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Nesse sentido, a disciplina de Economia Política visa capacitá- lo a dar os primeiros passos na análise e na percepção ... Apresentamos, a seguir, um resumo.
Tipologia: Provas
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Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva
Ministério da Educação Fernando Haddad Maria Paula Dallari Bucci Carlos Eduardo Bielschowsky
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Coordenação de Educação a Distância Cleuza Maria Maximino Carvalho Alonso Roseclea Duarte Medina Roberto Cassol José Orion Martins Ribeiro
Centro de Ciências Sociais e Humanas Rogério Ferrer Koff João Vicente da Costa Lima
Elaboração do Conteúdo Adayr da Silva Ilha
Ministro do Estado da Educação Secretária da Educação Superior Secretário da Educação a Distância
Reitor Vice-Reitor Chefe de Gabinete do Reitor Pró-Reitor de Administração Pró-Reitor de Assuntos Estudantis Pró-Reitor de Extensão Pró-Reitor de Graduação Pró-Reitor de Planejamento Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Pró-Reitor de Recursos Humanos Diretor do CPD
Coordenadora de EaD Vice-Coordenadora de EaD Coordenador de Pólos Gestão Financeira
Diretor do Centro de Ciências Sociais e Humanas Coordenador do Curso de Sociologia
Professor pesquisador/conteudista
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objetivos da disciplina O objetivo geral da disciplina Economia Política é mostrar que o co- nhecimento da teoria econômica possibilita uma melhor compre- ensão dos problemas socioeconômicos que enfrentamos em nosso dia-a-dia. Os objetivos específicos são pelo menos três: primeiro, estimulá-lo a perceber e a se interessar pelos problemas econômi- cos; segundo, buscar familiarizá-lo com as teorias que se propõem a analisar os mesmos problemas e, finalmente mostrar o quanto se deve aprender sobre essa importante ciência social. O desafio é grande, mas a paciência, a vontade, o entusiasmo devem ficar aci- ma das dificuldades, pois cada conceito deve ser entendido, para que não se perca a coerência lógica do raciocínio analítico que é inerente ao pensamento econômico.
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unidade 1 ciência econômica
aula 1
1. origens, concepções e definições da ciência econômica Nesta aula, você começará a entender como surgiu o termo econo- mia e também poderá refletir sobre o fato de que os desejos huma- nos são ilimitados, mas, por outro lado, os recursos produtivos são limitados e por isso devemos fazer escolhas.
Embora o período científico das ciências econômicas tenha se de- senvolvido só a partir do século XVIII, nesta aula, vamos analisar as definições da economia primitiva, clássica e contemporânea. O ponto de vista primitivo sobre economia foi desenvolvido por Aristóteles em 384-322 A.C., filósofo que primeiro analisou o sistema econômico. Em sua época, a economia era uma ciência da administração da comunidade doméstica, assim seu campo de ação derivava da própria etimologia da palavra economia (do grego oikonomia, de uivos = casa; nonos = lei). O termo “econômico” (de oikos, casa, e nomos, lei) foi utiliza- do pela primeira vez por Xenofontes, entretanto, os autores gregos não apresentaram um pensamento econômico independente. Tra- tava-se, pois, de um ramo de conhecimento destinado a abranger apenas o campo comunal da atividade econômica, em suas mais simples funções de produção e distribuição. Como teria definido Aristóteles, a economia era a “ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição”. Da Antiguidade à Renascença, as questões econômicas assu- miram gradualmente maior importância, com o aparecimento das formas de organização mais complexas. Nesse período, foram dis- cutidos os sistemas de posse territorial, a servidão, a arrecadação tributária, questões relacionadas aos mercados, ao comércio intrar- regional, às guildas, à cunhagem e emprego de moedas. Durante muito tempo, a economia constituiu um conjunto de preceitos ou de soluções adaptadas a problemas particulares. Na Antiguidade Grega, por exemplo, apareceram apenas algumas ideias econômicas fragmentárias em estudos filosóficos e políti- cos, mas sem o brilho dos trabalhos nos campos da filosofia, ética, política, mecânica ou geometria. De modo geral, os gregos trataram apenas de conhecimentos práticos de administração doméstica, inclusive a Crematística (de chrema, posse ou riqueza) de Aristóteles, apesar do título, referia- se, sobretudo, a aspectos pecuniários das transações comerciais.
A comunidade doméstica deve ser entendida, aqui, no mais amplo sentido da primitiva organização da grande família, seja de caráter cooperativo ou senhorial.
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uma nova definição para o termo economia. Apesar de a maioria das pessoas participarem de atividades de natureza econômica, pou- cas possuem conhecimentos teóricos que lhes permitam analisar os problemas econômicos que estão presentes em nosso cotidiano.
Entende-se por necessidade humana a sensação da falta de algu- ma coisa unida ao desejo de satisfazê-la. Sabemos, por experiência própria, que as pessoas necessitam de ar, água, alimentos, roupas e abrigo para que possam sobreviver. Sabemos, também, que não há limite à variedade e ao número das necessidades humanas. O fato é que, quanto mais se deseja, mais se descobre coisas capazes de tornar a vida mais agradável e confortável.
importante: Por essa razão, os economistas dizem que as necessi- dades humanas são ilimitadas. Também sabemos que nem todas as necessidades humanas podem ser satisfeitas.
De modo geral, pode-se dizer que Bem é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou várias necessidades humanas. Por essa razão, um bem é procurado: porque é útil. Os bens são classificados, quanto à raridade, em bens livres e bens econômicos. Entre os bens livres estão a luz solar, o ar, o mar etc., que são bens porque satisfazem necessidades, mas cuja utilização não im- plica relações de ordem econômica. A principal característica dos Bens Livres é a de que não possuem preço (têm preço zero). Os bens econômicos ao contrário, apresentam como caracte- rística básica o fato de terem um preço (preço maior que zero). Quanto à natureza, os Bens Econômicos são classificados em dois grupos: bens materiais, ou bens propriamente ditos, e bens imateriais ou Serviços. Os primeiros são de natureza material, sendo, portanto, tangíveis, e a eles podemos atribuir características como peso, altura etc. Alimentos, roupas e livros são exemplos de bens materiais. Os Serviços , ao contrário, são intangíveis, ou seja, não podem ser trocados. Fazem parte dessa categoria de bens os cuidados de um mé- dico, os serviços de um advogado, os serviços de transporte e etc., que acabam no mesmo momento de sua produção. Isso significa que a prestação de serviços e sua utilização são praticamente instantâneas. Outra característica dos bens imateriais é a de que eles não podem ser estocados. Exemplificando: podem ser estocados bilhe- tes de metrô que dão ao seu possuidor o direito de viajar nesse meio de transporte; as viagens de metrô, entretanto, que são a pró- pria prestação de serviço, não podem ser estocadas.
A economia é a ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos.
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Bens livres : são aqueles que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano.
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Bens econômicos : são relativamente escassos e supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção.
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Quanto ao destino, os Bens Materiais classificam-se em bens de consumo e bens de capital. Os bens de consumo podem ser de uso não-durável, ou seja, que desaparecem uma vez utilizados (alimentos, cigarros, gasoli- na etc.), ou de uso durável, que têm como característica o fato de que podem ser usados por muito tempo (móveis, eletrodomésti- cos, etc.). São exemplos de Bens de Capital: as máquinas, computa- dores, equipamentos, instalações, edifícios, etc. Tanto os Bens de Consumo quanto os Bens de Capital são classificados como Bens Finais , uma vez que já passaram por todos os processos de trans- formação possíveis, significando que estão acabados. Além dos Bens Finais existem também os Bens Intermediários, que são aqueles que ainda precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva. A título de exemplo, podemos citar o fertili- zante utilizado na produção de arroz, ou o aço, o vidro e a borracha utilizados na produção de carros. Os bens podem ser classificados ainda em Bens Privados e Bens Públicos. Os Bens Privados são os produzidos e possuídos privadamen- te. Como exemplo, temos os automóveis, aparelhos de televisão etc. Os Bens Públicos referem-se ao conjunto de bens gerais for- necido pelo setor público. Como exemplo, temos: educação, justi- ça, segurança, transportes etc.
A escassez é o problema econômico central de qualquer socie- dade. Se não houvesse escassez, tampouco haveria a necessidade de se estudar economia. Mas, por que existe a escassez? A escassez existe porque as necessidades humanas a serem satisfeitas através do consumo dos mais diversos tipos de bens (alimentos, roupas, casas) e serviços (transporte, assistência médi- ca) são infinitas e ilimitadas, ao passo que os recursos produtivos (máquinas, fábricas, terras agricultáveis, matérias-primas) à dispo- sição da sociedade e que são utilizados na produção dos mais di- ferentes tipos de produtos são finitos e limitados, ou seja, são insu- ficientes para se produzir o volume de bens e serviços necessários para satisfazer as necessidades de todas as pessoas.
Bens de consumo são aqueles dire- tamente utilizados para a satisfação das necessidades humanas.
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Bens de Capital ou Bens de Produ- ção , por sua vez, são aqueles que permitem produzir outros bens.
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aula 2
2. questões econômicas fundamentais
Como vimos, na primeira aula, a sociedade não dispõe de recursos produtivos em quantidade suficiente para produzir tudo o que a população deseja e também observamos que os seres humanos têm desejos ilimitados. Então, como conciliar esses dois fatores? Nesse caso, devemos fazer escolhas, assim é que toda sociedade, qualquer que seja sua organização política, se defronta com três questões econômicas básicas decorrentes do problema de escassez:
lembre-se: O que e quanto produzir? Como produzir? Pra quem produzir?
a) O que e quanto produzir? Já que não se pode produzir a quantidade desejada pela socie- dade dos mais diversos tipos de bens e serviços, a sociedade deve escolher entre as várias alternativas, quais bens e serviços serão produzidos e em que quantidade. Devemos produzir mais automó- veis do que roupas? Mais roupas e menos alimentos? Quanto de roupas e quanto de alimentos?
b) Como produzir? Em segundo lugar, a sociedade tem de decidir a maneira pela qual o conjunto de bens escolhido será produzido. Normalmente, os bens podem ser obtidos mediante diferentes combinações de recursos e técnicas. Nesse sentido, deve-se optar pela técnica que resulte no menor custo por unidade de produto a ser obtido.
c) Para quem produzir? Uma vez decidido quais bens produzir e como produzi-los, a sociedade tem de tomar uma terceira decisão fundamental: quem vai receber esses bens e serviços? Sabemos que a produção to- tal de bens e serviços deverá ser distribuída entre os diferentes indivíduos que compõem a sociedade. De que maneira essa dis- tribuição ocorrerá? Será que todas as pessoas receberão a mesma quantidade de bens e serviços? Ou será que a distribuição de bens e serviços será feita segundo a contribuição de cada um à produ- ção? Ou a cada um segundo a sua necessidade?
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A análise das ilimitadas necessidades humanas e da escassez de recursos empreendida até aqui conduz à conclusão de que a Eco- nomia é uma ciência ligada a problemas de escolha. Esse fato pode ser exemplificado através da utilização de gráficos e de exemplos aritméticos. Para fins de simplificação, discutiremos o dilema da opção e suas possíveis soluções aplicadas a um empreendimento agrícola. Posteriormente, a questão da escolha será abordada no âmbito de uma economia. Para você entender melhor, vamos supor três hipóteses bási- cas que são necessárias para que possamos desenvolver o modelo da “Curva de Possibilidades de Produção”:
Consideremos inicialmente uma fazenda com uma determinada extensão de terra, um conjunto de instalações, máquinas e equi- pamentos e um número fixo de trabalhadores. Consideremos ain- da que o proprietário dessa fazenda possua qualificações técnicas que lhe permitam a dedicação a qualquer tipo de atividade agríco- la. Ao decidir o que e como produzir, o fazendeiro estará decidindo as maneiras pelas quais os seus recursos produtivos serão distribu- ídos entre as várias combinações de bens possíveis. Quanta terra será destinada à pastagem? E à produção de soja? Será conveniente utilizar parte da área destinada à lavoura de soja e parte para o plantio de milho? Por que não introduzir também a cultura de arroz? De que modo os empregados serão utilizados nas várias atividades? Como a análise simultânea de tais problemas é bastante com- plicada, vamos, para simplificar, supor que essa fazenda só produ- za dois tipos de bens: milho e soja. Se o fazendeiro utilizar toda a terra para cultivar milho, não haverá área disponível para o plantio de soja. Por outro lado, se ele quiser se dedicar somente à cultura de soja, utilizando-se de toda sua propriedade para este fim, não poderá plantar milho. Estamos
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possíveis entre milho e soja que podem ser estabelecidas, quan- do todos os recursos disponíveis estão sendo utilizados (significa pleno emprego de recursos). A FPP ilustra a escassez, vista na aula anterior, porque não é possível alcançar os pontos fora da fronteira, como os pontos “H” “H”, os quais descrevem necessidades que não podem ser satisfei- tas, podemos produzir em qualquer ponto dentro ou sobre a FPP. Os pontos sobre a curva de FPP são eficientes porque não con- seguimos produzir mais soja sem diminuir a produção de milho (C para D), nesse sentido, quando a produção é eficiente, estamos em um ponto sobre a FPP. Se estivermos em um ponto dentro como o ponto “G” da figura acima, a produção é ineficiente porque temos alguns recursos não utilizados ou mal alocados. A FPP nos ajuda a entender o conceito de custo de oportunidade (Glossário: corresponde à redução da quantidade produzida de um bem dividida pelo aumento da quantidade produzida de outro bem, à medida que percorremos a FPP) e nos permite calculá-lo. Ao longo da FPP há somente dois bens, de modo que se abdica de apenas uma alternativa: alguma quantidade do outro bem. Considerando a tecnologia a os recursos disponíveis, podemos produzir mais soja somente se produzirmos menos milho. O custo de oportunidade de produzir um quilo de soja adicional é a quantidade de milho que precisamos abdicar. Por exemplo, no ponto “C”, produzimos menos soja e mais milho do que no ponto “D”.
importante: Em todas as empresas e situações de produção nos de- paramos com situações que envolvem escolhas e elas devem sempre buscar minimizar as perdas e maximizar os ganhos, pois isto pode re- sultar em aumentos de bem-estar para toda a sociedade, evitando os desperdícios e o uso ineficiente dos recursos. Após essa breve noção dos problemas de escolha com os quais se deparam os agentes eco- nômicos, você estudará, na próxima aula, a forma como a economia interage com as demais áreas do conhecimento.
VASCONCELLOS, M. A. (Org.) Manual de Economia da Equipe de Professores da USP. São Paulo: Ed. Atlas, 2007.
PASSOS, R. M. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira, 2005.
Custo de oportunidade: corres- ponde à redução da quantidade produzida de um bem dividida pelo aumento da quantidade produzida de outro bem, à medida que percor- remos a FPP.
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aula 3
3. economia e a interação com outras áreas de conhecimento
Após você ter se deparado com alguns problemas econômicos bá- sicos, vamos analisar nesta aula as inter-relações que existem en- tre a economia e demais ciências, em especial, a economia política está relacionada com uma ampla área de conhecimento.
A Economia é considerada uma ciência social porque as ciências sociais estudam a organização e o funcionamento da sociedade. O Direito, a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia são ciências so- ciais, uma vez que cada qual estuda o funcionamento da sociedade a partir de um determinado ponto de vista. A título de exemplo, vejamos as definições dessas ciências:
Apesar de a ciência econômica ter seu objeto de estudo, na reali- dade, é difícil separar os fatores que são essencialmente econô- micos dos extraeconômicos, pois todos são significativos para o exame de qualquer sistema social. Nesse sentido, a autonomia que tem cada ramo da ciência social não deve ser confundida com um
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3. Economia e Política A Economia e a Política são áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação de causalidade (causa e efeito) entre elas. A Política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido, a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político do país (se é um regime democrático ou autoritário). Porém, por outro lado, a estrutura política se encontra muitas vezes subordinada ao poder econômico. Citemos apenas alguns exemplos: a política do “café com leite”, antes de 1930, quando Minas Gerais e São Paulo dominavam o cenário político do país; o poder econômico dos latifundiários; o poder dos oligopólios e monopólios; o poder das corporações. 4. Economia e História A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a Eco- nomia, pois facilita a compreensão do presente e ajuda nas previ- sões. As guerras e revoluções, por exemplo, alteraram o comporta- mento e a evolução da Economia. Por outro lado, também os fatos econômicos afetam o desen- rolar da História. Alguns importantes períodos históricos são as- sociados a fatores econômicos, como os ciclos do ouro e da cana- de-açúcar no Brasil, e a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York (1929), a crise do petróleo, que alteraram profunda- mente a história mundial. Em última análise, as próprias guerras e revoluções são permeadas por motivações econômicas. 5. Economia e Geografia A Geografia não é o simples registro de acidentes geográficos e climáticos. Ela nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de em- presas e a composição setorial da atividade econômica. Atualmente, algumas áreas de estudo econômico estão relaciona- das diretamente com a Geografia, como a economia regional, a economia urbana, as teorias de localização industrial e a demografia econômica. Na próxima aula, serão estudados os métodos de investigação da ciência econômica, ferramentas que nos auxiliam na busca de respostas a diversos problemas econômicos.
VASCONCELLOS, M. A. (Org.) Manual de Economia da Equipe de Professores da USP. São Paulo: Ed. Atlas, 2007.
PASSOS, R. M. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira, 2005.
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aula 4
4. a metodologia do conhecimento econômico
Nesta aula, analisaremos os diferentes métodos de investigação da ciência econômica que servem de base para a investigação em outras áreas do conhecimento. A robustez de seus pressupostos e a constatação de que há traços comuns entre as diferentes abordagens da economia, nota- damente quanto a seu significado e propósito, não escondem por inteiro duas de suas mais desafiantes características: de um lado, a delimitação entre o senso comum e o conhecimento econômico cientificamente sistematizado; de outro lado, a vinculação da sis- tematização científica a paradigmas ideológicos.
Estas duas características resultam de duas diferentes situações:
a) O senso comum em economia. Na mais pura acepção mar- shalliana, a economia “cuida das atividades correntes da vida”. Trata das ações, interações e reações de uma multiplicidade de agentes, que interferem no processo econômico em caráter permanente, de- finindo expectativas, influenciando cursos de ação e interpretando causas e efeitos do ordenamento corrente de que participam.
b) A vinculação a paradigmas ideológicos. Em economia, não é fácil demarcar os limites entre o conhecimento científico e a acep- ção ideológica. De certa forma, esta dificuldade reforça as relações biunívocas da economia com outros ramos do conhecimento so- cial. E faz sempre ressurgir, apesar da delimitação sistematizada de seu campo de investigação, seus estreitos laços com a filosofia, a política e a ética.
A dificuldade de delimitação entre senso comum, ciência e ide- ologia não se restringe, obviamente, à economia. Estende-se prati- camente a todos os outros campos do conhecimento humano. Na economia, porém, as dificuldades de delimitação parecem superar as de outros ramos, pela força e pela capacidade de pressão dos agentes econômicos e pela magnitude dos interesses envolvidos. Por isso mesmo, é útil aprofundar esses conceitos, notadamente quanto a seu significado e atributos.
O entendimento do homem sobre o mundo que o cerca, tanto no âmbito de suas relações com as forças da natureza, quanto no que diz respeito às diferentes manifestações de sua interação social,