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Um estudo comparativo sobre a penetração de corante em resinas compactáveis filtek p-60 e surefi l, utilizando-se técnicas de inserção única e incremental. O documento discute as pesquisas relacionadas à contração de polimerização das resinas e os efeitos dessa propriedade na adaptação e emprego clínico do material. Além disso, são apresentados os resultados obtidos através do teste de kruskal-wallis e dunn.
Tipologia: Notas de estudo
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TRABALHO DE PESQUISA
César Rogério PUCCI* Domício Rosendo da SILVA NETO** Mariliza Comar Astolphi de CARVALHO** Raquel Guedes FERNANDES*** Maria Amélia Máximo de ARAÚJO**** Márcia Carneiro VALERA****
PUCCI, C.R.; SILVA NETO, D.R. da; CARVALHO, M.C.A. de; FERNANDES, R.G.; ARAÚJO, M.A.M. de; VALERA, M.C. Estudo comparativo das técnicas de inserção, incremental e única, em resinas compactáveis por meio da microinfiltração. JBD , Curitiba, v.1, n.1, p.50-55, jan./mar. 2002.
Com o objetivo de testar duas técnicas de inserção, única e incremental, de resinas compostas compactáveis, foi ava- liada, na presente pesquisa, a microinfiltração marginal em 40 preparos cavitários do tipo classe II, realizados em 20 dentes molares hígidos extraídos por indicação ortodôntica ou cirúrgica. Os preparos em forma de caixa proximal foram realizados nas faces mesial e distal de cada dente e restaurados com resinas compostas compactáveis Filtek P-60 (3M) e Surefil (Dentsply), utilizando-se um único sistema adesivo, Single Bond (3M). Os espécimes foram divididos de acordo com a técnica de inserção e resina utilizada: G1 - resina P-60 com técnica de inserção única; G
UNITERMOS: *^ Aluno do Curso de Pós-graduação em Odontologia Restauradora, Nível de Doutorado/Faculdade de Odontologia de São José dos Campos Microinfiltração; Resina compactável; Técnica de inserção.
em Resinas Compactáveis por Meio da Microinfiltração
A preocupação crescente dos pacientes com a estética vem moti- vando cada vez mais os profissionais a buscarem materiais restauradores com características que aproximem os resultados das restaurações aos dentes naturais. Com este objetivo, as resinas compostas têm ganhado cada vez mais espaço no contexto odontológico, em função de apresentarem excelente es- tética (FUSAYAMA, 1990). Entretanto, estes materiais apre- sentam contração de polimerização e coeficiente de expansão térmica linear di- ferente ao das estruturas dentárias, o que tem limitado sua indicação para restaurar dentes posteriores (SOUZA JR et al., 2000; FONOFF & CORREA, 1998). A contração de polimerização é uma característica dos materiais resinosos, que pode provocar alterações na adaptação marginal de al- gumas restaurações, é inevitável, porém pode ser minimizada. Esta contração de polimerização ocorre durante a fotopo- limerização da resina composta, na qual existe a formação de polímeros. Para que estes polímeros sejam formados, é necessário que várias moléculas se unam, formando uma cadeia. A união das molé- culas promove uma aproximação entre elas, o que, clinicamente, é representado pela diminuição de volume da restaura- ção, causando uma perda na adaptação marginal (SOUZA JR et al., 2000). A união entre a resina composta e o preparo cavitário é feita pelo sistema adesivo e dependendo da amplitude da força gerada pela contração de polimerização, pode ocorrer a ruptura dessas ligações, havendo a formação de fendas, a defl exão das cúspides e a formação de trincas, tanto na resina composta como na estrutura dental. Clinicamente, estes fatores podem causar sensibilidade pós-operatória, infiltração marginal com conseqüente descoloração marginal e cáries secun- dárias (BAYNE et al., 1994; LEINFELDER, 1975). Muitas pesquisas vêm sendo rea- lizadas com a fi nalidade de modificar os procedimentos clínicos adotados para contornar as limitações ainda inerentes ao material (PHILLIPS, 1991). As pesquisas relacionadas com a contração de polimerização das resinas
compostas utilizam diversas metodologias e relacionam a in- fluência desta propriedade com o sucesso e emprego clínico do material (NAGEM FILHO, 2000). A maioria delas emprega a microscopia eletrônica de varredura ou a infiltração de corante para verificar, respectivamente, a desadaptação marginal e o selamento na interface dente-restauração, provenientes da contração de polimerização. (APPLEQUIST & MEIERS, 1996; WINKLER et al., 1999). O conhecimento das características intrínsecas dos materiais restauradores adesivos fez com que se desen- volvessem técnicas incrementais de inserção das resinas compostas nas cavidades preparadas (LEINFELDER, 1991). Estas técnicas podem levar a uma redução significativa da infiltração marginal, contribuindo muito para a otimização dos trabalhos realizados (GARONE FILHO, 1984; BARATIERI et al., 2001; SOUZA JR et al., 2000). Por outro lado, a técnica úni- ca de inserção pode resultar em dificuldade de polimerização completa, maior contração de polimerização e deficiência na adaptação, levando a uma maior infiltração marginal (NAGEM FI- LHO, 2000). Assim mesmo, alguns fabricantes de resina composta compactável indicam a inserção do material em técnica única por considerarem que o material permite maior profundidade de fotopolimerização e menor contração de polimerização, devido ao fato de apresentarem alto conteúdo de carga inorgânica em sua composição (DENTAL ADVISOR, 1999). Com o objetivo de avaliar o selamento de dois materiais restauradores em cavidades de classe II e estabelecer qual das técnicas de inserção, incremental ou única, é mais indicada para minimizar a infiltração marginal, realizamos a presente pesquisa.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos
FIGURA 1: Esquema do preparo cavitário.
em Resinas Compactáveis por Meio da Microinfiltração
foram G2, G1, G3 e G4, havendo diferença estatisticamente significante entre o G2, G3 e G4 quando aplicados os teste de Kruskal-Wallis (Quadro 3) e Dunn (Quadro
Na Figura 5, podemos observar uma restauração realizada com a resina composta Surefil, em que o grau de infiltração mar- ginal atribuído foi quatro, observando-se a extensão do corante por toda a interface preparo/material e dirigindo-se em direção à polpa. Na Figura 6, duas restaurações são apresentadas, sendo que à esquerda, a resina composta Filtek P-60 foi inserida por técnica única, observando-se a penetração total do corante, sugerindo que a adaptação do material nas paredes cavi- Quadro 3: Análise estatística de Kruskal-Wallis.
Surefil U Surefil I
Filtek P60 I
0
0,
1
1,
2
2,
3
3,
4
VALOR MÉDIO DA MICROINFILTRAÇÃO
e s c o r e s
FIGURA 3: Valor médio da microinfiltração entre os grupos de estudo, demonstrado numericamente no Quadro 3.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Escore 0 Escore 1 Escore 2 Escore 3 Escore 4
Surefil U Surefil I P 60 U P 60 I
INFILTRAÇÃO MARGINAL F r e q u ê n c i a
FIGURA 4: Freqüência (em %) dos escores conforme grupo de estudo.
Figura 5: Restauração realizada com a resina composta Surefil.
Comparação Diferença dos Q p<0.
Valores (Signfi cânicia)
G 4 vs G 1 16.400 3.137 SIM G 4 vs G 2 7.600 1.454 NÃO G 4 vs G 3 0.000 0.000 NÃO G 3 vs G 1 16.400 3.137 SIM
Quadro 4: Análise estatística pelo método de Dunn.
Figura 6: Restauração realizada com a resina composta Filtek P60 com técnica única e incremental.
em Resinas Compactáveis por Meio da Microinfiltração
tárias foi deficiente. Na mesma figura, lado direito, observa-se o mesmo ma- terial inserido por técnica incremental e a ausência de infi ltração marginal, devido à perfeita adaptação às paredes cavitárias, além da contração de poli- merização da resina composta ter sido atenuada devido à técnica.
O estudo da contração de polimeri- zação das resinas compostas depende da configuração das cavidades, sendo que quanto menor a área aderida à parede do preparo cavitário, menor o stress gerado na interface dente/restauração (CARVA- LHO et al., 1996), o tempo de exposição, a intensidade e a distância da fonte da luz (YAMALTI, 1999). Por este motivo, padronizamos o preparo cavitário neste experimento, foi utilizado um mesmo aparelho fotopolimerizador em todos os espécimes confeccionados e a mesma distância de polimerização. O tempo de exposição à luz fotopolimerizadora foi o preconizado pelo fabricante de cada material utilizado. Todos os preparos cavitários e demais etapas de confecção das restaurações foram executadas por um único operador, com a finalidade de evitar variantes e obter uma melhor padronização dos espécimes. Na presente pesquisa, verificamos que nenhuma das resinas compostas associadas ao adesivo dentinário foi ca- paz de selar completamente a cavidade, uma vez que o grau “0”, correspondente à ausência de infiltração marginal, não ocorreu no experimento. As duas resinas compostas testadas mostraram diferentes comportamentos, sendo que a Surefil apresentou valores máximos de infiltra- ção marginal (100%), independentemen- te da técnica empregada. As resinas compostas são materiais com constituição complexa. Os materiais podem ser similares dentro de uma classi- ficação, podendo ter a mesma indicação e serem derivados de mesmos polímeros e substâncias inorgânicas, porém, não existe no mercado dois sistemas com proprieda- des iguais, pois na composição das resinas, a carga de um material pode até ser igual a do outro, mas sempre irá variar em relação à matriz (NAGEM FILHO, 2000).
As resinas compostas compactáveis utilizadas em nosso experimento, Surefil e Filtek P60, possuem, respectivamente, carga constituída por vidro flúor alumínio boro-silicato de bário (BoFBaAl) SiO 4 e SiO 2 e zircônio-sílica sintetizados (SiO 2 ). Ambas são classificadas como resinas de alta densidade, pois possuem acima de 80% de carga inorgânica em relação ao seu peso. A resina Surefil possui três tamanhos de cargas diferentes, essa combinação foi denominada “tecnologia de partículas entre- laçadas”. Essa associação faz com que ocorra durante a polime- rização do material um entrelaçamento maior das partículas, sem deslizamento de uma partícula sobre outra, conferindo ao material a capacidade de compactação, facilitando a obtenção dos contatos proximais (SOUZA JR, 2000). Apesar destas resinas possuírem características, como tamanho de partícula e contração de polimerização, semelhan- tes, foi notada diferença durante a manipulação dos materiais, verificando-se que a resina Surefil adere mais aos instrumentos utilizados durante a confecção das restaurações, enquanto que com a resina Filtek P60 isso não ocorreu. Essa dificuldade de ma- nipulação pode sugerir que a adaptação às paredes da cavidade torna-se mais difícil levando ao maior grau de infiltração marginal nas restaurações realizadas com a resina Surefil, discordando de SOUZA JR et al. (2000), que mencionam a resina Surefil como de fácil manipulação. JENSEN & CHAN (1985) afirmam que os espaços ocupados pelas partículas de carga inorgânica não participam da contração de polimerização e que o grau de contração é devido ao tipo e quantidade de carga. Os autores explicam que quanto maior o volume de carga, menor é a contração de polimerização; porém, com o aumento da porcentagem de carga da resina, é necessário inserir diluentes na composição do material para que este se tor- ne plástico e manipulável. No entanto, a adição destes diluentes impede a redução da contração durante a polimerização. Desta forma, torna-se lógico que a composição da fase orgânica do material é um fator importante para o estudo da contração de polimerização das resinas compostas. A fase orgânica da resina Surefil é composta por Bis-GMA (Bis - GMA: Bisfenol-A Glicidil Metacrilato) e TEGDMA (TEGDMA: Trietilglicol Glicidil di-Metacrilato), e da Filtek P60 por Bis-GMA, BisEMA (Bis - EMA : Bisfenol A Metacrilato) e UDMA (UDMA: Uretano di-Metacrilato), essas diferenças, na constituição da fase orgânica das resinas estudadas, podem interferir nos resultados obtidos entre os dois materiais, embora o tamanho médio de suas partículas e a contração linear de polimerização sejam próximos (DENTAL ADVISOR, 1999). Quando comparamos as técnicas de inserção incremental e única, verificamos que a diferença ocorreu apenas com a resina composta Filtek P-60, sendo que a técnica incremental demonstrou melhor resultado com 80% dos corpos-de-prova com escore 1, que, embora não seja considerado ideal, corresponde a um menor comprometimento da restauração. Estes resultados corroboram com os de ERICSON et al. (1994), IMPARATO (1996), LEINFELDER (1991) e SULIMAN et al. (1993), que consideram esta técnica mais favorável para a inserção de resinas compostas. Apesar das resinas compostas apresentarem grande quantidade de partículas inorgânicas e características que as tornam passíveis de compactação e fotopolimerização em maior profundidade,