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Coletânea de histórias traduzidas do francês por jean de la fontaine, incluindo 'a cigarra e a formiga', 'o burro com a pele de leão', 'o galo e a raposa' e outras histórias que ensinam lições sobre a astúcia, a humildade e a amizade. Além disso, exploram a natureza humana e animal, e abordam temas como a vingança, a amizade e a transformação.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Título: Fábulas de La Fontaine Autor: La Fontaine Edição: Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro Coleção: Clássicos Infantojuvenis Seleção, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro 1.ª edição: outubro de 2013
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990
Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir. — Perdoa-me! — gritou o ratinho. — Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim? O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir. Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem. Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam. E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.
Num dia soalheiro de verão a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho que arrastava para o formigueiro. — Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? — perguntou-lhe a Cigarra. — Preciso de arrecadar comida para o inverno — respondeu-lhe a Formiga. — Aconselho-te a fazeres o mesmo. — Por que me hei de preocupar com o inverno? Comida não nos falta... — respondeu a Cigarra, olhando em redor. A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal...
A formiga nunca empresta, Nunca dá, por isso junta. — No verão em que lidavas? — A pedinte ela pergunta.
Responde a outra: — Eu cantava Noite e dia, a toda a hora. — Oh, bravo! — torna a formiga — Cantavas? Pois dança agora!
Versão trad. por Bocage
Estava uma Formiga junto a um regato quando foi apanhada pela corrente. Uma Pomba que estava pousada numa árvore sobre a água viu que ela estava quase a afogar-se e teve pena dela. Para que se pudesse salvar, atirou-lhe uma folha. A Formiga subiu para cima da folha e flutuou em segurança para a margem do regato. Pouco depois, apareceu um caçador e apontou para a Pomba. A Formiga, percebendo o que estava para acontecer, picou-o no pé. O caçador sentiu a dor da picada e moveu-se ruidosamente. Alertada, a Pomba voou para longe e salvou-se.
Era uma vez uma Tartaruga que queria conhecer o mundo. Confiou este seu desejo a dois Patos que viviam perto dela, numa lagoa. Um belo dia, a lagoa secou e os Patos prepararam-se para partir. Antes, porém, foram despedir-se da sua amiga e fizeram-lhe um convite: — Se quiseres, podes vir conhecer o mundo connosco. Cada um de nós segura a ponta de um ramo e tu agarras-te bem a ele com a boca. Assim, ficarás em segurança e poderás ver, lá do alto, cidades e reinos maravilhosos. A Tartaruga nem pensou duas vezes: aceitou o convite e, nesse mesmo dia, partiram todos à aventura. Sobrevoaram aldeias, cidades e reinos de encantar. Quando passavam por cima de um campo, os camponeses admiraram-se com o que viram e gritaram: — Vejam! Vejam! Uma Tartaruga a voar! — Como sou extraordinária! — gritou a Tartaruga cheia de orgulho. Porém, assim abriu a boca, largou o ramo e estatelou-se no chão.
Há muito, muito tempo, os Ratos reuniram-se em assembleia para decidirem em conjunto o que fazer em relação ao seu inimigo comum: o Gato. Depois de muito conversarem, um jovem rato levantou-se e apresentou a sua proposta: — Estamos todos de acordo: o perigo está na forma silenciosa como o inimigo se aproxima de nós. Se conseguíssemos ouvi-lo, podíamos escapar facilmente. Por isso, proponho que lhe coloquemos um guizo no pescoço. A assembleia recebeu estas palavras com entusiasmo. Foi então que um Rato Velho se levantou e perguntou: — E quem é que vai colocar o guizo no pescoço do Gato? Os ratos começaram a olhar uns para os outros, e não houve nenhum que se oferecesse para levar a cabo semelhante tarefa. Então o Rato Velho terminou, dizendo: — Propor uma solução é fácil, o difícil é pô-la em prática.
Mestre Corvo, numa árvore poisado, No bico segurava um belo queijo. Mestra raposa, atraída pelo cheiro, Assim lhe diz em tom entusiasmado: — Olá! Bom dia tenha o Senhor Corvo, Tão lindo é: uma beleza alada! Fora de brincadeiras, se o seu canto Tiver das suas penas o encanto É de certeza o Rei da Bicharada!
Ouvindo tais palavras, que feliz O Corvo fica; e a voz quer mostrar: Abre o bico e lá vai o queijo pelo ar! A Raposa o agarra e diz: — Senhor, Aprenda que o vaidoso se rebaixa Face a quem o resolve bajular. Esta lição vale um queijo, não acha? O Corvo, envergonhado, vendo o queijo fugir, Jurou, tarde de mais, noutra igual não cair.
E fama que estava o corvo Sobre uma árvore pousado, E que no sôfrego bico Tinha um queijo atravessado.
Pelo faro àquele sítio Veio a raposa matreira, A qual, pouco mais ou menos, Lhe falou desta maneira:
— Bons dias, meu lindo corvo; És glória desta espessura; És outra fénix, se acaso Tens a voz como a figura!
A tais palavras o corvo Com louca, estranha afoiteza, Por mostrar que é bom cantor Abre o bico, e solta a presa.
Um Galo velho e sábio estava empoleirado nos ramos de uma árvore. Nisto, aproximou-se uma raposa que lhe disse em tom meloso: — Irmão, agora há paz no reino dos animais e, por isso, já não sou tua inimiga. Desce do ramo para que possamos celebrar a nossa amizade com um beijo. Depressa, porque hoje tenho muito que fazer. — Irmã Raposa — replicou o Galo — esperemos pelos dois Galgos que se aproximam. De certo que também eles ficarão contentes com essa notícia e, assim, poderemos beijar-nos uns aos outros. — Adeus! — respondeu a Raposa. — Estou cheia de pressa. Celebraremos a nossa amizade noutro dia. Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode, furiosa com o Galo e cheia de medo dos cães.
Um Leão, já muito velho e sem forças, repousava no seu covil. Os outros animais, aproveitando-se da sua fraqueza, resolveram vingar-se dos maus tratos que ele lhes infligira quando era jovem e forte: o cavalo deu-lhe um coice, o lobo deu-lhe dentadas e o boi deu-lhe uma cornada. O infeliz aguentou, sem um queixume. Foi então que viu um burro a correr na sua direção, pronto para o agredir também. — É demais! — exclamou ele. — Aceito morrer, mas ser insultado por ti é morrer duas vezes!
Não tinha um lobo mais do que a pele e o osso. Sinal é que, de orelha arrebitada, Bem vigilante andava a canzoada. Encontra o lobo um cão, forte, grosso, Nutrido, luzidio, uma beleza! Que distraído abandonara a estrada. Sorri-lhe a nédia presa. Saltar-lhe logo ali, fazê-lo em postas O seu desejo fora. Dura empresa! A luta era infalível. Voltar costas, Não usam perros quando são valentes, E, mais, os brutos!, Dão às vezes cabo Do fero contendor! Diabo!... Diabo! Então aquele, com aqueles dentes! Humilde o lobo, pois, encolhe a cauda; Chegasse ao cão; abaixa-lhe a cabeça; Puxa conversa; diz que folga em vê-lo, Que deixa que ele admire, que ele aplauda Topá-lo assim... e com tão bom cabelo!... E rijo! E gordo! Um frade! Uma abadessa!
— Esplêndido senhor. — O cão responde —, De vós depende o ter igual gordura. Fugi dos bosques, onde, Por teima da desgraça, De fome e frio só achais fartura, Vós, senhor lobo, e a vossa pífia raça. Dias e dias sem comerem nada! E lá por festas, raras, esquecidas, Um petisquinho conquistado à espada, Tragado às escondidas! Ai é certa a morte! Furtais-vos a seus braços! Segui, segui meus passos; Tereis outro destino e melhor sorte. — Mas como? — volve o lobo. — Fazer então que devo? — Bagatela: Nem morte de homem. Nem de igreja roubo; Simplesmente estas coisas: não dar trégua A santa gente rota, mendicante, Bordão numa das mãos, noutra a tigela, Que vem inda à distância duma légua E já tresanda a essência de tratante. Lamber as mãos ao dono; ser submisso...