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Esquema de Direito Hard, Esquemas de Direito

Volume Hard Core 1. Com temas. Mil maravilhas. Métodos e negócio de dissipação.

Tipologia: Esquemas

2025

Compartilhado em 25/04/2025

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Escola de Arquitectura
João Sérgio Sequeira Rodrigues Braga da Cruz
O castelo português de Alcácer Ceguer:
transformações morfológicas nos sécs. XV
e XVI
VOLUME I
Junho de 2015
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Escola de Arquitectura

João Sérgio Sequeira Rodrigues Braga da Cruz

O castelo português de Alcácer Ceguer:

transformações morfológicas nos sécs. XV

e XVI

VOLUME I

Junho de 2015

II

DECLARAÇÃO

Nome: João Sérgio Sequeira Rodrigues Braga da Cruz Endereço electrónico: sergiobcruz@hotmail.com Telefone: 914 992 256 Número do Bilhete de Identidade: 11977826

Título dissertação: O CASTELO PORTUGUÊS DE ALCÁCER CEGUER Transformações morfológicas nos sécs. XV e XVI

Orientador: Professor Doutor Jorge Manuel Simão Alves Correia Ano de conclusão: 2015 Designação do Mestrado ou do Ramo de Conhecimento do Doutoramento: Cultura Arquitetónica / História da Arquitetura

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA TESE/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

Universidade do Minho, 13 de Julho de 2015

Assinatura: ________________________________________________

III

» AGRADECIMENTOS

Ao professor Jorge Correia, orientador desta dissertação e responsável pela minha integração na equipa de levantamento das ruínas de Alcácer Ceguer, pelo estímulo, acompanhamento e crítica ao longo destes últimos anos, acreditando sempre que «desta é que ia ser».

À Direction du Patrimoine Culturel du Royaume du Maroc, à Direction Régionale de la Culture Tanger-Tétouan, e ao Monsieur Conservateur du Site Archeológique de Ksar es-Seghir, Abdelatif El Boudjay, pela permissão no estudo e acesso às ruínas do antigo castelo português de Alcácer Ceguer.

À arquiteta Ana Lopes, companheira de equipa nas campanhas magrebinas, pela sua permanente disponibilidade em ajudar e pela curiosidade pelo trabalho.

Aos restantes membros da equipa de trabalho de campo do Projeto de Investigação «Villes et architectures d’origine portugaise au nord du Maroc: Asilah et Qsar es-Sghir» (desenvolvido pelo Centro de História d’Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa e pela a Escola de Arquitetura da Universidade do Minho), em particular à Zulmira Pereira, pela entreajuda e camaradagem.

A Vinagre & Côrte-Real, pela compreensão ao longo dos meses em que tive que partilhar o meu calendário laboral, com o académico.

A todos os meus amigos, em particular Dora, Joana, Mafalda, Bruno, Pedro, Manel, Zé, Rosinda,

Ana, Diana e Guilherme, por tudo. Ao Leandro, pelo tempo que lhe roubei. Ao Pepe, pelamotivación.

Por fim, à minha família, pela preocupação constante, ao meu irmão, pelo seu apoio incondicional e à minha mãe, por estar sempre comigo.

V

» RESUMO

O CASTELO PORTUGUÊS DE ALCÁCER CEGUER:

transformações morfológicas nos sécs. XV e XVI

A vila de Alcácer Ceguer, ou Qsar es-Seghir, foi um local estratégico para a Expansão Portuguesa nos séculos XV e XVI. No contexto específico de uma praça norte-africana de carácter predominantemente militar, o estudo do seu castelo permite distinguir modos de atuação particulares, seja em termos bélicos, edificativos ou urbanísticos. Estendendo-se por quatro reinados e quase um século, a ocupação portuguesa (1458-1550) corresponde a um período de aperfeiçoamento da tecnologia bélica e da arquitetura militar, onde o crescente domínio da pólvora e a evolução do poder de fogo tiveram um papel determinante. As transformações morfológicas ocorridas no castelo de Alcácer Ceguer exigiram uma investigação à luz

dessa conjuntura detransição, tentando identificar de que modo a sua arquitetura foi assimilando, quer

as sucessivas políticas régias, quer as inovações na arte da guerra e de fortificar. De todas as suas fases evolutivas, destacaram-se as intensas reformas no reinado de D. Manuel I, quando assomaram à praça os mestres Diogo Barbudo, Martim Lourenço, Francisco Danzilho e Diogo Boitaca. O recurso à documentação coeva e a elaboração de modelos planimétricos e tridimensionais foram essenciais para a reconstituição do que poderão ter sido as diferentes fases construtivas do castelo. Através da análise e especulação, foram elaborados desenhos de produção original, onde se reconhecem e justificam possíveis intenções dos mestres/arquitetos/construtores, tais como os traçados e dimensionamentos escolhidos ou as regras e geometrias aplicadas.

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  • Introdução, » SUMÁRIO
  • Parte I | Enquadramento temático e histórico,
      1. A expansão portuguesa no Norte de África,
      1. A vila de Alcácer Ceguer (Qsar es-Seghir),
    • 2.1. Antecedentes da ocupação portuguesa: de Ribat a Qsar es-Seghir,
    • 2.2. A conquista,
    • 2.3. Ocupação da vila,
    • 2.4. O período Manuelino,
    • 2.5. O Seinal e o abandono da praça,
  • Parte II | O castelo de Alcácer Ceguer,
      1. Formação e evolução do castelo,
    • 3.1. Adaptação das estruturas islâmicas,
    • 3.2. Couraça(s),
    • 3.3. Frentes da Vila e da Ribeira,
    • 3.4. Torre de menagem,
    • 3.5. Casa do capitão e dependências,
    • 3.6. Baluarte da Praia,
      1. Da apropriação ao esforço modernizador do início do séc. XVI,
    • 4.1. As estruturas residenciais do séc. XVI: duas hipóteses,
    • 4.2. A capacidade militar e retórica da fortificação,
      1. Síntese conclusiva,
  • Bibliografia,
  • Lista de figuras,

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Introdução

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  1. Vestígios da couraça do castelo de Alcácer Ceguer (2008)

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de traçado em circunferência e pontuado de pequenos torreões circulares, o castelo surge da apropriação de uma das portas da urbe islâmica, a Bab al-Bahar (Porta do Mar). Desde a instalação da casa do primeiro capitão da vila, ao sistema mais complexo que ainda hoje se pode observar, o castelo cresce e sofre importantes transformações morfológicas, resultantes da interferência régia, do traço dos mestres intervenientes e dos propósitos militares e operacionais da própria vila. Construído em redor da preexistência islâmica, o castelo privilegia a relação com o mar e com a metrópole através da construção de uma longa couraça. Enquanto último reduto defensivo da vila, reforçaram-se as defesas contra o inimigo: ergueram-se muros, torres e ameias, organizaram-se sistemas de adarves e escavaram-se cavas, construiu-se o baluarte da Vila e depois o da Praia, rasgaram-se portas, seteiras e bombardeiras. De toda a evolução morfológica do castelo, as maiores transformações viriam a surgir com a entrada do séc. XVI, durante o reinado de D. Manuel I. Para formalizar uma política régia de afirmação internacional e de grande ímpeto construtivo, da corte manuelina são destacados os mestres Diogo Barbudo e Martim Lourenço e, pouco mais tarde, Francisco Danzilho e Diogo Boitaca. Marcando fortemente o carácter arquitetónico e urbanístico de cidades e vilas portuguesas do Algarve de além-mar, os mestres procuraram traduzir o crescente domínio da pólvora em traçados e reformas de maior eficácia e melhor desempenho militar, permitindo aos sistemas fortificados o acolhimento de dispositivos pirobalísticos cada vez mais avançados. Em Alcácer Ceguer, Francisco Danzilho foi responsável pela modernização de pontos fulcrais para a acção defensiva e atacante da vila, provendo os mais importantes

pontos de contacto com o exterior de sistemaspré-abaluartados como o Baluarte da Porta de Ceuta (hoje

muito arruinado), o Baluarte da Porta de Fez (a bloquear o antigo acesso) e, no castelejo, o Baluarte da Praia (dotado de dois níveis de canhoneiras e uma espaçosa praça de armas). Abarcando um período de grandes mudanças e aperfeiçoamento da tecnologia bélica e da arquitetura militar, o castelo de Alcácer Ceguer, com a sua imponente couraça, abraça e adapta a preexistência muçulmana e assume-se como bastião de defesa e soberania sobre uma envolvente em estado de guerra latente, ou iminente. Enquanto fortificação, parte de pressupostos tardo-medievais para,

mais tarde, adquirir elementos proto-modernos, enquadrando-se numa arquitetura de transição,

correspondente aos constantes avanços das técnicas de guerra e às necessidades retóricas do rei D. Manuel I.

Propõe-se o estudo arquitetónico do Castelo de Alcácer Ceguer, enquanto sistema fortificado e de autoridade da vila, no contexto de apropriação e manutenção de pontos estratégicos para a expansão portuguesa no Norte de África. Incidindo no intervalo temporal de meados do séc. XV até meados do séc.

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XVI, a investigação recorreu à historiografia e ao levantamento arquitetónico das estruturas existentes para a produção original de modelos planimétricos e tridimensionais do castelo, contribuindo para o reconhecimento e reconstituição de diferentes fases construtivas e arquitetónicas. No contexto evolutivo da arquitetura militar, estes modelos foram alvo de análise e interpretação à luz dos gostos e políticas da época, mestres/arquitetos intervenientes, sistemas de medidas utilizados, regras ou geometrias, em articulação com possíveis intenções de desenho decorrentes da evolução da capacidade de fogo.

Organização

São apresentados dois volumes. O primeiro integra todo o corpo de texto da investigação, complementando-o com as ilustrações consideradas necessárias ao acompanhamento e compreensão das matérias expostas. O segundo volume, de anexos, reúne documentos essenciais para a realização do trabalho, entre os quais alguns registos da época e o levantamento métrico do castelo, efetuado em 2011 no âmbito do projeto «Villes et architectures d’origine portugaise au nord du Maroc: Asilah et Qsar es- Sghir», resultante de protocolo entre o Centro de História d’Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa, a Escola de Arquitetura da Universidade do Minho e a Direction du Patrimoine Culturel/Direction Régionale de Culture de la région Tanger-Tétouan (Marrocos)^5. Como complemento paralelo à leitura da tese, o volume II compila ainda as imagens de reconstituição especulativa tridimensional, de acordo com as principais fases construtivas do castelo português, identificadas no volume I.

A dissertação estrutura-se em duas partes. Na primeira parte, de teor introdutório, os capítulos 1 e 2

avaliam oestado da arte, apresentando uma sucinta resenha histórica acerca da expansão portuguesa no

Norte de África e debruçando-se sobre as origens da Alcácer Ceguer/Qsar es-Seghir e o período de ocupação portuguesa (da conquista ao abandono). Na segunda parte, é feita uma aproximação ao castelo português, tomando-o como matéria de análise para o reconhecimento da sua formação e evolução morfológica, no contexto da arquitetura

militar detransição e do advento da pirobalística. No capítulo 3 individualizam-se e analisam-se diversos

sectores e estruturas da fortificação, de forma diacrónica, para no capítulo seguinte ser realizada uma leitura global e integrada do conjunto acastelado do séc. XVI, em todas as suas vertentes programáticas, formais e funcionais. O recurso à documentação da época e à ilustração é constante, contribuindo para o esclarecimento e especulação das várias fases construtivas. Termina-se esta parte com uma síntese das principais conclusões reveladas ao longo da tese.

(^5) Projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Portugal) e pelo Centre National pour la Recherche Scientifique et Technique (Marrocos).

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