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Poema romântico escrito em português que aborda a complexidade e confusão que amor pode causar na mente e coração de uma pessoa. O autor expressa sua incerteza e ambivalência em relação aos sentimentos amorosos, utilizando metáforas e imagens poeticas para descrever as emoções e as transformações que o amor pode provocar.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Enquanto quis Fortuna que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento Me fez que seus efeitos escrevesse;
Porém, temendo Amor que aviso desse Minha escritura a algum juízo isento, Escureceu-me o engenho co’o tormento, Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades! Quando lerdes Num breve livro casos tão diversos
(Verdades puras são, e não defeitos), Entendei que segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos.
Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados, Que dois mil acidentes namorados Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que o Amor a todos avivente, Pintando mil segredos delicados, Brandas iras, suspiros magoados, Temerosa ousadia, e pena ausente.
Também, senhora, do desprezo honesto De vossa vista branda e rigorosa, Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, para cantar de vosso gesto A composição alta e milagrosa, Aqui falta saber, engenho e arte.
Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho, logo, mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semidéia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim com a alma minha se conforma,
Está no pensamento como idéia; E o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples busca a forma.
Passo por meus trabalhos tão isento De sentimento grande nem pequeno, Que só pela vontade com que peno Me fica Amor devendo mais tormento.
Mas vai-me Amor matando tanto a tento, Temperando a triaga* co’o veneno, Que do penar a ordem desordeno, Porque não m’o consente o sofrimento.
Porém, se esta fineza o Amor sente, E pagar-me meu mal com mal pretende, Torna-me com prazer como ao sol neve;
Mas se me vê co’os males tão contente, Faz-se avaro da pena, porque entende Que quanto mais me paga, mais me deve.