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Guias e Dicas
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Fatores Locais e Sistêmicos que Influenciam a Erupção dos Dentes, Notas de aula de Crescimento

Este documento discute os fatores locais e sistêmicos que podem influenciar o processo de erupção dos dentes, incluindo síndromes, perda precoce de dentes deciduos, cistos primordiais, anquilose, posicionamento anormal de dentes, hábitos de sucção, fibrose gengival, impactação dental, hematoma de erupção e transtornos endócrinos. O documento também menciona estudos relacionados aos sintomas locais e sistêmicos associados à erupção de dentes deciduos.

O que você vai aprender

  • Como a fibrose gengival pode afetar a erupção dos dentes?
  • Como a perda precoce de dentes deciduos pode afetar a erupção dos dentes permanentes?
  • Quais hábitos de sucção podem influenciar a erupção dos dentes?
  • Quais síndromes estão associadas com atraso ou aceleração da erupção dos dentes?
  • Quais sintomas locais e sistêmicos podem ser observados durante a erupção de dentes deciduos?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Brasilia80
Brasilia80 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA
U
FS
C
Biblioteca Setorial
CGS-0
ERUPÇÃO DENTARIA
FATORES QUE
INTERFEREM
MANIFESTAÇÕES
LOCAIS
E
SISTÊMICAS.
Luciana Santos Malheiros
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização
em
Odontopediatria
da
Universidade Federal de Santa Catarina para
obtenção
do titulo de Especialista em
r
-
Odontopediatria.
Orientadora:
Profa Dra
Izabel
Cristina Santos Almeida
FLORIANÓPOLIS
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA

U FS C Biblioteca Setorial CGS-

ERUPÇÃO DENTARIA

FATORES QUE INTERFEREM

MANIFESTAÇÕES LOCAIS E SISTÊMICAS.

Luciana Santos Malheiros

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina para r- obtenção^ do titulo de Especialista em Odontopediatria. Orientadora: Profa Dra Izabel Cristina Santos Almeida

FLORIANÓPOLIS

L1 (^) PS (^) '— i3lbliott-c, Se.tortal C (^) CS- 0

A todas as crianças, por representarem a

inspiração inicial e o estimulo constante

para que pudesse desenvolver e concluir

este trabalho.

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Luiz Carlos e Léa, os quais nenhuma frase ou palavra conseguiria expressar a gratidão e o amor que tenho por eles.

As minhas irmãs Tatiana e Adriana, por todo o incentivo que me deram

para que pudesse realizar esse sonho.

Aos meus, avós, tios e primos que mesmo de longe estão sempre a me apoiar.

A professora, amiga e mentora Izabel Cristina, um exemplo de força de vontade, liderança e competência que sempre acreditou no meu potencial e me fez crescer não s6 profissionalmente, mas também como ser humano.

A Joanir Luis Kalnin, com quem descobri um dos mais lindos sentimentos, "o amor".

A professora Liene Campos, pelas orientações dadas para que este trabalho pudesse ser concluído.

A Juliana e Karime, pelos sorrisos, lágrimas^ e^ companheirismo compartilhados.

Aos professores do curso, Maria José, Ricardo, Joeci e^ Vera por ajudarem a passar uma parte dos seus conhecimentos.

A todos os funcionários, pelo carinho recebido.

A Deus por sempre iluminar meus caminhos mesmo quando achava que estava perdida e por ter posto todas essas pessoas na minha vida.

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão

de literatura sobre as manifestações locais e sistêmicas mais

prevalentes quando da erupção dentária, assim como

apresentar quais os fatores locais e sistêmicos que interferem

neste processo. Concluiu-se que apesar de haver

discordância entre alguns autores, algumas manifestações

sistêmicas tais como: irritabilidade, diarréia e^ febre,^ e

locais: sialorréia e inflamação gengival^ foram as mais

relatadas. Enquanto que dentre os fatores locais e sistêmicos

relacionados ao atraso ou a aceleração da erupção dos dentes

os mais citados foram: síndrome de Down, cistos primordiais,

hábitos de sucção, fibrose gengival, hematoma de erupção.

sumARIce Ir.^

BibliotecaUFSC

 - CCS- Setorial 
  • RESUMO
  • ABSTRACT - 1 INTRODUÇÃO
    • 2 REVISÃO DA LITERATURA
  • 2.1 Erupção dental
    • 2.2 Teorias do mecanismo de erupção dentária
    • 2.3 Fatores que interferem
    • 2.3.1 Fatores sistêmicos
    • 2.3.2 Fatores locais
    • 2.3.3 Fatores relativos aoindivíduo e ao ambiente
    • 2.4 Manifestações locais e sistêmicas da erupção
  • 3 DISCUSSÃO
  • 4 CONCLUSÕES
    • 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 INTRODUÇÃO

Os dentes deciduos iniciam sua formação a partir da

sexta semana de vida intra-uterina, com os incisivos, os

quais irrompem por volta dos seis meses após o nascimento,

dando inicio ao período da dentição decidua.

É importante salientar que, no inicio do

desenvolvimento desta dentição, a criança se encontra em

fase de amadurecimento de seu organismo e portanto menos

resistente As agressões internas e externas, principalmente se

considerarmos que os anticorpos maternos desaparecem do

sangue da criança logo na metade do primeiro ano de vida,

coincidindo com o inicio da fase de erupção dentária. Por esta

razão é que a relação entre a erupção e distúrbios orgânicos

tornou-se conhecida desde Hipócrates (460-361 a.C.), quando

formulou um estudo sobre tais distúrbios descrevendo-os

como: aumento da salivação, febre, distúrbios

gastrointestinais, irritabilidade e^ perda de apetite

(VOGELSBERG apud NORONHA, 1983).

Sabe-se que os dentes deciduos podem irromper sem

que haja qualquer alteração de ordem geral ou local.

Contudo, ainda hoje, não ha um consenso sobre este assunto

e pontos de vistas de mães, pediatras e cirurgiões - dentistas

são discordantes sob alguns aspectos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Erupção Dental

0 termo erupção dental vem do latim erupere, que significa irromper. De modo mais restrito nada mais é que a incisão feita pelos dentes através da gengiva. Entretanto, em um sentido mais amplo, a erupção compreende toda a movimentação do dente a partir da sua localização original no osso em direção axial até atingir sua posição funcional na cavidade bucal. (BENGTSON et al. 1988)

Segundo TEN CATE(1978) o processo de erupção ocorre em três fases: a) fase pré- eruptiva, na qual o^ germe dentário movimenta-se de duas maneiras, uma parte fica estacionada enquanto o restante^ continua^ o processo ou seu movimento, b) fase eruptiva, onde o dente em formação movimenta- se rapidamente até alcançar o plano oclusal c) fase pós- eruptiva, na qual^ o^ dente realiza movimentos para acomodar-se ao crescimento ulterior dos maxilares.

0 autor apesar de ter descrito este processo, salienta que o exato mecanismo de erupção dentária ainda é obscuro, uma vez que múltiplas alterações teciduais ocorrem tais como,

1 1 o desenvolvimento da raiz e periodonto e reabsorção e aposição do osso alveolar.

Devido a esta complexidade muitas teorias tem sido propostas para explicar o mecanismo da movimentação do dente no processo eruptivo.

2.2 Teorias do mecanismo (^) de erupção dentária

Dentre as muitas teorias que existem sobre este processo KREIBORG et al. (1995), comentam que quatro delas são mais freqüentemente sugeridas: a) crescimento da raiz: embora o alongamento das raizes acompanhe a erupção, este crescimento não parece ser a principal causa desta, pois, dentes sem e com raizes completas também podem fazer movimento de erupção, b) pressão vascular ou tecidual: a pressão sangainea e dos fluidos dos tecidos intersticiais podem contribuir para o movimento eruptivo, contudo seu significado é questionável para a erupção; c) remodelação óssea: parece ter um papel importante, pelo menos nos estágios iniciais da erupção. Essa remodelação coordenada e regulada pelo foliculo dentário parece propulsionar o dente numa direção axial. De acordo com essa teoria nenhuma "força eruptiva" real é necessária,^ uma vez que a erupção dentária resultaria de um crescimento ósseo^ e seria um exemplo de como a remodelação óssea direciona o crescimento craniofacial;

I : 2.3 (^) Fatores que interferem

O momento em que os dentes irrompem e esfoliam

pode sofrer aceleração ou atraso em decorrência de distúrbios orgânicos ou até mesmo devido a fatores pessoais e/ou ambientais que apesar de não influirem no equilíbrio fisiológico podem acarretar variações na cronologia eruptiva. (FRAJNDLICH, OLIVEIRA 1988; TOLEDO, 1996)

2.3.1 Fatores sistêmicos

BHASKAR (1958), afirmou que^ o hipergonadismo e tumores corticais adrenais podem gerar uma erupção prematura tanto da dentição decidua como da permanente e que transtornos endócrinos como hipotireoidismo, cretinismo, mongolismo e hipopituitarismo causariam retardo da erupção em ambas as dentições. 0 autor ainda comenta que a erupção atrasada de um só dente geralmente está relacionada a um fator local e isto é mais comumente ocorre mais na dentição permanente.

Segundo FORREST et al. (1958) a diminuição do metabolismo do organismo tem como resultado um atraso no processo de crescimento o^ que acarretaria uma retenção prolongada dos dentes deciduos e conseqüentemente um atraso na erupção dos permanentes.

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BAER, BENJAMIN (1975) comentar= que normalmente as crianças iniciam (^) a erupção dos dentes por volta dos seis meses de idade, entretanto nas crianças que apresentam síndrome de Down a erupção geralmente inicia por volta dos nove meses e (^) tem a dentição decidua totalmente completada por volta dos quatro a cinco anos.

De acordo com FRAJNDLICH, OLIVEIRA (1988), o hipotireoidismo, hipopituitarismo, síndrome de Down, disostose cleidocranial e raquitismo promovem um retardo na erupção dos dentes.

A mesma opinião é compartilhada por McDONALD, AVERY (1995), que ainda incluem como responsáveis pelo atraso no processo eruptivo a osteodistrofia hereditária de Albright, displasia condroectodérmica, síndrome de Lange, displasia frontometafisária, síndrome de Gardner, síndrome de Gloltz, síndrome de Hunter, síndrome de Bloch Sulzberger, síndrome da mucopolissacaridose de Maroteaux-Lamy, síndrome de Miller- diker, síndrome da progeria e hipofosfatenia familial.

No que se refere A.. s várias síndromes e alterações endócrinas NOREN et al. (1995) concordam com as citações dos demais autores, ou seja que elas podem causar retardo ou aceleração da erupção. Lembram ainda que hormônios como o tireoidiano, pituitário e sexuais podem aumentar^ o metabolismo, quando em grande quantidade, estimulando

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permanentes (^) podem sofrer atraso no processo de erupção devido a problemas causados por cistos primordiais, dentigeros, anquilose e posição anormal de dentes.

ENLOW (1981) afirmou que se houver perda do dente deciduo antes do tempo considerado normal para a sua esfoliação o sucessor permanente poderá ter sua erupção atrasada ou acelerada dependendo da época em que se deu essa perda e do estágio eruptivo no qual se encontre. Caso a perda do dente deciduo aconteça depois que o sucessor já tenha dado inicio ao processo de atividade eruptiva, haverá uma aceleração de sua erupção; no entanto se essa perda ocorrer antes que o sucessor entre em atividade pré - eruptiva haverá um atraso na erupção.

De acordo com LINO (1982) o habito^ de sucção de chupeta ou polegar proporciona uma solicitação maior dos dentes anteriores, como se houvesse um aumento da atividade funcional; provocando uma aceleração no processo de rizólise principalmente dos incisivos superiores e^ inferiores,^ o^ que promove em alguns casos, a erupção antecipada dos incisivos permanentes, antes mesmo dos primeiros molares permanentes.

Para FRAJNDLICH, OLIVEIRA (1988), a perda precoce de dentes deciduos atrasa a erupção por haver ainda neste caso grande quantidade de osso sobre o^ dente permanente. Para os autores, a perda parcial ou total da estrutura coronária também traz problemas, visto que a

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diminuição no diâmetro mésio-distal de um dente resultaria no deslocamento dos adjacentes prejudicando assim a erupção do sucessor que não teria o espaço necessário.

Conforme salientaram KORYTNICKI et al. (1994) a perda precoce do dente deciduo pode acelerar ou retardar a erupção do sucessor permanente dependendo do estágio de Nolla em que este se encontre. Caso essa perda ocorra antes que o sucessor se encontre no estágio 6 de Nolla (coroa formada e 1/3 de formação radicular) haverá um atraso de sua erupção, porque neste caso o osso geralmente ocupa essa área acima do dente permanente dificultando desta forma seu irrompimento.

McDONALD, AVERY (1995) comentaram que a anquilose pode atrasar a erupção, na medida em que dentes deciduos anquilosados apresentam dificuldade de esfoliar, causando assim um atraso no irrompimento do sucessor permanente.

Segundo GUEDES-PINTO (1997) hematoma de erupção, anquilose, fibrose gengival e impactação dental promovem atraso na erupção do sucessor permanente. De acordo com o autor o hematoma é um dos poucos fatores locais que provocam discreto atraso na erupção, salienta ainda que este é um problema que geralmente ocorre nos molares superiores deciduos. Já a anquilose, provoca atraso na erupção do sucessor porque o dente deciduo que está anquilosado tem dificuldade de esfoliar ficando desta forma retido por mais tempo na cavidade bucal. Acrescenta que o 20 molar deciduo

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ambiente onde a criança mora, aquelas residentes em zona urbana, tem erupção mais precoce que as da zona rural. Essa mesma diferença é (^) percebida em relação a temperatura, ressaltando que quanto mais baixa, observa-se um discreto atraso se comparada a erupção de dentes das crianças que habitam países tropicais. Observa ainda que, no mesmo pais, as que nascem e são (^) criadas no litoral parecem ter erupção mais precoce. 0 autor salienta que com relação ao sexo, na dentadura decidua nenhuma diferença é percebida, contudo na permanente, a erupção é mais precoce nas meninas do que nos meninos.

2.4 Manifestações locais e sistêmicas da erupção

A relação entre a erupção dental e o aparecimento de manifestações locais e sistêmicas tem sempre gerado muita polêmica entre médicos, dentistas e pais .De um lado estão autores como KATHALIAN (1983) e McDONALD, AVERY (1995) que acreditam que sendo um processo fisiológico, a erupção não ocasiona nenhum tipo de transtorno para a criança, contudo existem outros como TOLEDO (1996), PIRCE et al. (1987) e NORONHA (1983) que reconhecem o aparecimento de algumas manifestações durante o processo eruptivo.

Como manifestações locais da erupção têm-se encontrado na literatura os seguintes achados: inflamação gengival, dor temporária, salivação aumentada, aumento da

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sucção digital, hematoma de erupção (^) e ulcerações na mucosa. As manifestações sistêmicas mais comumente citadas pela literatura quando da erupção são: inapetência, diarréia, irritabilidade, febre, moleza no corpo, coriza, resfriado, dificuldade para dormir, sono agitado, exantema e vômito (ROCHA et al., 1988).

BRAUER et al. (1964) acreditam que como a erupção é um processo fisiológico, não se pode associá-lo com aparecimento de manifestações como febre, diarréia, convulsões etc. Comentaram ainda que alguns médicos atribuem e/ou associam febre de causa desconhecida à erupção, lembram porém, que há pouca base cientifica para relacioná-las. Em seus estudos verificaram que durante a febre ocorre uma aceleração na erupção dos dentes. Relatam ainda que é comum durante o processo de erupção aparecerem sinais e sintomas como: sialorréia, irritabilidade, dificuldade de dormir, pôr constantemente a mão na boca, apesar disto afirmaram que não há como relacioná-los a este processo.

GALILI et al. (1969) no intuito de sanarem dúvidas que acometem muitos pais no que diz respeito a manifestações durante a erupção, realizaram um trabalho no qual pretendiam verificar se realmente havia ou não essa relação. Para isso observaram 43 crianças com idade entre 5 e 23 meses, por um período de quatro meses. Ao fim do qual salientaram não haver relação estatisticamente significante entre o processo^ de erupção dental e^ todos os tipos de distúrbios sistêmicos estudados. Apesar desta conclusão observaram entretanto, que