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Estudo da facies em Endocrinologia: Importância da Aparença Externa em Doenças Endocrinas, Esquemas de Endocrinologia

Este documento discute sobre a importância da análise da facies, ou seja, dos sinais externos, em doenças endocrinas. As glandulas de secreção interna têm grande influência no desenvolvimento geral do organismo, e a facies pode cristalizar o diagnóstico, especialmente em casos típicos de doenças como mal de basedow. O texto descreve diferentes tipos de facies, como a facies basedow e a facies myxedematosa, e explica como elas podem ajudar no diagnóstico e no tratamento de diferentes doenças endocrinas.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Wanderlei
Wanderlei 🇧🇷

4.5

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bg1
Estudo
da
facies em endocrinologia
(*)
pelo
Prof.
ANNES
DIAS
Cathedratico
de
Medicina
legal,
regendo
interinamente
a3a
cUnica
medica
Em
endocrinologia
ha
alguns
signaes
que,
pelo
seu
valor
semiologico,
orientam
desde
logo oclinico eque,
por
isso,
merecem
sel'
chamados-symptomas
cardeaes.
E'
desses
que
nos
vamos occupar.
O
estudo
da
facies,
isto
é,
do
conjunto
dos
signaes
exteriores,
é
capital
nas
en-
docrinopathias;
em
nenhum
departamento
da
patholog'ia,
assume
tão
grande
relevo
como
aqui,
o
que
não
édifficil
de
compre-
hender,
conhecendo-se
a
influencia
que
as
glandulas
de
secreção
interna
têm
sobre o
desenvolvimento
geral
do
organismo.
Essa
influencia
é
maior
sobre o
habito
exterior,
sobre otemperamellto, sobre a
constituição
geral
do
individuo,
do
que
sobre
particu-
laridades
organicas.
lia
casos em
que
afacies
cristallisa
o
dia-
gnostico,
principalmente
se são typicos :é
o
que
se
com
~
Mal
de
Basedow, em
que
a
exophtalmia
e o bocio,
orientam
oclinico
rumo
dathyroide;
é o
que
acontece
com a
acromegalia,
em
que
aface
hexagonal,
u
o
prognatismo
maxillar
e o excessivo
des-
envolvimento
das
extremidades
dos
mem-
bros
não
permittem
enganos;
aface
lunar
do myxedematoso, os aspectos
irrecu-
saveis
do
infantilismo
edo
gigantis-
mo, afacies
senil
da
dystrophia
ge}'odermi-
ca,
valem
por
segura
indicação
da
en
tídade
endocril1ica.
Como
variadas
são
estas,
diversos são
(\s
typos
de
facies,
uns
puros, monoglal1dula-
res,
que,
para
logo,
attestam
o
disturbio
e a
glandula,
outros, complexos,
que
affirmam
o
compl'omettimento
pluriglandular.
Começaremos pelos typos puros,
comple-
tos, pois
os"ha
frustros,
esboçados.
1) Facies
basedow'ana-(Fig.
1,2
e3).
Impressiona
logo
o
olhar
fixo, ancioso. O
g'lobo
ocular
parece
grande
demais
para
ser recoberto
pelas
palpebras,
que
se
con-
servam
retrahidas,
deixando-o
descoberto
em
bôa
extensão;
afixidez, a
anciedade,
o
terror,
são expressões
que
se snccedem ou
I"')
Confel'eneiu
l'eaiif'uda
na
Sociedade
de
lVledicina.
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Baixe Estudo da facies em Endocrinologia: Importância da Aparença Externa em Doenças Endocrinas e outras Esquemas em PDF para Endocrinologia, somente na Docsity!

Estudo da facies em endocrinologia (*)

pelo

Prof. ANNES DIAS

Cathedratico de Medicina legal, regendo interinamente a 3 a^ cUnica medica

Em endocrinologia ha alguns signaes que, pelo seu valor semiologico, orientam desde logo o clinico e que, por isso, merecem sel' chamados-symptomas cardeaes. E' desses que nos vamos occupar. O estudo da facies, isto é, do conjunto dos signaes exteriores, é capital nas en- docrinopathias; em nenhum departamento da patholog'ia, assume tão grande relevo como aqui, o que não é difficil de compre- hender, conhecendo-se a influencia que as glandulas de secreção interna têm sobre o desenvolvimento geral do organismo. Essa influencia é maior sobre o habito exterior, sobre o temperamell to, sobre a constituição geral do individuo, do que sobre particu- laridades organicas. lia casos em que a facies cristallisa o dia- gnostico, principalmente se são typicos : é

o que se dá com ~ Mal de Basedow, em que

a exophtalmia e o bocio, orientam o clinico rumo dathyroide; é o que acontece com a acromegalia, em que a face hexagonal, u

o prognatismo maxillar e o excessivo des- envolvimento das extremidades dos mem- bros não permittem enganos; a face lunar do myxedematoso, os aspectos irrecu- saveis do infantilismo e do gigantis- mo, a facies senil da dystrophia ge}'odermi- ca, valem por segura indicação da en tídade endocril1ica. Como variadas são estas, diversos são (\s typos de facies, uns puros, monoglal1dula- res, que, para logo, attestam o disturbio e a glandula, outros, complexos, que affirmam o compl'omettimento pluriglandular. Começaremos pelos typos puros, comple- tos, pois os"ha frustros, esboçados.

  1. Facies basedow'ana-(Fig. 1,2 e 3). Impressiona logo o olhar fixo, ancioso. O g'lobo ocular parece grande demais para ser recoberto pelas palpebras, que se con- servam retrahidas, deixando-o descoberto em bôa extensão; a fixidez, a anciedade, o terror, são expressões que se snccedem ou

I"') Confel'eneiu l'eaiif'uda na Sociedade de lVledicina.

Fig. 1 - Mal de Basedow (Maranon)

se irmanam no brilho desusado desses olhos salientes.

Dejerine dizia ter o basedowiano uma ex- pressão colérica e tragica. No typo sympathicotonico do Mal de I3asedow, a dilatação pupillar ainda maiol' relevo dá á singularidade desse olhar. A exophtalmia, que melhor se observa de per- fil, é quasi sempre bilateral, comquanto se a possa vôr unilateral ou, pelo menos, mais accentuada de um la,do que do outro. JDncon trada em um terço dos casos de Mal de Basecto,v, é um signal g'eralmente tardio, mas em certas familias, ao con trario, se tem notado a exophtalmia muito antes do apparecimento dos outros symptomas do mal E' um phenomeno que póde sobrevir, su- bitamente, em consequencia de uma emo- ção violenta, de terror. Quando precoce, póde ceder á pressão; mais tarde, isso não é mais possivel, por motivo do aecumulo de gordura que se faz na parte posterior da orbita. E' a exophtalmia apenas um dos ramo'> do feixe: entre os outros sigl1aes componen- tes da facies basedowial1a, merecem mençào - a maior abertura da fenda palpebral, no signal de Dalrymple que se patentêa na retracçào da palpebra superior quando o doente olha fixamente para um objecto. Esse phenomeno independe da exophtalmia; quando coincide com esta, fal-a suppôr maior do que real~ mente é. A sua causa é uma hyper- tonia do musculo levantador das palpebras, onde vào ter fibras do sys- tema autonomo. Por vezes, nota-se pigmentação palpebral, como nào é raro tremularem as palpebras superiores. As perturbações vaso-motoras sào excessivamente rapidas; a excitabi- lidade circulatoria marcha de par com Fig.2 Mal de Basedow (Marauon) a instabilidade nervosa.

maxima, o velho dito: 81tblata CaLu;a, tolli- t1t1" efjectw,.

O hypothyroidiano é, geralmente, um in-

dividuo pequeno, obeso, phuleugmatico, de- sinteressado, ás vezes, do meio. Creança, cresce pouco, tardo é o desper- tar psychico, a atten/;ào é falha, tem pou- ca vivacidade, é somnohmto tem o abdo- men volumoso, principalmente no hypo- gastrio. Nota-s~-lhe com relativa frequellcia a hernia umbilical. Cansa facilmente. Os ca- bellos pouco cn~scem, o desenvolvimento sexual wrdio, havendo, varias vezes, cry- ptorchidia. Ha urna molleza geral, beirando, nos casos accen tuados, a apathia. Adulto, e, via de regra, obeso; sua pel-· le secca e amarellada, sLÍ.a pouco, e parcial- mente, com especialidade nas mãos.

Os olhos pou~o vivazes. Calvicie pre- coce, penos seccos e quebradiços, faltando no 1}3 externo dos supercilios (signal da celha de Levy), a barba e desigual, fa- lhada. As unhas espessas, srw quebradiças, sec- cas, sem brilho. .As màos, geralmente, frias, tem as pal- mas humidas, e sào, ás vezes, um pouco cyanoticas. Nos pés, com f<wilidade, têm frieiras; no hypothyroidiano nho são raras as der- matoses chronicas.

O hypothyroidismo discreto, porém, dá

a impressào de robustez; el1e corresponde

a uma bôa parte do antigo arthritismo. O

individuo, geralmente obeso, apresenta per- turbações ungueaes e pillosas.

3) Fades my;r,edernatl)sa. E' um gráo mais.

(.J1'ig'. 4, 5, G, 7, 8, 9,10, 11, 12.

Fig.4 Antes^ do^ tratamento^ (Sajous)^ Fig.^5 --^ Após^ tratamento

Fig. 9 - O mesmo da figo 8, depois de instalIado o myxedema (V. lIorsley)

Fig. (^11) Myxedt~llla (lI. \Vhíte)

Fig'. 10 - A mesma doente da figo 11 an- tes de apparecer o myxedema (El. White)

Fig'. 6 Fig. 7 antes depois de 1 [WIW do tratamento thyroidiano (Foster)

Fig'. 8 Hapaz antes de se estatwlecer () rnyxedema. (V. H o1's)('y)

Fig. 15 Facies cretillica (Bircher)

Fig. 16 - Infantilismo, typo Brissaud 7 annos, (Griffith)

carregada em suas côres; o individuo apre- senta-se com a infiltração caracteristica; o outro discrepa deste, por lhe faltar o my- xedema. Na facies cretinica. ha um mixto de se- nilidade e de estupidez; o individuo quasi anão, tem a testa pequena, os malares pro- eminentes, os labios e as palpebras espes- sados e crescid(ls; a lingua larga. e espes- sa, ás vezes protrahida; deprimida a raiz do nariz, que é chato e largo, com amplas narinas diri~t;idas para cima e para diante. Nessa face pequena, baixa, mas larga, so- bresae urna bocca grande, em que aflóra,

constantemente, um riso gTotesco, alvar, n ajuntar um traço mais á expressão de estu- pidez, que resuma de todo o ser. Nessa cabeça quadrangular, o prognatis- mo inferior contrast~ flagrantemente com a fronte est.reita, alargada transversalmente, fugidia, ás vezes, em que a implantação dos cabellos é baixa e em que rugas pro- fundas sulcam a pelle 1:lecca. Os olhos pequenos, atonicos, sem expres- são, mettidos entre palpebras tumidas, são muito distanciados um do outro, como dis- tanciadas do eraneo são as orelhá~, espes- sas. Como consequel1cia do prog11atismo in-

Fig. 17 - Antes da acromegalia Fig.^18 -^8 annos^ depois^ (Cushing~

Fig. 19 - Transformações por acromegalia, com as seguintes edades : 24, 29, 37 e 42 annos (Cushing)

ferior não combinam as arcadas dentarias. O cabello é secco e cáe facilmente. N a criança, ha o aspecto pastoso do rosto e dos membros. o ventre enorme com pro- eminencia umbilical, a bocca entreaberta, o ar estupido. 5) Facies aCl'omegalica. (.E'g. 17, 18, 19 e

20.) E' tão caracterica, que como diz Gree- ne, o seu diagnostico pôde ser feíto na rua. Duas cousas sobresáem nessa facies : o tamanho avultado das extremidades e a desproporção entre a face e o craneo, este quasi normal, aquella avall tajada em todos os seus componentes.

Fig. 23 (Observação pessoal)

cção antero-hypophysaria, antes da puber- dade, leva ao gigantismo. Fades gi,qantea. (Fig. 22, 2~), 24 e 25.) rrambem resultado de um disturbio hyper do lôb(. anterior pituitario, essa facie3 de- nota a long'a persistencia do poder dos epi- physes osseas. Essa perturbaçào, porém, pôde ser prima- ria e nos dá então o gigall tiSl1l0 puro e o. acrol1legalico, mas pôde ser secundaria a uma lesão genital, não sendo rara nos eunucos. rrres typos principaes podemos observar: o typo acrol1legalico, de que o g'igante Guerreiro dá um exernplo fiel, é o mais frequente,e em que se ajuntam, aos do gi-

gantisl1lo, os signaes de acromegalia ; o typo essencial, em que tudo, no individuo, é proporcionado e o typo infantil em que, como n'uma das modalidades do eunu- choidismo, se trata de individuos de grande estatura, com os orgão genitaes atrophiados e, em certos casos, contornos femininos:

  • E' frequente, nos gigantes acrome- galicos, uma cyphose cervico dorsal, ou dors~d superior. a gig'alltismo attesta um comprometti~ mento hypophysario prepuberal; si, após a puberdade a mesma causa continuar a agir, sobrevirá a acromegalia. ]~' o que se dá, por exemplo, com tumOre3 da hypo- physe.

Fig. 2G ~ Dystrophia hypophyso genital (French)

Facies hypophyso-genital. (Fig. 26, 27,) é integrada no syndrome de Froelich. Alguns signaes fazem pensar na facies hypothyroidiana, mas d'elIa dissentem ou- tros, de valor, que individualisam a facies hypophyso-genital. ·Entre os primeiros, releva notar a obesi- dade que, comqual1to frequente, não é cons- tante, pois ha individuos com dystrophia hypophyso-gel1ital que não s[w obesos e, é por isso, que esta ultima denominação é su- pcrior á de facies adiposo genital. Além disso aquelle nome tem a vantagem de re- ferir o disturbio hypophysario. Essa obesidade pôde ser excessiva, tendo Pick referido um caso de B70 libras e ten- do eu um caso, em que o peso chegou a 166 kilos.

Fig.27 (^) Hypopituitarísmo (Gilford)

o accumulo de gordura se faz, de prefe- rencia, no ventre, no quadril, no queixo, no rosto, nas mammas e nas regiões supraclavi- cu]ares e pubiana. (~uando notavel na face, dá idéa de edema, de grande distensão. A obesidade é principalmente, llotavel nos individuos novos. Ha facilidade de perturbações vaso-mo- toras. ~~' constante a ausencia de pelIos, princi- palmente no rosto, nas axillas e no pubis; quando existem nesta ultima região affectam a disposição feminina. Si a dystrophia só sobrevém após a pu- berdade, dar-se-á a quéda dos penoso Na mulher, em que essa facies é mais rara, os pelIos tambem são poucos ou ausentes nas axillas e no pubis, mas, em compensação, apparecem pellos no rosto e nas extremida- des (Strada), mostrando a doente voz gra- ve e seios pequenos. quan to ás perturbações na esphera ge- nital, variam com a época do surto dystro- phico; seja este prepuberal e o individuo conservará resaibos infantis, deixando de apparecer os caracteres secundarios, e, no homem, surgirão certos caracteres femininoH, como a alta tonalidade da voz, a maior lar- gura da bacia e o grande desenvolvimento das mammas; os orgãos genitaes, na gran- de maioria dos casos, serão minusculos ; ás vezes, um certo gráo do genu-valgum ; seja tardio e os caracteres secundarios sexuaes se esbatem um pouco, principalmente os refe- rentes aos pellos.

  • As extremidades são delicadas, a mão é larga e curta, os dedos pontudos, as unhas, quasi sempre brilhantes e finas. Certo prognatismo superior é, ás vezes, observado. I1aC'ies e~m1(coide. (Figs. 28 e 29). E' se- melhante á precedente, uma e outra attes- tam compromettimento da hypophyse e da glandula sexual, mas no hypophyso genital é a hypophyse que tem a primeira plana,

fórma triangular, da base superior, como nas mulheres. Si o eunucoidismz.> é tardio, os pel10s existentes cáem e outros, com') nas velhas, pódem surgir, em tufo, no queixo. As extremidades sâo longas, principal- mente as inferiores e a envergadura é su- perior á altura. Ha hypotonia muscular, ge- nua valga e as articula«ães dig'itaes mos- tram excessiva distensibilidade. A voz é de alta tonalidade, não sendo rara a configura«ão infan til do laringe; 9) Fades de emwco-(:B-'ig. 29) E' a ex- pressão da morte sexual e tem sido bem estudada, não só nos casos em que a exclu- são testicular se fez, mercê d 'um accidente ou d'uma doença, mas, principalmente, nos paizei5 em que a emasculação era ou é feita em larga escala, quer, como na Turquia, até bem pouco tempo, para obter g'uardas fieis de harém, quer, por fanatismo religio- so, como na Hussia e na Humania, a prati- cam os Skoppzis, quer, como derivativo ou succedaneo do suicidio, como se f1.tzia na China imperial. Essas emasculaçães, pelo estudo das al- teraçÕ6s que determinam, conforrne a eda- de da sua execu«ão, permittiram bem aqui- latar do valor da secreção interna do testi- culo e da sua influencia sobre o desenvol- vimento somatico e psychico do individuo. O eunuco é, quasi sempre, de estatura elevada, com pernas e braços muito com- pridos, mas a sua cabeça é pequena, acha- tada, apresentando proeminente o angulo externo da orbita. Os cabel10s são abundantes, mas a face é glabra ou só mostra ullla certa lanugem. A pelle, lue tem oaspecto de cêra, é pal- lida, pouco pigmentada. O pescoço é infantil. Alguns eunucos são altos e magros, ou- tros sào g'ordos; todos sfto apathicos, lerdos. Facies gerodennica-(Fig. 30 e 31) (Hummo e Ferranini) -Como o nome indica, o aspe- cto senil é particularmente notavel na pelle, Esta é glabra ou so existe ligeira lanugem, os cabellos são seccos, sem brilho, desig'uaes, enbranquecel1do; os péllos^ dos^ cilios^ e^ su- percilios stLO, porém, normaes.

Fig. 30 - Gerodermia genito-dystrophica (RumnH')

Fig. 31 - Gerodermia (Peritz) A pelle, que é frouxa, rugosa, pel'deu a sua elasticidade e tem côr de eêra velha ou de pergaminho. Os lineamentos da cabeça são grosseirosr

angulosos, massiços; as orelhas muito gran- des contrastam com a fronte baixa e o cra- fieo pequeno. Esta fácies é, em que pese a Rummo e ]'er- ranini, um aspecto apenas do eunucoidismo tardio e o seu apparecirnento attesta a in- capacidade compensadora da hypophyse em casos de involução genital precoce. Fades addison iana-(Fig. 32 e (3) El1a se caracterisa pela hyperpigmentação, da peI- le principalmente, das mucosas a seguir.

Flg', 32 - :vI ai de Addj.;on (Pende) Gráos di vel':'\os se nota, desde 03 han aos e dispersos pannos, pardacen tos, até á pi- gmentação forte e gelloridísada, dando ao individuo o aspecw, q uasi, de um negro. rral pigmeu ta(;ão é sobretudo notavel nas

partes do corpo expostas á lu.z ou a attl'Í- ctos, á pressão. Por vezes, sobre um fundo de pelle normal andam entremeiadas zonas ele pig'melltação e pontos de acromia: ha zonas de atrophia cutanea. Nas conjunctivas ha, impressionante, o brilho furta côr de madreperola, dizendo bem com o olhar que, sendo muito vivo, é triste. As mucosas, principalmente a buccal,

Fig. 33 - Mal de Addison (Mal'aüon)

apresentam· mallcllaR, que costumam ser precoces. Negros são os eabollos. Eis os traços mais salien tes da facies addisoniaaa, mas ha um outro signal que comquallto i>ubjectivo, é tào notavel que se exteriol'isa de um modo inconfundivel

aspecto do individuo suprarenal, o hirsutis- mo. Fades oVa?'iana. Uma palavra apenas sobre este aspecto~ estudado por Spencer WelIs, que assim o caracterisou: labios sub- tis, men to, nariz e maçãs do rosto salientes, rugas profundas na fronte. E' como se vê, pouco caracteristico e lhe falta a comprova<:-ão necessaria, para ter va- lor semiologico- Tem sido encontrada em ca- sos de kystos do ovtírio. Para Pende se trata de um grave disturbio da secreção interna genitaL 7) Fades hypergenital (Fig. 35) - I~ntre os casosde hyperg'enitalismo estão os chama- dos de Pu;berdade precoce em que, ao avan- tajado e precoce desenvolvimento genital dos caracteres sexuaes secundarios, corres- ponde uma capacidade funccional genital

temporã e um precipitado desenvolvimento geral do organismo, com ossificação das epi- physes osseas. As consequencias d'estes phenomenos fa- zem ver logo o aspecto que tal dystrophia toma: musculoso, hypertonico, o individuo tem os membros muito curtos e forte distri- buição d(,\ pelIos no pubis, ao passo que na cabeça ha tendellcia para a calvicie. Algumas vezes a voz se torna grave, em outros a barba sobrevém. Certos casos são acompanhados de obesi- dade. Esta fades pôde depender da alteração de uma das tres glandulas pinea], genital ou cortex suprarenal e os signaes concomitan- tes permittirão dizer a qual delIes se prende. Facie::: infantil. (Fig. 16, 27, 36, 37, 38.) - Ha deUes variedades interessan- tes que, pelos seus caracteres, permit~ tem apontar desde logo a glandula cul- pada ou isolar o chamado infan tilismo esseu-

Fig, 35 _. HYPt'rnephroma cortical.

Rapaz de 4 1/ 2 allllO~ (Guthrie e Emery)

Fig',36 Infantilismo essencial typo ate- leioxis, (Gilford)

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cial, cuja pat,hogenia elldocrillica, nào está, por agora, sufficientemcl1te fnndamentada. Um elemento reúne em feixe todos os ca- sos: é o aspecto infantil, é a suspensã,o do desenvolvimento organico, em pleno periodo infantil; isso se entende com todo o orga- nismo: a altura, o desenvolvimento osseo, o dos orgàos genitcws, dos caracteres sexuaes e psychicos (Marall Ôll , )

Fig. 37 - Infantilismo, typo Lorain (Pedtz) Assim entendido o infantilismo, do seu es- tudo se dissociam os infantilismos parciaes como o gigantismo infantil, o infantilismo rrwersivo de Gandy etc. Ha, pois, varios typos de fades infantil que merecem descripção separada-O typo Lorain foi para a escola franceza e para ~'al-

ta, l'epreSell tati vo dn integridade endocrinica, mas essa opinião não é universalmente acre"- ditada e endocrinologistas do valor de Ma- riti'ion e Pende, julgam que uma debilidade complexa de todo' o apparelho endocril1ico, regulador morpholog~icopor excellencia, po- dia ser responsabilisada por essa parada de d esen voIvirn en to, Os seus caracteres fa;t:;em do individuo lima miniatlll'il de homem,

Fig'. 38 Infantilismo essencial, typo progeria (Cilford) O corpo é pequeno, gracil, em que tudo é proporcionado, esi alguma desllarmonia se nota, é 9m ser o lado psycllieo mais avançado que o somatico. Ha, como bem disse Lorain, uma parada de desenvolvimento que afi'ecta mais o total do ter do que qualquerapparelho espyciaL