














Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Texto que aborda a importância de libertar a vida em suas formas micropolíticas e macropolíticas, enfatizando a luta contra a opressão colonial-capitalista e a insurreição dos inconscientes contra o abuso da força vital. O texto propõe exercícios de fabulação e reflexão sobre a superfície topológico-relacional do mundo, as duas faces indissociáveis de uma vida implicita em distintas experiências de subjetividade.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
1 / 22
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
5
A fita de Moebius
Em sua experiência enquanto fora-do-sujeito , a subjetividade apreende as forças de um mundo, cujas emanações geram outros mundos em estado virtual
São germes de mundos que pulsam em todos os corpos, engendrados pelas ressonâncias singulares das forças em cada um deles
Modo de apreensão: extracognitivo (via afeto: intuição, saber-do-corpo, saber-do-vivo, saber eto-ecológico)
Lugar do outro: um corpo vivo cujos efeitos habitam nosso corpo e o compõem Modo de relação com o outro: empatia, ressonância, reverberação
Função: habitar nossa condição de viventes
Em sua experiência enquanto sujeito, a subjetividade apreende as formas de um mundo em seu estado atual: modos de existência, suas funções, seus códigos, suas representações, seus sentidos Modo de apreensão: cognitivo (via percepção, associação, classificação e reconhecimento) Lugar do outro: um corpo externo, separado do sujeito, sobre o qual projeta-se uma representação Modo de relação com outro: comunicação Função: existir socialmente
Experiência das Forças / Experiência das Formas
10
11
I - Insurreição macropolítica: um protesto programático das consciências
Foco (visível e audível) : a assimetria de direitos nas formas de relação social estabelecidas pelo regime colonial-capitalístico. Relações de poder no âmbito das classes sociais, raças, gêneros, sexualidades, religiões, etnicidade, colonialidade...
Agentes (apenas os humanos) : todos aqueles que ocupam posições subalternas nas relações de poder em todos os domínios da vida social.
O que move seus agentes: o impulso de ‘denunciar’ as injustiças do mundo em suas formas vigentes para mobilizar as consciências.
Intenção (empoderar-se) : sair da invisibilidade e da inaudibilidade, para ocupar afirmativamente um lugar de fala e de direito de existência digna. Desmantelar a assimetria nas relações de poder, promovendo uma redistribuição dos lugares que seja mais igualitária – não só no campo político, mas também nos campos social e econômico.
Critério moral de avaliação das situações: sistema de valores estabelecidos – bússola moral que
orienta nossas escolhas e ações na esfera macropolítica.
Modo de operação (por oposição ao opressor para destituí-lo de seu lugar de poder): estratégias de luta contra o opressor e as leis que sustentam seu poder em todas suas manifestações na vida individual e coletiva.
Modo de cooperação (construção de movimentos organizados, via recognição identitária): em torno de uma mesma reivindicação (concreta) e em função de uma mesma posição (subalterna) num determinado segmento da vida social. Nesta posição, que pertence à esfera da ‘pessoa’ na experiência subjetiva, desenha-se um suposto contorno identitário, que facilita a necessária agrupação; o problema é quando a subjetividade confina-se neste contorno e a ele se reduz. Um modo de cooperação que gera força de pressão para viabilizar uma reversão efetiva nas relações de poder no plano institucional.
14
impulso de ‘anunciar’ mundos por vir para mobilizar os inconscientes.
Intenção (potencializar-se): reapropriar-se da força vital e sua potência de criação, o que no humano depende de reapropriar-se igualmente da linguagem para que a pulsão encontre seu dizer, de maneira a tornar sensíveis os mundos que se anunciam ao saber-do-corpo. Esta é a condição para que o movimento pulsional se complete em seu destino ético, produzindo um acontecimento. A insurreição micropolítica é, nela mesma, uma ressurreição da força vital. A intenção aqui é produzir ‘potencialização’, o que é distinto de ‘empoderamento’.
Critério pulsional de avaliação das situações: o que a vida pede - bússola ética que orienta nossas escolhas e ações na esfera micropolítica.
Modo de operação (por afirmação da vida em sua essência germinativa, para desertar as relações de poder) : não ceder ao abuso da pulsão, o que depende de fazer a travessia do trauma que tal abuso provoca e que prepara o terreno para o sequestro de sua potência. É este trauma o que nos faz permanecer enredados na cena das relações de poder, seja na posição de subalternidade ou de soberania (mesmo que nos insurjamos contra elas macropoliticamente).
Há que desertar seu papel, transfigurando seu personagem ou simplesmente abandonando a cena que, com isso, não tem mais como se sustentar. Construir para si um outro corpo, abandonando a carapaça de um corpo estruturado na dinâmica do abuso. A resistência micropolítica é também e indissociavelmente uma resistência clínica: curar a vida de sua impotência, sequela de seu cativeiro na trama relacional do abuso.
Modo de cooperação (construção do comum, via empatia): tecer múltiplas redes de conexões a partir de situações, experiências e linguagens distintas, cujo traço de união é uma perspectiva ética: a afirmação da vida em sua essência transfiguradora e transvaloradora. Criam-se territórios relacionais temporários, variados e variáveis, nos quais se produzem sinergias coletivas, provedoras de um acolhimento recíproco que favorece a travessia do trauma do abuso colonial-capitalistico. Tende a compor-se assim um corpo individual e coletivo resistente à cafetinagem da vida, capaz de a repelir. De tais reapropriações coletivas da pulsão depende a possibilidade de constituição de campos de emergência de acontecimentos, nos quais configuram-se outros modos de existência e suas respectivas cartografias.
17
20