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Eletrocardiograma: Interpretação e Análise Detalhada, Notas de aula de Cardiologia

O documento compõe anotações de slides baseados em referências literárias e anotações de aula por professo na área. Tema: cardiologia; eletrocardiograma 5º período de medicina

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 09/07/2024

leticia-constancio
leticia-constancio 🇧🇷

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ECG Normal
Propagação do impulso elétrico
O sistema de condução é responsável por gerar
impulso elétrico no nó sinusal e conduzi-lo a todas as
regiões do coração. O nó sinusal se localiza no teto do
átrio direito, sendo essa a primeira câmara a ser
estimulada, onde passam fibras de condução (tratos
internodais) que levam o estímulo ao
atrioventricular. A condução para o átrio esquerdo
acontece pelo fascículo de Bachmann
No nó atrioventricular, se tem a saída da condução
aos ventrículos pelo feixe de His, que se divide em
ramo esquerdo (VE) e direito (VD), que também têm
divisões. O ramo esquerdo se divide em antero-
superior, antero-medial e postero-inferior e o direito se
divide em porção superior/anterior e inferior/posterior
- Geração impulso (automática): nó sinusal
- Despolarização atrial
- Condução do impulso: nó atrioventricular
- Despolarização ventricular: sistema de His
Purkinje
- Repolarização atrial
- Repolarização ventricular
Potencial de ação
Quando o impulso passa por uma região, as células
que recebem o potencial têm um momento com a
passagem de íons transmembrana, permitindo a
geração ( sinusal/células automáticas) ou condução
(outras/células condutoras) do impulso
- OBS: quando falha no sinusal, o AV
consegue conduzir impulso
Células automáticas: geram o estímulo de forma
espontânea, são auto excitáveis. Nelas, potencial de
ação acontece de forma mais branda
Células condutoras: as células musculares não
apresentam atividade elétrica autônoma, necessitam
de estímulo externo. Em situação de repouso,
permanece em repouso até a chegada de um estímulo.
O potencial de ação acontece de forma mais rápida,
maciça
Fisiologia
O potencial de ação permite a função de contração
muscular. A energia química na passagem de íons
transmembrana é convertida em energia elétrica
(impulso) e isso se converte em energia mecânica
(contração)
Em repouso, a célula se encontra polarizada, já que
a quantidade de íons intra e extracelular se difere,
havendo uma diferença de potencial de -90 mV (mais
cargas positivas extracelular)
- Fase 0: despolarização. Início do potencial de ação
e recebimento do impulso com a abertura de canais
específicos de sódio (influxo de Na), com perda da
diferença de potencial. Por ser uma perda maciça, a
diferença de cargas pode ultrapassar o 0. Nesse
momento, a célula não consegue receber novos
impulsos
- Fase 1: repolarização precoce. Abertura de poucos
canais de potássio (efluxo)
- Fase 2: repolarização lenta ou platô. Abertura de
canais de cálcio (influxo) e permanência dos de
potássio (efluxo), tendo passagem de maneira
simultânea e não havendo diferença de cargas
- Fase 3: repolarização rápida. Os canais de potássio
se abrem em progressão geométrica, de forma
gradativa, gerando maior rapidez de efluxo até
acontecer a equalização de K intra e extracelular
- Fase 4: repouso ou polarização. Ativação da
bomba de Na/K ATPase para passagem de ambos os
íons para suas condições iniciais (K dentro e Na fora da
célula). Por isso, eletricamente, o gasto energético
cardíaco acontece na diástole
Propagação do impulso elétrico
Acontece de forma progressiva, havendo diferenças
de cargas entre as células durante a propagação que
geram um vetor (dipolo) com um lado positivo e um
negativo. O dipolo é um conjunto formado por cargas
de sinais contrários, com mesma intensidade (mesmo
valor), separadas por distância “X” e com origem
negativa e ponta positiva. O ECG traduz os vetores em
relação à positividade ou negatividade, observando o
mesmo impulso de várias formas diferentes (total de
18 derivações)
A formação de múltiplos dipolos (um no átrio
direito e um no esquerdo, por exemplo) leva a
formação de vetores resultantes. O registro
eletrocardiográfico de cada vetor depende de onde o
eletrodo faz a leitura
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ECG Normal

Propagação do impulso elétrico

O sistema de condução é responsável por gerar impulso elétrico no nó sinusal e conduzi-lo a todas as regiões do coração. O nó sinusal se localiza no teto do átrio direito, sendo essa a primeira câmara a ser estimulada, onde passam fibras de condução (tratos internodais) que levam o estímulo ao nó atrioventricular. A condução para o átrio esquerdo acontece pelo fascículo de Bachmann No nó atrioventricular, se tem a saída da condução aos ventrículos pelo feixe de His, que se divide em ramo esquerdo (VE) e direito (VD), que também têm divisões. O ramo esquerdo se divide em antero- superior, antero-medial e postero-inferior e o direito se divide em porção superior/anterior e inferior/posterior

  • Geração impulso (automática): nó sinusal
  • Despolarização atrial
  • Condução do impulso: nó atrioventricular
  • Despolarização ventricular: sistema de His Purkinje
  • Repolarização atrial
  • Repolarização ventricular

Potencial de ação

Quando o impulso passa por uma região, as células que recebem o potencial têm um momento com a passagem de íons transmembrana, permitindo a geração (nó sinusal/células automáticas) ou condução (outras/células condutoras) do impulso

  • OBS: quando há falha no nó sinusal, o nó AV consegue conduzir impulso Células automáticas: geram o estímulo de forma espontânea, são auto excitáveis. Nelas, potencial de ação acontece de forma mais branda Células condutoras: as células musculares não apresentam atividade elétrica autônoma, necessitam de estímulo externo. Em situação de repouso, permanece em repouso até a chegada de um estímulo. O potencial de ação acontece de forma mais rápida, maciça

Fisiologia

O potencial de ação permite a função de contração muscular. A energia química na passagem de íons transmembrana é convertida em energia elétrica (impulso) e isso se converte em energia mecânica (contração) Em repouso, a célula se encontra polarizada, já que a quantidade de íons intra e extracelular se difere, havendo uma diferença de potencial de -90 mV (mais cargas positivas extracelular)

  • Fase 0: despolarização. Início do potencial de ação e recebimento do impulso com a abertura de canais específicos de sódio (influxo de Na), com perda da diferença de potencial. Por ser uma perda maciça, a diferença de cargas pode ultrapassar o 0. Nesse momento, a célula não consegue receber novos impulsos
  • Fase 1: repolarização precoce. Abertura de poucos canais de potássio (efluxo)
  • Fase 2: repolarização lenta ou platô. Abertura de canais de cálcio (influxo) e permanência dos de potássio (efluxo), tendo passagem de maneira simultânea e não havendo diferença de cargas
  • Fase 3: repolarização rápida. Os canais de potássio se abrem em progressão geométrica, de forma gradativa, gerando maior rapidez de efluxo até acontecer a equalização de K intra e extracelular
  • Fase 4: repouso ou polarização. Ativação da bomba de Na/K ATPase para passagem de ambos os íons para suas condições iniciais (K dentro e Na fora da célula). Por isso, eletricamente, o gasto energético cardíaco acontece na diástole

Propagação do impulso elétrico

Acontece de forma progressiva, havendo diferenças de cargas entre as células durante a propagação que geram um vetor (dipolo) com um lado positivo e um negativo. O dipolo é um conjunto formado por cargas de sinais contrários, com mesma intensidade (mesmo valor), separadas por distância “X” e com origem negativa e ponta positiva. O ECG traduz os vetores em relação à positividade ou negatividade, observando o mesmo impulso de várias formas diferentes (total de 18 derivações) A formação de múltiplos dipolos (um no átrio direito e um no esquerdo, por exemplo) leva a formação de vetores resultantes. O registro eletrocardiográfico de cada vetor depende de onde o eletrodo faz a leitura

Eletrocardiograma

“O eletrocardiógrafo é um galvanômetro que amplia, filtra e registra a atividade elétrica do coração em um papel milimetrado especialmente determinado para esse fim. De maneira mais precisa, o registro é a diferença de potencial elétrico captada por eletrodos posicionados sobre a superfície corpórea de um indivíduo.”

  • Os leitores são posicionados em regiões específicas do tórax

Derivações do ECG

A ativação elétrica do coração gera, na superfície corporal, uma diferença de potencial passível de registro, mensuração e análise por meio de pontos de referência, visualização (eletrodos). As derivações são divididas em 2 grupos principais, as verticais ou plano frontal ou periféricas e as horizontais ou precordiais, sendo usadas normalmente 12 delas, 6 em cada plano A presença de dois planos permite enxergar o fenômeno vetorial em 3 dimensões, apresentando diferentes ângulos de uma mesma onda

  • Plano frontal: observa de cima para baixo e da direita para esquerda ou vice-versa. Possui as derivações bipolares D1, D2 e D3 (mede a diferença de potencial de dois eletrodos) e as unipolares aVR, aVL e aVF (medem potencial absoluto ampliado). Formam os Sistemas de eixos hexa-axial de Bayley
  • Plano horizontal: observa da direita para esquerda e de anterior para posterior ou vice-versa. Devem ser posicionados de forma contínua

ECG normal

Os sinais do ECG espelham os fenômenos elétricos, formando as ondas

  • Onda P: despolarização dos átrios
  • Segmento PR: pausa do estímulo no nó atrioventricular, causando lentificação do impulso
  • Complexo QRS: despolarização dos ventrículos
  • Onda T: repolarização dos ventrículos OBS: a repolarização dos átrios não aparece no ECG pois acontece ao mesmo tempo do complexo QRS, ficando "invisível"

Interpretação do ECG

  • Identificação
  • Padronização
  • Ritmo
  • Frequência cardíaca
  • Eixo
  • Onda P
  • QRS
  • Segmento ST/ onda T
  • Intervalos

Padronização

Quando padronizado, cada quadrado apresenta 1mm, correspondendo a 0,1mV e a 0,04s/40ms (1s = 25mm); nesse caso, é considerada uma padronização normal ou "N". A padronização é apresentada no ECG de diferentes formas e em diferentes lugares

Ritmo

O ritmo fisiológico é o sinusal, assim deve-se observar se é regular ou irregular, com presença de onda P e se a relação P:QRS é normal (momento das despolarizações). O fisiológico é regular, com onda P positiva em D1, D2 e aVF, precedendo todos os QRS’s e de mesma morfologia em cada derivação (regular)

  • Se cair na prova um diferente, responder: ritmo não sinusal
  • Progressão normal do complexo: rS V1-V2 >> RS V3-V4 >> qRs V5-V6. Acontece dessa forma pois observa o vetor resultante da despolarização ventricular, que é direcionado para baixo, à esquerda e um pouco para trás Atenção especial a onda Q: PULOU NA AULA
  • Normal quando < 30ms e 25% do tamanho do QRS
  • Q alargada exclusivamente em D3: repetir ECG em inspiração profunda

Onda T

Representa a repolarização ventricular. Tem tamanho e amplitude variáveis, normalmente menor que o QRS (cerca de 30% de seu tamanho) e seguindo sua polaridade na maioria das vezes. Deve sempre ser assimétrica (canais de K) e sempre negativa em aVR Além disso, é positiva em D1, D2, aVF e V2-V6, pode ser positiva ou negativa em D3, aVL e V1 e, em obesos, mulheres e brevilínios, podem ter onda T negativa em V1-V2 PULOU

Intervalos e segmentos

Intervalo RR : distância entre uma onda R até a próxima onda R. Usado para calcular FC e regularidade do ritmo cardíaco Intervalo PR : início da onda P (engloba a onda) ao início do QRS, tem de 120-200ms (3 a 5 quadradinhos) corresponde ao tempo que o impulso leva para despolarizar os átrios, percorrer as vias de condução intermodais, o nó AV, o feixe de His e despolarizar os ventrículos, ou seja, corresponde a tudo que acontece a nível supraventricular (antes do nó AV) Segmento PR : linha reta que une duas ondas (não às engloba), sendo do final da onda P ao início do QRS. É critério para linha de base Intervalo QT : início do QRS ao fim da onda T (engloba a despolarização e repolarização ventricular). Corresponde a duração total da sístole elétrica ventricular, ou seja, corresponde a tudo que acontece a nível ventricular A duração varia com a FC (quando taquicardia, artificialmente, reduz de tamanho e quando bradicardia se alarga) e varia de 330ms até 450ms em homens, 460ms em crianças e 470ms em mulheres. Muito importante de ser avaliado, pois quando há alargamento ou encurtamento, pode ser fator de risco para arritmias graves. Assim, deve ser feta a medição do intervalo e corrigi-lo devido à variação pela FC Corrigir com fórmulas específicas (QTc)

  • Bazzet: para paciente com FC entre 60-110bpm (maior precisão)
  • Hodges, Friedericia ou Framinghan: quando FC fora desses valores Segmento ST : une o fim do QRS ao início da onda T. Fase inicial da repolarização; linha de base. Qualquer desnível deve ser avaliado cuidadosamente (usa-se o semgmento PR como referência)