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Educação de jovens e adultos na perspectiva da inclusão social, Notas de estudo de Cultura

Este estudo procura analisar o modo como docentes da Educação de Jovens e Adultos- EJA auxiliam seus educandos na inclusão social, ressaltando que o desenvolvimento docente está regulado não só nos saberes teóricos, mas também em saberes e conhecimentos que são adquiridos na prática pedagógica

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 28/05/2016

marco-rogerio-silva-10
marco-rogerio-silva-10 🇧🇷

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL
Introdução
Discutir tema como inclusão social perante a Educação de Jovens e Adultos se tornou determinante nos
dias de hoje, uma vez que a EJA possui sujeitos com um histórico marcado pelos ditames da exclusão,
do abandono e da negação dos seus direitos, e que no mundo contemporâneo mais pessoas procuram
quebrar essas barreiras e se incluir de maneira positiva e bem vista dentro da sociedade; pois se sabe que
a educação se constitui como percurso para o rompimento das barreiras postas a princípio pela
sociedade, reconhecendo que a escola é um local primordial à formação de pessoa cidadã.
Os adultos analfabetos analisam o processo educacional como caminho para desenvolver suas
competências, aumentando seu potencial para superar desafios encontrados cotidianamente. O universo
desse ambiente escolar é formado por diversos motivos e várias gerações, muitas vezes adultos e até
idosos se incluem nessa fase, pois são resultados de uma inclusão tardia no ambiente escolar por
variadas situações: falta de incentivo da família, necessidade de auxiliar na renda domiciliar ou falta de
motivação. Atualmente, esses cidadãos sentem que possuem novas oportunidades para se incluírem na
sociedade mais capacitados, pois a competição por melhores postos de trabalho requer cada vez mais
estudos.
Em outra perspectiva encontramos os jovens e adolescentes que fazem parte de outro momento da
história, marcada por um fracasso escolar como repetência frequente e evasão, mas que a partir de 1990
encontram-se amparados perante a lei no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que em seu
artigo 53 possui o seguinte argumento “a criança e a o adolescente tem direito à educação, visando ao
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho”.
Nessa perspectiva, construíram-se questões que nortearam essa pesquisa:
Qual o papel motivador do educador do EJA para com seus educandos?
De que forma são incluídos na atual sociedade?
Assim o olhar do educador para o processo de ensino aprendizagem e desenvolvimento neste ambiente
deve ser mais criterioso, pois são pessoas que por algum motivo já se afastaram da escola ou que estão
desmotivados com a mesma e que atualmente, pela força do modelo de sociedade, estão sendo
motivados a se incluírem, onde os menos capacitados são excluídos por um sistema socioeconômico
tanto quanto perverso denominado capitalismo.
Assim, conforme abordado por Santos (1996) nos encontramos em um período de transformações
paradigmáticas, em que somos desafiados à todo momento pela criatividade e ao diálogo.
Streck, 2009, propõe a seguinte reflexão, quando se trata da crença da salvação pelas novas tecnologias,
fazendo parte desse novo consenso segundo ele,
Trocar as notas do quadro-negro por lâminas de powerpoint que o aluno copia em seu caderno ou salva
numa pasta eletrônica ainda não significa inovação pedagógica e muito menos o desenvolvimento de
condições para a inserção crítica na sociedade. O uso do computador e de outros meios disponibilizados
pela tecnologia é nada mais que um direito de quem vive nestes tempos. A inclusão digital é muitas
vezes tratada como um fator capaz de garantir a superação da exclusão social, sem fazer referência à
situação de desigualdade que está na origem da própria necessidade da inclusão.(STRECK,2009 p.11)
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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL

Introdução

Discutir tema como inclusão social perante a Educação de Jovens e Adultos se tornou determinante nos dias de hoje, uma vez que a EJA possui sujeitos com um histórico marcado pelos ditames da exclusão, do abandono e da negação dos seus direitos, e que no mundo contemporâneo mais pessoas procuram quebrar essas barreiras e se incluir de maneira positiva e bem vista dentro da sociedade; pois se sabe que a educação se constitui como percurso para o rompimento das barreiras postas a princípio pela sociedade, reconhecendo que a escola é um local primordial à formação de pessoa cidadã.

Os adultos analfabetos analisam o processo educacional como caminho para desenvolver suas competências, aumentando seu potencial para superar desafios encontrados cotidianamente. O universo desse ambiente escolar é formado por diversos motivos e várias gerações, muitas vezes adultos e até idosos se incluem nessa fase, pois são resultados de uma inclusão tardia no ambiente escolar por variadas situações: falta de incentivo da família, necessidade de auxiliar na renda domiciliar ou falta de motivação. Atualmente, esses cidadãos sentem que possuem novas oportunidades para se incluírem na sociedade mais capacitados, pois a competição por melhores postos de trabalho requer cada vez mais estudos.

Em outra perspectiva encontramos os jovens e adolescentes que fazem parte de outro momento da história, marcada por um fracasso escolar como repetência frequente e evasão, mas que a partir de 1990 encontram-se amparados perante a lei no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que em seu artigo 53 possui o seguinte argumento “a criança e a o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”.

Nessa perspectiva, construíram-se questões que nortearam essa pesquisa:

  • Qual o papel motivador do educador do EJA para com seus educandos?
  • De que forma são incluídos na atual sociedade?

Assim o olhar do educador para o processo de ensino aprendizagem e desenvolvimento neste ambiente deve ser mais criterioso, pois são pessoas que por algum motivo já se afastaram da escola ou que estão desmotivados com a mesma e que atualmente, pela força do modelo de sociedade, estão sendo motivados a se incluírem, onde os menos capacitados são excluídos por um sistema socioeconômico tanto quanto perverso denominado capitalismo.

Assim, conforme abordado por Santos (1996) nos encontramos em um período de transformações paradigmáticas, em que somos desafiados à todo momento pela criatividade e ao diálogo.

Streck, 2009, propõe a seguinte reflexão, quando se trata da crença da salvação pelas novas tecnologias, fazendo parte desse novo consenso segundo ele,

Trocar as notas do quadro-negro por lâminas de powerpoint que o aluno copia em seu caderno ou salva numa pasta eletrônica ainda não significa inovação pedagógica e muito menos o desenvolvimento de condições para a inserção crítica na sociedade. O uso do computador e de outros meios disponibilizados pela tecnologia é nada mais que um direito de quem vive nestes tempos. A inclusão digital é muitas vezes tratada como um fator capaz de garantir a superação da exclusão social, sem fazer referência à situação de desigualdade que está na origem da própria necessidade da inclusão.(STRECK,2009 p.11)

Neste contexto, o objetivo principal deste estudo é analisar o modo de incentivo dos educadores da EJA para com os educandos, promovendo-os no campo social.

Desenvolvimento

A educação se apresenta como um caminho também de sucesso para as pessoas no Brasil. Segundo o autor Anysio Teixeira, que já na década de 1990 debatia assuntos para erradicar o analfabetismo, propôs a conversão do quadro desordenado relativo à qualidade, acesso, permanência, inclusão e universalização da educação em grande parte dos países do mundo, durante a Conferência Mundial da Educação para Todos, que possuía em seu cerne a ampliação dos serviços de educação básica, capacitando jovens e adultos. De acordo com as abordagens realizadas por Haddad e Di Pierro (2000) o nível de escolaridade e de aprendizagem dos educandos do EJA muitas vezes é inferior à necessidade para que se ampliem suas habilidades, porém a procura destas pessoas no âmbito da educação está cada vez mais frequente, pois o modelo se sociedade principalmente nos mercados de trabalho pedem pessoas mais capacitadas.

Por muito tempo a Educação de Jovens e adultos sempre foi colocada em segundo plano pelas transformações acontecidas no âmbito educacional. Somente então em 1996 o Ensino Supletivo passa então a chamar-se Educação de Jovens e Adultos utilizando-se da LDB. Ainda que educação fora um termo mais amplo que ensino, esta alteração mais uma vez ficou apenas no conceito, pois as práticas dos educadores ainda possuíam características do então supletivo, de alinho do andamento escolar e de compensação.

Logo, a dedução das idades mínimas para o ingresso ao ensino fundamental e ao ensino médio também evitou que o programa de Educação de Jovens e Adultos chegasse a atingir seu público alvo (Rummert e Ventura, 2007). Segundo os mesmos autores durante o período do Lula houve uma ascensão positiva com relação a políticas educacionais voltadas para a Educação de Jovens e Adultos, porém ainda vinculadas aos interesses políticos neoliberais.

De acordo com Rummert e Ventura (2007, p.42), de fato, destaca-se o papel regulador da educação, uma vez que, sob a organização da ordem social, os programas educacionais, possuem a lógica de proporcionar oportunidades aos mais desfavorecidos economicamente mostrando-os de que de alguma forma ocorra a “inclusão social”. Embora ocorram diversas críticas à Educação de Jovens e Adultos, Soares e Venâncio (2007) citam uma experiência motivadora em Educação de Jovens e Adultos no município de Belo Horizonte, MG. O ambiente escolar analisado pelos autores é modelo base ao oferecer um projeto de EJA que reconhece de forma positiva e harmoniosa as dimensões da fase adulta, a multiplicidade e a pluralidade dos seus educandos. A estrutura deste projeto torna clara a importância da flexibilização dos conteúdos e do tempo, realizando ações que fazem parte da realidade dessas pessoas. Assim, analisando a interdisciplinaridade perante a diversidade deparada nos alunos, foi de fato rica na construção e no desenvolvimento das atividades, tornando possível a integração dos elementos culturais dos alunos à educação adquirida.

Outro bom exemplo apontado pelo artigo da “Revista Escola Online” (março, 2014) é de que muitos professores assumem as aulas da EJA mais como um complemento da carga horária, assim encontrando dificuldades, pois o perfil de seus alunos é muito oposto do ensino regular, então a revista sugere algumas dicas básicas para a prática em sala de aula, de que deve ser reservado bastante tempo para explicar a proposta de cada aula, preocupar-se com os procedimentos escolares, auxiliar o aluno a forma

Naiff e Naiff (2008) pesquisaram também por quais motivos levaram estas pessoas a procurarem a EJA na busca por uma educação, a qual não adquiriram em idade correta. A pesquisa deixou evidente que a precisão de aumento da renda familiar foi o fundamental motivo que fez os alunos interromperem os estudos. Mas, observaram também, que a atual exigência do mercado de trabalho faz com que essas mesmas pessoas que abandonaram os estudos na idade previamente correta, retornem à escola para uma melhor capacitação e, por conseguinte, maior remuneração. Segundo recordações apontadas por estes educandos, mostrou-lhes que as expressões ou palavras mais habituais usadas por eles estavam relacionadas a um futuro melhor, aprender mais, conhecimento, mercado de trabalho, importantes para se incluírem casa vez mais no âmbito social. Isso mostra a diversidade de motivações que os estudantes da EJA possuem em favor da educação.

Conclusão

Por certo, é a partir do padrão de educação excludente realizado no nosso país, que gera demandas para programas de Educação de Jovens e Adultos, quer sejam pela permanência com sucesso nas escolas, quer sejam pela falta de acesso à educação em idade correta.

Conclui-se que diante do exposto e perante a educação brasileira atual focada no eixo de Educação de Jovens e Adultos, os educadores procuram formas de flexibilização de conteúdos e de tempo para promover a vontade e o prazer de jovens e adultos nos estudos, pois perante a sociedade atual são incluídos com o objetivo de serem colaboradores do sistema capitalista, ingressantes no mercado de trabalho, ao proporcionar oportunidades diversas aos mais desfavorecidos economicamente, aumento assim a renda família e novas perspectivas de vida como futuro melhor, aprender mais, conhecimento e mercado de trabalho, pois este programa atende até mesmo as unidades prisionais.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.

HADDAD, S. DI PIERRO, M. C. Aprendizagem de Jovens e Adultos: avaliação da década da educação para todos. São Paulo em Perspectiva 14(1) 2000.

NAIFF, L. A. M e NAIFF, D. G. M. Educação de Jovens de Adultos em uma análise psicossocial: Representações e Práticas Sociais. Psicologia & Sociedade; 20 (3): 402- 407, 2008

Revista Escola – Dicas para um Professor novato na EJA. Disponível em: http:// revistaescola.abril.com.br/blogs/eja/2014/02/19/dicas-para-um-professor-novato-na-eja/. Acesso em: 10 de março de 2016.

RUMMERT, S. M. e VENTURA, J. P.Políticas públicas para educação de jovens e adultos no Brasil: a permanente (re)construção da subalternidade – considerações sobre os Programas Brasil Alfabetizado e Fazendo Escola. Educar, Curitiba, n. 29, p. 29-45, 2007. Editora UFPR

SANTOS, BOAVENTURA S. Pela mão de Alice: o social e o político na pósmodernidade.2. ed. São Paulo: Cortez: 1996.

STECALENA, N. et al. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Ministério da Educação – SECADI/MEC, 2013. Caderno de EJA / org. Nilda Stecanela. – Caxias do Sul, RS: Educs, 2013. Disponível em: < https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ CADERNO_4_praticas_EJA.pdf> Acesso em:10 março.

STRECK, Danilo Romeu. Da pedagogia do oprimido às pedagogias da exclusão: um

breve balanço crítico. Educ. Soc. [online]. 2009, vol.30, n.107, pp. 539-560. ISSN

0101-7330 Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/es/v30n107/12.pdf > Acesso

em: 10 março. 2016.