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Guias e Dicas
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Estudo de impacto, Blindagens 1, Manuais, Projetos, Pesquisas de Resistência dos materiais

Estudo de impacto, Blindagens 1

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2020

Compartilhado em 29/03/2020

alexandre-soares-100
alexandre-soares-100 🇧🇷

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Blindagens Balísticas de Veículos:
Uma apresentação didática
José Renato Andrade Ribeiro -
Engenheiro Mecânico e de Automóveis / Mestre em
Ciência dos Materiais.
jrar@terra.com.br
RESUMO
A evolução da violência trouxe para as ruas armas e munições consideradas de emprego
militar. Como resposta, a blindagem balística, anteriormente restrita a usos específicos, também
intensificou sua presença nas ruas, ampliando-se bastante este mercado. Este artigo tem como
finalidade apresentar, de uma forma didática, a composição e os materiais usados na blindagem
balística militar e associar estes conhecimentos com o que hoje é empregado na blindagem de
veículos civis.
INTRODUÇÃO
A blindagem balística é um dos meios de proteção empregados pelos veículos. Outros
fatores também contribuem para essa proteção, como por exemplo, a mobilidade, capaz de permitir
a um motorista treinado evitar uma situação de perigo.
Neste artigo tratar-se-á, apenas, da blindagem balística, de uma forma resumida, geral e
didática. Deseja-se assim propiciar ao leitor uma visão geral do assunto, formando uma base de
conhecimento que facilite o posterior aprofundamento de conhecimentos nesse campo da tecnologia.
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Blindagens Balísticas de Veículos:

Uma apresentação didática

José Renato Andrade Ribeiro -

Engenheiro Mecânico e de Automóveis / Mestre em

Ciência dos Materiais.

jrar@terra.com.br

RESUMO

A evolução da violência trouxe para as ruas armas e munições consideradas de emprego

militar. Como resposta, a blindagem balística, anteriormente restrita a usos específicos, também

intensificou sua presença nas ruas, ampliando-se bastante este mercado. Este artigo tem como

finalidade apresentar, de uma forma didática, a composição e os materiais usados na blindagem

balística militar e associar estes conhecimentos com o que hoje é empregado na blindagem de

veículos civis.

INTRODUÇÃO

A blindagem balística é um dos meios de proteção empregados pelos veículos. Outros

fatores também contribuem para essa proteção, como por exemplo, a mobilidade, capaz de permitir

a um motorista treinado evitar uma situação de perigo.

Neste artigo tratar-se-á, apenas, da blindagem balística, de uma forma resumida, geral e

didática. Deseja-se assim propiciar ao leitor uma visão geral do assunto, formando uma base de

conhecimento que facilite o posterior aprofundamento de conhecimentos nesse campo da tecnologia.

Assim, de maneira simplificada, apresentar-se-á a composição da blindagem militar, com

uma breve descrição de cada parte e sua função. Paralelamente, será apresentada a blindagem

usada em veículos civis, relacionando esta blindagem com a militar.

COMPOSIÇÃO DA BLINDAGEM MILITAR

Geralmente, a blindagem de uma viatura pode apresentar três partes:

-uma parte central, formada pela própria carcaça da viatura. Essa é a única parte que

estará sempre presente. As outras duas, que serão apresentadas a seguir, podem ou não estar

compondo a blindagem, dependendo do grau de proteção que se deseja;

-outra porção componente da blindagem é aquela colocada na parte interior da carcaça;

-da mesma forma, pode-se empregar um terceiro componente, montado exteriormente à

carcaça.

A figura 1 ilustra essa composição de modo a facilitar a compreensão por uma

visualização esquemática.

CARCAÇA

PARTE EXTERIOR (^) PARTE INTERIOR

SENTIDO DE MOVIMENTO DA MUNIÇÃO

FIGURA 1 - Estrutura completa de uma blindagem para Viatura de Combate

CARCAÇA

A carcaça do veículo é construída com um material dúctil, geralmente aço ligado de alta

resistência, especialmente desenvolvido para esse tipo de aplicação. Esse material deve oferecer

alguma facilidade para a fabricação da carcaça por processamentos comuns (soldagem,

conformação mecânica, etc) e, ao mesmo tempo, deve possibilitar um grau de proteção balística

que lhe permita cumprir o papel de componente básico da blindagem.

Outros materiais, como ligas de alumínio, também têm sido empregados nessa função. Há

perspectiva de utilização de materiais compósitos, a base de fibras em resina epóxi, para esse uso.

O SPECTRA é um polímero alifático ( polietileno de altíssimo peso molecular, isto é,

cadeias muito longas), contendo só carbono na cadeia. O comprimento da cadeia e o conseqüente

grau de enovelamento molecular são responsáveis pelas propriedades mecânicas.

Devido a ausência de interações fortes, como no KEVLAR, o SPECTRA funde a

temperaturas baixas, sendo sensível,por exemplo, ao lança-chamas. Em compensação possui boas

propriedades de flutuabilidade, sendo usado também em aplicações que exigem alta resistência ao

impacto e flutuabilidade, como nas embarcações para descida de corredeiras.

O kevlar por sua vez tem grande resistência ao calor e com ele se faz , além de tecidos

balísticos, luvas e roupas resistentes ao calor.

PARTE EXTERNA

Uma blindagem que apresenta as partes já mencionadas, carcaça e parte interna, é

normalmente capaz de resistir a munições de projetis simples ou de granadas com explosivos de alta

potência (HE).

Dentre as munições anti-carro (AC ou AT) encontram-se as de carga-ôca (shapped

charge) e as de alta energia cinética (munição-flecha). Estas munições exigem normalmente uma

complementação à blindagem, montada externamente.

À munição de carga-ôca de grande diâmetro só podem resistir as blindagens chamadas

reativas (tipo BLAZER). Ela é composta por um

“sanduíche” de placas metálicas recheadas com explosivos,

montadas sobre a carcaça da viatura e que, sensibilizadas

pela munição de carga-ôca, detonam, arremessando a placa

metálica, que, interferindo com o jato resultante da carga-

ôca, desvia-o e dissipa-o, reduzindo consideravelmente seu

poder de penetração.

A figura 3 é um esquema do funcionamento da carga-ôca, mostrando como a energia do

explosivo é concentrada em um jato fino, gerando uma densidade energética superficial (energia por

unidade de área) capaz de penetrar nas blindagens comuns.

CONE DE

COBRE ELETROLÍTICO

EXPLOSIVO

CONFORMADO

JATO (plasma de cobre

a alta temperatura e velocidade)

FIGURA 3 - Formação do jato energético em granadas de carga-ôca

A munição de alta energia cinética possui

grande velocidade inicial (vo) e, assim, uma elevada

energia cinética (Ec = ½mv

2

, onde v é a velocidade da

munição), além de ser dotada de um penetrador

(flecha), cuja ponta é de material de alta dureza, para

facilitar a perfuração de chapas. Ao atingir a

blindagem, a energia cinética se transforma em calor,

fundindo localmente a blindagem e facilitando a

penetração, “como faca em manteiga derretida”. Para

combater essa munição deve-se lhe antepor um

material de elevada dureza e alta resistência à

compressão sobre a carcaça da viatura. Devido a

possuir as propriedades mencionadas, além de baixa

densidade, o material cerâmico é o escolhido para

essa função. Placas de Al 2 O 3 (às vezes reforçada com

SiC na forma de whiskers), SiC, B 4 C e outros

cerâmicos são montadas sobre a blindagem.

Quando a munição flecha impacta o cerâmico, a alta

dureza deste, sua alta resistência à compressão e sua alta

impedância de choque, acabam por deformar e até fraturar a

ponta do projetil, diminuindo sua capacidade de penetração.

Simultaneamente, a capacidade do cerâmico de suportar altas

temperaturas e a sua fratura, criando novas superfícies,

consomem a maior parte da energia cinética da munição flecha.

ao contrário de outras implementadoras no mundo, nosso produto

somente requer trabalhos de tapeçaria.

Material Transparente : Os vidros de nosso conjunto são construídos

com lâminas de cristal especial, unidas pôr filme de polivinil butiral,

mais camada de plástico ultra-resistente, apresentando como

acabamento interno, anti-fragmentação, constituindo o ponto forte de

nossa tecnologia. Conservando a curvatura original, não causam

distorção óptica, não produzem estilhaços para o interior do veículo,

resistem a impactos múltiplos e não se esfoliam”.

A figura 4 é um esquema das partes dos veículos protegidas,

formando uma “caixa” em torno dos tripulantes, normalmente chamada

de habitáculo, que consiste basicamente no painel frontal, laterais e

parte posterior do banco traseiro. Outra partes podem ainda ser

protegidas, como a bateria, o tanque de combustível, o cofre do motor e

os pneus. Normalmente, coloca-se uma roda rígida no interior dos

pneus, suficiente para que o veículo se afaste do local de perigo, mesmo

que os pneus tenham sido perfurados.

FIGURA 4 – Partes Protegidas em um Veículo Civil. Figura Retirada da “HOME PAGE” de uma Blindadora. Destaque para a Parte Central Colorida (laranja), Chamada de HABITÁCULO, que contém a Tripulação do Veículo.

Outro material usado na blindagem dos veículos civis, além dos já citados (aramidas,

polímeros de alto peso molecular e cerâmicos) é o aço. Este é empregado principalmente no interior

das colunas e fazendo o acabamento externo (nas bordas) dos painéis de aramida ou polietileno e

dos vidros à prova de balas.

PORTARIA DO EXÉRCITO QUE REGULA A BLINDAGEM DE VEÍCULOS CIVIS

A blindagem de veículos civis é controlada pelo Governo, via Ministério da Defesa, por

meio do Exército, que emitiu uma portaria regulando o assunto e definindo os níveis de blindagem

(PORTARIA Nº 013 - D LOG, DE 19 DE AGOSTO DE 2002).

Estes níveis são apresentados na tabela seguinte:

Ní Ní vv eell M uMu nn iiççããoo (^) EEnn eerrgg iiaa CCiinn éétt iiccaa (J(Joo uu lleess ))

GGrraauu dd ee RReess tt rriiççããoo

II .2. 22 2 LLRRHHVV CChh uu mmbb oo 13133 3 ((cceenn tt oo ee tt rriinn tt aa ee tt rrêêss )) Uso permitido

..3^38 8 SSpp eecciiaall RRNN CChh uu mmbb oo

34342 2 ((tt rreezzeenn tt oo ss ee qq uu aarreenn tt aa ee dd oo iiss )) Uso permitido

II II--AA 9 F 9 FMM JJ 44441 1 ((qq uu aatt rroo cceenn tt oo ss ee qq uu aarreenn tt aa ee uu mm)) Uso permitido

.3. 3557 7 MM aagg nn uu mm JJSSPP 74740 0 ((ss eett eecceenn tt oo ss ee qq uu aarreenn tt aa)) Uso permitido

IIII^ 9 F 9 FMM JJ^51513 3 ((QQuu iinn hh eenn tt oo ss ee tt rreezzee))^ Uso permitido

.3. 3557 7 MM aagg nn uu mm JJSSPP 92921 1 ((nn oo vv eecceenn tt oo ss ee vv iinn tt ee ee uu mm)) Uso permitido

II IIII--AA 9 F 9 FMM JJ 72726 6 ((ss eett eecceenn tt oo ss ee vv iinn tt ee ee ss eeiiss )) Uso permitido

.4. 44 4 MM aagg nn uu mm SSWW CC CChh uu mmbb oo

1414111 1 ((uu mm mmiill qq uu aatt rroo cceenn tt oo ss ee oo nn zzee)) Uso permitido

II IIII 7 7,,6 62 2 FFMM JJ ((..3 30088

W iWinn cchh eess tt eerr))

3434006 6 ((tt rrêêss mmiill qq uu aatt rroo cceenn tt oo ss ee ss eeiiss )) Uso restrito

IV IV .3. 30 0--0 06 6 AA PP 4040668 8 ((qq uu aatt rroo mmiill ee ss eess ss eenn tt aa ee oo iitt oo )) Uso proibido

Esta Portaria trata também da documentação (registros, certificados, etc) necessária para a

fabricação de materiais, serviços de blindagem, comercialização e aquisição de veículos civis

blindados.

CONCLUSÃO

A tecnologia da blindagem balística de veículos militares foi adaptada para os veículos

civis, no entanto é preciso ter cuidado com estes serviços, pois o grande crescimento do mercado

trouxe também empresas que não têm conhecimentos suficientes sobre o assunto para prestar um

serviço de blindagem confiável.

Dentro do apresentado sobre a blindagem dos veículos civis pode-se destacar:

q A BASE DA BLINDAGEM DOS VEÍCULOS CIVIS É UMA FORRAÇÃO INTERNA

EM TECIDO ARAMIDA OU POLÍMERO ESPECIAL, PROTEGENDO O

HABITÁCULO ONDE ESTÃO OS OCUPANTES. ESTE MATERIAL OFERECE

PROTEÇÃO PARA PISTOLAS E REVÓLVERES