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EU SOU O. NÚMERO. QUATRO. OS LEGADOS DE. LORIEN. PITTACUS LORE. TRADUÇÃO DE DÉBORA ISIDORO ... ser mortos na ordem de nossos números, desde que nos.
Tipologia: Notas de aula
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Silêncio. Ele respira fundo e estende a mão até o trinco. O garoto se senta. — Não — o homem cochicha, e nesse instante a lâmina longa e brilhante de uma espada feita de um metal branco e luminoso, que não é encontrado na Terra, atravessa a porta e penetra profundamente em seu peito. Quinze centímetros de lâmina projetam-‐se de suas costas e a espada logo é puxada de volta. O homem grunhe. O meni-‐ no perde o fôlego. O homem respira fundo e diz uma única palavra: — Fuja. Então cai sem vida no chão. O garoto pula do catre e atravessa a parede dos fundos. Ele não se incomoda com a porta ou a janela: literalmente se arremessa contra a parede, que se rompe como se fosse de papel, embora seja de mogno-‐africano, sólido e resistente. Ele mergulha na noite do Congo, salta por cima das árvores e corre a cerca de noventa quilômetros por hora. Sua visão e sua audição vão além do limite humano. Ele se desvia de árvores, atravessa entre os cipós entrelaçados e cruza riachos com apenas um salto. Passadas pesadas soam atrás dele, mais perto a cada segundo. Os perseguidores também têm dons. E têm algo consigo. Algo de que ele só tinha ouvido falar, algo que ele nunca achou que veria na Terra. O barulho está mais próximo. O garoto ouve um rugido grave e intenso. Ele sabe que aquilo que o persegue está ganhando velocidade. E vê uma clareira mais à frente, na selva. Quando a alcança, nota um barranco enorme, um precipício de noventa metros de largura e noventa de profundidade, com um rio no fundo, em cuja margem há pedregulhos enormes, que o arrebentariam se caísse ali. A única opção é saltar o precipício. Ele vai ter pouco espaço
para correr e ganhar impulso, e uma única chance. Uma chance para salvar a própria vida. Até mesmo para ele, ou para qualquer um dos outros na Terra que são como ele, o salto é quase impossível. Recuar, descer a encosta ou tentar enfrentá-‐los seria morte certa. Ele tem uma tentativa. Um rugido ensurdecedor soa atrás dele. Os perseguidores estão de seis a nove metros de distância. Ele recua cinco passos, corre... e, pouco antes da beirada do precipício, salta e atravessa a garganta voando. São três ou quatro segundos no ar. Ele grita, os braços estendidos para a frente, esperando pela segurança ou pelo fim. Chega ao chão e cai rolando, parando aos pés de uma árvore gigantesca. Ele sorri. Não acredita que conseguiu, que vai sobreviver. Para não ser visto pelos perseguidores, e ciente de que precisa se afastar ainda mais, o garoto se levanta. Deve continuar correndo. Ele se vira para a selva. Ao fazer isso, sente a mão enorme se fechando em torno de seu pescoço. Ele é erguido do chão. Luta, se debate, esperneia, tenta se libertar, mas sabe que é inútil, que acabou. Deveria imaginar que eles estariam dos dois lados, que quando o localizassem não haveria chance de fuga. O mogadoriano o levanta para poder enxergar seu peito, para ver o amuleto que pende do pescoço, o amuleto que só ele e os da mesma espécie podem usar. Ele o arranca e guarda em algum lugar sob o longo manto negro, e, quando sua mão emerge, já empunha a cintilante espada de metal branco. O garoto olha fixamente nos olhos profundos, grandes, negros e frios do mogadoriano e diz: — Os Legados vivem. Eles vão se encontrar e, quando estiverem prontos, vão destruir vocês.
Levei um ano para chegar aqui. Eu tinha cinco anos quando chegamos. A idéia era nos assimilarmos à cultura local antes de retornar a Lorien, quando fosse novamente possível haver vida por lá. Tivemos de nos separar e seguir caminhos distintos. Por quanto tempo, ninguém sabia. Ainda não sabemos. Nenhum deles sabe onde estou, e eu não sei onde eles estão ou que aparência têm agora. É assim que nos protegemos, com o encantamento lançado quando partimos, um feitiço que garante que só podemos ser mortos na ordem de nossos números, desde que nos mantenhamos separados. Se nos juntarmos, o encantamento se desfaz. Quando um de nós é encontrado e morto, uma cicatriz circular contorna o tornozelo direito daqueles que ainda sobrevivem. E no tornozelo esquerdo temos uma cicatriz idêntica ao amuleto que usamos, um desenho que se formou quando fomos protegidos pelo encantamento lórico. As cicatrizes circulares são outra parte do feitiço. Um sistema de alerta para sabermos onde estamos em relação uns aos outros e quando seremos o próximo na lista dos perseguidores. A primeira cicatriz surgiu quando eu tinha nove anos. Eu dormia, e acordei com a sensação do desenho queimando a pele. Morávamos no Arizona, em uma pequena cidade na fronteira com o México. Acordei gritando no meio da noite, em agonia, aterrorizado ao ver a cicatriz se desenhando. Foi o primeiro sinal de que os mogadorianos finalmente nos haviam encontrado na Terra, o primeiro sinal de que corríamos perigo. Até a cicatriz aparecer, eu quase me convencera de que minhas lembranças não eram realidade, de que o que Henri me dissera estava errado. Queria ser uma criança normal
levando uma vida normal, mas então eu soube, sem margem para dúvidas ou discussão, que eu não era. Nós nos mudamos para Minnesota no dia seguinte. A segunda cicatriz apareceu quando eu tinha doze anos. Estava na escola, no Colorado, participando de um concurso de soletração. Assim que a dor começou, eu soube o que estava acontecendo e o que havia acontecido com o Número Dois. A dor era lancinante, mas dessa vez suportável. Eu teria continuado no palco, mas o calor incendiou minha meia. O professor que conduzia a disputa me socorreu com um extintor de incêndio e me levou para o hospital. O médico no pronto-‐socorro encontrou a primeira cicatriz e chamou a polícia. Quando Henri chegou, os policiais ameaçaram prendê-‐lo por maus-‐tratos. Mas, como ele não estava nem perto de mim quando a segunda cicatriz apareceu, acabou sendo liberado. Entramos no carro e partimos, dessa vez para o Maine. Abandonamos tudo o que tínhamos, exceto a Arca Lórica que Henri leva conosco em todas as mudanças. Até agora, vinte e uma. A terceira cicatriz surgiu há uma hora. Eu estava sentado em um barco. Os donos são os pais do garoto mais popular da escola, que dava uma festa sem que eles soubessem. Eu nunca havia sido convidado para festa alguma nessa escola. Como sabia que podíamos partir a qualquer momento, eu preferia ficar na minha. Mas tudo esteve calmo nos últimos dois anos. Henri não via nos jornais nada que pudesse levar os mogadorianos até um de nós ou que nos alertasse da presença deles. Então, fiz alguns amigos. E um deles me apresentou ao garoto que dava a festa. Todo mundo se encontrou no píer. Havia três coolers, música e garotas que
Eles estão nos caçando e não vão parar enquanto não matarem todos. Eu sou o Número Quatro. Sei que sou o próximo.
OLHANDO PARA A CASA. É COR-‐DE-‐ROSA suave, quase como cobertura de bolo, e fica elevada uns três metros, sobre o pilotis de madeira. Há uma palmeira na frente. Na parte de trás há um píer que se estende pouco menos de vinte metros no Golfo do México. Se a casa fosse localizada um quilômetro e meio ao sul, o píer ficaria no Oceano Atlântico. Henri sai carregando a última caixa. Algumas sequer foram desembaladas depois da última mudança. Ele tranca a porta e deixa as chaves na caixa de correio, ao lado. São duas horas da manhã. Henri veste short caqui e camisa pólo preta. Está muito bronzeado, e a barba por fazer dá a impressão de abatimento. Ele também está triste com a partida. Joga as caixas na parte de trás da caminhonete com o restante das coisas. — É isso — diz. Eu faço que sim com a cabeça. Olhamos para a casa e ouvimos o vento batendo nas folhas da palmeira. Estou carregando um saco de aipo. — Vou sentir saudades daqui — comento. — Mais do que dos outros lugares. —Eu também. —Hora do fogo?
—Sim. Quer cuidar disso ou prefere que eu faça? —Eu faço. Henri pega sua carteira e a joga no chão. Eu pego a minha e faço o mesmo. Ele caminha até a caminhonete e volta trazendo passaportes, certidões de nascimento, cartões do seguro social, talões de cheque, cartões de crédito e do banco, e joga tudo no chão. Todos os documentos e tudo o que se relaciona a nossa identidade neste lugar, tudo forjado e fabricado. Pego no automóvel uma pequena lata de gasolina que mantemos para as emergências e despejo sobre a pilha reduzida. Meu nome atual é Daniel Jones. Minha história atual é que cresci na Califórnia e me mudei para cá por causa do trabalho de meu pai, que é programador de sistemas. Daniel Jones está prestes a desaparecer. Risco um fósforo e jogo no meio da pilha, e o fogo começa imediatamente. Mais uma vida que se vai. Como sempre fazemos, Henri e eu ficamos para ver as chamas. Adeus, Daniel, eu penso, foi um prazer conhecer você. Quando o fogo se extingue, Henri olha para mim. —Temos que ir. —Eu sei. — Essas ilhas nunca foram seguras. É difícil sair delas rapidamente, difícil fugir. Foi tolice vir para cá. Eu balanço a cabeça, indicando que concordo. Henri está certo, e eu sei disso. Mas ainda reluto em ir embora. Viemos para cá porque eu queria. Pela primeira vez Henri me deixara escolher nosso destino. Ficamos por nove meses, e esse foi o período mais longo que passamos em um lugar desde que deixamos Lorien. Vou sentir falta do sol e do calor. Vou sentir saudades da lagartixa que ficava me espiando da parede todas as manhãs enquanto eu
parti. Depois de alguns meses, talvez semanas, é provável que ninguém pense mais em mim. Antes de chegarmos à estrada estadual, Henri para a fim de abastecer a caminhonete. Enquanto mexe na bomba, eu examino um atlas que ele guarda entre os bancos. Nós o temos desde que chegamos a este planeta. Traçamos linhas indo e vindo de todos os lugares onde já moramos. A esta altura elas já atravessam todos os Estados Unidos. Sabemos que devemos nos livrar do atlas, mas ele é o único objeto que conservamos e que retrata nossa vida. Pessoas comuns têm fotos, vídeos e diários; nós temos o atlas. Ao examiná-‐ lo, percebo que Henri fez uma linha da Flórida até Ohio. Quando imagino Ohio, penso em vacas, milho e pessoas gentis. Sei que as placas dos carros de lá têm escrito "O coração de tudo". Não sei dizer o que é "tudo", mas acho que vou descobrir. Henri volta à caminhonete. Ele comprou dois refrigerantes e um saco de batatas fritas. Partimos na direção da U.S. 1, que vai nos levar ao norte. Ele estende a mão para pegar o atlas. — Acha que há vida em Ohio? — eu brinco. Ele ri. — Imagino que haja algumas. E talvez até tenhamos a sorte de encontrar carros e televisão por lá. Eu movo a cabeça, concordando. Talvez não seja tão ruim quanto imagino. —O que acha do nome "John Smith"? — pergunto. —Foi esse que escolheu? —Acho que sim — respondo. Nunca fui "John" antes, nem "Smith".
— Não é possível encontrar nada mais comum. Eu diria que é um prazer conhecê-‐lo, Sr. Smith. Eu sorrio. —É, acho que gosto de "John Smith". —Vou montar seus documentos quando pararmos. Um quilômetro e meio depois estamos fora da ilha, cruzando a ponte. A água passa por baixo de nós, calma, e a luz da lua brilha, salpicando de branco a crista das pequenas ondas. À direita está o oceano, à esquerda, o golfo; em essência, é a mesma água, mas com nomes diferentes. Tenho vontade de chorar, mas me contenho. Não que esteja triste por deixar a Flórida, mas estou cansado de fugir. Cansado de inventar um nome a cada seis meses. Cansado das novas casas, das novas escolas. Fico me perguntando se algum dia vamos poder parar.
TELEFONES. Escolhemos uma parada de caminhoneiros, onde comemos bolo de carne e macarronada com queijo, uma das poucas coisas que Henri admite ser melhor que qualquer comida de Lorien. Enquanto fazemos a refeição, ele usa o laptop para fazer os novos documentos com nossos novos nomes. Vai imprimir tudo quando chegarmos e, para todos os efeitos, seremos quem estamos dizendo. —Tem certeza de que quer "John Smith"? — ele pergunta. —Tenho. —Você nasceu em Tuscaloosa, no Alabama. Eu dou risada.
depressa. O máximo que demorei para virar um jogo foi cerca de um dia. Os que mais gosto são os de guerras alienígenas e espaciais. Finjo que estou novamente em Lorien, combatendo os mogadorianos, derrubando-‐os, transformando-‐os em pó. Henri acha isso esquisito e tenta não me encorajar. Diz que precisamos viver no mundo real, onde guerra e morte são de verdade, não uma encenação. Quando finalizo o último jogo, levanto o olhar. Estou cansado de ficar sentado na caminhonete. O relógio no painel marca 19h58. Bocejo, esfrego os olhos. —Falta muito? —Estamos quase chegando — responde Henri. Já escureceu, mas ainda há uma claridade pálida a oeste. Passamos por fazendas de cavalos e de gado, depois por campos desertos e, fora isso, por árvores que vão até onde a vista pode alcançar. Exatamente o que Henri queria: um lugar pacato, para passarmos despercebidos. Uma vez por semana ele passa seis, sete, até oito horas na Internet, atualizando uma lista de casas desocupadas país afora que se enquadram em seus critérios: isoladas, fora da área urbana e com disponibilidade imediata. Ele me contou que teve de fazer quatro tentativas — um telefonema para Dakota do Sul, um para o Novo México e um para o Arkansas — até finalmente fechar o aluguel de onde vamos morar agora. Após alguns minutos, vemos as luzes esparsas que indicam a cidade. Passamos por uma placa que anuncia: BEM-‐VINDOS A PARADISE, OHIO POPULAÇÃO: 5.
— Puxa! — eu comento. — Este lugar é ainda menor do que aquele em Montana onde moramos. Henri está sorrindo. —Acha que isto aqui é o paraíso de quem? —Das vacas, talvez? Dos espantalhos? Passamos por um velho posto de gasolina, um lava rápido e um cemitério. Então surgem as casas, construções de madeira afastadas umas das outras por nove ou dez metros. Quase todas estão com as janelas decoradas para o Halloween. A calçada atravessa os pequenos jardins e leva às portas. Uma rotatória marca o centro da cidade, e no meio dela há a estátua de um homem em um cavalo, empu-‐ nhando uma espada. Henri para. Nós dois olhamos para a estátua e rimos, na esperança de que jamais apareça por ali mais alguém com espadas. Ele passa pela rotatória e o sistema de GPS do painel nos manda fazer uma curva. Seguimos para oeste, saindo da cidade. Percorremos cerca de seis quilômetros antes de virar à esquerda numa alameda de cascalho, depois passamos por campos abertos, que provavelmente ficam repletos de milho no verão, e atravessamos mais ou menos um quilômetro e meio de floresta densa. Finalmente a encontramos, escondida no meio da vegetação não apara-‐ da: uma caixa de correspondência de metal enferrujado com letras pretas pintadas na lateral: 17 OLD MILL RD. Ali está o número 17 da estrada do velho moinho. — A casa mais próxima fica a três quilômetros — Henri diz, entrando na propriedade. O mato invade a estradinha de cascalho, cheia de buracos com água lamacenta. Henri para e desliga o motor da caminhonete.
—Ah, eu odeio quando isso acontece — ela diz e se aproxima de nós para apertar a mão de Henri. Ela pergunta meu nome e eu respondo, apesar de me sentir tentado, como sempre, a dizer simplesmente "Quatro". Enquanto Henri assina o contrato, ela me pergunta minha idade e conta que tem uma filha mais ou menos da faixa etária, que estuda no colégio local. A mulher é muito simpática, amigável e nitidamente adora conversar. Henri devolve o contrato e nós três entramos na casa. A maioria dos móveis está coberta por lençóis brancos. Os que ficaram de fora ganharam uma camada de poeira densa e insetos mortos. Parece que a tela nas janelas vai quebrar se a tocarmos, e as paredes são revestidas de compensado barato. Há dois dormitórios, uma cozinha modesta com piso de linóleo verde-‐limão e um banheiro. A sala de estar é grande e retangular, e fica na frente da casa. Há uma lareira no canto mais afastado. Eu entro e jogo minha mala na cama do quarto menor, que tem um pôster grande e desbotado de um jogador de futebol num uniforme laranja. Ele está no meio de um passe e parece que vai ser esmagado por um sujeito enorme de uniforme preto e dourado. Os dizeres o identificam como BERNIE KOSAR, QUARTERBACK, DO CLEVELAND BROWNS. — Venha se despedir da Sra. Hart — Henri grita da sala. A Sra. Hart está na porta com Henri e me diz para procurar pela filha dela na escola, pois podemos ser amigos. Eu sorrio e respondo que sim, isso seria ótimo. Assim que ela vai embora começamos a descarregar a caminhonete. Dependendo da rapidez com que deixamos um lugar, podemos viajar com pouca bagagem, o que significa levar as roupas do corpo, o laptop de Henri e a Arca Lórica com
entalhes intricados que nos acompanha a todos lugares. Ou carregar algo mais: normalmente os outros computadores e o equipamento que Henri usa para estabelecer um perímetro de segurança e pesquisar na Internet notícias e eventos que possam ter a ver conosco. Desta vez estamos com a arca, dois bons computadores, quatro monitores de tevê e quatro câmeras. Também temos algumas roupas, embora poucas peças que eu tenha usado na Flórida sirvam para a vida em Ohio. Henri leva a arca para o quarto dele e carregamos todo o equipamento para o porão, onde ele será instalado, de forma que nenhuma visita possa ver nada. Assim que levamos tudo para dentro, ele começa a conectar as câmeras e ligar os monitores. —Não teremos Internet até amanhã cedo. Mas, se quiser ir à escola, posso imprimir toda a sua nova documentação. —Se eu não for, vou ter que ajudar a limpar a casa e a terminar de instalar tudo? —Vai. —Eu vou para a escola — anuncio. —Então, é melhor ter uma boa noite de sono.
ESCOLA. PERDI AS CONTAS DE QUANTAS foram ao longo dos anos. Quinze? Vinte? Sempre uma cidade pequena, uma escola pequena, a mesma rotina. Alunos novos chamam atenção. Às vezes questiono nossa estratégia de nos limitarmos às cidades pequenas, porque é