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Enzimas digestivas e o processo de mastigação, Notas de estudo de Medicina

Este documento aborda o papel das enzimas digestivas e o processo de mastigação no sistema digestivo. Ele explica como a presença de alimento no trato gastrointestinal estimula a produção de secreções digestivas, como a saliva, que desempenham funções importantes na digestão, como lubrificação, dissolução e início da decomposição química dos alimentos. O documento também detalha o mecanismo da mastigação, que é a fase inicial do processo digestivo na boca, responsável pela degradação mecânica dos alimentos em partículas menores, facilitando a ação das enzimas digestivas. Além disso, o texto discorre sobre as fases da deglutição, desde a contração dos músculos da garganta até o transporte do bolo alimentar pelo esôfago até o estômago. Essa compreensão do funcionamento do sistema digestivo é fundamental para entender distúrbios relacionados à produção insuficiente de secreções digestivas ou problemas na mastigação e deglutição.

Tipologia: Notas de estudo

2023

Compartilhado em 25/06/2024

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rebeca-kzan 🇧🇷

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Rebeca Kzan
INTRODUÇÃO:
O trato gastrointestinal (TGI) apresenta quatro processos
básicos:
motilidade, secreção, digestão, absorção intestinal
e exceção
.
A secreção é a adição de líquidos, enzimas e muco ao
lúmen do TGI. Essas, são produzidas pelas glândulas
salivares (saliva), células da mucosa gástrica (secreção
gástrica), células exócrinas do pâncreas (secreção
pancreática) e pelo fígado (bile).
Em todo o trato as glândulas secretoras servem para
duas funções primárias:
Produção de enzimas digestivas que são
secretadas na maioria das áreas do trato
alimentar;
Glândulas mucosas, desde a boca até o ânus,
proveem muco para lubrificar e proteger todas
as partes do trato alimentar.
Em relação às enzimas digestivas, a maioria é formada
apenas em resposta à presença de alimento no trato, e
a quantidade secretada também é proporcional à
quantidade de alimento a ser digerido. A presença
mecânica do alimento é o que gera o estímulo à
produção das secreções e ativa o sistema nervoso
entérico através de três mecanismos: estimulação tátil,
irritação química e distensão da parede do TGI.
1. Salivação
Glândulas salivares
Glândulas parótidas - São as maiores glândulas salivares,
as secreções são drenadas por um ducto parotídeo, ou
ducto de Stensen, que esvazia seu conteúdo no vestíbulo
da boca, no nível do segundo dente molar superior;
produzem uma secreção serosa espessa contendo a
enzima digestiva amilase salivar, que inicia o processo
químico de quebra de carboidratos complexos.
Glândulas sublinguais - Numerosos ductos sublinguais ou
ductos de Rivinus, abrem-se ao longo de cada lado do
frênulo da língua;
Glândulas submandibulares - Encontradas próximo ao
soalho da boca ao longo da superfície interna do corpo
da mandíbula. Os ductos submandibulares, ou ductos de
Wharton, abrem-se na boca de cada lado do frênulo da
língua, imediatamente posterior aos dentes.
Em conjunto, as glândulas salivares produzem de 0,5 a 1,5
litros de saliva diariamente, com uma composição de
99,4% de água, além de uma variedade de íons,
soluções-tampão, metabólitos e enzimas. Glicoproteína -
mucinas, são principalmente responsáveis pelos efeitos
de lubrificação da saliva.
Comumente, é secretada saliva suficiente apenas para
manter as túnicas mucosas da boca e da faringe úmidas
e limpar a boca e os dentes, auxiliando no controle da
população local de bactérias. No entanto, quando o
alimento entra na boca, a secreção de saliva aumenta
para lubrificar, dissolver e começar a decomposição
química do alimento
Funções da saliva
1.
A lubrificação do alimento pela mucina
(n-
acetilglicosamina) e pelas proteínas ricas em prolina
protege a mucosa oral e os dentes da ação mecânica
dos alimentos durante a mastigação e facilita o processo
da deglutição;
2.
A diluição e a solubilização
dos alimentos;
3.
Gustação
, uma vez que a solubilização dos alimentos
estimula as papilas gustativas;
4.
Regulação da temperatura dos alimentos
; a diluição dos
alimentos efetuada pela saliva resfria-os ou aquece-os;
5.
Higienização;
a saliva remove restos de alimentos que
se alojam entre os dentes;
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INTRODUÇÃO:

O trato gastrointestinal (TGI) apresenta quatro processos

básicos: motilidade, secreção, digestão, absorção intestinal

e exceção.

A secreção é a adição de líquidos, enzimas e muco ao lúmen do TGI. Essas, são produzidas pelas glândulas salivares (saliva), células da mucosa gástrica (secreção gástrica), células exócrinas do pâncreas (secreção pancreática) e pelo fígado (bile). Em todo o trato as glândulas secretoras servem para duas funções primárias:

  • Produção de enzimas digestivas que são secretadas na maioria das áreas do trato alimentar;
  • Glândulas mucosas, desde a boca até o ânus, proveem muco para lubrificar e proteger todas as partes do trato alimentar. Em relação às enzimas digestivas, a maioria é formada apenas em resposta à presença de alimento no trato, e a quantidade secretada também é proporcional à quantidade de alimento a ser digerido. A presença mecânica do alimento é o que gera o estímulo à produção das secreções e ativa o sistema nervoso entérico através de três mecanismos: estimulação tátil, irritação química e distensão da parede do TGI.

1. Salivação

Glândulas salivares Glândulas parótidas - São as maiores glândulas salivares, as secreções são drenadas por um ducto parotídeo, ou ducto de Stensen, que esvazia seu conteúdo no vestíbulo da boca, no nível do segundo dente molar superior; produzem uma secreção serosa espessa contendo a enzima digestiva amilase salivar, que inicia o processo químico de quebra de carboidratos complexos. Glândulas sublinguais - Numerosos ductos sublinguais ou ductos de Rivinus, abrem-se ao longo de cada lado do frênulo da língua; Glândulas submandibulares - Encontradas próximo ao soalho da boca ao longo da superfície interna do corpo da mandíbula. Os ductos submandibulares, ou ductos de Wharton, abrem-se na boca de cada lado do frênulo da língua, imediatamente posterior aos dentes. Em conjunto, as glândulas salivares produzem de 0,5 a 1, litros de saliva diariamente, com uma composição de 99,4% de água, além de uma variedade de íons, soluções-tampão, metabólitos e enzimas. Glicoproteína - mucinas, são principalmente responsáveis pelos efeitos de lubrificação da saliva. Comumente, é secretada saliva suficiente apenas para manter as túnicas mucosas da boca e da faringe úmidas e limpar a boca e os dentes, auxiliando no controle da população local de bactérias. No entanto, quando o alimento entra na boca, a secreção de saliva aumenta para lubrificar, dissolver e começar a decomposição química do alimento Funções da saliva

1. A lubrificação do alimento pela mucina (n-

acetilglicosamina) e pelas proteínas ricas em prolina protege a mucosa oral e os dentes da ação mecânica dos alimentos durante a mastigação e facilita o processo da deglutição;

2. A diluição e a solubilização dos alimentos;

3. Gustação, uma vez que a solubilização dos alimentos

estimula as papilas gustativas;

4. Regulação da temperatura dos alimentos; a diluição dos

alimentos efetuada pela saliva resfria-os ou aquece-os;

5. Higienização; a saliva remove restos de alimentos que

se alojam entre os dentes;

6. Fonação, pois o umedecimento da cavidade oral facilita

a fonação;

7. Ação tamponante; resulta do ph ligeiramente alcalino

da saliva, protegendo a mucosa oral contra alimentos ácidos e os dentes contra os produtos ácidos da fermentação bacteriana. Durante as ânsias que precedem o vômito, a salivação é grandemente estimulada, protegendo a mucosa oral do quimo ácido proveniente do estômago;

8. Ação bactericida: a saliva secreta a lisozima que lisa a

parede celular bacteriana, também com ação bactericida, e a proteína ligadora de imunoglobulina a, ativa contra vírus e bactérias;

9. Ação bacteriostática: é efetuada pela lactoferrina, que

impede o crescimento de bactérias dependentes deste íon;

10. Ação na cicatrização de feridas ou lesões da mucosa

oral pela secreção do fator de crescimento epidérmico, razão pela qual os animais instintivamente lambem suas feridas;

11. Ação antimicrobiana: efetuada pelas proteínas ricas em

prolina que interagem com o ca+2 e com a hidroxiapatita, participando da manutenção da integridade dos dentes;

12. Incorporação de flúor e fosfato aos dentes, estes íons

são captados do sangue e concentrados pelas glândulas salivares que os secretam. Componentes/ produtos secretores da saliva As células acinares serosas secretam o componente proteico, enquanto as células acinares mucosas secretam

o componente aquoso.

Componentes proteicos: Enzimas digestivas A digestão dos carboidratos inicia pela ação da amilase salivar, essa não é necessária para a digestão adequada do amido em adultos saudáveis, mas pode assumir maior importância em recém-nascidos, nos quais se observa um atraso normal no desenvolvimento da expressão da amilase pancreática. Algumas espécies também secretam uma enzima lipase lingual que hidrolisa triacilgliceróis em AGL, embora a existência dessa seja controversa nos seres humanos. De qualquer modo, as enzimas salivares podem ser consideradas como “reservas”, que apenas se tornam necessárias para a digestão se outras fontes estiverem reduzidas. Nos pacientes com insuficiência pancreática, por exemplo, a síntese de enzimas salivares pode estar modestamente suprarregulada. Substâncias protetoras:

  • Lisozima (+peptídeos bacterianos): limitam a colonização da cavidade oral por micróbios.
  • Lactoferrina: sequestra o ferro, inibindo o crescimento das bactérias que necessitam dessa substância.
  • IgA: defesa imunológica.
  • Fatores de crescimento: contribuem para o reparo e para o crescimento de células epiteliais e de outros tipos celulares de localização mais distal, incluem os fatores de crescimento neural e epidérmico.
  • Lubrificantes: os principais são mucina e água. As mucinas são moléculas grandes de glicoproteínas com propriedades viscoelásticas. Todavia, a água representa o principal componente da saliva é secretada em taxas muito altas. Na presença de taxas máximas de secreção, os volumes produzidos pelas glândulas salivares podem ultrapassar 1 mL/min/g de tecido glandular, exigindo altas taxas de fluxo sanguíneo para suprir esse líquido. Solutos inorgânicos: incluem o cálcio e o fosfato, os quais são importantes para a formação e manutenção do dente. IMPORTANTE!

No caso das parótidas, elas são compostas de células

serosas e secretam solução composta de glicoproteínas,

água, íons e enzimas. Já as sublinguais possuem ácinos

predominantemente mucosos com alguns ácinos serosos

dispersos. As submandibulares são mistas, tendo células

serosas e mucosas.

autônomo. Isso contrasta com os papéis recíprocos da regulação simpática e parassimpática observados na maioria das outras regiões do corpo. Todavia, do ponto de vista quantitativo, a regulação predominante da taxa secretora e da composição da saliva ocorre por vias parassimpáticas, enquanto os eferentes simpáticos desempenham apenas um papel modificador.

  • Regulação parassimpática: Os nervos componentes do sistema nervoso parassimpática são de importância crítica para iniciar a secreção salivar e sustentar altas taxas de secreção. A eferência é conduzida pelos nervos facial (VII) e glossofaríngeo (IX) que se no núcleo salivatório do bulbo e recebem impulsos dos centros superiores, que integram as necessidades tanto fisiológicas quanto fisiopatológicas. Os reflexos condicionados, como olfato e paladar, bem como os reflexos de pressão transmitidos a partir da própria cavidade oral, estimulam acentuadamente o efluxo parassimpático, enquanto a fadiga, o sono, o medo e a desidratação suprimem essa neurotransmissão para as glândulas salivares. Em condições patológicas, a sensação de náusea transmite outro estímulo importante para o controle parassimpático da secreção salivar. A náusea estimula de maneira acentuada a salivação, presumivelmente para proteger a cavidade oral e o esôfago dos efeitos lesivos do ácido gástrico vomitado e de outros conteúdos intestinais. Os neurônios parassimpáticos pós-ganglionares liberam ACh, que atua nos receptores muscarínicos m nas células acinares e ductais. Essa atividade promove a produção de inositol (IP3) e de concentrações de Ca+ aumentadas. A inervação parassimpática causa dilatação dos vasos sanguíneos que suprem a glândula, suprindo, assim, as necessidades de líquido e metabólicas para manter altas taxas de secreção.
  • Regulação simpática

Estímulo simpático eleva o fluxo secretor por contração

das células mioepiteliais, o que, por sua vez expulsa a

saliva pré-formada, mediado por receptores α -

adrenérgicos; além de potencializar o efeito da acetilcolina,

por meio da liberação de noradrenalina e ativação dos

receptores β - adrenérgicos nas células acinares. Mas

como causa vasoconstrição, diminui, em uma segunda

fase, a secreção salivar. (efeito bifásico) A secreção é,

portanto, de pequeno volume e viscosa, rica em muco e com alta concentração de K+ e de HCO3 -. Situações de estresse, medo, excitação e ansiedade causam ''boca seca". Os nervos simpáticos também passam pelo gânglio cervical superior e terminam nas glândulas salivares. Não se acredita que esses sejam capazes de iniciar ou de sustentar a secreção de modo independente Todavia, como as próprias glândulas produzem substâncias vasodilatadoras, incluindo calicreína, que provoca aumento nos níveis locais de bradicinina, o fluxo sanguíneo aumenta em relação aos níveis basais. Contudo, os estímulos superiores para o sistema simpático que produzem efeitos sobre a secreção salivar por essa via não estão bem elucidados, mas podem incluir reflexos locais que se originam na cavidade oral. Acredita- se também que a inervação simpática estimule as respostas motoras que ajudam a expelir a saliva da glândula.

Obs.: Reflexos salivares não condicionados: apresenta-se

aumento do fluxo salivar na mastigação, na excitação sexual, na presença de alimento na boca. A causa mais frequente do aumento da secreção é a estimulação dos nervos da cavidade oral pela presença de alimentos, ou corpos estranhos na boca. As aferências salivatórias se iniciam nos corpúsculos gustativos em especial, mas também nos mecanoceptores de tato e pressão da mucosa bucal, nos proprioceptores musculares excitados especialmente na função estomatognática como falar, mastigar, succionar. Os impulsos realizam sinapses no núcleo do trato solitário que, por sua vez, excita os núcleos salivares superior e inferior. As substâncias mais apetitosas, ou seja, aquelas que desencadeiam mais

intensamente a sensação de paladar, são as que mais estimulam a secreção salivar, em particular a sensação de ácido. Segundo a natureza e a intensidade do estímulo aplicado, a resposta salivar será quantitativa e qualitativamente diferente.

Reflexos Salivares Condicionados (de Pavlov): precisam de

Treino Prévio Repetitivo e comandam um número bastante grande de Respostas Salivares, cuja origem não está na boca, mas em outro órgão, sobretudo na da Olfação e Visão. Estes Órgãos Sensoriais, quando estimulados com um treinamento prévio associado à Gustação, provocam uma resposta de salivação mais eficiente Fisiopatologia salivar e correlações clínicas Xerostomia A “boca seca”, refere-se a uma variedade de condições em que a secreção salivar está comprometida. Embora ela possa ser congênita ou ocorrer em consequência de um processo autoimune dirigido das glândulas salivares (síndrome de Sjögren), com frequência ocorre como efeito colateral de várias classes diferentes de fármacos (antidepressivos, psicotrópicos e anti-hipertensivos) ou secundariamente à irradiação da cabeça e do pescoço para o tratamento de neoplasias malignas. Essa condição tem várias consequências negativas. Assim, pacientes com comprometimento da secreção salivar apresentam uma diminuição do pH oral, com problemas dentários associados e erosões esofágicas, dificuldade na lubrificação e na deglutição do alimento, resultando em nutrição precária, e infecções oportunistas, em consequência do comprometimento das defesas do hospedeiro. Esse complexo sintomático angustiante pode levar à depressão. Durante a noite, a produção de saliva tende a ser menor do que durante o dia, porque a atividade geral do corpo diminui durante o sono. Isso inclui a redução do fluxo sanguíneo para as glândulas salivares, o que pode resultar em menos saliva sendo produzida. Além disso, a pessoa geralmente não ingere alimentos ou líquidos durante o sono, o que também pode afetar a produção de saliva. No entanto, a salivação noturna ainda é importante para manter a saúde bucal. A quantidade de saliva produzida durante a noite pode variar de pessoa para pessoa e pode ser afetada por fatores como a hidratação e a saúde bucal.

2. Mastigação

Dentes Existem 32 dentes permanentes em adultos. A mastigação quebra tecidos conectivos resistentes e fibras vegetais, contribuindo para saturar o alimento com secreções salivares e enzimas. A massa de cada dente consiste em uma matriz mineralizada similar ao osso. Este material, denominado dentina, difere do osso porque não contém células vivas. Em vez disso, processos citoplasmáticos estendem-se para o interior da dentina a partir de células na cavidade pulpar central. A cavidade pulpar é esponjosa e altamente vascularizada. Ela recebe vasos sanguíneos e nervos que passam através de um túnel estreito denominado canal da raiz do dente, localizado na base, ou raiz do dente. Os ramos dentais sanguíneos e nervosos penetram o canal da raiz através do forame do ápice do dente para suprir a cavidade pulpar. A dentina da coroa é recoberta por uma camada de esmalte. O esmalte contém cristais de fosfato de cálcio densamente agrupados, sendo a mais dura substância de fabricação biológica no corpo. Quantidades adequadas de fosfato de cálcio e vitamina D durante a infância são essenciais para completar o revestimento de esmalte e aumentar a resistência do dente. A raiz do dente é ancorada em um soquete ósseo, ou alvéolo dental. Fibras colágenas do periodonto (ligamento periodontal) estendem-se da dentina da raiz ao osso alveolar, criando uma resistente articulação conhecida como gonfose. Uma camada de cemento recobre a dentina da raiz, oferecendo proteção e ancorando firmemente o periodonto. Em sua estrutura histológica, o cemento é muito semelhante ao osso, sendo menos resistente à erosão em comparação com a dentina. O colo do dente marca o limite entre a raiz e a coroa do dente. A coroa é a porção visível do dente que se projeta acima do tecido mole da gengiva.

Estes estão dispostos em dois arcos bilateralmente

simétricos nos ossos maxilar e mandibular:

- Incisivos: são os 4 dentes da frente superior e inferior.

Sua principal função é cortar os alimentos devido sua forma de cinzel. São divididos em centrais e laterais, que tem uma raiz única e uma borda incisiva afiada

músculos abaixadores mandibulares, o que, por sua vez, eleva a mandíbula;

  • Fase oclusal (golpe mastigatório): há contato e intercuspidação dos dentes, fisiologicamente em oclusão cêntrica, gerando forças interoclusais, devido à contração isométrica dos músculos levantadores da mandíbula. Obviamente esta constitui a fase crucial da mastigação, já que gera a pressão interoclusal, quebrando o alimento interposto entre os dentes. A compressão do bolo alimentar contra as paredes da cavidade nucal, inibe a contração dos músculos levantadores da mandíbula, fazendo a mandíbula descer mais uma vez. Esse processo é repetido continuamente. A mastigação é importante para a digestão dos alimentos, mas especialmente importante para maiorias das frutas e dos vegetais crus, com membranas de celulose indigeríveis, ao redor das porções de nutrientes que precisam ser rompidas para que o alimento possa ser digerido. Além disso, a mastigação ajuda na digestão dos alimentos, pois as enzimas digestivas só agem nas superfícies das partículas de alimentos. Logo, a intensidade da digestão depende da área de superfície total exposta às secreções digestivas.

Outra observação da importância da mastigação é que

triturar os alimentos, em partículas pequenas, previne

escoriações do trato gastrointestinal e facilita o transporte

do alimento do estômago ao intestino delgado.

Fases mecânicas:

Fixação: concerne especificamente a alimentos duros,

como carne crua ou mal passada que devem ser esmiuçadas por movimentos de lateralidade da mandíbula, o alimento vai ser fixado pela ação do canino. Além disso, a ação do canino pode quebrar alimentos duros, como sementes ou caroços, esmiuçando-os.

Incisão: A elevação da mandíbula em protrusão vai

aprisionar o alimento entre as bordas incisiais. A mandíbula vai retro propulsar-se, deslizando-se as bordas incisiais dos incisivos inferiores contra a face palatina dos incisivos superiores. A língua e a bochecha vão localizar o alimento entre as superfícies oclusais dos dentes, agora preferencialmente os posteriores (pré-molares e molares), que pelas suas características vão realizar a próxima fase.

Trituração: É a transformação mecânica de partes

grandes do alimento em menores. Ocorre nos pré- molares (pintercuspideana é maior), pois consegue moer mais facilmente as partículas maiores que oferecem maior resistência.

Pulverização: Moagem de partícula pequena,

transformando-as em alimentos muito reduzidos que não oferecem resistência ao nível da superfície oclusal.

3. Deglutição

Refere-se ao conjunto de mecanismos motores perfeitamente coordenados, visando à passagem do conteúdo oral para o estômago com participação ativa da faringe e esôfago. Esse efeito se refere ao conteúdo da cavidade oral, seja o bolo alimentar (consistência elevada) ou de líquido (bebida e secreção salivar). Também se refere à expulsão do conteúdo das vias aéreas subfaríngeas, especialmente as secreções mucosas, por mecanismos respiratórios de retropulsão de caráter protetor, que remove partículas originariamente captadas em ditas vias. Recebe a influência de estruturas reticulares bulbares, denominadas centro deglutitório funcional que integra a contração dos 3 pares de músculos esqueléticos.

As fases da Deglutição dividem-se em: ( 1 ) Estágio

Voluntário, que inicia o Processo de Deglutição; (2)

Estágio Faríngeo, que é involuntário e corresponde à

passagem do alimento pela Faringe até o Esôfago; ( 3 )

Estado Esofágico, outra fase Involuntária que transporta

o alimento da Faringe ao Estômago. O Reflexo da

Deglutição, portanto, consiste numa sequência ordenada de eventos que levam o alimento da Cavidade Oral à Faringe e de lá ao Estômago. Esse Reflexo também inibe a respiração e impede a entrada do alimento na Traqueia durante a Deglutição. A Via Aferente do Reflexo da Deglutição começa quando os Receptores de Estiramento, principalmente os próximos à abertura da Faringe, são estimulados. Impulsos Sensoriais desses receptores são transmitidos para uma Área no Bulbo e na Ponte Inferior, chamada Centro da Deglutição. Os Impulsos Motores passam do Centro da Deglutição para a Musculatura da Faringe e do Esôfago Superior, via vários Nervos Cranianos e para o restante do Esôfago por Neurônios Motores Vagais. MiLHO

Obs .: Estágio Voluntário da Deglutição: inicia-se quando

a Ponta da Língua e, em seguida, sua Porção Posterior, empurra o Bolo Alimentar contra o Palato Duro. Dessa forma, o Bolo Alimentar é comprimido e empurrado para trás, em direção à Faringe, o que, por sua vez, estimula Mecanorreceptores e se iniciam os Estágios Involuntários Fases da deglutição

São 4 estágios ou fases evolutivas da deglutição, em que

o conteúdo bucal vai sendo deslocado seguindo etapas diferentes da boca até o esôfago. Sendo que o tempo de duração dessas fases varia e aumenta na progressão destas. E a musculatura é diversa segundo a natureza da fase, predominando a musculatura esquelética nas primeiras fases e a lisa nas etapas finais.  Fase preparatória: Ela consiste no preparo da língua, com a colaboração das bochechas e dos lábios, fenômeno no qual o controle cortical é fato proeminente, mas com participação reflexa da mucosa do dorso glóssico anterior, bem como da mucosa dos lábios e bochechas. Esta fase é exclusiva da deglutição alimentar, na qual ocorre a formação do bolo alimentar. Os nervos participantes são: trigêmeo, facial e hipoglosso e o músculo bucinador é responsável por facilitar o movimento lingual que vai misturar o bolo com a secreção salivar, cujo ritmo secretório é mantido elevado, visando diminuir a viscosidade do bolo e facilitando a condutância e o consequente fluxo.  Fase oral: É a propulsão intra-oral que transporta o bolo sobre a própria superfície da língua. Esse fenômeno inicial é uma projeção do ápice da língua para cima e para trás, estabelecendo uma zona de hipertensão anterior e uma concavidade na superfície dorsal da língua. Esse processo ondulatório segue para a base da língua, condição que contribui para o deslocamento no bolo alimentar no sentido da faringe. A partir disso, forma-se um êmbolo lingual que pressiona o bolo alimentar para trás, formando-se um sistema de pistão propulsor do bolo. Essa fase é finalizada com a abertura do esfíncter glossopalatino, determinado por um aumento do diâmetro posterior da boca por abaixamento da base da língua e levantamento do véu do palato, em que participam os músculos estilo-hióideo e estiloglosso, além dos músculos suprahióideos, como o milo- hióideo, porém, com proeminente participação do genioglosso que, quando contrai, traciona a língua para frente, abrindo o canal posterior da boca. O relaxamento do esfíncter funcional glossopalatino é determinado pela contração do músculo levantador do véu, puxando o palato mole para cima e obliterando a abertura posterior das narinas, protegendo essa via do fluxo deglutitório. Os nervos mais importantes dessa fase são o trigêmeo e hipoglosso e começam a assumir um papel relevante o conjunto dos três nervos que integram o plexo faríngeo: vago (X), glossofaríngeo (IX) e acessório (XI), fundamentais no desenvolvimento da etapa seguinte.  Fase faríngea É a etapa mais complexa da deglutição, pois participa um grande número de estruturas e tem duração de 0 , 7 - 1 segundo. Passo-a-passo:

  • Contração do músculo milo-hióideo que promove o deslocamento das estruturas sub-hióideas como a laringe, favorecido pela contração quase simultânea do músculo tireo-hioideo.
  • O músculo constritor superior da faringe começa a sua contração e provoca um incremento na pressão intrafaríngea na porção superior da faringe, estabelecendo a ∆P suficiente para provocar o fluxo de deglutição.

Isso se deve ao relaxamento precoce do esfíncter

hipofaríngeo pela contração do músculo cricofaríngeo.

Esse relaxamento determina um ponto de menor

resistência que facilita um fluxo descendente do bolo

alimentar.

  • A laringe sofre modificações para diminuir ainda mais a resistência para o fluxo descendente e impedir a aspiração do conteúdo deglutitório para as vias aéreas inferiores e pulmão. Ocorre o complexo faríngeo (conjunto de fenômenos laríngeos) que consiste em: -- Transferência da laringe para cima e para frente, abrindo o canal inferior a faringe.

Componente Nervoso do Estágio Esofágico da Deglutição São estímulos mecânicos que iniciam as várias da atividade do musculo liso, sendo eles ( 1 ) estímulo faríngeo, durante a deglutição; e (2) distensão da parede esofágica. As vias neurais envolvem reflexos intrínsecos e extrínsecos. Os mecanorreceptores respondem à distensão esofagiana e ativam vias reflexas extrínsecas (do nervo vago ao tronco cerebral) e intrínsecas. O músculo estriado é regulado pelo núcleo ambíguo no tronco cerebral; enquanto que o músculo liso é regulado pelo efluxo parassimpático via nervo vago (NC X). A estimulação das vias reflexas, por sua vez, inicia a onda peristáltica. Atividade motora durante a fase esofágica: o esôfago apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: ( 1 ) o peristaltismo primário e (2) o peristaltismo secundário. O peristaltismo primário consiste na continuação da onda peristáltica que se inicia na faringe, onde o músculo contrai e alternadamente relaxa, durante o estágio faríngeo da deglutição. Essa onda dura cerca de 8 a 10 segundos e se desloca lentamente ( 3 a 5 cm/s). Se o peristaltismo primário não conseguir mover todo o alimento da faringe ao estômago, a distensão esofágica provocada pelo movimento do alimento desencadeia o peristaltismo secundário; até o esvaziamento completo do esôfago. Além disso, a estimulação da faringe pela deglutição provoca relaxamento reflexo do EEI, o qual permite, agora, a passagem do bolo alimentar ao estômago; e relaxamento da parte proximal do estômago, permitindo, portanto, que o estômago acomode grandes volumes com aumento mínimo da pressão intragástrica. Esse processo é chamado de relaxamento receptivo As ondas peristálticas secundárias são deflagradas, em parte, por circuitos neurais intrínsecos do sistema nervoso mioentérico e, em parte, por reflexos iniciados na faringe e transmitidos por fibras vagais aferentes para o bulbo retornando ao esôfago por fibras nervosas eferentes vagais e glossofaríngeas.

Obs: "A musculatura da parede faríngea e do terço

superior do esôfago é composta por músculo estriado.

Portanto, as ondas peristálticas nessas regiões são

controladas por impulsos em fibras nervosas motoras de

músculos esqueléticos dos nervos glossofaríngeo e vago.

Nos dois terços inferiores do esôfago, a musculatura é

composta por músculo liso e essa porção do esôfago é

controlada pelos nervos vagos, que atuam por meio de

conexões com o sistema nervoso mioentérico esofágico.

Quando os ramos do nervo vago para o esôfago são

cortados, o plexo nervoso mioentérico do esôfago fica

excitável o suficiente para causar, após vários dias, ondas

peristálticas secundárias fortes, mesmo sem o suporte

dos reflexos vagais. Portanto, inclusive após a paralisia do

reflexo da deglutição no tronco encefálico, alimento

introduzido por sonda no esôfago, ainda passa

rapidamente para o estômago.

.Importante! Em condições de repouso, o Esfíncter Esofágico Inferior (EEI) está tonicamente contraído, pois tem função protetora importante e participa da prevenção de refluxo ácido do estômago de volta para o esôfago. O tônus do EEI pode ser aumentado por agentes neuro-humorais, que são liberados de modo simultâneo com a ingestão de uma refeição, incluindo a acetilcolina (ACH) e a gastrina. A integração cuidadosa da peristalse com o relaxamento do esfíncter esofagiano interno é produzida pela atividade combinada do nervo vago e do sistema nervoso mioentérico esofágico, sendo mediada pela liberação de NO a partir de nervos inibitórios mioentéricos, cujos corpos celulares estão localizados no plexo mioentérico. Há evidências sugerindo que o polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP) também esteja contido dentro desses nervos, de modo que esse neurotransmissor peptidérgico também contribui para o relaxamento do Esfíncter Esofágico Inferior. Motilidade esofágica A função da motilidade do esôfago é a de propelir o bolo alimentar da faringe para o estômago. Existe sobreposição entre a fase esofágica da deglutição e a motilidade esofágica. A passagem do bolo alimentar pelo esôfago ocorre da seguinte forma:

  1. O esfíncter esofágico superior se abre, mediado pelo reflexo de deglutição, permitindo que o bolo alimentar se mova da faringe para o esôfago. Uma vez que o bolo penetra no esôfago, o esfíncter esofágico superior se fecha, o que evita o refluxo para a faringe.
  2. A contração peristáltica primária, também mediada pelo reflexo de deglutição, envolve uma série de contrações sequenciais. Enquanto cada segmento do esôfago se contrai, ele cria área de alta pressão logo atrás do bolo, empurrando-o para baixo no esôfago. Cada contração sequencial empurra o bolo um pouco mais longe. Se a pessoa está sentada ou em pé, essa ação é, ainda, acelerada pela gravidade.
  3. Quando a onda peristáltica e o bolo alimentar se aproximam do esfíncter esofágico inferior, este se abre. A abertura do esfíncter esofágico inferior é mediada por fibras peptidérgicas do nervo vago que liberam o VIP como neurotransmissor. O VIP promove o relaxamento da musculatura lisa do esfíncter esofágico inferior. Ao mesmo tempo em que o esfíncter esofágico inferior se relaxa, a região oral do estômago também se relaxa, relaxamento receptivo. Este relaxamento reduz a pressão na região oral do estômago e facilita o movimento do bolo para o seu interior. Logo que o bolo penetra no estômago oral, o esfíncter esofágico inferior se contrai, retornando a seu elevado tônus de repouso. Nesse tônus de repouso, a pressão no esfíncter é maior que a pressão no esôfago ou no estômago oral.
  4. Se a contração peristáltica primária não remover completamente a comida do interior do esôfago, a contração peristáltica secundária, mediada pelo sistema nervoso entérico, esvazia o esôfago de qualquer conteúdo alimentar remanescente. A contração peristáltica secundária se inicia no ponto de distensão e se dirige para baixo.

Interessante! A localização intratorácica do esôfago

(apenas o esôfago inferior fica localizado no abdome): A localização torácica significa que a pressão intraesofágica é igual à pressão intratorácica, que é menor que a atmosférica. Isso também significa que a pressão intraesofágica é menor que a pressão abdominal. A baixa pressão intraesofágica cria dois problemas:

1. manter o ar fora do esôfago, na extremidade

superior;

2. manter também os conteúdos gástricos fora na

extremidade inferior.

É função do esfíncter esofágico superior evitar que o ar penetre no esôfago superior bem como o é para o esfíncter inferior evitar que o conteúdo ácido gástrico penetre no esôfago inferior. Ambos os esfíncteres esofágicos ficam fechados, exceto quando o alimento está passando da faringe para o esôfago ou do esôfago para o estômago. As situações em que a pressão intra- abdonimal está aumentada (p. ex., gravidez ou obesidade mórbida) podem causar o refluxo gastroesofágico, em que o conteúdo gástrico pode refluir para o interior do esôfago.

4. Digestão

FASE CEFÁLICA

  • Sua principal característica é a ativação do trato GI para a refeição. Os estímulos sensoriais, como o estímulo olfatório, o estímulo visual (ver e cheirar uma comida apetitosa, quando se está com fome) e estímulos auditivos estimulam os nervos sensoriais a ativarem o fluxo parassimpático para o núcleo motor do vago, no tronco cerebral, pré- ganglionares parassimpáticos saem. A ativação do núcleo leva à atividade aumentada nas fibras eferentes, passando para o trato GI, pelo nervo vago. Por sua vez, as fibras eferentes ativam os neurônios motores pós-ganglionares.
  • O fluxo parassimpático aumentada melhora a secreção salivar, a secreção de ácido gástrico, a secreção enzimática do pâncreas, a contração da bexiga e o relaxamento do esfíncter de Oddi (entre o ducto comum da bile e o duodeno). Todas essas respostas melhoram a capacidade do trato GI de receber e digerir o alimento que chega
  • A resposta salivar é mediada pelo 9o nervo craniano; as respostas remanescentes são mediadas pelo nervo vago