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Criticamente a produção do espaço público em universidades, explorando as relações entre arquitetura, espaço vivido e a construção de uma identidade institucional. Através de autores como walter benjamin, henri lefebvre e amos rapoport, o texto discute a importância do espaço público para a cidadania e a necessidade de repensar a lógica do urbanismo moderno, que muitas vezes privilegia o espaço privado em detrimento do público. O documento também aborda as críticas à arquitetura moderna e seus impactos no espaço urbano, destacando a importância de criar espaços mais inclusivos e integrados à vida comum.
Tipologia: Teses (TCC)
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Dissertação apresentada como requisito obrigatório à obtenção do Grau de Mestre em Geografia pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Orientador: Dr. Adnilson de Almeida Silva
Dedico a realização deste trabalho aos professores do Programa de Mestrado em Geografia pela disposição em manter vivo este espaço de discussão, em especial aos professores Dorisvalder, Josué, Graça, Adnilson e Eliomar. Ao Professor e primeiro orientador Marco Teixeira. Ao Professor Carlos Santos por ter me propiciado as mais profundas reflexões sobre o tema. Aos meus amigos Wilton Medeiros pela disposição em debater os assuntos sempre que precisei e ao Jorge Américo pelo incentivo. A engª Rosângela e ao arq.° Ramires, colegas da UNIR que dispuseram, sem restrição, de todo material de que precisei. A minha esposa Lana e filhos Flora e Pablo pela compreensão dos dias ausentes.
ABSTRACT
This work has the interest to reveal the social exclusion that happens through space representation made by the architecture. This is only possible if we consider premised on the concept that space transforms and is transformed by social actions. This dialectical relationship between form and content expressed by the maximum Geographic as the spatial forms are the product of the social process will be applied to the case study using the architectural form as an analysis tool, as this has been one of the official instruments of public works represent the spatiality of the dominant groups.
Keywords: Space, Place, Geography, Architecture, Planning.
Figura 5- Palacio Rio Madeira. Sede do Governo do Estado de Rondônia. Fonte: Google earth
O presente estudo pretende falar sobre preconceitos. Não do tipo das piadas fáceis sobre negros, gays ou nordestinos, como diz Fernando Lara, mas de uma forma específica de linguagem que, como toda linguagem, transmite não a palavra em si, mas o conceito que criamos sobre ela e que acredito acontece com a linguagem aqui desenvolvida que é a Arquitetura. Toda Forma é uma linguagem e como nos ensina Marilena Chauí citada por Alves (Alves, 2007): “na escrita alfabética ou na fonética, não se representa apenas uma imagem da coisa que está sendo dita, mas a idéia dela, o que dela se pensa e se transcreve”. Este trabalho tem por interesse revelar a exclusão social que acontece através da Representação do Espaço feita pela Arquitetura. Isto só é possível se considerarmos como premissa o conceito do Espaço definido pela Geografia e Ciências Sociais como um elemento construído pelas relações e sendo assim, ideológico. A Representação dos Espaços é a que estabelece a identidade do(s) grupos dominantes dentro do espaço urbano, diversas espacialidades existentes no plano urbano estão em contínua transformação em conflituosas relações. O poder se expressa espacialmente e tem na arquitetura um dos instrumentos para a organização social Desenvolvendo atividades relacionadas ao exercício da profissão da arquitetura, desde muito cedo me deparei com um tipo de pensamento em que os espaços propostos nos projetos arquitetônicos são na verdade conceitos sobre o morar, o viver. A carga ideológica transmitida através dos elementos construtivos como o material utilizado e seu ordenamento espacial depende sobremaneira da formação e capacidade do profissional. Aquilo que parece normal para muitos foi motivo de angustia em saber o quanto poderia estar ‘influenciando’ a vida das pessoas supondo que estes conceitos por mim definidos através dos projetos e todo instrumental técnico seriam os mais adequados a elas. Quanta responsabilidade! Ao invés de tentar influenciá-las decidi que a postura mais correta na relação arquiteto/cliente seria o processo inverso: o de me deixar influenciar por elas. Esta reflexão inicial vem sendo elaborada desde então como uma atitude de respeito ao mundo vivenciado por cada pessoa, uma ideia de ampla
A transformação da natureza em recurso ganha proporções amazônicas onde o fenômeno da terra arrasada^1 foi justificado em campanhas governamentais para sua colonização. Esta será uma distinção bastante explorada neste texto, a diferença entre a cultura moderna e a cultura local criando diferentes espacialidades no solo amazônico. Vale esclarece que quando digo cultura local, ou povo local, quero dizer sobre a experiência tempo/espaço no contexto amazônico, bem como quando falamos sobre modernidade no local nos referimos não necessariamente ao seu grau de desenvolvimento, mas também (e principalmente) a sua inserção no mercado de consumo global. A negação do espaço amazônico em troca dos valores da modernidade é um dilema que se coloca de forma prática e que podemos elencar inúmeras possibilidades de investigação teórica. A primeira, e talvez a mais importante, é porque há uma negação da representação espacial amazônica em troca da modernidade? Esclareço que não é interesse deste buscar respostas a esta pergunta, basta saber que há esta relação de negação de sua identidade. Arrisco em dizer que as diferenças quanto a evolução técno/social, quase inconciliáveis (vide os indígenas), são o atrativo para querer se inserir nesta sociedade de consumo. De fato, a modernidade trouxe consigo um aparato de benefícios práticos que, indiscutivelmente, melhoraram e muito o dia-a-dia. O problema é que estes benefícios tem um valor que nem todos podem pagar. E o mais incômodo é que quem não pode pagar está excluído do processo social, pois neste projeto moderno a sua acessibilidade se dá principalmente pelo poder econômico- king cash 2.
Até as diferenças culturais são tratadas com igualdade entre grupos com poder econômico^3. No entanto as relações modernas- mediadas pelo dinheiro, objetificam o homem e, assim como sua desnaturalização, estabelece novas espacialidades no sentido de sua artificialização. Se por um lado o poder (^1) Conceito em que define o modo como se deu a colonização da região em que a lei amparava o desflorestamento para garantir a posse da terra. 2 3 Expressão usada por Ricardo Semler sobre a onipresença do poder econômico nas relações. Tem uma expressão popular que diz: com dinheiro o preto fica branco, o feio fica bonita, embora racista é uma expressão da sociedade.
econômico insere as pessoas na modernidade, ela atende apenas uma parte da população que se beneficia. Outra parte da população, a maioria, está fora deste processo, apenas assiste pelas novelas. No entanto essa grande parte da população reiventa seus espaços, dando sentido a suas vidas dentro de um espaço hostil. É justamente sobre a diferença entre esses espaços que se desenvolve este trabalho, considerando o papel da arquitetura neste processo. Trata-se de um estudo em que será confrontado o espaço concebido institucional, ou seja o espaço concebido Oficial, planejado dentro do campus universitário considerando a cultura urbana da sociedade moderna no contexto amazônico. A pergunta que tentaremos responder é para qual tipo de cidadão são pensados os espaços construídos no campus? Relacionar os termos ‘espaço de exclusão’ e ‘universidade’ pode suscitar interpretações diversas a que se propõe este estudo, talvez a mais óbvia delas possa ser a de considerar o termo exclusão como a dificuldade de ingresso a universidade justificada pelo rigor da seleção relacionando-a as desigualdades econômicas seguindo um viés econômico na análise. Isto acontece devido a dificuldade em definir a palavra 'espaço', por ser um termo polissêmico ela carrega muitas definições, o que cria possibilidades diversas de interpretações sendo necessária sua definição para o uso que se pretende. O conceito de espaço utilizado neste estudo esta diretamente relacionada a experiência vivenciada na Universidade cujo processo de deterioração politica/administrativa era atribuído, em parte, a ausência de um plano diretor para o local. É recorrente pensar que um Plano Diretor é um documento que tem o poder quase messiânico de resolver os problemas existentes. Para Fávio Villaça (Villaça, 2005), planos diretores em geral tem fracassado por “tomarem o desejo pela realidade”. Pensar sobre as possibilidades de ordenamento espacial para o campus foi, desde então, motivo para a investigação deste estudo. Além da discussão teórica apresentada, há o desejo que o conceito aqui trabalhado seja operativo e que de alguma maneira possa auxiliar na discussão local como propõe Milton Santos para o papel da Geografia: “a Geografia crítica não se pode contentar em ser apenas crítica. Para ser útil e utilizada, a crítica tem de ser
espaços não se esgotará aqui. O que pretendo é de fato que este estudo sirva de reflexão para as propostas futuras das construções no campus e que os conceitos trabalhados aqui auxiliem nas tomadas de decisões quanto a dois aspectos: a) a busca da criação de espaços que se aproximem mais da realidade espacial amazônica; e b) uma reflexão sobre as potencialidades do espaço público relacionados aqui tanto como espaço político como também ao seu aspecto físico. Para a formação do pensamento aqui trabalhado foi fundamental as aulas do curso de mestrado, onde pude debater os assuntos com professores e conhecer mais profundamente diversos pensadores que são os balizadores das ideias aqui desenvolvidas. No Capítulo 1.- Dimensões Teóricas do Estudo, apresento o estado da arte sobre o assunto em que trata dos diferentes tipos de espaços- o Espaço Concebido, o Espaço de Vivência e a Representação do Espaço, conceito elaborado por Henri Lefebvre que irá servir de instrumento metodológico ao comparar suas diferenças na prática espacial. Para tanto divido este capítulo em outros subitens. No subitem 1.1. Espaço Vazio, apresento o conceito de Desencaixe definido por Giddens, de não-lugar conceito de Marc Augé e os conceitos de Produção de Espaço de Henri Lefebvre. A intenção é demonstrar como o espaço da modernidade é definido como impessoal, distante e desumano, definições que são recorrentes pelos autores. Com base nesta premissa apresento no item seguinte 1.2. A modernidade no Brasil, o quão distante é nossa realidade das espacialidades importadas, trabalho com texto de Roberto Schwartz- As ideias fora do lugar em que discorre sobre nossas diferenças culturais e espaciais. Já o subitem 1.3. A Forma Instrumental foi elaborado como justificativa para que este estudo não seja acusado de utilizar conceitos interpretados como de um Determinismo Físico. Para tanto me apoio em Milton Santos que discorre sobre a importância da Forma na sociedade Técno-informacional definindo-a como instrumento moderno de colonização chamada de‘o novo cavalo de tróia’. No subitem 1.4. A Arquitetura Moderna busco esclarecer em qual base esta assentada o pensamento da arquitetura moderna.
No subitem 1.5. O Espaço Público apresento sua importância enquanto elemento potencial para a transformação dos espaços inertes, residuais em espaços para a cidadania. No item 2. A Floresta Urbanizada, senti necessidade de esclarecer a formação dos espaços da região identificando seus elementos principais, isto para servir de apoio na análise do objeto em estudo. No item 3. O campus José Ribeiro Filho divido em vários subitens para apresentar vários assuntos sobre o local. No subitem 3.1. Modelos de campus, apresento os tipos de espaços usados na implantação de campus que serviram de modelos seguidos por nós. No suítem 3.2. Formação do campus , discorro sobre a história do campus em estudo, desde a aquisição do terreno a sua implantação. No subitem 3.3. Números no campus, discorro sobre o aspecto quantitativo do campus. No subitem 3.4. O Plano Diretor, apresento como foi concebido os espaços do campus. No capítulo 4. O Espaço e o Lugar no campus, Neste capítulo pretendo fazer aplicar os conceitos trabalhados na análise de caso, para tanto divido este capítulo em dois subitens. No subitem 4.1 O Espaço Público, a Rua e a Praça, apresento através de fotos, como esses espaços praticamente inexistem oficialmente, são espaços construídos pelos atores no dia-a-dia o que caracteriza uma preocupação na concepção espacial em atender a seu aspecto funcional que é próprio do pensamento moderno. No subitem 4.2. O Público e o Particular, tento demonstrar como o campus vai na direção de espaço mais aberto (antes) ao mais fechado (agora) numa clara direção de particularização dos espaços públicos. A hipótese considerada é a de que os espaços construídos, planejados ou não, no campus da Unir, são espaços que não foram pensados para integrar as pessoas, espaços que não contribuem para a formação de cidadãos, ou seja, são espaços de exclusão. A metodologia utilizada é o levantamento de dados através de pesquisa primária feitas no departamento de projetos da Unir, levantamento de dados quantitativos fornecidos pelo Departamento de Tecnologia- DTI da Unir, observação das atividades desenvolvidas pelos atores locais nos diversos horários, aplicação de questionário, entrevistas, fotos e imagens de satélite.
Este termo ‘Espaço Vazio’ é extraído do livro de Giddens onde desenvolve a ideia de que a modernidade produz um Desencaixe de tempo/espaço nas relações entre sociedades, fruto da divisão entre quem produz e quem consome os espaços. Para Guiddens (Giddens, 1991) o ‘desencaixe’ é um conceito definido como sendo o “’deslocamento’ das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação através de extensões indefinidas de tempo-espaço.” Isso se dá, segundo o autor pela ausência de sentido para as sociedades consumidoras que não reconhecem suas as representações dos espaços concebidos por quem o produz. Para Guiddens (Giddens, 1991) O dinamismo da modernidade deriva da separação do tempo e do espaço e de sua recombinação em formas que permitem o "zoneamento" tempo-espacial preciso da vida social; do desencaixe dos sistemas sociais (um fenômeno intimamente vinculado aos fatores envolvidos na separação tempo-espaço); e da ordenação e reordenação reflexiva das relações sociais à luz das contínuas entradas (inputs) de conhecimento afetando as ações de indivíduos e grupos (...) O advento da modernidade arranca crescentemente o espaço do tempo fomentando relações entre outros "ausentes", localmente distantes de qualquer situação dada ou interação face a face. Em condições de modernidade, o lugar se torna cada vez mais fantasmagórico: isto é, os locais são completamente penetrados e moldados em termos de influências sociais bem distantes deles. O que estrutura o local não é simplesmente o que está presente na cena; a ‘forma visível’ do local oculta as relações distanciadas que determinam sua natureza. (...)“O desenvolvimento do "espaço vazio" está ligado acima de tudo a dois conjuntos de fatores: aqueles que concedem a representação do espaço sem referência a um local privilegiado que forma um ponto favorável específico; e aqueles que tornam possível a substituição de diferentes unidades espaciais.” (Giddens, 1991)Grifo nosso. Esta relação entre ausentes retira a possibilidade de diálogo já que o poder de decisão está distante do consumidor. Isso acontece por aquilo que diversos autores, como Milton Santos, classificam como sendo a característica perversa da modernidade - um projeto global que se sobrepõe as diversas sociedades existentes.
Semelhante ao conceito de Espaço Vazio há outro termo que expressa a relação entre ausentes: o Não-Lugar (Auge, 2010). Para o autor, Mar Auge (Auge, 2010), os espaços considerados como de não-lugares são aqueles de rápida circulação que não permitem uma aproximação maior com seu usuário e assim impossibilitam a apropriação do lugar, se opondo ao espaço vivenciado, personalizado. É representado pelos espaços públicos como aeroportos, estações de metrô e pelas grandes cadeias de hotéis e supermercados. Trabalhado com a especificidade dos objetos construídos, é um conceito que estabelece através da alteridade o significado entre duas categorias geográficas: o lugar e o espaço. O não-lugar é uma das características da produção do espaço moderno/capitalista, espaço concebido sob a égide de um padrão global em que o sistema sócio/econômico determina sua forma. É o espaço artificial destituído de sentido imediato que atende a uma ordem distante como a reprodução de padrões estéticos e porque não dizer éticos também, como sugere Paulo Freire, de uma matriz espacial distante. A vida moderna tem se caracterizado na produção de não-lugares ou espaços vazios que são os espaços especializados, organizados para atender primordialmente a produção econômica segundo conceito da geografia crítica. Cada indivíduo desempenha um papel previamente definido e especializado, o ser humano torna-se automatizado, o afeto é trocado pela racionalidade das convenções, as relações são mediadas pelo tempo dos negócios, pelas planilhas e cronogramas, voltados para a individualização das pessoas, um paradoxo observado por Marshal Berman (Berman, 1994):
“a experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade, de religião e ideologia: nesse sentido pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade: ela nos despeja a todos num turbilhão de permanente desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambiguidade e angústia.”
Levando a cabo este cenário da modernidade em que o espaço é impessoal e desconstrói relações imediatas Ana Fany Carlos citada por Duarte (Duarte, 2002) diz que “a cidade não pode ser considerada um lugar”. Uma consideração radical, no entanto se pensarmos a cidade como o locus principal