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febre tifoide doenças de veiculação hídrica e alimentar, Notas de aula de Diagnóstico

constipação ou diarreia, tosse seca, roséolas tíficas (manchas rosadas no tronco) e hepatoesplenomegalia. CASO CONFIRMADO.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Nazario185
Nazario185 🇧🇷

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FEBRE TIFOIDE DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA E ALIMENTAR
CID 10: A 01.0 RESPONSÁVEIS: Jaqueline Ourique L. A. Picoli
Simone Dias Rodrigues
Solange Aparecida C. Marcon
CARACTERÍSTICAS GERAIS
DESCRIÇÃO
É uma doença bacteriana aguda, de distribuição mundial, causada pela Salmonella typhi,
associada a baixos níveis socioeconômicos, principalmente em áreas com precárias condições de
saneamento, higiene pessoal e ambiental.
AGENTE ETIOLÓGICO
É causada pela Salmonella typhi, que é um bacilo Gram negativo que possui alta
infectividade, baixa patogenicidade e alta virulência.
A S. typhi é bastante resistente ao frio e ao congelamento, resistindo também ao calor de 60
°C por uma hora. É pouco resistente à luz solar. Conserva sua vitalidade em meio úmido e sombrio e
na água. É bastante sensível ao hipoclorito, motivo pelo qual a cloração da água é suficiente para sua
eliminação.
RESERVATÓRIO
O ser humano é o único reservatório natural conhecido.
MODO DE TRANSMISSÃO
Direta: pelo contato direto com as mãos do doente ou portador.
Indireta: ingestão de água e alimentos contaminados com fezes ou urina de doentes ou
portadores. A contaminação de alimentos se dá principalmente durante o processo de preparação e
manipulação dos alimentos.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
De 1 a 3 semanas, em média 2 semanas.
PERÍODO DE TRANSMISSÃO
A transmissibilidade se mantém enquanto existirem bacilos sendo eliminados nas
fezes ou urina, o que ocorre, geralmente, desde a primeira semana da doença até o fim da
convalescença. Sabe-se que cerca de 10% dos pacientes continuam eliminando bacilos até 3 meses
após o início da doença.
DEFINIÇÃO DE CASO
CASO SUSPEITO
Indivíduo com febre persistente, acompanhada ou não de um ou mais dos seguintes
sinais e sintomas: cefaleia, mal-estar geral, dor abdominal, anorexia, dissociação pulso-temperatura,
constipação ou diarreia, tosse seca, roséolas tíficas (manchas rosadas no tronco) e
hepatoesplenomegalia.
CASO CONFIRMADO
Critério clínico laboratorial: indivíduo que apresente achados clínicos compatíveis com a
doença e isolamento da S. typhi ou detecção pela técnica de PCR.
Critério clínico epidemiológico: indivíduo com quadro clinicamente compatível e que
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FEBRE TIFOIDE DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA E ALIMENTAR

CID 10: A 01.0 RESPONSÁVEIS: Jaqueline Ourique L. A. Picoli

Simone Dias Rodrigues

Solange Aparecida C. Marcon

CARACTERÍSTICAS GERAIS

DESCRIÇÃO

É uma doença bacteriana aguda, de distribuição mundial, causada pela Salmonella typhi ,

associada a baixos níveis socioeconômicos, principalmente em áreas com precárias condições de

saneamento, higiene pessoal e ambiental.

AGENTE ETIOLÓGICO

É causada pela Salmonella typhi , que é um bacilo Gram negativo que possui alta

infectividade, baixa patogenicidade e alta virulência.

A S. typhi é bastante resistente ao frio e ao congelamento, resistindo também ao calor de 60

°C por uma hora. É pouco resistente à luz solar. Conserva sua vitalidade em meio úmido e sombrio e

na água. É bastante sensível ao hipoclorito, motivo pelo qual a cloração da água é suficiente para sua

eliminação.

RESERVATÓRIO

O ser humano é o único reservatório natural conhecido.

MODO DE TRANSMISSÃO

Direta: pelo contato direto com as mãos do doente ou portador.

Indireta: ingestão de água e alimentos contaminados com fezes ou urina de doentes ou

portadores. A contaminação de alimentos se dá principalmente durante o processo de preparação e

manipulação dos alimentos.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

De 1 a 3 semanas, em média 2 semanas.

PERÍODO DE TRANSMISSÃO

A transmissibilidade se mantém enquanto existirem bacilos sendo eliminados nas

fezes ou urina, o que ocorre, geralmente, desde a primeira semana da doença até o fim da

convalescença. Sabe-se que cerca de 10% dos pacientes continuam eliminando bacilos até 3 meses

após o início da doença.

DEFINIÇÃO DE CASO

CASO SUSPEITO

Indivíduo com febre persistente, acompanhada ou não de um ou mais dos seguintes

sinais e sintomas: cefaleia, mal-estar geral, dor abdominal, anorexia, dissociação pulso-temperatura,

constipação ou diarreia, tosse seca, roséolas tíficas (manchas rosadas no tronco) e

hepatoesplenomegalia.

CASO CONFIRMADO

Critério clínico laboratorial: indivíduo que apresente achados clínicos compatíveis com a

doença e isolamento da S. typhi ou detecção pela técnica de PCR.

Critério clínico epidemiológico: indivíduo com quadro clinicamente compatível e que

apresente associação epidemiológica com caso confirmado por critério laboratorial.

PORTADOR

Indivíduo que, após enfermidade clínica ou subclínica, continua eliminando

bacilos pelas fezes e/ou urina por vários meses.

NOTIFICAÇÃO

A Febre Tifoide consta da listagem nacional das doenças de notificação

compulsória. Faz-se necessária a notificação de casos suspeitos que serão investigados e

posteriormente confirmados ou descartados. A notificação é feita por meio de instrumento

padronizado, a ficha individual de notificação/investigação da febre tifóide no Sinan/NET ( anexo VI ).

INVESTIGAÇÃO

Diante da ocorrência de caso ou óbito com suspeita de febre tifóide, o

profissional ou equipe responsável pela vigilância epidemiológica deve investigar e avaliar o caso,

estabelecendo o seu significado real para a população e a área em que o caso ocorreu, tendo como

finalidade a adoção de medidas de controle em tempo hábil.

O instrumento utilizado para a coleta dos dados é a Ficha de

Notificação/Investigação Epidemiológica, observando-se o preenchimento criterioso da mesma.

Quando se suspeita que outros casos possam ter ocorrido, impõe-se a busca

ativa de casos, visando o conhecimento da magnitude do evento e à ampliação do espectro de

medidas de controle.

ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS

QUADRO CLÍNICO

Os sintomas clássicos consistem em febre alta, dor de cabeça, mal-estar,

inapetência, bradicardia relativa (dissociação pulso/temperatura), hepatoesplenomegalia, manchas

rosadas no tronco (roséola tífica, rara), constipação intestinal ou diarréia e tosse seca. O quadro

clássico completo é raramente observado, sendo mais frequente a febre acompanhada por alguns

dos demais sinais e sintomas citados. A febre é geralmente mais baixa na parte da manhã, atingindo

um pico no final da tarde ou à noite. Nas crianças, a doença costuma ser menos grave do que nos

adultos, acompanhada frequentemente de diarreia.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Baseia-se no isolamento e identificação do agente etiológico.

Hemocultura: tem alta sensibilidade, principalmente durante as duas primeiras semanas de

infecção; deve ser solicitada obrigatoriamente para todos os casos suspeitos, independente da fase

em que se encontre.

Coprocultura: a pesquisa de Salmonella typhi nas fezes é indicada a partir da 2ª até a 5ª

semana de doença.

OBS: No anexo III encontra-se descrito o método de coleta, acondicionamento, conservação e

transporte de amostras segundo orientações do Lacen/TO.

As amostras devem ser encaminhadas ao Lacen/TO e posteriormente realizados em laboratório de

referência nacional – Fiocruz/RJ, devido a indisponibilidade de cepas de Salmonella typhi****.

TRATAMENTO DO PORTADOR

Ampicilina ou Amoxicilina nas mesmas doses e frequência do tratamento do doente, via oral,

durante 4 a 6 semanas.

Sete (07) dias após o término do tratamento, iniciar a coleta de três coproculturas, com

intervalo de 30 dias entre elas.

Se o portador for manipulador de alimentos, realizar coprocultura uma vez por semana,

durante três semanas.

Caso uma delas seja positiva, o indivíduo deve ser novamente tratado, de preferência com

uma quinolona, e orientado quanto ao risco que representa para os seus comunicantes íntimos e

para a comunidade em geral.

CONTROLE E PREVENÇÃO

As medidas de prevenção e proteção da população estão relacionadas a melhores condições

de saneamento, higiene e cuidados com alimentos:

 Garantir o destino e o tratamento adequado dos dejetos;

 Garantir a coleta, o acondicionamento e o destino adequado do lixo;

 Realizar ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano, como o

monitoramento mensal da qualidade da água de sistema ou solução alternativa de

abastecimento, assim como manter sistemática e permanente avaliação de riscos à qualidade

da água consumida;

 Proceder a limpeza e desinfecção periódica das caixas de água, a cada 6 meses;

 Nos casos de sistemas que forneçam água sem tratamento prévio, proceder cloração

da água com hipoclorito de sódio a 2,5%, conforme tabela abaixo:

 Adoção de medidas de precauções entéricas, por parte dos profissionais de saúde, nas

unidades assistenciais;

 Desinfecção de objetos que entraram em contato com excreções;

 Boas práticas de higiene;

Os pacientes devem receber adequado tratamento de suporte. Atentar para o

aparecimento de complicações graves, como hemorragia e perfuração intestinal, pois,

para a última, a indicação cirúrgica é imediata.

 Lavar sempre as mãos antes e depois de: utilizar o banheiro, trocar fraldas,

manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais;

 Cuidados com os alimentos desde a produção até o consumo;

 Evitar o contato dos alimentos prontos para o consumo com os utensílios utilizados no

preparo dos alimentos in natura (carnes, aves, ovos, etc);

 Realizar coprocultura como exame admissional para indivíduos que manipulam

alimentos e quando os mesmos apresentarem doença diarreica aguda;

 Orientar pacientes, portadores e convalescentes sobre os cuidados de higiene pessoal,

principalmente antes da manipulação de alimentos;

 Afastar paciente das atividades habituais até a cura, devido ao risco de disseminação

 Realizar vigilância dos portadores e garantir afastamento dos mesmos de atividades

que envolvam a manipulação de alimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível

em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf

______Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Manual integrado de vigilância, prevenção e controle de doenças transmitidas por

alimentos. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_integrado_vigilancia_doencas_alimentos.pdf

______Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Manual integrado de vigilância e controle da febre tifóide. Brasília: Ministério da

Saúde, 2010. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_febre_tifoidel.pdf

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