixo impacto e com orientação de um profissional; Fisioterapia; Acupuntura e eletroacupuntura (controverso). FARMACOLÓGICO Usar drogas que diminuem a aferência nociceptiva; Usar drogas que estimulem a modulação inibitória descendente; Iniciar doses baixas e fazer progressão gradual;
7º período – T
Nunca prescrever as drogas isoladamente, sempre administrar em associação! TRICÍCLICOS Reduzem a dor, fadiga e melhora sono. Amitriptilina: ❖ 12,5 – 50mg/dia – 2 - 4horas antes de deitar. Ciclobenzaprina: ❖ Não tem efeito antidepressivo; ❖ 2,5 – 20mg/dia – 2 - 4 horas antes de deitar. Nortriptilina: ❖ Tem maior especificidade na inibição da recaptação de NE e por isso tem menos efeitos colinérgicos; ❖ 10 – 25mg/dia. INIBIDORES RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA Reduz a dor, fadiga e melhora sono Fluoxetina isolada tem pouco efeito; Se combinada aos tricíclicos é uma boa opção nos quadros em que há depressão associada. Porém, há muitos efeitos adversos (principalmente tricíclicos): Ganho de peso, hipotensão ortostática, taquicardia, constipação, boca seca, cefaleia, vertigem, náuseas, alterações do paladar e sedação. DUAIS (IRSN) Eficácia semelhante com menos efeitos colaterais. O principal efeito adverso é náusea. É uma boa opção para pacientes com depressão associada. Venlafaxina: ❖ 150 – 300mg/dia – sempre pela manhã. Duloxetina: ❖ 30 – 60mg (120mg/dia) – sempre pela manhã. OPIOIDES Tramadol: ❖ Isolado ou associado ao acetaminofeno; ❖ É uma boa opção nas dores de difícil controle ou nas exacerbações dolorosas; Outros opioides não devem ser usados devido à falta de eficácia e risco de adição! NEUROMODULADORES Reduzem a aferência nociceptiva da periferia para o SNC. Tem efeitos adversos como vertigem, sonolência, fadiga e náuseas. Gabapentina: ❖ 1200 – 2400 mg/dia – divididas em 3 a 4 doses diárias. Pregabalina: ❖ 300 – 4 50mg/dia – ao deitar ou dividida em BID ou TID.