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Em Torno do Mestre, Notas de estudo de Religião

E. Vinícius nos conduz a ouvir a Palavra de Jesus, que é a Palavra de Deus. Em torno do Mestre é livro para a escrivaninha do escritório, para a cabeceira da ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Rafael86
Rafael86 🇧🇷

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VINÍCIUS
EM TORNO DO MESTRE
Por meio de 135 mensagens, o objetivo do autor é tornar o Evangelho
acessível a qualquer pessoa. Sua narrativa fundamenta-se na razão e no
sentimento, auxiliando o leitor a caminhar na direção da luz e do bem.
É um livro para a cabeceira da cama, para reunião do Evangelho no lar ou
ainda para ser utilizado nas exposições Doutrinárias.
“Aos que comigo crêem e sentem as revelações do Céu, comprazendo-se
em sua doce e encantadora magia, dedico esta obra”
Pedro de Camargo “Vinícius”
Editora Federação Espírita do Brasil
1ª Edição - (Brasil) 1947
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VINÍCIUS

EM TORNO DO MESTRE

Por meio de 135 mensagens, o objetivo do autor é tornar o Evangelho acessível a qualquer pessoa. Sua narrativa fundamenta-se na razão e no sentimento, auxiliando o leitor a caminhar na direção da luz e do bem. É um livro para a cabeceira da cama, para reunião do Evangelho no lar ou ainda para ser utilizado nas exposições Doutrinárias. “Aos que comigo crêem e sentem as revelações do Céu, comprazendo-se em sua doce e encantadora magia, dedico esta obra” Pedro de Camargo “Vinícius” Editora Federação Espírita do Brasil 1ª Edição - (Brasil) 1947

Sumário

  • Biografia de Pedro de Camargo “Vinícius” /
    • Prefácio da 2ª edição /
    • O Pai e o filho / Primeira Parte - Seixos e Gravetos
    • O Mestre e o discípulo /
    • Paciência não se perde /
    • Felicidade /
    • O humano e o divino /
    • O mordomo infiel /
    • Renúncia /
    • Avareza /
    • Marta e Maria /
    • Ecce Homo /
    • Conversão /
    • Coragem moral /
    • A Dor /
  • A supremacia do espírito /
  • Soou a hora /
  • A crise /
  • Deus, Justiça, Evolução /
  • O pecado e a atitude pecaminosa /
  • O criminoso e o crime /
  • A restauração do Inferno /
  • Os lírios e as aves /
  • Os dois espelhos /
  • Pai nosso que estás nos Céus /
  • Frase maravilhosa /
  • Lobos vorazes /
  • O Médico das almas /
  • A dracma perdida /
  • Einstein e a Religião /
  • Colóquio íntimo /
  • O pão e o vinho /
  • A natureza humana /
  • Lázaro e o rico /
  • Jesus, o Mestre /
  • A grande lição /
  • O sumo bem /
  • As milícias do Céu /
  • «Nil novi sub sole» /
  • Amor e amores /
  • A nossa loucura /
  • Ligeiro cavaco /
  • Humildes de espírito /
  • Tentação /
  • Ressurreição /
  • Pai! Perdoa-lhes /
  • A suprema conquista /
  • Educar /
  • Não julgueis /
  • A paixão do Senhor /
  • Iniquidade? Não. Justiça! /
  • O lar /
  • O caminho estreito /
  • Instrução e Educação /
  • Jesus e o seu Natal /
  • Cristo nasceu? Onde? Quando? /
  • A psicose da época /
  • Sede perfeitos /
  • Honra ao mérito /
  • Fé, Esperança e Caridade /
  • O Reino de Deus /
  • Crer e crer /
  • Canonização da Terra e canonização do Céu /
  • A multiplicação dos pães /
  • Homo homini lúpus /
  • Pilatos e a Verdade /
  • O magno problema /
  • A Torre de Babel /
  • A necessidade do momento /
  • Jesus e suas parábolas /
  • Os nossos caricaturistas /
  • Cristianismo e Justiça /
  • O objetivo do Espiritismo /
  • Causas e efeitos /
  • O juízo final /
  • Quem é o meu próximo? /
  • Cruzada contra a verdade /
  • A História se repete /
  • A Cruz do Cristo /
  • Em espírito e verdade /
  • Ouvindo Stanley Jones /
  • Inversões fatais /
  • Pátria /
  • A Arte /
  • Larfobia /
  • As pedras verdes /
  • O sal da terra /
  • A realeza da lei /
  • A indigência humana /
  • Brado de fé /
  • O Unigênito /
  • A semente e o fruto /
  • Amar o próximo /
  • A palavra de Jesus / Segunda Parte - Estilhas e Limalhas
  • O trabalho /
  • Egoísmo /
  • A manjedoura de Belém /
  • Religião e Higiene /
  • A Religião da Revelação /
  • O emblema dos cristãos /
  • A lei da vida /
  • A palavra /
  • O valor das obras /
  • A luz do mundo /
  • Tudo é bom /
  • A Lei /
  • «Nihil» /
  • Cristianização do mundo /
  • Não temas /
  • Sem título /
  • Justiça /
  • A unidade da fé /
  • Saulo e Paulo /
  • As três dores /
  • O ensino religioso /
  • Quimeras e realidades /
  • A soberania da lei /
  • Cânones do século /
  • Homens racionais /
  • O Homem /
  • Crer sem ver /
  • Orgulho /
  • O demônio /
  • Inteireza do Cristianismo /
  • Olhos de ver /
  • Filosofia da felicidade /
  • Impressão de viagem /
  • Reflexões /
  • Vigílias /
  • O nonada humano /
  • Suprema lei /
  • O Tempo /
  • Os mistérios do amor /
  • O Evangelho do Reino /
  • O Caminho, a Verdade e a Vida /
  • Excertos /
  • O pêndulo da vida /

Pedro de Camargo “Vinícius” Pedro de Camargo, mais conhecidos por “Vinícius” pseudônimo que adotou e usou por mais de 50 anos, nasceu em Piracicaba, no estado de São Paulo, no dia 7 de maio de 1878. Desde muito jovem abraçou a religião espírita, tendo fundado e dirigido em sua terra natal a instituição espírita “Fora da caridade não há salvação”. Por muito anos presidiu também a “Sociedade Artística” na mesma cidade. Em 1938, transferiu residência para a cidade de São Paulo onde permaneceu até sua desencarnação em 11 de outubro de 1966. A partir de 1949, desenvolveu, através do rádio, um programa evangélico de grande proveito para os meios espíritas. Orador de grande mérito por muito tempo ocupou a Tribuna da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Teve participação destacada nos esforços em prol da unificação do Movimento Espírita Brasileiro que culminaria com a criação do Conselho Federativo Nacional (CFN). Colaborou por dezenas de anos com artigos que primavam pela essência altamente doutrinaria e evangélica publicados em Reformador. Vinícius foi, sem dúvida, um dos maiores educadores e evangelizadores espíritas dos nossos tempos. Na tribuna, na imprensa, no rádio e em seus livros, o grande saber e as suas virtudes estiveram presentes, esclarecendo e convidando-nos a

conduzir inteligências e consciências na direção da luz e do bem, com critério e carinho, com clareza e segurança, descendo até ao nível da capacidade receptiva dos seus educandos. Aristóteles, um dos luzeiros da Filosofia, chegou a afirmar que o mestre é de mais valia que os pais, porquanto estes apenas dão a vida, enquanto aqueles ensinam a arte do bem viver. Vinícius faz jus ao título de pedagogo. É o que afirmam suas numerosas obras e teses magistrais, girando os assuntos, invariavelmente, em torno de uma idéia central que é o esclarecimento, a formação moral e espiritual de seus semelhantes. Seixos ou gravetos, limalhas ou estilhas — Vinícius disse bem, porque esses 135 temas e respectivas dissertações outra coisa não são que reflexos infinitamente pequenos da Verdade, que é infinitamente grande, por ser a essência mesma da Divindade. "A tua Palavra é a Verdade”, disse Jesus na oração ao Pai pelos seus discípulos (S. João, 17:17.) E Vinícius nos conduz a ouvir a Palavra de Jesus, que é a Palavra de Deus. "Em torno do Mestre" é livro para a escrivaninha do escritório, para a cabeceira da cama, para o culto doméstico, para a tribuna em qualquer assembléia ou reunião de estudo do Evangelho, seja num templo ou num centro espírita. Vinícius não é controversista, mas exegeta-educador, intérprete fiel da Palavra do Mestre, explicando-a não segundo a letra mas segundo o espírito que anima e vivifica as palavras. Há quase quatro décadas exerce as funções de educador de filmas na tribuna e na pena, e é assim que se explica a razão por que, em cada leitor ou ouvinte, em todo o País, tem ele um fervoroso admirador. E' que vem plantando em todos os corações a semente da gratidão. Romeu A. Camargo São Paulo, 22 de Outubro de 1947

P RIMEIRA P ARTE

S EIXOS E G RAVETOS

Pai: Porque bates assim sofregamente nos tabernáculos eternos? Sossega, acalma-te e fala. Filho: Pai, sou ávido de glórias; a fama me fascina, a notoriedade me arrebata. Nenhuma alegria terei, enquanto não lograr este meu intento. Quero perceber sobre a fronte a coroa de louros que ostentaram os sábios, os grandes poetas, os escritores célebres. Anelo ser Camões, Cícero, Hipócrates. Pai: Serás atendido, alcançando o que tanto ambicionas. Todavia, aviso- te de que de novo voltarás minha procura, por isso que não te sentirás satisfeito.


Pai: Aqui estou, filho, pede o que desejas, dize o que pretendes de mim. Filho, finalmente: Pai, quero amar e ser amado. Sinto incontido anseio de expandir o meu coração. Vejo-me constrangido numa atmosfera asfixiante. Meu sonho é amar amplamente, incomensuravelmente. Meu maior desejo é sentir palpitar em mim a vida de todos os seres. Quero o amor sem restrições, ilimitado, infinito. Quero amar com toda a capacidade de meu coração, assim como os pulmões sadios respiram na floresta, nos montes, nos campos e nos bosques! Meu ideal, Pai, é o Filho de Maria, o Profeta de Nazaré, aquele que morreu na cruz por amor da Humanidade. Pai: Sê bendito, meu filho. Terás aquilo a que tão sabiamente aspiras. Não me procurarás mais, porque sentirás em ti a plenitude da vida: de ora em diante serás uno comigo.

O Mestre e o discípulo Discípulo: Senhor, sinto-me desalentado diante das iniqüidades do século. Parece que jamais os homens se mostraram tão rebeldes à razão e ao sentimento, como nestes tempos. Mestre: Desalentado? Porquê? Duvidas, acaso, da segurança do Universo? Desalento é fraqueza, é falta de fé. Discípulo: Quero ter fé, Senhor, mas vejo a cada passo surgirem tais impedimentos e tais embaraços à vinda do reino de Deus, que o desânimo me invade a alma. Mestre: Es mais carnal que espiritual. A precipitação é peculiar ao homem. Quando o domínio do Espírito se estabelece, o coração se acalma, serenam as paixões e a fé é não vacila mais. A pressa é, não só inimiga da perfeição, como também da razão. Os atrabiliários insofridos jamais arrazoam com acerto. O reino de Deus há de vir e está vindo a cada instante, para aqueles que o querem e sabem querê-lo. A vontade de Deus há de ser feita na Terra, como já o é nos céus. Espera e confia, vigia e ora. Não deves medir o curso das idéias como medes o curso da tua existência: esta se escoa através de alguns dias fugazes, enquanto que aquelas se agitam no transcorrer dos séculos e dos milênios. Discípulo: Bem sei, Senhor, que deve ser como dizes. Eu supunha, no entanto, que a obra da evolução caminhasse sem intermitências; por isso queria vê-la em marcha ascensional, triunfando dos óbices e tropeços com que os homens, em sua ignorância e maldade, costumam juncar-lhe o caminho. Esta vitória do mal sobre o bem, da opressão sobre a liberdade me amargura e angustia. Tal vitória é certamente efêmera; contudo, é um entrave à evolução, é uma pedra de tropeço que, não se sabe por quanto

cumpriria e Deus deixaria de ser Deus. A evolução, no que respeita ao Espírito, opera-se pela educação dos seus poderes e faculdades latentes. Ora, todas as vicissitudes, todas as lutas, todos os sofrimentos, em suma, contribuem para incentivar o desenvolvimento das possibilidades anímicas. Assim, pois, quer o Espírito goze os salutares efeitos da prática do bem e da conduta reta; quer suporte as amargas conseqüências do mal cometido, da negligência no cumprimento do dever, da corrupção a que se entregue, ele estará educando-se, e, portanto, evolvendo. Pelo amor e pela dor, sob a doçura da graça, ou sob a inflexibilidade da lei — caminhará, sempre, em demanda dos altos destinos que lhe estão reservados. Discípulo: Falas na santa obra da educação. Feriste, Senhor, o alvo, o eixo em torno do qual giram as minhas lucubrações mais acuradas. Compreendo muito bem a importância da educação. Vejo claramente que só a religião da educação, tal como ensinaste e exemplificaste, pode salvar a Humanidade. Mas, como vingará esta fé, se os dirigentes, os dominadores de consciências, aqueles, enfim, que têm ascendência sobre o povo são os primeiros a deseducá-lo, a corrompê-lo, premiando os caracteres fracos e venais que se sujeitam aos seus caprichos e perseguindo os poucos que, capazes de sofrer pela justiça e pela verdade, pelo direito e pela liberdade, resistem ao despotismo do século? Tal processo de corrupção não invalidará, pelo menos por tempo indeterminado, a eficiência da educação? Mestre: Nada há encoberto que não seja descoberto, nem algo oculto que se não venha a saber. Falas em processo de corrupção que poderá deseducar o povo. Ignoras, então, que o Espírito educado jamais se deseduca? A lei é avançar e não retroagir. Os que se submetem às influências dos maus e dos prevaricadores, deixando-se corromper por falaciosas promessas, são Espíritos fracos, egoístas e amigos da ociosidade, da vida cômoda e fácil. São os tais que entram pela porta larga e transitam pela estrada espaçosa e ampla que conduz à perdição. E' possível que tais indivíduos se abastardem ao extremo, levados pelos corruptores de consciências; mas, o dia do despertar há de chegar. Tanto maior será a reação quanto mais o Espírito se tenha degradado. E, às

vezes, é o único meio de corrigir os cínicos, os hipócritas e os indolentes. Discípulo: E os empreiteiros da corrupção, até quando continuarão entregues a tão abjeta tarefa? Mestre; Eles são instrumentos inconscientes de punição. Os homens castigam-se mutuamente. São semelhantes aos seixos que rolam no fundo dos rios, arrastados pela corrente das águas. No começo, eram ásperos e arestosos, mas, à força de se entrechocarem e se friccionarem, acabam alisando-se, tornando-se polidos e brunidos, como trabalhados por mão de artista. Cumpre notar ainda que a cada um será dado segundo as suas obras. O déspota de hoje será a vítima de amanhã — pois quem com ferro fere com ferro será ferido. Discípulo: Estás com a razão, Senhor. És, de fato, o caminho, a verdade e a vida. És a luz do mundo. Mestre: Lembra-te do que eu disse: Vós sois o sal da Terra e a luz do mundo. Não se acende uma candeia para colocá-la debaixo dos móveis, mas no velador, para que a todos ilumine. Portanto, não basta que me consideres luz, é preciso que te tornes luz. Discípulo: Cada vez mais me arrebatas com a tua luz, aclarando os problemas da vida, tornando acessíveis a todas as inteligências os mais complexos problemas sociais. Mestre: Confessas que tens entendido o que eu disse? Bem-aventurado serás, se puseres em prática os meus ensinamentos. Não te esqueças: se os praticares. Trata, pois, de descobrir o reino de Deus em ti mesmo, no teu coração; depois, procura implantá-lo em teu lar; depois, em tua rua; depois, no mundo. Não tenhas pressa. Confia e espera, vigia e ora. Não penses em fazer o mais, antes de fazer o menos. No Universo, tudo é ordem e harmonia.