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Um estudo sobre coberturas verdes, sua história, objetivos, aplicação e benefícios. O autor pesquisa o caso da fazenda urbana begreen boulevard em belo horizonte, minas gerais, para conhecer a prática e identificar teorias diagnosticadas. O documento aborda as camadas e métodos de implantação, princípios da construção sustentável, e os benefícios sociais, econômicos e ambientais.
O que você vai aprender
Tipologia: Slides
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Belo Horizonte 2017
Monografia apresentada ao curso de Especialização em Sistemas Tecnológicos e Sustentabilidade Aplicados ao Ambiente Construído da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito para obtenção do título de Especialista em Sistemas Tecnológicos e Sustentabilidade Aplicados ao Ambiente Construído. Área de concentração: Tecnologia construtiva sustentável Orientadora: Professora Drª. Cynara Fiedler Bremer
Belo Horizonte 2017
Monografia defendida junto ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Poliana Miranda França, em 04 de julho de 2017, pela banca examinadora constituída pelas seguintes professoras:
Professora Drª. Cynara Fiedler Bremer – Escola de Arquitetura/UFMG
Professora Drª. Maria Luiza Almeida C. de Castro – Escola de Arquitetura/UFMG
Professora Drª. Danielle Meirelles de Oliveira – Escola de Engenharia/UFMG
Agradeço a Deus, pela vida e pela oportunidade de me fazer perceber o encanto dos
jardins;
Aos meus pais Cleber e Fátima, pelo amor incondicional;
Aos meus irmãos Tamiris pela amizade, Rafael pela bondade e Eduardo pela
sinceridade;
Ao meu marido Juan, por ser meu porto seguro;
Aos meus sobrinhos Caike e Chiquinho, pela felicidade;
Aos meus amigos e familiares, pela paciência;
À BeGreen, pela atenção e disponibilidade;
E à minha orientadora Cynara, que além de mediadora do conhecimento, foi, acima
de tudo, companheira.
Currently, society has been changing the environment and causing problems such as pollution, floods, climate change and heavy traffic. The construction industry is one of the segments that most causes social and environmental impacts, therefore the industry must seek innovation through the use of technologies with a lower potential of causing negative impact. One of the instruments that have been intensified in Brazil is the green roof, a constructive method that uses waterproofed surfaces to grow vegetation on roofs, patios or previously unused spaces. The technique aims to expand the green areas of urban centers, reduce electricity consumption, improve air quality and aesthetics, avoid flooding and ensure thermal and acoustic comfort. Therefore, the present monograph aimed to learn about the technology in order to verify its compatibility with the pillars of sustainability and to carry out a case study with an urban farm (fazenda urbana in Portuguese) of Belo Horizonte. Thus, the principles of sustainable construction were analyzed, and a brief summary of its concept and the main landmarks that promoted it was presented. The historical context and the related public policies were researched, pointing out the origin and the evolution of green roofs. The main constructive technologies used for its implementation were also presented, highlighting the characteristics of the most used systems. Delimiting the social, environmental and economic aspects involved, the main benefits and challenges of the technique were evaluated. Furthermore, a case study was carried out at Fazenda Urbana BeGreen Boulevard aiming to learn about the innovative system in Brazil and to identify, in practice, certain theories diagnosed in the study. Finally, it was concluded that the green roofs and the Fazenda Urbana have particular characteristics that distinguish one technology from the other but both are viable under the scope of sustainability. They have the potential of being implemented in any Brazilian region and, although they present some challenges, their benefits are predominant. Another aspect that was also identified was the need for the adoption laws and strategies to encourage the use of these technologies and for changes in the current culture of construction and use methods.
Key words: Green Roof, Sustainability, Urban Farm e Sustainable Construction
Figura 1 - Relação Nociva entre o Condicionamento de Ar e o Aquecimento Global
Figura 2 - Aspectos da Construção Civil 21
Figura 3 - Três Pilares da Sustentabilidade 22
Figura 4 - Exemplo de Cobertura Verde 23
Figura 5 - Representação Gráfica dos Sod Houses em População Mesolítica
Figura 6 - Representação Gráfica dos Zigurates da Antiga Mesopotâmia 26
Figura 7 - Suposta Localização dos Jardins Suspensos da Babilônia 27
Figura 8 - Pintura Representando os Jardins Suspensos da Babilônia 28
Figura 9 - Exemplo de Sod Roof em Oslo, Noruega 29
Figura 10 - Cópia do^ Capitulare de Villis^ 29
Figura 11 - Fotografia da Torre Guinigi, em Lucca, Itália 30
Figura 12 - Cenários Atual, Um e Dez Anos Após a Lei de Instalação da Cobertura Verde
Figura 13 - Cobertura do Chicago City Hall e Sua Visão Infravermelha 33
Figura 14 - Cobertura Verde do Hotel Curucaca Brasil 34
Figura 15 - Experimento de Manta Vegetativa Pré-cultivada em Berlin 35
Figura 16 - Esquema Representativo do Sistema Hidromodular Ecotelhado®
Figura 17 - Corte Representativo do Sistema Hidromodular Ecotelhado® 37
Figura 18 - Esquema Representativo do Sistema Laminar Ecotelhado® 38
Figura 19 - Corte Representativo do Sistema Laminar Ecotelhado® 38
Figura 40 - Tanques para Criação de Peixes 66
Figura 41 - Esquema Demonstrando a Aquaponia 67
Figura 42 - Mercado Casa Horta e Restaurante Casa Amora, respectivamente
Figura 43 - Roteiro da Fazenda Urbana BeGreen Boulevard 69
Quadro 1 - Tipos de Vegetação para Cobertura Verde no Brasil 44
Quadro 2 - Tipos de Coberturas Verdes 45
Quadro 3 - Comparação das Coberturas Verdes Versu s a Convencional 52
Quadro 4 - Benefícios da Fazenda Urbana 70
Quadro 5 - Aspectos da Cobertura Verde Versus da Fazenda Urbana BeGreen Boulevard
SED Síndrome do Edifício Doente
SINDUSCON
Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul
UFG Universidade Federal de Goiás
USP Universidade de São Paulo
UV Ultravioleta
Em escala global, estima-se que o setor seja responsável por cerca de 20% de todo o consumo de água, 35% de energia e 30% da geração de resíduos anualmente. Não é pouca coisa. Em termos nacionais, é como se toda a produção energética da hidrelétrica de Itaipu fosse consumida apenas pelas atividades da construção civil. (2016, p. 4).
De acordo com PLESSIS “construção sustentável é um processo holístico com o objetivo de restaurar e manter a harmonia entre os ambientes naturais e construídos, e criar assentamentos que afirmam a dignidade humana e incentivar a equidade econômica”. (2002, p.8). Ainda, de acordo com o autor, os materiais e componentes da construção civil devem ser produzidos de forma sustentável e, além disso, sua utilização deve respeitar aos requisitos ambientais holísticos. Ele cita como exemplo, que mesmo um vidro fabricado dentro dos princípios sustentáveis, perde seu sentido quando utilizado para revestimento de fachadas ou coberturas no clima tropical brasileiro.
Um potencial sistema que pode contribuir para a sustentabilidade é a cobertura verde. Segundo Willes (2014) ela possibilita a implantação de vegetação sobre superfícies impermeabilizadas, onde, além do aspecto visual, promete reduzir a poluição; melhorar o microclima da região e a temperatura interna do edifício; e reter a água pluvial, evitando enchentes. Tudo isso, colaborando para o conforto térmico do usuário e para a redução do consumo de energia elétrica, podendo, até mesmo, constituir-se em fonte de renda por meio do plantio de espécies ornamentais e comestíveis.
Relativamente novo no Brasil, o conceito de cobertura verde é utilizado em diferentes culturas há milênios, desde a pré-história Neolítica (idade da pedra polida), com diferentes objetivos e aplicações. Com o passar dos anos, a técnica vem se sofisticando e, atualmente, já existem sistemas pré-fabricados, como é o caso da fazenda urbana de Belo Horizonte.
Assim, o objetivo do presente estudo foi conhecer a cobertura verde e avaliar se a tecnologia pode ser considerada instrumento sustentável, além de realizar estudo de caso junto à fazenda urbana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Visou, também, pesquisar os princípios da construção sustentável, o contexto histórico e as políticas
públicas que tratam do assunto, verificar os métodos geralmente empregados para a implantação das coberturas verdes, assim como os benefícios e desafios da técnica.
Nesse sentido, identificou-se que tanto as coberturas verdes como a Fazenda Urbana BeGreen Boulevard possuem características próprias que distinguem um sistema do outro, mas ambos são viáveis sob os âmbitos social, ambiental e econômico. Têm potencial de implantação em qualquer região brasileira e, apesar de apresentarem alguns desafios, seus inúmeros benefícios são predominantes. Verificou-se, também, a necessidade de adoção de leis e estratégias para incentivo à utilização das tecnologias, e de mudanças quanto à cultura empregada nos métodos construtivos e de utilização.
Em virtude disso, a pesquisa proposta se justifica pela necessidade de se buscar tecnologias construtivas sustentáveis e por acreditar que as coberturas verdes podem contribuir para isso.
poluição é, em sua maior parte, irremediável [...]. Nesta contaminação, agora universal, do meio ambiente, as substâncias químicas são os parceiros, sinistros e poucos reconhecíveis, das radiações, na tarefa de modificação da própria natureza do mundo – da própria natureza da vida que palpita nele. (CARSON, 1962, p. 15-16).
No entanto, a partir da década de 70, com a Conferência de Estocolmo^1 , essas questões começaram a ser debatidas em nível governamental. Foi nessa época que começou a se planejar projetos preocupados com as questões ambientais. Esse cuidado foi devido à alta do preço do petróleo, quando os pesquisadores começaram a calcular as reservas totais desse combustível fóssil. A crise fortaleceu a utilização da energia solar em sistemas de aquecimento da água doméstica (ROAF; FUENTES; THOMAS-REES, 2014).
Em 1987, surge o conceito de desenvolvimento sustentável, cuja definição mais aceita até a atualidade foi aquela descrita no relatório Brundtland^2 (1987) como: “Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.
No Brasil, entretanto, essa preocupação foi potencializada a partir da década de 80, com a publicação da Constituição Federal de 1988, que dedicou seu Capítulo VI ao tema meio ambiente , e nele cita, em seu Artigo 225:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL,1988, p.120).
Nessa época, o mundo se deparava com o embate das mudanças climáticas. E questões como o aumento do efeito estufa e a redução da camada de ozônio começaram a ser difundidas. (ROAF; FUENTES; THOMAS-REES, 2014).
(^1) Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, reunida em Estocolmo, Suécia de 5 a 16 de junho de 1972, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). 2 De acordo com a ONU, o Relatório Brundtland , também conhecido como Nosso Futuro Comum, representa um dos primeiros esforços globais para compor uma agenda global para a mudança de paradigma no modelo de desenvolvimento humano. A cargo da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o relatório reúne informações colhidas com especialistas de quase todo o planeta ao longo de três anos de análises e pesquisas. Ver mais em: http://www.onu.org.br/ rio20/documentos/.
Logo, a década de 90 foi marcada pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), que aconteceu no Rio de Janeiro, Brasil no ano de 1992. Esse foi um importante marco na história brasileira, pois, foi quando a comunidade política internacional admitiu a necessidade de conciliação do desenvolvimento socioeconômico com a preservação dos recursos da Terra. Em suma, preocupados com o crescimento desordenado dos países emergentes e as consequências ambientais desses possíveis danos, na reunião, ficou definido que:
[...] os países em desenvolvimento deveriam receber apoio financeiro e tecnológico para alcançarem outro modelo de desenvolvimento que seja sustentável, inclusive com a redução dos padrões de consumo — especialmente de combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral). Com essa decisão, a união possível entre meio ambiente e desenvolvimento avançou, superando os conflitos registrados nas reuniões anteriores patrocinadas pela ONU, como na Conferência de Estocolmo, em 1972. (EM DISCUSSÃO, 2012).
Além disso, ainda de acordo com a fonte, foi reafirmado e reconhecido o conceito de desenvolvimento sustentável, onde os países participantes deram início a um intenso trabalho de desenhar planos de ação com o intuito de nortear o progresso futuro, em consonância com as novas diretrizes diagnosticadas. Um desses documentos, chamado Agenda 21, ainda é uma importante ferramenta adotada por lideranças nacionais e internacionais na busca pelo desenvolvimento sustentável. Após a Rio 92, as discussões sobre o tema persistiram. Em 2002, aconteceu em Johanesburgo, África do Sul, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10) e em 2012, de volta ao Rio de Janeiro, Brasil, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Em ambos os encontros, as metas propostas em 1992 foram revistas, as lacunas das decisões tomadas no passado foram preenchidas e o compromisso político com o desenvolvimento sustentável foi renovado. O histórico desses eventos mostra a crescente participação da sociedade civil ao longo dos anos, defendendo interesses específicos e demostrando grande organização e conhecimento técnico detalhado sobre temas sociais e ambientais. (EM DISCUSSÃO, 2012).
Com isso, constatou-se que foram múltiplos os eventos históricos que acompanharam a evolução do desenvolvimento sustentável. Entretanto, Roaf; Fuentes; Thomas-Rees apontam a necessidade de intensificação das ações, com