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EQUAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O TESTE DO DEGRAU DE SEIS MINUTOS BASEADO EM UM ESTUDO MULTICÊ, Teses (TCC) de Fisioterapia

Introdução: O teste do degrau de seis minutos (TD6) tem se destacado nos últimos anos por ser um teste funcional simples que requer mínimo espaço físico e de fácil aplicabilidade na prática clínica. Já foi validado para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e tem sido crescente seu uso também em outras condições de saúde. No entanto, a interpretação de seus resultados é limitada devido à ausência de valores de referência que envolva uma amostra ampla e de diversas regiões do Brasil. Objetivo: Estabelecer uma equação de referência para estimar o número de degraus no TD6, validá-la prospectivamente e testar a reprodutibilidade do TD6 na amostra multicêntrica. Métodos: Trata-se de um estudo multicêntrico, transversal, com amostra de indivíduos saudáveis recrutados de seis cidades brasileiras de diferentes regiões. Foram avaliados 476 indivíduos saudáveis, subdivididos nas faixas etárias: 18-28, 29-39, 40-49, 50-59, 60-69 e 70-79 anos. Os participantes realizaram em um

Tipologia: Teses (TCC)

2023

Compartilhado em 31/07/2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE FISIOTERAPIA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO E DESEMPENHO FÍSICO-
FUNCIONAL
Vanessa Salles de Albuquerque
EQUAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O TESTE DO DEGRAU DE SEIS MINUTOS
BASEADO EM UM ESTUDO MULTICÊNTRICO BRASILEIRO
Juiz de Fora
2019
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE FISIOTERAPIA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO E DESEMPENHO FÍSICO-

FUNCIONAL

Vanessa Salles de Albuquerque EQUAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O TESTE DO DEGRAU DE SEIS MINUTOS BASEADO EM UM ESTUDO MULTICÊNTRICO BRASILEIRO Juiz de Fora 2019

Vanessa Salles de Albuquerque EQUAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA O TESTE DO DEGRAU DE SEIS MINUTOS BASEADO EM UM ESTUDO MULTICÊNTRICO BRASILEIRO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação Mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico Funcional, da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito parcial a obtenção do grau de Mestre em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico Funcional. Orientador: Professora Doutora Carla Malaguti - UFJF Co-orientadora: Professora Doutora Simone Dal Corso - UNINOVE Juiz de Fora 2019

Dedico este trabalho aos meus pais, Márcia e Vanderlei, que sempre apoiaram minhas escolhas, ao meu futuro esposo Felipe, por dividir comigo todas estas conquistas e aos meus pacientes, que me inspiram a buscar o melhor de mim.

foram suportes fundamentais na realização das coletas. Agradeço o esforço de cada um nesta jornada. A banca composta pelos professores Dr. Carlos Marcelo Pastre, Dr. Maycon de Moura Reboredo; Dra. Isabelle Magalhães Guedes Freitas e Anderson José (mais uma vez) pelo aceite e disponibilidade, pela partilha de seus conhecimentos e por contribuírem para que esse trabalho seja lapidado. Aos professores, Dra. Raquel Rodrigues Britto e Dr. Leandro Ferracini , pelo compartilhamento de seus conhecimentos sempre que precisei e por todas as considerações como banca de qualificação. Vocês foram peças-chave para engrandecer este trabalho. A minha amiga e companheira de trabalho Bruna de Souza Basílio , minha primeira voluntária, que sempre esteve disposta a ajudar, da extensiva busca por voluntários a realização dos protocolos. Você foi fundamental pra eu conseguir chegar até aqui. A Prefeitura de Rio Novo , em especial ao Secretário de Saúde Guilherme Nogueira , que me possibilitou dispor de tempo para presença nas aulas do mestrado e me apoiou para que eu pudesse me capacitar e trazer retorno a população. A Faculdade de Fisioterapia da UFJF e a todos do Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico Funcional , por me abrigar mais uma vez, realizando este sonho. A todos os meus amigos e familiares, que compreenderam minhas ausências em diversos momentos e que ainda assim, me incentivaram a continuar caminhando atrás deste sonho. Vocês me deram forças para acreditar que isso seria possível. A todos os voluntários desta pesquisa, que doaram seu tempo para realização das nossas avaliações em prol da pesquisa. Agradeço a todos que contribuíram e confiaram no sucesso deste projeto. O meu muito obrigada!

“Em algum lugar, alguma coisa incrível está esperando para ser descoberta.” Carl Sagan

ABSTRACT

Introduction: The six-minute step test (6MST) has been highlighted in recent years for a simple functional test that requires minimal physical space and is easily applicable in clinical practice. It has already been validated for patients with chronic obstructive pulmonary disease and has been increasingly used in other deseases. However, an interpretation of their results is limited due to the absence of reference values involving a large sample and several regions of Brazil. Objective: To establish a reference equation to estimate the number of steps in the 6MST and to validate it prospectively, and to test the reproducibility of the 6MST in the multicenter sample. Methods: This is a multicenter cross-sectional study with a sample of healthy individuals recruited from six Brazilian cities in different regions. We evaluated 476 healthy individuals, subdivided into age groups: 18-28, 29-39, 40-49, 50-59, 60-69 and 70- 79 years. The volunteers participated in only one day of following evaluations: anthropometric assessment, spirometry, levels of physical activity by a questionnaire and two free-cadence 6MST, with a 20 cm step and a 30-minute interval between them. After establishing the reference equation, a new sample of 46 individuals (24 women) performed the 6MST to test the prediction equation proposed by this study and compare it with the existing previous equation. Results: Multiple linear regression analysis showed an equation model with age, sex and heart rate variation (∆HR) as variables, explaining 55% of the variability in the 6MST, which resulted in the following equation: Steps = 166.9 - age + (0.7 × ΔHR) + (20.7 × sex). It was shown from a posteriori sample analysis that the predicted value was not different from the actual performance of the 6MST (164 ± 24 vs. 167 ± 28 steps respectively, p = 0.462), presenting the accuracy of the performance prediction equation. The reliability between the tests was excellent, with ICC of 0.96 (0.95-0.97, p <0.001). Conclusion: The 6MST was highly reproducible and the equation proposed in this study was accurate to predict the 6MST for Brazilians. Key-words: Exercise. Health. Exercise test.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Interações entre sistemas respiratório, cardiovascular e muscular para fornecimento de energia ao corpo humano...........................................

Figura 2 - O ciclo de declínio na espiral da dispneia............................................. 17 Figura 3 - Teste de caminhada de seis minutos..................................................... 23 Figura 4 - Diferentes degraus utilizados no TD6: 4 A) Degrau único e 4B) degrau hidráulico ou "stepper"..............................................................

Figura 5 - Altura trocantérica................................................................................ 41 Figura 6 - Perímetro da coxa................................................................................. 41 Figura 7 - Perímetro da panturrilha....................................................................... 41 Figura 8 - Fluxograma de composição da amostra................................................ 47 Figura 9 - Diagrama de caixas do desempenho no melhor TD6 × faixas etárias.. 49 Figura 10 - Desempenho no melhor TD6 entre os sexos......................................... 49 Figura 11 - Concordância no número de degraus entre o TD6-1 e TD6-2 pela análise de Bland-Altman. A linha continua é referente à média das diferenças entre os testes e as linhas pontilhadas correspondem ao intervalo de confiança de 95%..............................................................

Figura 12 - Concordância no número de degraus realizados pela amostra multicêntrica e o previsto por Arcuri et al. (Equação 1) pela análise de Bland-Altman. A linha continua é referente à média das diferenças entre os testes e as linhas pontilhadas correspondem ao intervalo de confiança de 95%..............................................................

Figura 13A - Concordância no número de degraus previsto pela equação multicêntrica e o realizado pela amostra a posteriori através da análise de Bland-Altman. A linha continua é referente à média das diferenças entre os testes e as linhas pontilhadas correspondem ao intervalo de confiança de 95%..............................................................

Figura 13B - Concordância no número de degraus previsto por Arcuri et al. e o realizado pela amostra a posteriori através da análise de Bland- Altman. A linha continua é referente à média das diferenças entre os testes e as linhas pontilhadas correspondem ao intervalo de confiança de 95%..................................................................................................

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização da amostra total............................................................. 48 Tabela 2 - Confiabilidade entre as variáveis iniciais do TD6-1 e TD6- 2 ............... 50 Tabela 3 - Correlação entre a variável de desfecho (total de degraus) no TD6-M com as variáveis independentes.............................................................

Tabela 4 - Comparação entre o número de degraus alcançados no TD6-M × o previsto pela equação de Arcuri et al. , 2016..........................................

Tabela 5 - Variáveis preditoras do número total de degraus obtidas a partir da análise de regressão múltipla (stepwise)................................................

Tabela 6 - Caracterização da amostra a posteriori .................................................. 55 Tabela 7 - Comparação entre o número de degraus alcançados no TD6 da amostra a posteriori × o previsto pela equação de Arcuri et al. (2016) e o modelo de previsão da amostra multicêntrica..................................

Tabela 1.1 - Caracterização da amostra do centro de Juiz de Fora (MG).................. 81 Tabela 1.2 - Caracterização da amostra do centro de São Paulo (SP)....................... 82 Tabela 1.3 - Caracterização da amostra do centro de Natal (RN).............................. 83 Tabela 1.4 - Caracterização da amostra do centro de Porto Alegre (RS)................... 84 Tabela 1.5 - Caracterização da amostra do centro de Belém (PA)............................ 85 Tabela 1.6 - Caracterização da amostra do centro de Brasília (DF).......................... 86

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

∆FC (^) Delta da frequência cardíaca AVE Acidente vascular encefálico ATS American Thoracic Society cm Centímetros CELAFISCS Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul Cabd Circunferência abdominal CCI Coeficiente de correlação intraclasse CEP (^) Comitê de Ética e Pesquisa CMID (^) Comprimento do membro inferior direito DMD (^) Diferença mínima detectável DF Distrito Federal DPI (^) Doença pulmonar intersticial DPOC (^) Doença pulmonar obstrutiva crônica EPM (^) Erro padrão da medida FC (^) Frequência cardíaca IMC (^) Índice de massa corporal IPAQ (^) Questionário internacional de atividade física ISAK (^) Sociedade internacional para o avanço da Kinantropometria Kg (^) Quilograma Kg/m^2 Quilograma por metro quadrado MMSS (^) Membros superiores m^2 Metro ao quadrado MG (^) Minas Gerais OMS (^) Organização Mundial da Saúde O (^2) Oxigênio PA (^) Pará PAD (^) Pressão arterial diastólica PAS (^) Pressão arterial sistólica Pcoxa (^) Perímetro da coxa Ppant (^) Perímetro da panturrilha Prev (^) Previsto R² (^) Coeficiente de determinação RS (^) Rio Grande do Sul

SUMÁRIO

5.3 DESEMPENHO^ DA^ AMOSTRA^ MULTICÊNTRICA^ ×^ PREDITO^ POR

ARCURI et al ........................................................................................................

APÊNDICE F – Características basais da amostra de cada centro participante..........................................................................................................

  • Quadro 1 - Equações de referência para o TC6 de Britto et al. (2013)...................
  • Quadro 2 - Resumo dos artigos que utilizaram o TD6............................................
  • Quadro 3 - Equações de referência para o TD6 de Arcuri et al. (2016).................
  • Quadro 4 - Equações para cálculo de EPM e DMD................................................
  • 1 CONTEXTUALIZAÇÃO...................................................................................
  • 1.1 CAPACIDADE FUNCIONAL: DEFINIÇÃO E CONSIDERAÇÕES................
  • 1.2 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL..............................................
    1. 2 .1 Teste de exercício cardiopulmonar....................................................................
    1. 2 .2 Testes clínicos de campo......................................................................................
  • 1.2.2.1 Teste de caminhada de 6 minutos
  • 1.2.2.2 Teste do degrau
  • 1.3 IMPORTÂNCIA DE SE ESTABELECER VALORES DE REFERÊNCIA.......
  • 2 JUSTIFICATIVA................................................................................................
  • 3 OBJETIVOS........................................................................................................
  • 3.1 OBJETIVO PRINCIPAL......................................................................................
  • 3.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS.............................................................................
  • 4 MÉTODOS...........................................................................................................
  • 4.1 DESENHO DO ESTUDO.....................................................................................
  • 4.2 SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES.....................................................................
  • 4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO...............................................................................
  • 4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO..............................................................................
  • 4.5 CÁLCULO AMOSTRAL.....................................................................................
    1. 6 ORIENTAÇÕES AO VOLUNTÁRIO.................................................................
    1. 7 PROCEDIMENTOS..............................................................................................
    1. 7 .1 Avaliação antropométrica...................................................................................
    1. 7 .2 Espirometria.........................................................................................................
    1. 7 .3 Avaliação do nível de atividade física................................................................
    1. 7 .4 Teste do degrau de 6 minutos.............................................................................
    1. 8 CONTROLE DE QUALIDADE DAS COLETAS MULTICÊNTRICAS...........
    1. 9 ANÁLISE ESTATÍSTICA....................................................................................
  • 5 RESULTADOS....................................................................................................
  • 5.1 REPRODUTIBILIDADE......................................................................................
  • 5.2 CORRELAÇÕES..................................................................................................
  • 5.4 MODELOS DE PREVISÃO DA AMOSTRA MULTICÊNTRICA....................
  • 5.5 VALIDAÇÃO A POSTERIORI E ANÁLISE DAS EQUAÇÕES........................
  • 6 DISCUSSÃO........................................................................................................
  • 7 CONCLUSÃO......................................................................................................
  • REFERÊNCIAS...................................................................................................
  • APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido.........................
  • APÊNDICE B – Roteiro para caracterização dos sujeitos..............................
  • APÊNDICE C – Instruções para o TD6............................................................
  • APÊNDICE D – Roteiro para registro dos dados do TD6...............................
  • APÊNDICE E – Termo de acordo para projeto multicêntrico.......................
  • APÊNDICE G – Publicações sobre o TD6 pelos autores.................................
  • ANEXO A – Declaração de infraestrutura e concordância.............................
  • ANEXO B – Carta de anuência dos coparticipantes........................................
  • ANEXO C – Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)...........
  • ANEXO D – Escala de BORG modificada........................................................

Sabe-se hoje, que nas diversas doenças crônicas cardiovasculares e respiratórias, a intolerância à atividade física não necessariamente está relacionada a doença de base e sim as alterações estruturais, funcionais e metabólicas dos sistemas musculoesquelético, respiratório e cardiovascular (ANNEGARN et al., 2012; JOYNER, 2004; WOUTERS, 2005). Essas condições levam a abstenção da realização de atividades que induzem os sintomas da doença de base, como dispneia e fadiga, e isto contribui para o descondicionamento físico progressivo gerando um espiral vicioso, fato este que contribui significativamente para a redução da capacidade funcional (Figura 2) (PITTA et al., 2005 ; POLKEY; MOXHAM, 2006; REARDON; LAREAU; ZUWALLACK, 2006). Figura 2. O ciclo de declínio na espiral da dispneia Fonte: Figura traduzida e adaptada pelo autor de REARDON; LAREAU; ZUWALLACK, 2006. Sintomas de dispneia com atividades Torna-se mais sedentário para evitar atividades de produção de sintomas Descondicionamento: agrava a dispneia; o paciente se ajusta reduzindo ainda mais a atividade Dessa maneira, compreende-se que a redução da capacidade funcional está diretamente ligada a deterioração da qualidade de vida da população e ao aumento da morbimortalidade, principalmente naqueles acometidos por doenças crônicas (BELARDINELLI et al., 2012; CELLI et al., 2004; PIERCY et al., 2018). Sabendo que intervenções por meio do treinamento físico são capazes de aumentar o desempenho cardiorrespiratório e a capacidade funcional; e que assim é possível reduzir os riscos e agravos de muitas doenças crônicas (CADORE; IZQUIERDO, 2015; PASANEN et al., 2017; PIERCY et al., 2018), é notória a importância de avaliar e mensurar a capacidade funcional do indivíduo, assim como acompanhar seu processo de mudança, principalmente

em indivíduos acometidos por doenças que sabidamente afetam o desempenho funcional (BELARDINELLI et al., 2012). 1.2 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL Existem diversas maneiras para avaliar e mensurar a capacidade funcional de um indivíduo, seja pela mensuração direta do consumo máximo de oxigênio (VO 2 máx) durante o exercício aeróbio, quanto pelo desempenho do indivíduo em uma determinada tarefa proposta (BERNARD et al., 2014; NOONAN; DEAN, 2000; PALANGE et al., 2007). O avaliador deverá escolher aquela que melhor atende ao condicionamento do indivíduo que está sendo testado, da finalidade do teste, das variáveis que se pretende avaliar, do ambiente de realização, além dos recursos materiais e profissionais disponíveis para este fim (NOONAN; DEAN, 2000; PALANGE et al., 2007; POWERS; HOWLEY, 2014). Os testes de avaliação da capacidade funcional relacionada ao exercício podem ser classificados de acordo com diversos parâmetros, como: intensidade do exercício, ritmo, forma como é limitado e local de realização. De acordo com a intensidade, os testes podem ser classificados em máximos e submáximos. Os testes máximos são caracterizados pelo aumento progressivo da carga e por levar o indivíduo ao seu maior nível de metabolismo, com a frequência cardíaca (FC) acima de 85% da FC máxima predita (220 - idade) (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2018). Quando realizado junto com a análise simultânea dos gases expirados, apresenta o resultado direto do VO 2 máx durante o exercício e deve ser denominado teste de exercício cardiopulmonar (ARAÚJO, 2000). Neste sentido, são mais fidedignos para detectar os fatores limitantes do exercício. Os testes submáximos são também definidos como testes de desempenho e podem predizer o VO 2 máx. São aqueles em que uma carga, correspondente a uma porcentagem da carga máxima é mantida ao longo do teste. Nesse teste, a FC permanece abaixo de 85 % da FC máxima predita (DA COSTA et al., 2014) e são mais sensíveis para detectar mudanças no desempenho após uma intervenção, além de ser mais representativos das atividades de vida diária (NOONAN; DEAN, 2000; PALANGE et al., 2007). Quanto ao ritmo dos testes, podem ser considerados como autocadenciados ou cadenciados. Nos testes autocadenciados, o próprio indivíduo controla seu ritmo e este varia de acordo com sua motivação, enquanto nos testes cadenciados, o ritmo é controlado externamente e imposto por um sinal sonoro, por aumento da velocidade ou altura de um ergômetro (BRITTO et al., 2013; CAMARGO et al., 2013; DAL CORSO et al., 2007; JOSÉ;