




Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
A dedução dos operadores do cálculo vetorial para coordenadas curvilíneas ortogonais, com foco nos casos de interesse, como as coordenadas cilíndricas e esféricas. O texto aborda a derivada tangente unitária, o gradiente, a divergência e o rotacional, além de fornecer exemplos e equações para coordenadas específicas.
Tipologia: Notas de aula
1 / 8
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
15 de fevereiro de 2018
Resumo Neste aula, vamos deduzir os operadores do cálculo vetorial para coordenadas curvilíneas ortogonais generalizadas e estudar os casos de interesse, ou seja, as coordenadas cilíndricas e esféricas.
Considere um conjunto de três curvas caracterizadas pelos parâmetros u, v e w, interceptando- se mutuamente de maneira ortogonal num dado ponto P (veja figura 1 a seguir), definindo a posição ~r. Os vetores eˆ u , eˆ v e ˆe w são vetores unitários tangentes as curvas mencionadas no ponto P e definem um sistema dextrogiro, de tal forma que definem um volume unitário, ou seja,
e ˆ u × eˆ v · ˆe w = 1. (1)
Figura 1: Sistema cartesiano ortogonal e conjunto de curvas ortogonais no ponto P com seus respectivos vetores tangentes unitários.
O vetor posição ~r pode ser escrito tanto em termos dos versores cartesianos, que comumente é dado por ~r = xˆi + yˆj + z zˆ, como também pelos parâmetros u, v e w, isto é,
~r = ~r(u, v, w). (2)
Perceba que se derivarmos ∂~r/∂u, encontraremos um vetor tangente a curva definida pelo parâmetro u. O mesmo para os parâmetros v e w. Sendo assim, para encontrarmos o vetor
tangente unitário, basta dividirmos essa quantidade pela sua norma |∂~r/∂u|, ou seja,
e ˆ u =
∂~r ∣∂u ∣∣ ∣
∂~r ∂u
onde, por simplicidade, definiremos h u = |∂~r/∂u|. Sendo assim,
e ˆ u =
h u
∂~r ∂u ˆe v^ =^
h v
∂~r ∂v ˆe w^ =^
h w
∂~r ∂w.^ (4) Vale notar neste momento que os parâmetros u, v e w não são necessariamente o comprimento ao longo de suas respectivas curvas, como acontece nas coordenadas cartesianas ortogonais. Sendo assim, vamos nos referir a uma função s u (função unicamente do parâmetro u), por exemplo, para tratar comprimentos ao longo da curva com parâmetro u. Por outro lado, podemos escrever também o vetor unitário no ponto P tangente a curva u da seguinte maneira
ˆe u = ∂~r ∂s u
ou seja, derivando ~r em relação ao comprimento na curva u. Aplicando a regra da cadeia, temos que
∂~r ∂u =^
∂~r ∂s u
ds u du.^ (6) ∂~r ∂u = ˆe u^ ds u du
Comparando a equação 7 com a equação 4, chegamos a conclusão que
h u ˆe u = ds u du ˆe u ,^ (8) de tal maneira que
ds u = h u du, (9)
e analogamente para os demais parâmetros
ds v = h v dv (10)
ds w = h w dw. (11)
Podemos analisar o conceito de gradiente de uma função de várias variáveis como uma extensão da definição de diferencial exata de uma função de uma variável, por exemplo, f (x), ou seja, df = (^) dxdf dx. Para uma função ϕ que dependa de mais de uma variável (campo escalar), temos que
∇ϕ · d~r = dϕ, (12)
onde dϕ é a variação do campo escalar ϕ entre ~r e ~r + d~r, ou seja, ϕ(~r + d~r) − ϕ(~r), com d~r sendo um vetor de comprimento infinitesimal. ∇ϕ é o gradiente do campo escalar ϕ que indica a direção e sentido da maior variação do campo escalar ϕ no espaço com seu módulo indicando a intensidade desta variação. O vetor d~r, que em coordenadas cartesianas é facilmente reconhecido por d~r = dxˆi + dyˆj + dz zˆ, toma a seguinte expressão geral para um conjunto ortogonal
d~r = ds u ˆe u + ds v eˆ v + ds w ˆe w , (13)
d~r = h u du ˆe u + h v dv eˆ v + h w dw ˆe w. (14)
eˆ v h v
∂v (f u ˆe u ) = f u h v ˆe v ·
h u
∂^2 ~r ∂u∂v
∂~r ∂u
∂v
h u
ˆe v h v
∂v (f u ˆe u ) = f u h v h u e ˆ v ·
∂v (ˆe v h v ) +
f u :^0 h v h u ˆe v · ˆe u h u
∂v
h u
ˆe v h v
∂v (f u ˆe u ) = f u h v h u e ˆ v ·
∂u (ˆe v h v ), (31)
ˆe v h v
∂v (f u ˆe u ) = f u h v h u e ˆ v · ˆe v ∂h v ∂u
f u *^0 h v e ˆ v · ∂ˆe v ∂u
ˆe v h v
∂v (f u eˆ u ) = f u h v h u
∂h v ∂u
o que, de maneira análoga, nos permite afirmar que
ˆe w h w
∂v (f u eˆ u ) = f u h w h u
∂h w ∂u
Juntando todas as parcelas, o cálculo para o diverte da componente u do campo vetorial f~ é dado por
∇ · (f u eˆ u ) =
h u
∂f u ∂u
f u h v h u
∂h v ∂u
f u h w h u
∂h w ∂u
Esta última equação pode ser compactada por um regra da cadeia, ou seja,
∇ · (f u ˆe u ) =
h u h v h w
∂u (f u h v^ h w )^ ,^ (36)
o que de forma análoga nos permite escrever a divergência para os demais componentes do campo vetorial f~
∇ · (f v ˆe v ) = 1 h u h v h w
∂v (f v h u h w ) , (37)
∇ · (f w ˆe w ) =
h u h v h w
∂w (f w h u h v ). (38)
Sendo assim, a divergência em coordenadas curvilíneas ortogonais generalizadas é dada por
∇ · f~ =
h u h v h w
∂u (f u h v^ h w ) +^
∂v (f v^ h u h w ) +^
∂w (f w h u h v^ )
Vamos começar reconhecendo que o rotacional de um campo vetorial f~ , em coordenadas curvilíneas ortogonais, é dado por
∇ × f~ =
eˆ u h u
∂u
ˆe v h v
∂v
ˆe w h w
∂w
× (f u ˆe u + f v ˆe v + f w ˆe w ). (40)
Para simplificar o trabalho algébrico, vamos calcular inicialmente apenas a componente na direção de eˆ u , ou seja, os termos provenientes de ( ˆe v h v
∂v
× (f w ˆe w ) , (41) ( ˆe w h w
∂w
× (f v ˆe v ). (42)
Calculando inicialmente o primeiro termo temos ( ˆe v h v
∂v
× (f w ˆe w ) = ˆe v h v
e ˆ w^ ∂f w ∂v
ˆe v h v
∂v
× (f w ˆe w ) = ˆe v h v^ ×^ eˆ w
∂f w ∂v +^
f w h v^ ˆe v^ ×^
∂v
h w
∂~r ∂w
eˆ v h v
∂v
× (f w ˆe w ) = eˆ u h v
∂f w ∂v
f w h v e ˆ v ×
h^2 w
∂~r ∂w
h w
∂^2 ~r ∂w∂v
ˆe v h v
∂v
× (f w ˆe w ) = ˆe u h v
∂f w ∂v
− ˆe w h w
h w
∂w (h v ˆe v )
ˆe v h v
∂v
× (f w eˆ w ) = ˆe u h v
∂f w ∂v +^
f w h v^ ˆe v^ ×
ˆe w h w^ +^
h v h w
∂ˆe v ∂w +
ˆe v h w
∂h v ∂w
eˆ v h v
∂v
× (f w eˆ w ) =
h v
∂f w ∂v
f w h v h w
ˆe u , (48)
onde usamos o fato que ˆe v × eˆ w = ˆe u , ˆe v × eˆ v = 0 e ˆe v × ∂ˆe v ∂w
Calculando o segundo termo^1 temos ( ˆe w h w
∂w
× (f v eˆ v ) = ˆe w h w
ˆe v ∂f v ∂w
ˆe w h w
∂w
× (f v eˆ v ) =
h w
∂f v ∂w
f v h w h v
ˆe u , (50)
de tal forma que o componente vetorial u do rotacional de f~ é dada por
( ∇ × f~
u e ˆ u =
f v h w h v^ −^
f w h v h w^ +^
h v
∂f w ∂v −^
h w
∂f v ∂w
e ˆ u , (51)
( ∇ × f~
u ˆe u =
h v h w
∂v (h w f w ) −
∂w (h v f v )
ˆe u , (52)
e de forma análoga para as demais componentes do rotacional,
( ∇ × f~
v ˆe v = 1 h u h w
∂w (h u f u ) − ∂ ∂u (h w f w )
ˆe v , (53)
( ∇ × f~
w ˆe w =
h u h v
∂u (h v^ f v^ )^ −^
∂v (h u f u )
ˆe w , (54)
Concluímos então que o rotacional de um campo vetorial f~ em coordenadas curvilíneas ortogonais é dado por
∇ × f~ =
h v h w
∂v (h w f w ) −
∂w (h v f v )
ˆe u +
h u h w
∂w (h u f u ) −
∂u (h w f w )
e ˆ v + 1 h u h v
∂u (h v^ f v^ )^ −^
∂v (h u f u )
e ˆ w.
O Laplaciano pode ser determinado através da expressão da divergência. Basta fazer f~ = ∇ϕ na expressão 39. Ou seja,
∇^2 ϕ =
h u h v h w
∂u
h v h w h u
∂ϕ ∂u
∂v
h u h w h v
∂ϕ ∂v
∂w
h u h v h w
∂ϕ ∂w
(^1) Deixo o leitor fazer o desenvolvimento.
Para um volume infinitesimal dV , defino pelas curvas u, v e w, temos que
dV = ds u ds v ds w. (68)
Usando as equações 9, 10 e 11 para as coordenadas cilíndricas, podemos escrever que o elemento de volume infinitesimal nestas coordenadas é dado por
dV = h u duh v dvh w dw = h ρ h φ h z dρdφdz = ρdρdφdz. (69)
Figura 3: Sistema de coordenadas cilíndricas.
Os elementos de área são obtidos fazendo um dos incrementos diferenciais ds igual a 1 e sua respectiva coordenada uma constante na equação acima. Por exemplo, para uma superfície cilíndrica com eixo de simetria coincidindo com o eixo z, ρ = R, com R sendo o raio do cilindro e dρ = 1. Neste caso, o elemento de área é dado por
da 1 = Rdφdz. (70)
Para uma superfície defina por qualquer plano onde z = cte, dz = 1, temos que o elemento de área é dado por
da 2 = ρdρdφ. (71)
Para uma superfície defina por qualquer plano onde φ = cte, ρdφ = 1, temos que o elemento de área é dado por
da 3 = dρdz. (72)
Deixemos como exercício para o leitor mostrar que os parâmetros h r , h θ e h φ são dados por
h r = 1 h θ = r h φ = r sin θ, (73)
e que podemos escrever o gradiente, divergente, rotacional e Laplaciano como se segue,
∇ϕ = ∂ϕ ∂r rˆ +^1 r
∂ϕ ∂θ θˆ + 1 r sin θ
∂ϕ ∂φ φ ,ˆ (74)
∇ · f~ =
r^2
∂r
r^2 f r
r sin θ
∂θ (f θ^ sin^ θ) +^
r sin θ
∂f φ ∂φ ,^ (75)
∇ × f~ =
r sin θ
∂θ (f φ sin θ) − ∂f θ ∂φ
ˆr +
r sin θ
∂f r ∂φ − sin θ
∂r (rf φ )
ˆθ +^1 r
∂r (rf θ ) − ∂f r ∂θ
φ ,^ ˆ (76)
∇^2 ϕ =
r^2
∂r
r^2 ∂ϕ ∂r
r^2 sin θ
∂θ
sin θ ∂ϕ ∂θ
r^2 sin^2 θ
∂^2 ϕ ∂φ^2
De forma análoga ao que foi feito em coordenadas cilíndricas, mostre que o volume infinitesimal dV em coordenadas esféricas (veja a figura 4 a seguir) é dado por
dV = h u h v h w dudvdw = h r h θ h φ drdθdφ = r^2 sin θdrdθdφ, (78)
e que os elementos de área são,
(a) (b)
Figura 4: Em (a) temos as coordenadas esféricas e seus versores. Em (b) temos o elemento infinitesimal de volume em coordenadas esféricas.