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Neste documento, luiz cláudio de almeida magalhães discute a energia hidrelétrica no brasil, sua importância na produção elétrica global e as vantagens e desafios associados. O autor aborda a distribuição regional do potencial hidráulico brasileiro, as vantagens econômicas de sua utilização e os desafios de construção e interferência ambiental. Além disso, ele compara o desenvolvimento hidrelétrico no brasil com outros países líderes na tecnologia hidrelétrica.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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LUIZ CLÁUDIO DE ALMEIDA MAGALHÃES··
clusões.
o homem, desde seu surgimento na face da Terra, há milênios, vinha fa-
sobreviver. Há pouco mais de uma centena de anos, graças a sucessivas descoberta& e invenções, passou o homem a utilizar, em ritmo crescente, novas formas de energia e máquinas por elas movimentadas. Podemos deIinear este período da história pela intima correlação entre os indices de desenvolvimento da civilização e, coincidentemente, os índices de consumo de energia. O conhecimento das atuais fontes econômicas de energia e a busca de novas outras é, portanto, um processo inevitável para a sobrevivência do homem, a fim de assegurar os níveis já atingidos pela civilização e possibi- litar alcançar níveis mais elevados de desenvolvimento conforme suas aspi- rações. As formas convencionais de produção de energia, que, economicamente,
R. Adm. públ. Rio de Janeiro. 12(4):17-55. out./ tU,. 1978
Outras formas são possíveis, porém em menor escala ou ainda incipientes. Das formas citadas, vamos ater-nos à que se refere o tema dado para a nossa palestra. a energia hidrelétrica, decorrente da utilização dos poten- ciais hidráulicos. Desde os tempos primitivos, o homem utiliza a energia hidráulica em seu benefício, quando verificou que a força natural dos cursos de água, princi- palmente junto a cachoeiras ou corredeiras, podia girar as pás de uma roda acoplada, por exemplo, a um moinho. Essas aplicações eram eviden- temente precárias, uma vez que o uso da energia tinha que ser realízado no próprio local da queda de água e, por outro lado, suas dimensões estavam limitadas pelos processos primários de fahricação da roda e de seu acopla- mento (eixos, engrenagens, correias etc.).
'" Com o advento do uso da corrente elétrica, em fins do século XIX, foi possível transformar a energia hidráulica em uma nova forma de ener- gia que podia ser transportada a grandes distâncias: surgiu, então, a ener- gia hidrelétrica. Essa nova forma de energia, cujo termo híbrido exprime bem a simbiose entre a fonte primária e sua utilização, passou a predominar de tal forma, em conseqüência da vertiginosa evolUção tecnológica, que. hoje em dia, pode-se afirmar que a energia hidráulica só é utilizada, em escala industrial, para a produção de eletricidade. Dai usarem-se, quase sem distinção, os termos energia hidráulica e energia hidrelétrica, indife- rentemente, na prática ...,l - De fato, o desenvolvimento dessa tecnologia possibilitou acoplar uma roda de água aperfeiçoada, de alta velocidade, a uma turbina, a um gerador de energia elétrica através de um eixo em instalação compacta, associados aos demais elementos de controle, regulador de velocidade, de tensão etc. Em última análise, o que se utiliza é a energia potencial de um corpo em queda livre (no caso, um certo volume de água) que, conforme nos ensina a física, é medida pelo produto da massa do corpo pela altura da queda. Assim, levando-se em conta as perdas hidráulicas e o rendimento do conjunto turbina! gerador, da ordem de 90%, a potência de uma usina hidrelétrica será dada, aproximadamente, pela fórmula
P = 0,0086 Q X h
onde, P = potência da usina em MW Q = vazão média em mS/s h = queda bruta, ou seja, a diferença entre o nível a montante e o nível a jusante (canal de fuga), em m.
Para facilitar a compreensão do que foi exposto, procuramos dar no anexo deste trabalho algumas noções gerais sobre a energia hidrelétrica, fator de carga, regularização através de reservatórios, etc.
18 R.Á'p.^ 4/
(28 países de maior pradução de energia elétrica)
- Tabela - Participação da geração hidrelétrica -
Sob o aspecto técnico-econômico, a vantagem mais evidente da energia hidrelétrica <em regiões com condições hidrográficas e de relevo favoráveis, e cujo potencial ainda não foi inteiramente explorado) é o seu baixo custo de geração - a tal ponto que indústrias de alto consumo de eletricidade. em que o preço da energia representa fração importante dos custos de produção, como a de alumínio, da polpa e do papel, dos fenilizantes nitro- genados, tenderam a concentrar-se, desde a primeira metade do século, em áreas ou paises de predominância hidrelétrica: Canadá, Noruega, cenas regiões dos EUA etc. Essa vantagem é ainda complementada pela flexibi- Iiade de operação e alto nível de confiabilidade característicos das máquí- nas hidrelétricas, que se refletem diretamente em termos de confiabilidade do sistema e qualidade de serviço. Mas a energia hidrelétrica tem cenas desvantagens técnicas inerentes e que devem ser levadas em conta durante o planejamento e a operação do sistema. A primeira desvantagem reside no fato de que a usína hidrelétrica deve .er construída junto à fonte e não junto à carga, isto é, não há flexibilidade para deslocá-Ia, pois os cursos de água estão em locais fixos, onde a natu- reza os colocou. À medida que os aproveitamentos economicamente viáveis vão sendo construídos, os demais tendem a se afastar cada vez mais do consumo, aumentando o seu custo, acrescidos por linhas de transmissão cada vez mais longas. As usinas térmicas convencionais ou nucleares podem ser construídas junto à carga, o mais próximo possível do consumo, pois a matéria-prima é economicamente transponável. A segunda desvantagem está ligada aO longo prazo necessário para a maturação dos investimentos: a construção de uma usina hidrelétrica de grande pone pode estender-se por um período de cinco a sete anos, aOS quais se devem acrescentar pelo menos um ou dois anos para o projeto e engenharia e dois ou três de estudos preliminares, o que conduz a um horizonte de planejamento de oito a doze anos. Outra desvantagem séria, principalmente nos países em desenvolvimento, carentes de capital, é o alto investimento exigido para a construção da usina, do reservatório de acumulação, de línhas de transmissão para inter- ligação ao sistema, e de toda a infra-estrutura necessária <estradas, comu- nicações, acampamento provisório, vila de operadores etc.). A indústria de energia hidrelétrica é essencialmente de capital intensivo. A operação de uma usina hidrelétrica, em compensação, envolve custos
tação fundamental: a capacidade de geração da usina, em um determinado período, dependerá sempre da quantidade de água afluente ao reservatório, a qual varia de forma aleatória, e não pode ser prevista com precisão. De
Energia hidrelétrica 21
implicam graves problemas ecológicos: a primeira, porque pode acarretar a destruição paisagística de vastas regiões; o transporte, por congestionar vias de comunicação e envolver riscos ambientais em casos de acidente; e a utilização final, porque pode ocasionar a poluição da atmosfera em face do desprendimento de gases, a poluição térmica das águas pelo calor residual, e a poluição da paisagem pelas cinzas e resíduos da combustão.
cuidados especiais, de custo elevado, tecnologia sofisticada e administração altamente especializada, de forma a se ter o elevado grau de segurança exigido pelos organismos internacionais incumbidos de sua fiscalização. A geração hidrelétrica não apresenta nenhum dos problemas típicos dos processos de combustão, nem os riscos inerentes à energia nuclear, mas a atividade de construção de barragens e usinas e, principalmente, a criação de grandes reservatórios, interfere em maior ou menor grau com o sistema ecológico e com a estrutura sócio-econômica da área. O nivel desta interferência e as modificaÇÔe5 induzidas no sistema devem ser avaliados em cada caso, a fim de desenvolver e valorizar as modificaçôes benéficas, e evitar ou minimizar as modificações negativas. A experiência brasileira tem demonstrado que, na maior parte dos casos, consegue-se um balanço final positivo. Assim, em regiões pouco desenvolvidas, a construção de uma usina hidrelétrica pode desorganizar o antigo sistema sócio-econômico, mas geral- mente é um elemento de inovação e dinamização econômica e cultural; em alguns casos, o reservatório pode fazer desaparecer uma queda de água ou outra beleza natural, mas o lago artificial formado oferece amplas possibilidades desportivas e recreacionais e poderá constituir-se em pólo de atração turística (citem-se, como exemplo, o reservatório de Guarapi- ranga, em São Paulo, e o Plano de Desenvolvimento da área do reserva- tório de Fumas, realizado em convênio com o Estado de Minas Gerais). Inundam-se terras agrícolas, mas um programa de povoamento do reser- vatório com peixes, cientificamente planejado (como vem sendo executado, em caráter experimental, na Usina de Furnas) pode levar a uma produção de proteínas capaz de compensar a anteriormente advinda da atividade agrícola ou pastoril, a par dos aspectos de lazer e de turismo decorrentes. Em reservatórios de grande volume de água existe o risco, muito raro, da ocorrência de tremores de terra, imediatamente após o seu enchimento, devido à acomodação das camadas inferiores do maciço sob o peso da água acumulada; as águas paradas a montante podem ainda propiciar a proliferação de insetos transmissores de doenças, o que, no entanto, é passível de ser controlado. Deve-se observar, finalmente, que a operação do reservatório, visando à otimização da produção de energia elétrica, levará naturalmente à regula- rização das vazões do rio, evitando-se os fenômenos de enchentes ou de secas prolongadas e propiciando, portanto, um benefício real e mensurável às populaÇÔe5 e mesmo ao ecossistema a jusante.
Enugúz hidrelétrica 23
de dinamjzação da economia de uma das regiões mais pobres do País,
COmo mais econômica, entre outras, uma alternativa de se construir um
24 R.A.P. 4/
Sudeste/ Centro-Oeste
Doce
Sul
Brasil
3.2 Consumo de energia elétrica: mercado
Capacidade (GW)
Como vimos anteriormente, existe íntima correlação entre o consumo total
Brasil- Consumo de EnelJlia B16trk:aXpm - 1962- 1976
1/ 7h
71!. /
/ )
{
li'
'" .... Ajuste Equação Linear (^) 6.618 + 185,8 (PIB) Exponencia 49,6262 (PIS) 1 2.6.
Fonte: Eletrobrás - DNAEE - FGV
V
) 74
73
7j. )
v,
PIBSiMe. de 1972
Energia hidrelétrica 27
Região
Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil
Tabela 4
1Wh (%)
Estudos realizados pela Eletrobrás e suas subsidiárias permitem estimar que o consumo brasileiro atinja mais de 740TWh, nO ano 2000. Nessa ocasião, as diversidades regionais de consumo terão sido reduzidas, mas serão ainda acentuadas, e o Quadro nacional não será muito diferente do de hoje.
Tabela 5
N.'" do DEME - Eletrobrás
Regiões
1Wh (%)^ TWh (%^ )
Norte 1 1,5 42 6 Nordeste 8 10,9 156 21 Sudeste + Centro-Oeste 57 75,7 438 59 Sul 9 11,9 112 15
Brasil 75 100,0 748 100
Energia hidrelétrica 29
TWh/a
Disponibilidade hidIliulica • 740
30 R.A.P. 4/
DispomõilidadelUlJáulica •
o.l....._-
Assim, por volta de 1m, as Regiões Sudeste e Nordeste passarão a
(^32) R.A.P. 4/
400
Disponibililade Hidráulica. 190
En~rgiQ JJdrelltrica 33
Energia elétrica - capacidade instalada - registro hist6rico
I
I
Energia hidrelétrica 31
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Gráfico g
_ eU_ - capIcidadç_ RePtro histórico
Do total atual de 18.954MW, as principais hidrelétricas em operação (acima de 500MW), são, por região:
Regiões
Norte Nordeste
Sudeste I CentrcrOeste
Sul Total
Fonte: MME
36
Tabela 7
Potência instalada nominal
Hidrelétricas
Usinas (Empresas)
Paulo Afonso (CHESF)
Ilha Solheira (CESP) Jupiá (CESP) Marimbondo (Furnas) Furnas (Furnas) Estreito (Fumas)
R.A.P. 4/