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Guias e Dicas
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Medida do Volume do Sistema Ventricular em Cães Mesocefálicos, Manuais, Projetos, Pesquisas de Medicina

Uma dissertação de mestrado em medicina veterinária sobre a medida do volume do sistema ventricular em cães mesocefálicos. O texto aborda a anatomia do cérebro canino, a importância dos ventrículos e a produção e fluxo do líquido cefalorraquidiano (lce). Além disso, são discutidos os efeitos da hidrocefalia e a importância da medida do volume ventricular na diagnóstico de doenças intracranianas.

O que você vai aprender

  • Quais técnicas são utilizadas para medir o volume do sistema ventricular em cães?
  • Qual é a importância do volume do sistema ventricular em cães mesocefálicos?
  • Como é produzido e fluxuado o líquido cefalorraquidiano em cães?
  • Quais são as estruturas anatômicas importantes do cérebro canino relacionadas ao sistema ventricular?
  • Quais são as consequências da hidrocefalia em cães?

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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usuário desconhecido 🇧🇷

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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA
Faculdade de Medicina Veterinária
MEDIÇÃO DO VOLUME DO SISTEMA VENTRICULAR CEREBRAL EM
CÃES MESOCEFÁLICOS
BRUNO MIGUEL FARINHA GARCIA
CONSTITUIÇÃO DO JÚRI: ORIENTADOR:
Professor Doutor António José de Almeida Professor Doutor José Paulo Pacheco
Ferreira Sales Luís
Professora Doutora Graça Maria Alexandre
Pires Lopes de Melo
Professor Doutor José Paulo Pacheco
Sales Luís
2010
LISBOA
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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

Faculdade de Medicina Veterinária

MEDIÇÃO DO VOLUME DO SISTEMA VENTRICULAR CEREBRAL EM

CÃES MESOCEFÁLICOS

BRUNO MIGUEL FARINHA GARCIA

CONSTITUIÇÃO DO JÚRI: ORIENTADOR: Professor Doutor António José de Almeida Professor Doutor José Paulo Pacheco Ferreira Sales Luís Professora Doutora Graça Maria Alexandre Pires Lopes de Melo Professor Doutor José Paulo Pacheco Sales Luís

2010 LISBOA

Bruno Miguel Farinha Garcia (^) i Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Agradecimentos

Aos meus pais por todo o esforço que fizeram ao longo da vida para me proporcionarem as condições necessárias para que este curso fosse possível;

a todos os médicos, auxiliares e funcionários do Hospital Escolar da Faculdade de Medicina Veterinária em especial à doutora Sandra Jesus pelo imenso auxílio prestado às minhas dúvidas e às sugestões propostas;

ao Professor Doutor José Paulo Pacheco Sales Luís, meu orientador, pelo conhecimento que me transmitiu durante o estágio;

à Professora Judith A. Hudson, Professor Gregory B. Daniel, Professor H. Schröeder, Professora Kathy A. Spaulding, Professor J. González-Soriano, Professor Yasuho Taura, pelo imenso contributo prestado na realização desta tese ao me terem enviado os respectivos artigos, a eles um muito obrigado ;

à Doutora Lalanda pela ajuda nos contactos com os autores dos artigos e pela paciência e tempo disponibilizado, um muito obrigado;

a todos os elementos da minha família que sempre torceram por mim e tornaram também eles este sonho possível pelo imenso apoio dado.

ao meu melhor amigo Tiago, à minha melhor amiga Luz e ao meu grande e novo amigo Pedro pela coragem, incentivo e apoio que me transmitiram nesta dura etapa da minha vida;

aos meus amigos Filipe, Jorge sempre dispostos a ajudar e ao Pedro pelo seu imenso auxilio na tradução dum artigo em alemão de grande importância na elaboração desta tese;

à Doutora Susana Ferreira, uma grande médica veterinária e amiga, por ao longo destes anos me ter cultivado o espírito da clínica, ensinado e, também, pelo incentivo e força na elaboração da minha tese:

aos meus colegas de curso, Anita, Cármen, Hugo, Liliane, Ricardo e Vera pelo enorme companheirismo evidenciado e pela força que sempre nos uniu, um grande obrigado

Bruno Miguel Farinha Garcia (^) ii Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Bruno Miguel Farinha Garcia (^) iv Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Bruno Miguel Farinha Garcia (^) v Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

CEREBRAL VENTRICULAR VOLUME MEASUREMENT IN MESATICEPHALIC DOGS

Abstract

It’s important to have a complete knowledge of the dog brain anatomy to better understand the results obtained in the computed tomography exam, specially because dogs have great variations among the shape of the skull, although in this study were only considered the mesaticephalic breeds. Quantitative measurement of cerebral ventricular volume was performed in 50 dogs using computed tomography (TA) arising from the neurology consultation of the Lisbon School Hospital of Veterinary Medicine College. The mean age was 9,84 and the median was 9. The mean value for the right lateral cerebral ventricular volume was 463,93mm^3 , for the left lateral cerebral ventricular volume was 535,87mm^3 , for the third ventricle volume was 110,54mm^3 , and the total volume 1110,50mm^3. Of the 50 cases analyzed 31(62%) had a left lateral cerebral ventricle more larger than the right lateral cerebral ventricle, 19 (38%).

Key words : cerebral ventricles, computed tomography, dog, mesaticephalic

Bruno Miguel Farinha Garcia vii Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

    1. Descrição das actividades desenvolvidas durante o estágio Índice
    1. Introdução
    • 2.1 Objectivos
    • 3.1 Anatomia cerebral canina 3. Revisão bibliográfica
    • modelo do envelhecimento humano e demência 3.1.1 Alterações na anatomia cerebral canina com a idade. O cão como
      • 3.2 Tipos de crânio
      • 3.3 Sistema ventricular canino e fluido cerebrospinhal
        • 3.3.1 Importância da análise do líquido cerebroespinhal
          • 3.3.2 Patologias associadas ao sistema ventricular
            • 3.3.2.1 Hidrocefalia
            • 3.3.2.2 Doenças de Armazenamento Lisossomal
              • 3.3.2.2.1 – Leucodistrofia de Células Globóides
              • 3.3.2.2.2 – Lipofuscinose Ceróide
            • 3.3.2.3 Síndrome de Disfunção Cognitivo
            • 3.3.2.4 Hipoplasia do Vérmis Posterior Cerebelar
            • 3.3.2.5 Quistos Aracnóides, Epidermóides, Dermóides
            • 3.3.2.6 Lissencefalia e Polimicrogiria
            • 3.3.2.7 Hidranencefalia e Porencefalia
            • 3.3.2.8 Síndrome da Malformação Caudal Occipital
            • 3.3.2.9 Meningoencefalite Bacteriana
            • 3.3.3.0 Meningoencefalite Fúngica
            • 3.3.3.1 Meningoencefalite Viral
            • 3.3.3.2 Meningoencefalite Necrosante e Granulomatosa
            • 3.3.3.3 Neoplasias cerebrais
              • 3.3.3.3.1 Ependimoma
              • 3.3.3.3.2 Papiloma do Plexo Coróide
              • 3.3.3.3.3 Outras Neoplasias
            • 3.3.3.4 Traumatismo Craniano
    • 3.4 Meios de diagnóstico para avaliação do sistema ventricular cerebral - 3.4.1 Ecografia - 3.4.2 Tomografia axial computadorizada - 3.4.3 Ressonância magnética
  • MESOCEFÁLICOS MEDIÇÃO DO VOLUME DO SISTEMA VENTRICULAR CEREBRAL EM CÃES
    1. Objectivos
    1. Materiais e métodos
      • 5.1 Material de estudo
      • 5.2 Métodos
      • 5.3 Determinação do volume ventricular
    1. Resultados
    1. Discussão
    1. Conclusão
    1. Bibliografia

Bruno Miguel Farinha Garcia (^) viii Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Índice de figuras

Figura nº1 – Desenvolvimento das vesículas cerebrais 4 Figura nº2 – Encéfalo canino (vista dorsal) 6 Figura nº3 – Desenvolvimento do telencéfalo. 7 Figura nº4 – Diencéfalo canino 8 Figura nº5 – Encéfalo canino (vista ventral) 9 Figura nº6 – Cérebros caninos 10 Figura nº7 – Exemplos de crânios caninos. Apresentação dos três tipos gerais de crânios do cão. Collie, Husky Siberiano e Bulldog representam os crânios dolicocefálicos, mesocefálicos e braquicefálicos respectivamente 13 Figura nº8 – Medição do índice cefálico 15 Figura nº9 – Medição do comprimento do crânio (A) e da face (B) com um paquímetro digital (Digimess ®) 16 Figura nº10 – Sistema Ventricular Cerebral Canino 18 Figura nº11 – Epitélio ependimário 19 Figura nº12 – Plexo coróide 21 Figura nº13 – Relação das meninges e espaço subaracnóide e o sistema ventricular 22 Figura nº14 – O LCE é drenado pelo sistema venoso principalmente através das vilosidades aracnóides 24 Figura nº15 – Representação esquemática dos ESA a rodear o quiasma óptico (ESA intracraniano) (A) e o LCE a rodear o nervo óptico (ESA óptico) (B) 26 Figura nº16 – Conexões anatómicas entre o nervo olfactório e os vasos linfáticos extracranianos 26 Figura nº17 – Análise de LCE 28 Figura nº18 – Yorkshire Terrier com caixa craniana em forma de abóbada 32 Figura nº19 – Ventrículos Laterais dum West Highland White Terrier de 12 meses de idade ligeiramente dilatados com a substância branca proeminente e brilhante 34 Figura nº20 – Secções transversas de cérebro fixado evidenciam atrofia cerebral simétrica e difusa e ex-vacuo dilatação do sistema ventricular 35 Figura nº21 – RM de dois cérebros de cães, um novo (esquerda) e um idoso (direita) 36 Figura nº22 – Cerebelo sem vérmis cerebelar 38 Figura nº23 – Imagem sagital média em T 2 evidenciando a aparência dum quisto aracnóide com o asterisco no centro do mesmo 39 Figura nº24 – À esquerda uma vista dorsal dum cérebro dum Lhasa Apso com 1 ano de idade e lissencefalia e à direita uma secção transversa do mesmo cérebro ao nível do quiasma óptico evidenciando uma paquigiria e ausência de giros 40 Figura nº25 – Do lado esquerdo hidranencefalia unilateral num Poodle miniatura com 8 meses em que foi removido parte do osso com manutenção da duramáter. Do lado direito um corte transversal do mesmo cérebro evidenciando uma hipoplasia na metade direita do diencéfalo e a polimicrogiria do hemisfério cerebral esquerdo 41 Figura nº 26 – Imagem sagital em RM dum cão evidenciando uma herniação do vérmis cerebelar caudal e uma siringohidromielia da ME 42 Figura nº27 – TAC cerebral com contraste dum cão com otite média/interna com extensão para o tronco cerebral 43 Figura nº28 – Encéfalo com espessamento das leptomeninges e dilatação dos ventriculos laterais e 4º ventrículo 44 Figura nº29 – Imagem de RM com contraste em T1. Notar a assimetria ventricular e o lado direito com ventriculomegália com áreas pobremente definidas de contraste nos lobos parietal esquerdo e temporal 46

Bruno Miguel Farinha Garcia (^) x Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Abreviaturas

CKCS – Cavalier King Charles Spaniel DA – Doença de Alzheimer ESA – Espaço Subaracnóide GALC – Galactocerebrosidase IgG – Imunoglobulina G LC – Lipofuscinose Ceróide LCE – Líquido cerebrospinhal LCG – Leucodistrofia de Células Globóides LN – Linfonodos MAOB – Monoamina Oxidase B ME – Medula Espinhal MEN – Meningoencefalite necrosante MEG – Meningoencefalite granulomatosa PCR – Polymerase Chain Reaction , Português: reacção de cadeia polimerase PIC – Pressão Intracraniana RM – Ressonância Magnética SDC – Síndrome de Disfunção Cognitivo SN – Sistema Nervoso SNA – Sistema Nervoso Autónomo SNC – Sistema Nervoso Central SNP – Sistema Nervoso Periférico SVC – Sistema Ventricular Cerebral TAC – Tomografia Axial Computadorizada VLC – Ventrículos Laterais Cerebrais

Bruno Miguel Farinha Garcia (^) xi Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Bruno Miguel Farinha Garcia 2 Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Radiologia, TAC e Ecografia. Na primeira, auxiliei o médico de serviço, ajudando quer no posicionamento do animal (colocando pesos para manter o animal o mais imóvel possível juntamente, na maioria das vezes, com o auxílio do proprietário) quer muitas vezes no disparo do aparelho. Quando necessário colaborava-se na contenção dos animais mais nervosos, vestindo o equipamento adequado, um avental, um colar para tiróide e luvas. A revelação das películas era feita na sala adjacente, onde se colocavam as mesmas na máquina, e novas na cassete, de forma a ficarem prontas para novas revelações. Após a revelação, o médico assistente vinha ter connosco à sala de revelação, onde se analisavam os diferentes pormenores do raio X e as possíveis hipóteses de diagnóstico, tendo como base também a história clínica do paciente quando possível. Na TAC auxiliei também o médico encarregue do exame, nomeadamente na contenção do animal, para colocação de cateter e soro, para posterior anestesia. A anestesia era controlada durante algum tempo dentro da sala do exame em si, até o animal se encontrar estável, sendo a mesma posteriormente controlada do exterior através da janela. No fim do exame era analisado o resultado, procurando alterações do mesmo tendo em conta a história clínica do paciente, discutindo as diferentes hipóteses de diagnóstico e prognóstico. Foi dado uma ênfase maior nesta área, dado o trabalho referente ao mestrado estar enquadrado neste âmbito, mais especificamente ao nível dos ventrículos cerebrais em cães mesocefálicos. Na ecografia prestei auxílio ao médico encarregue de fazer o exame. Fazia-se previamente a tricotomia da área a ser ecografada (abdominal ou torácica) e, posteriormente, a colocação do gel para o contacto com a sonda. Fazia-se a contenção do animal com a ajuda do proprietário ou com os alunos, quando presentes. Fazia-se uma análise ao exame em curso, tendo por base a história clínica do animal, apreciando-se os sinais ecográficos e interpretando-os, indicando possíveis diagnósticos para o problema e eventuais tratamentos preconizados para a situação em questão. Na área da cirurgia, ajudei em algumas cirurgias, umas vezes no papel de ajudante de cirurgião, noutras, como anestesista (monitorizando os parâmetros cardíacos, respiratórios, nível de anestesia, etc) e, ainda como circulante. Assisti também a cirurgias sem intervenção directa, nomeadamente ovariohisterectomias, mastectomias, entre outras do foro neurológico e ortopédico.

Bruno Miguel Farinha Garcia 3 Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

2. Introdução

O sistema nervoso (SN) é um dos principais sistemas de coordenação do corpo (Cunningham & Klein, 2008a). Compreende o sistema nervoso central (SNC), o qual é constituído pelo cérebro e medula espinhal (ME), e o sistema nervoso periférico (SNP). Este último é formado pelos nervos cranianos e espinhais e o sistema nervoso autónomo (SNA) que é componente de ambos. O SNA engloba as partes do SN que regulam as estruturas viscerais, involuntárias e autónomas, onde estão incluídas a regulação do músculo cardíaco, do músculo liso e glândulas (Getty, 1986a). O cérebro além das estruturas constituintes, apresenta cavidades. As cavidades internas do cérebro são referidas como ventrículos e caudalmente oferecem continuidade com o ducto central da ME (Dellman & McClure, 1986a), constituindo o sistema ventricular cerebral (SVC). O sistema ventricular é constituído pelos ventrículos laterais, terceiro ventrículo, aqueduto mesencefálico ou de Sylvius, quarto ventrículo e canal central (Colaço et al , 2003). Existem grandes variações a nível craniano da espécie canina, quer em tamanho quer em conformação, que não são observadas em mais nenhuma espécie doméstica (Stockard, 1941a), levando consequentemente a diferentes tamanhos e conformações do SVC. Dos três tipos de conformação craniana existente em cães, dolicocefálico, mesocefálico e braquicefálico, as raças de cães mesocefálicas constituem um maior grupo, tendo por isso sido escolhidos canídeos com este tipo de conformação para o estudo em questão. Vários foram os métodos de estudo ao longo dos anos na determinação do volume e mediações lineares do SVC, desde moldes do SVC de espécies como o cão, nomeadamente a raça Pastor Alemão (González-Soriano et al , 2001), gato (Levinger & Edery, 1968), rato (Levinger, 1971 a), coelho (Levinger, 1971 b), até ao uso da ecografia em caninos neonatos (Hudson et al , 1990; Spaulding, 1990), TAC (Schröder, 2006) e RM in vivo (de Haan et al , 1994; Daniel et al , 1995; Vite et al , 1997; Vullo et al , 1997; Kii, 1998).

2.1 Objectivos

O objectivo deste trabalho foi a determinação do volume ventricular dos dois ventrículos laterais, terceiro ventrículo e do conjunto dos ventrículos laterais e terceiro de forma a obter um volume total. Além disso avaliou-se a simetria com base em medições quantitativas, no aparelho de TAC, dum grande número de cães aparentemente saudáveis e de raças distintas

Bruno Miguel Farinha Garcia 5 Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Figura 1 – Desenvolvimento das vesículas cerebrais. A – Estadio das três vesículas. B- F – Estadio das cinco vesículas, III, IV – Ventrículos (De De Lahunta, A., Glass, E. [ed] (2009): Veterinary Neuroanatomy and Clinical Neurology, 3rd^ ed. St Louis, Missouri: Saunders Elsevier, p. 23)

O telencéfalo consiste em dois hemisférios cerebrais e suas interconexões, apresentando substância cinzenta e substância branca (Dellman & McClure, 1986a), e um pequeno componente chamado lamina terminalis , a qual forma a parede rostral do terceiro ventrículo e contém a comissura rostral (Fletcher, 2006). Cada hemisfério cerebral, encontra-se dividido em quatro lobos, sendo o mais rostral, o lobo frontal, e o mais caudal, o lobo occipital. Entre estes dois encontram-se os dois lobos parietais que são mal definidos, e lateralmente e, pouco desenvolvidos, encontram-se os lobos temporais (Fletcher, 2006) (Figura 2).

Bruno Miguel Farinha Garcia 6 Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Figura 2 – Encéfalo canino (vista dorsal) (De König, H. E., Liebich, HANS-GEORG (2005) – Anatomia de los Animales Domesticos (t.2): Organos, Sistema Circulatorio y Sistema Nervioso. Madrid. Editorial Medica Panamericana, 2ª Ed, p. 213)

Os principais componentes do telencéfalo são o rinencéfalo, o neopálio e o corpo estriado (Schaler, 1992). O rinencéfalo, subdividido em duas partes, o paleopálio e o arquipálio (Dellmann & McClure, 1986a), ocupa a porção ventromedial de cada hemisfério cerebral, e está relacionado principalmente com o olfacto (Schaler, 1992). O arquipálio é o hipocampo, que é um giro interno, uma área de córtex cerebral que enrolou para o ventrículo lateral e não está visível na superfície do cérebro. O paleopálio é o sistema olfactório e é composto pelos bulbos olfactórios, os pedúnculos e o córtex do lobo piriforme (De Lahunta & Glass, 2009a) (Figura 3). O neopálio é o mais desenvolvido e, ao mesmo tempo, a grande área dos hemisférios dos animais domésticos (Dellmann & McClure, 1986a) e é constituído por uma série de giros e sulcos (Figuras 2 e 3). Está separado do paleopálio pelo sulco rinal lateral e do arquipálio pelo sulco esplenial (Dyce et al , 2004). O corpo estriado é um grupo de núcleos subcorticais (Figura 3) na base do cérebro que incluem: o núcleo caudado, o putamen (que inibe o globo pálido, que inibe o tálamo, e por sua vez, excita a área motora do córtex cerebral), globo pálido (envolvido nos circuitos

Fissura longitudinal cerebral

Lobo temporal

Lobo occipital Vérmis cerebelar

Lobo frontal Sulco cruzado Sulco coronal Sulco anseado

Lobo parietal

Sulco marginal Giro endomarginal Giro ectomarginal

Hemisfério cerebelar