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AUTORAS
Janisse Viero
Liziany Müller Medeiros
PRINCÍPIOS E
CONCEPÇÕES DA
EDUCAÇÃO DO CAMPO
PRINCÍPIOS E CONCEPÇÕES
DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
EDUCAÇÃO DO CAMPO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Santa Maria | RS 2018
AUTORAS
Janisse Viero
Liziany Müller Medeiros
UAB/NTE/UFSM
1ª Edição
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Paulo Roberto Colusso
DIRETOR DO NTE
Camila Marchesan Cargnelutti Maurício Sena
Carmen Eloísa Berlote Brenner Caroline da Silva dos Santos Keila de Oliveira Urrutia
Carlo Pozzobon de Moraes Juliana Facco Segalla – Diagramação Matheus Tanuri Pascotini – Capa e Ilustrações
Ana Letícia Oliveira do Amaral
Janisse Viero, Liziany Müller Medeiros
ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO
REVISÃO LINGUÍSTICA
APOIO PEDAGÓGICO
EQUIPE DE DESIGN
PROJETO GRÁFICO
V665p Viero, Janisse Princípios e concepções da educação do campo [recurso eletrônico] / Janisse Viero, Liziany Müller Medeiros. – 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, 2018. 1 e-book : il. Este caderno foi elaborado pelo Núcleo de Tecnologia Educacional da Universidade Federal de Santa Maria para os cursos da UAB Acima do título: Educação do campo ISBN 978-85-8341-233-
- Educação 2. Educação do campo 3. Educação do campo – História 4. Movimentos sociais I. Medeiros, Liziany Müller II. Universidade Aberta do Brasil III. Universidade Federal de Santa Maria. Núcleo de Tecnologia Educacional IV. Título. CDU 37.018. Ficha catalográfica elaborada por Alenir Goularte - CRB-10/ Biblioteca Central da UFSM
Ministério da
Educação
APRESENTAÇÃO
P
rezado/a estudante,
As linhas que seguem buscam promover situações nas quais seja possível
debater e refletir acerca da trajetória da Educação do Campo, seus princípios
e suas concepções. Neste sentido, este material está dividido da seguinte maneira:
Na Unidade 1, você vai conhecer a história da educação do campo e vai com-
preender que o termo “educação do campo” surgiu para designar uma educação
específica para o homem trabalhador do campo. Vai também refletir sobre as
possíveis diferenças entre a educação do campo e a educação rural tradicional.
A Unidade 2 apresenta uma breve discussão sobre os aspectos teóricos dos
movimentos sociais. É um convite inicial para uma reflexão sobre o surgimento
desses movimentos, ou seja, como eles foram se organizando no decorrer da história.
Vamos ver também quais os principais movimentos sociais que atuam no Brasil e
como eles têm se organizado na luta pela educação do campo.
Na Unidade 3, você vai entender a importância de compreendermos a concepção
de Educação do Campo, que reafirma a luta pela educação para os povos do campo.
Na Unidade 4, você vai conhecer a Pedagogia da Alternância e a importância
desta metodologia para a escola do campo.
Na unidade 5, abordaremos questões da legislação das políticas educacionais
para o campo, mais especificamente as diretrizes operacionais da educação básica
do campo, para tanto, nosso enfoque serão as leis que regulamentam a educação
básica brasileira para o campo, traçando paralelos que nos levem a refletir acerca
dos contextos legais de legitimação e consolidação no campo educacional.
Na Unidade 6, apresentamos elementos para discutir a Educação do Campo
e docência nos espaços rurais na perspectiva da pedagogia histórico crítica da
educação.
Bom trabalho para todos nós!
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
UNIDADE 1 – A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
Introdução
1.1 A Educação Rural no Brasil: Da Colônia ao Império
1.1.1 A educação rural na república: avanços, desafios, controvérsias e resistência ·
1.1.2 Principais Movimentos Operários que se organizaram na década de 30 ·
1.1.3 Abertura democrática; nova conjuntura política no país ·
Atividades de Reflexão ·
Considerações Finais ·
UNIDADE 2 – MOVIMENTOS SOCIAIS E A EDUCAÇÃO DO CAMPO
Introdução
2.1 Movimentos sociais, algumas indefinições
2.1.1 Os Novos Movimentos Sociais ·
2.2 O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST): Um pouco da história ·
2.3 A Educação do MST: Da luta pela terra à construção de uma nova pedagogia ·
2.4 Movimentos socioterritoriais rurais que lutam por terras no Brasil·
Atividades de Reflexão ·
Considerações Finais ·
UNIDADE 3 – CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO NO BRASIL
Introdução
3.1 Educação do campo: Concepções e desafios
3.2 O debate da educação do campo no paradigma da questão agrária ·
3.3 Sistematizando as concepções da educação do campo ·
3.4 Educação do campo x Educação rural ·
Atividades de Reflexão ·
Considerações Finais ·
UNIDADE 4 – EDUCAÇÃO DO CAMPO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DE ALTERNÂNICIA
Introdução
4.1 A experiência das escolas família agrícola e as casas familiares rurais no mundo
e no Brasil
4.1.1 Contexto histórico ·
4.1.2 Os centros familiares de formação por alternância no Brasil - CEFFAs ·
4.1.3 A educação do campo e a pedagogia da alternância ·
4.1.4 Principais instrumentos pedagógicos que encaminham o processo de formação
na escola da alternância ·
4.1.5 A pedagogia da alternância: uma prática em construção ·
Atividades de Reflexão ·
Considerações Finais ·
UNIDADE 5 – DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA DAS ESCOLAS
DO CAMPO ·
Introdução ·
5.1 Contextualizando a educação do campo e a luta por espaço na agenda pública ·
5.1.1 Conceito e definição de Política ·
5.2 Reflexões sobre as diretrizes operacionais para a educação básica nas
escolas do campo ·
5.3 Educação no campo avanços e conquistas ·
5.3.1 Programa Escola Ativa ·
5.3.2 PRONACAMPO - Programa Nacional de Educação do Campo ·
5.3.3 Saberes da Terra ·
5.3.4 Programa Nacional de Educação nas Áreas de Reforma Agrária - PRONERA ·
5.4 A Universidade Federal de Santa Maria - UFSM em parceria com o PRONERA ·
5.4.1 Projeto Diálogos entre a Pesquisa Científica e os Assentamentos Rurais no Brasil:
o residência agrária em discussão ·
5.4.1.1 Uso do ambiento virtual de ensino aprendizagem Moodle ·
5.4.1.2 Organização do Congresso Nacional dos Cursos de Especialização em Residência
Agrária, desenvolvidos em 27 universidades brasileiras ·
Atividades de Reflexão ·
Considerações Finais ·
A HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO DO CAMPO
educação do campo |Princípios e concepções da educação no campo · 13
Ao contextualizar historicamente a educação rural no Brasil se faz importante ter
claro que a Educação sempre esteve ligada e seguiu, de forma direta ou indiretamen-
te, às orientações de setores econômicos, políticos, sociais ou culturais que foram
se organizando na construção histórica do Brasil, sempre a partir dos interesses
do capital, e que influenciaram diretamente e indiretamente as políticas para a
educação pública a esses sujeitos.
Para Ferreira; Brandão (2011), ao se estudar a educação do campo, não há como
sonegar tais análises, sendo que a temática “Educação do Campo” deixa claro o
descaso e forma com que os governantes – elite brasileira – historicamente trataram
a educação voltada ao campo denominada como “educação rural”.
Cabe salientar que mesmo quando se formulou políticas ou ações para a edu-
cação do meio rural, estas ações seguiram o modelo de educação pensado para a
cidade, mesmo material didático, mesmos programas, livros, professores, nunca se
pensou ou se observou a necessidade de dar aos povos do campo uma educação
capaz de garantir o bem-estar coletivo destas populações e dos indivíduos que
dela fazem parte.
Voltando um pouco no tempo, observamos que no Brasil colônia, apesar de a
população viver quase que em sua totalidade no meio rural, a educação era pensada
apenas para os cidadãos que viviam na cidade, percebe-se que apesar do país ser
predominante rural, não se pensava em uma educação específica para o meio rural.
A educação desenvolvida neste período foi introduzida pelos jesuítas que aqui
chegaram chefiados pelo Padre Manoel da Nóbrega, com a missão de “educar” a
nova colônia portuguesa. O projeto educativo e missionário, iniciado nos anos de
1549, tinha por objetivo a propagação da doutrina católica, transmitir normas de
comportamento, ensinar ofícios necessários para o desenvolvimento da colônia aos
A EDUCAÇÃO RURAL NO BRASIL: DA
COLÔNIA AO IMPÉRIO
1.
sAiBA mAis: Segundo Coutinho (2009, p.40): O processo de colonização do Brasil tem como marco importante as Capitanias Hereditárias, cujo elemento fundamental é a posse da terra, sustentada pela lógica produtiva das relações sociais sob o tripé latifúndio, religião e escravidão. Em síntese, a educação ou sua negação ao povo, no período supracitado, inscreve-se no objetivo da colonização: lucro, acumulação de riquezas, expropriação e exploração das novas terras descobertas, traçando as marcas históricas daquilo que CHAUÍ (2000) chamou de mito fundador (descobridor) que tem permanecido além daquela época.
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indígenas e posteriormente a negros escravizados. Décadas depois, foram instaladas
as escolas de humanidades para os filhos de colonizadores ricos, sendo que neste
período quem exercia o papel do professor eram os religiosos da Companhia de
Jesus, (HAddAd; diPiErro, 2000).
Cabe salientar que, a atuação jesuítica no Brasil contribuiu com a educação neste
período, mas teve um caráter ambíguo, para os nativos (índios), uma educação
dominadora, e para os filhos dos portugueses, um sistema de educação implan-
tado com o objetivo de desenvolver os processos de ensino aprendizagem pro-
veniente da cultura europeia, que já possuía 300 anos de experiência, incluindo
universidades (mAriNHo, 2008).
O quadro abaixo apresenta os fatores que determinaram este tipo de educação
no Brasil Colônia.
Quadro1 - Fatores que determinaram a Educação no Brasil Colonial
Fonte: Produzido pelas autoras, baseado em Marinho (2008, p.27), adaptado por NTE, 2018.
iNTErATividAdE: Filme “A Missão” Sinopse: No final do século XVIII Mendoza, um traficante de escravos, com remorso por ter matado seu irmão num duelo, torna-se um jesuíta. Junto com Gabriel, também um jesuíta contra os colonos que querem escravizar os indígenas. fonte: Fonte: http://www.cinemenu.com.br/filmes
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sAiBA mAis: Método de educação idealizado por Jospeh Lancaster, quaker inglês também conhecido como Ensino Mútuo ou Monitorial, teve como objetivo, ensinar o maior número de alunos em menor tempo e pouco recurso, através da disciplina, oralidade e memorização
3
A grande preocupação do Império foi a de elaborar políticas que mantivessem o
sistema, de grandes extensões de terras, nas mãos de proprietários tradicionais,
ancorados no esquema latifundiário, de monocultura e no trabalho escravo. Com
o agravamento dos conflitos de terras entre posseiros e latifundiários, em todo o
país, e a iminência do fim da escravatura que colocava em risco a propriedade de
terras, a elite se viu obrigada a se posicionar diante dos fatos.
Foi neste contexto que, segundo Morissawa (2001), o Império decretou a Lei de
Terras em 1850, por saber que o fim da escravatura seria inevitável e que essa
questão agravaria os conflitos por terra. Assim, a lei surge para restringir o direito
à posse de terra. Somente teria acesso à posse de terra os que tivessem capital para
adquiri-la, o que fortalecia o processo de exclusão até então existente.
sAiBA mAis: No final do século Xviii, os latifúndios ocupavam todas as regiões economicamente importantes. Os donos não permitiam o estabelecimento de lavradores em suas terras, a não ser como dependentes. Isso fez com que muitos se tornassem posseiros de pequenas porções existentes entre uma propriedade e outra [...]. Em 1822 não havia mais terras a distribuir, de modo que foram suspensas as concessões. Começou então a ocupação pelo sistema de posses. O período marcado até 1850 ficou conturbado por conflitos entre posseiros e latifundiários.(morissAWA, 2001).
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sAiBA mAis: Lei de Terras, como ficou conhecida a lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, sancionada por D. Pedro II, foi a primeira iniciativa no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento que regulamentasse a posse de terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país, o governo se viu pressionado a organizar esta questão. A Lei de Terras foi aprovada no mesmo ano da lei Eusébio de Queirós , que previa o fim do tráfico negreiro e sinalizava a abolição da escravatura no Brasil. Grandes fazendeiros e políticos latifundiários se anteciparam a fim de impedir que negros pudessem também se tornar donos de terras. Chegavam ao país os primeiros trabalhadores imigrantes. Era a transição da mão de obra escrava para assalariada. Senão houvesse uma regulamentação e uma fiscalização do governo, de empregados, estes estrangeiros se tornariam
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educação do campo |Princípios e concepções da educação no campo · 17
proprietários, fazendo concorrência aos grandes latifúndios. Fonte: http://www.infoescola.com/historia/lei-de-terras/ Acesso: 21/03/
A lei: Proibia as aquisições de terras por outro meio que não a compra, extinguindo o regime de posses; Elevava o preço das terras e exigia pagamento à vista; Destinava produto da venda de terras à importação de colonos. A Lei de terras buscava evitar que imigrantes se tornassem proprietários de terras (Sul: processo diferenciado, imigrantes compraram lotes).
O campo foi associado como um espaço de oportunidades para atividades econô-
micas e lucro, o que corroborou para o olhar de uma educação de cartilha tecnicista
que se “reduziu ao atendimento de necessidades educacionais elementares e ao
treinamento de mão de obra” (MEC, 2007, p.10), como também para negação da
sua identidade enquanto território de relações socioculturais.
Com a chegada dos imigrantes europeus, no segundo Império apareceram os
primeiros ensaios em relação à educação rural, ainda que com muita resistência,
foram se instalando algumas escolas conforme os ideais trazidos dos seus países
de origem, não tendo, porém, forças para se difundirem para o interior do Brasil.
Segundo Bavaresco e Rauber (2014, p. 86):
Sem ter acesso às escolas, as crianças partiram para a lavoura trabalhar e com isso garantiam aos fazendeiros mais mão de obra e maiores índices de produção. No entanto, os governan- tes brasileiros sentiram a necessidade de estreitar os laços dos imigrantes com o Brasil. Com a pouca oferta de escolas, estes estavam educando as crianças conforme as suas origens e tra- dições europeias. Então, para estreitar os laços dos imigrantes e principalmente das crianças e jovens com o Brasil, foram criadas mais escolas; nelas, procuravam educar os alunos conforme os costumes locais, distanciando os laços de origem (BAvArEsCo E rAUBEr, 2014, P. 86).
Conforme Marinho (2008), as escolas no meio rural eram construídas, mas não
funcionavam. Principalmente as escolas agrícolas criadas nesse período, que não
possuíam os instrumentos necessários para o seu funcionamento. A proposta de
educação para as escolas do campo eram as mesmas criadas para as escolas urbanas.
Com a abolição da escravatura (os escravos libertos começam a vender sua força
de trabalho para os fazendeiros da região) e com a chegada dos imigrantes europeus
um novo sistema de trabalho se insere no país aumentando significativamente a
população no meio rural.
Para Coutinho (2009, p. 41):
educação do campo |Princípios e concepções da educação no campo · 19
Se num determinado período o critério usado para classificar o povo foi o patrimô-
nio, com o desenvolvimento da cultura ilustrada, os critérios diferenciadores dos
grupos sociais passaram a ser o patrimônio e as letras. Assim, patrimônio, cultura e
poder político passaram a ser dissociados e determinaram níveis de diferenciação
de cidadania.
Verificou-se, entretanto, ao longo da história, iniciativas que buscavam o rom-
pimento com a ordem política instituída e estas incluíam a educação como es-
tratégia de luta. Para Paludo (2001), apesar dos estudos e debates na literatura,
sobre a concepção de Educação Popular, fixar-se mais intensamente nos anos de
1960/70 e parte dos anos 1980, encontram-se aspectos referentes à emergência
desta concepção desde antes da Proclamação da República, no âmbito das lutas
pela libertação dos escravos e na prática do movimento Socialista, que inspirava o
movimento operário que começava a se construir na época.
No período de 1889 até 1930, o Brasil passa por um período de transição de
um modelo econômico agrário-exportador para um modelo urbano industrial. O
desenvolvimento do setor de transportes, a instalação das primeiras fábricas e o
crescimento do setor comercial transferiram para os centros urbanos os conflitos
sociais, que até então se concentravam no campo.
Conforme a Pró Central de Movimentos Populares (1993, apud, NogAro et al.,
1996, p. 25):
As cidades receberam os negros libertos, os escravos foragidos e uma grande leva de migrantes. Boa parte dessa gente passou a morar em habitações coletivas. As péssimas condições de vida e higiene geraram um cenário propício a violentos conflitos urbanos, ligados às “reformas urbanas” de inspiração sanita- rista, destinadas a “civilizar” os bairros populares. Aparecem assim no âmbito dos movimentos, as primeiras organizações de trabalhadores operários, para fazer frente aos problemas existentes e aos novos problemas que surgiriam.
É neste período que, segundo Paludo (2006, p. 3), “uma alternativa de projeto cul-
tural e pedagógico, através da educação, ganha forma identitária, constituindo o
que mais tarde viria a ser chamado de Educação Popular”, isto é, uma das várias
concepções de educação que se formaram e fazem parte do cenário educacional
presente na sociedade brasileira. Para Paludo, o surgimento da concepção de
Educação Popular está associada a fatores relacionados à(s): existência das classes
populares; precariedade nas condições de vida das classes populares, decisões e
opções políticas e educacionais tomadas pela elite brasileira para o desenvolvimen-
to do país e existência de um movimento de organização política (PAlUdo, 2006).
O quadro 2 tem como objetivo apresentar resumidamente os fatos determinantes
para a elaboração da concepção de Educação Popular:
1.1.2 Principais Movimentos Operários que se
organizaram na década de 30
Seis correntes disputavam a hegemonia política do movimento operário na Primeira
República: socialistas, libertários (anarquistas e anarco-sindicalistas), comunistas
(PCB), católicos, trabalhistas e amarelos (PAlUdo, 2001, p. 226). Na visão de Paludo
(2001) todas estas correntes políticas estavam preocupadas com a construção de
um poder popular, mas para cada uma delas, o significado desta construção e a
forma de realizá-la era diferenciado. No quadro 3 apresentaremos os principais
movimentos que disputavam a hegemonia política do movimento operário, seus
ideais políticos, a concepção de educação e suas principais reivindicações.
QUAdro 3 – Principais movimentos que disputavam a hegemonia política do movimento operário na Primeira República
QUAdro 2 – Fatores determinantes para a elaboração da concepção de Educação Popular
Fonte: Autores.