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Ética Aristotélica. A história é que estás a fazer tudo bem., Resumos de Estudos Islâmicos e Ética

Ética Aristotélica e o Steve tem um cola para o pequeno almoço

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 07/04/2025

dalton-venancio
dalton-venancio 🇦🇴

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Entendi que você está buscando uma explicação sobre os conceitos de deliberação, decisão e phronesis
(ou fronêsis, em português) no contexto da ética aristotélica, bem como a atualidade dessa ética. Vou
organizar a resposta de forma clara e direta, explorando cada ponto solicitado.
Deliberação em Aristóteles
Na ética aristotélica, a deliberação (bouleusis) é o processo racional pelo qual uma pessoa reflete sobre
os meios para alcançar um fim desejado. Ela não se aplica aos fins em si (que são determinados pela
virtude e pelo desejo de viver bem, a eudaimonia), mas aos passos práticos para atingi-los. Aristóteles,
em sua Ética a Nicômaco (Livro III), explica que deliberamos sobre o que está ao nosso alcance, ou seja,
ações contingentes que podemos realizar. Por exemplo, não deliberamos sobre leis da natureza (como o
movimento dos astros), mas sobre escolhas práticas, como qual caminho tomar em uma situação
específica. A deliberação é, portanto, um exercício de razão prática, guiado pela prudência.
Decisão (proairesis)
A decisão, ou proairesis, é o resultado da deliberação. Ela é a escolha deliberada de agir de uma
determinada maneira, combinando razão e desejo. Para Aristóteles, a proairesis é essencial para a ação
virtuosa, pois reflete o caráter moral do agente. Não é apenas um impulso ou uma reação instintiva, mas
uma escolha consciente que revela quem somos. Por exemplo, decidir ajudar alguém em necessidade
após refletir sobre o bem envolvido demonstra virtude. A decisão conecta a deliberação (o "como") ao
objetivo ético (o "porquê").
Fronêsis (Prudência ou Sabedoria Prática)
Fronêsis é a virtude intelectual central na ética de Aristóteles, traduzida como "prudência" ou
"sabedoria prática". Ela é a capacidade de deliberar bem sobre o que é bom ou ruim para o ser humano
em situações concretas, orientando as ações rumo à eudaimonia (a felicidade como realização plena).
Diferente da sabedoria teórica (sophia), que lida com verdades universais, a fronêsis é prática e
contextual, lidando com o particular. Uma pessoa com fronêsis não apenas sabe o que é certo em
teoria, mas consegue aplicar esse conhecimento nas circunstâncias da vida real, equilibrando emoções,
desejos e razão. Por exemplo, um líder com fronêsis sabe como agir justamente em uma crise,
considerando as especificidades do momento.
Relação entre os Conceitos
Deliberação, decisão e fronêsis estão interligadas. A fronêsis guia a deliberação, garantindo que ela seja
orientada para o bem. A deliberação, por sua vez, culmina na proairesis, a escolha concreta de agir.
Juntas, essas capacidades permitem que o indivíduo viva virtuosamente, alinhando suas ações com a
busca pela eudaimonia.
Atualidade da Ética Aristotélica
A ética de Aristóteles permanece relevante hoje por vários motivos:
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Entendi que você está buscando uma explicação sobre os conceitos de deliberação, decisão e phronesis (ou fronêsis, em português) no contexto da ética aristotélica, bem como a atualidade dessa ética. Vou organizar a resposta de forma clara e direta, explorando cada ponto solicitado. Deliberação em Aristóteles Na ética aristotélica, a deliberação (bouleusis) é o processo racional pelo qual uma pessoa reflete sobre os meios para alcançar um fim desejado. Ela não se aplica aos fins em si (que são determinados pela virtude e pelo desejo de viver bem, a eudaimonia), mas aos passos práticos para atingi-los. Aristóteles, em sua Ética a Nicômaco (Livro III), explica que deliberamos sobre o que está ao nosso alcance, ou seja, ações contingentes que podemos realizar. Por exemplo, não deliberamos sobre leis da natureza (como o movimento dos astros), mas sobre escolhas práticas, como qual caminho tomar em uma situação específica. A deliberação é, portanto, um exercício de razão prática, guiado pela prudência. Decisão (proairesis) A decisão, ou proairesis, é o resultado da deliberação. Ela é a escolha deliberada de agir de uma determinada maneira, combinando razão e desejo. Para Aristóteles, a proairesis é essencial para a ação virtuosa, pois reflete o caráter moral do agente. Não é apenas um impulso ou uma reação instintiva, mas uma escolha consciente que revela quem somos. Por exemplo, decidir ajudar alguém em necessidade após refletir sobre o bem envolvido demonstra virtude. A decisão conecta a deliberação (o "como") ao objetivo ético (o "porquê"). Fronêsis (Prudência ou Sabedoria Prática) Fronêsis é a virtude intelectual central na ética de Aristóteles, traduzida como "prudência" ou "sabedoria prática". Ela é a capacidade de deliberar bem sobre o que é bom ou ruim para o ser humano em situações concretas, orientando as ações rumo à eudaimonia (a felicidade como realização plena). Diferente da sabedoria teórica (sophia), que lida com verdades universais, a fronêsis é prática e contextual, lidando com o particular. Uma pessoa com fronêsis não apenas sabe o que é certo em teoria, mas consegue aplicar esse conhecimento nas circunstâncias da vida real, equilibrando emoções, desejos e razão. Por exemplo, um líder com fronêsis sabe como agir justamente em uma crise, considerando as especificidades do momento. Relação entre os Conceitos Deliberação, decisão e fronêsis estão interligadas. A fronêsis guia a deliberação, garantindo que ela seja orientada para o bem. A deliberação, por sua vez, culmina na proairesis, a escolha concreta de agir. Juntas, essas capacidades permitem que o indivíduo viva virtuosamente, alinhando suas ações com a busca pela eudaimonia. Atualidade da Ética Aristotélica A ética de Aristóteles permanece relevante hoje por vários motivos:

Foco no Caráter: Em um mundo onde decisões éticas são frequentemente reduzidas a regras ou cálculos utilitaristas, a ênfase de Aristóteles no desenvolvimento do caráter (ethos) e nas virtudes oferece uma perspectiva mais humana e holística. Por exemplo, a fronêsis é essencial para líderes modernos que enfrentam dilemas complexos sem respostas prontas. Equilíbrio e Moderação: O conceito de "meio-termo" (mesotes), ou seja, a virtude como equilíbrio entre excessos e deficiências, aplica-se a questões atuais como consumo, tecnologia e relações interpessoais. Por exemplo, usar redes sociais com moderação reflete essa ideia. Ética Prática: A abordagem de Aristóteles é flexível e adaptável, valorizando o contexto em vez de princípios rígidos. Isso é útil em debates éticos contemporâneos, como bioética ou sustentabilidade, onde soluções universais nem sempre funcionam. Busca pela Felicidade: A eudaimonia como objetivo final ressoa com a busca moderna por bem-estar e propósito, mas vai além do prazer imediato, propondo uma vida plena e significativa. Em resumo, a ética aristotélica oferece ferramentas para navegar a complexidade da vida atual, incentivando a reflexão, o autodesenvolvimento e a ação consciente. Se precisar de mais detalhes ou exemplos, é só pedir!