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Ebook – Guia prático sobre a Síndrome de Burnout, Esquemas de Psicologia

O que precisa ser feito em seguida é limitar a quantidade de. Trabalho em Andamento (WIP). Isso permitirá que você fique focado nas tarefas certas na hora certa ...

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Barros32
Barros32 🇧🇷

4.4

(399)

226 documentos

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Baixe Ebook – Guia prático sobre a Síndrome de Burnout e outras Esquemas em PDF para Psicologia, somente na Docsity!

Ministério Público do Estado do Piauí – MPPI Comitê de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho – SQVT Autoria: Liandra Nogueira Soares da Silva (analista ministerial/Psicologia) Gabriela Pires Amâncio Medeiros (analista ministerial/Psicologia) Marcibelly Fernandes da Silva (assessora ministerial/Psicologia) Crislane Mayara dos Santos Silva (estagiária/Psicologia) João Vitor de Sousa Marreiro (estagiário/Psicologia) Teresina – PI

quadro tradicional de estresse envolve um esgotamento pessoal que interfere na vida do indivíduo, mas não de modo direto na sua relação com o trabalho.

INTRODUÇÃO

Na sociedade moderna, o trabalho é considerado não somente como um meio de suprir as necessidades básicas, mas é também uma forma de busca e consolidação de um propósito maior. É inevitável dizer que essa nova maneira de pensar traz distintas consequências. Por um lado, o indivíduo poderá satisfazer-se por meio do exercício laboral, mas por conta de um mercado cada vez mais exigente, competitivo e estressante, a depender de diversos fatores ambientais e pessoais, esse contexto poderá trazer sofrimento. Um dos distúrbios emocionais ligados ao trabalho é a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. No entanto, ela não acontece do dia para a noite, pode levar algum tempo para que atinja o pico de estresse. A Síndrome de Burnout envolve atitudes e condutas negativas com relação especificadamente ao trabalho (clientes, usuários, colegas, organização/empresa). É uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização, já o

72% da população brasileira sofre alguma

sequela do estresse, do leve ao considerado devastador.

Entre esses, 32% têm a Síndrome de Burnout.

Desses, 92% declararam que sentem que não

têm condições de trabalhar, mas continuam por receio de serem demitidos.

E 49% também sofrem com depressão, com

tendência a desenvolver a versão crônica da doença. Fonte: ISMA-BR ( International Stress Management Association no Brasil), 2018.

E 90% praticam o presenteísmo, quando o

funcionário está presente fisicamente, mas emocionalmente ou mentalmente distante do trabalho. 5

16 21 23 33 41 41 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Falta de independência na gestão do trabalho Falta de clareza de funções Ser vítima de assédio Falta de apoio nas funções Insegurança no trabalho Horas/volume de trabalho CAUSAS MAIS COMUNS DA SÍNDROME DE BURNOUT Fonte: European Agency for Safety and Health at Work (^) 7

ASSÉDIO MORAL E BURNOUT O assédio moral, fenômeno muito presente no ambiente de trabalho, pode ser um fator desencadeador da Síndrome de Burnout. Para entender melhor, o assédio moral pode ser caracterizado como uma insistência ou perseguição do assediador para com o assediado, causando neste uma espécie de dano à integridade e à moral. Consiste em uma conduta abusiva, através de palavras, gestos, insinuações ofensivas, ameaças, comportamentos agressivos e repetitivos, causando constrangimento e situações vexatórias, degradando o clima de trabalho e colocando em risco o emprego da vítima, assim como sua saúde física e mental. É comum que o assediado se sinta humilhado, diminuído e menosprezado diante do outro. Fragilizada em seu ambiente de trabalho, a vítima geralmente sente- se acuada e, por medo das ameaças sofridas, opta em silenciar e suportar as agressões para manter-se no trabalho. Somam-se a isso metas a cumprir, melhorias dos resultados, aumento na carga de horas e de trabalho. Todos esses fatores podem ocasionar um estresse severo ao profissional, um verdadeiro terror psicológico, que pode gerar ansiedade, depressão, síndrome do pânico chegando até a Síndrome de Burnout , que é considerada o último nível de exaustão emocional, caracterizado por um colapso físico e mental.

QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS? Dificuldade de concentração e memorização Impaciência e irritabilidade Falta de energia generalizada Diminuição da libido Alteração do apetite Fadiga física e dores no corpo Distúrbios do sono Na maioria das vezes, esses sintomas aparecem de forma leve, mas tendem a piorar com o tempo. Assim, muitas pessoas acreditam que pode ser algo passageiro e acabam não dando tanta importância para isso. Ao notar qualquer sinal, é essencial a procura por uma ajuda profissional, de modo a evitar problemas mais sérios e complicações da doença!

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? O diagnóstico é basicamente clínico e leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma do tratamento, conforme cada caso. Em muitos casos as pessoas não buscam ajuda médica por não saberem ou não conseguirem identificar todos os sintomas e, por muitas vezes, acabam negligenciando a situação sem saber que algo mais sério pode estar acontecendo, por isso a importância de conhecer mais sobre o assunto. Ao se realizar o diagnóstico, deve - se dar uma importância especial à história do paciente, ao trabalho que realiza e aos seus sintomas relacionados. É importante diferenciar a Síndrome de Burnout da fadiga normal, decorrente de um trabalho desgastante e da depressão. Para detectar a síndrome, deve-se fazer uma entrevista minuciosa, com uma anamnese detalhada e analisar se os problemas enfrentados estão relacionados ao ambiente de trabalho ou à profissão.

Observando as suas respostas, tente identificar, de maneira geral, qual o seu grau de satisfação com a sua vida profissional na perspectiva da Qualidade de Vida no Trabalho. Após a reflexão acerca das perguntas apresentadas, você consideraria que as suas respostas, em sua maioria, se enquadram como “POUCO SATISFEITO”, “NO MEIO TERMO” ou “MUITO SAFISTEITO”? Nosso objetivo com esse E-book está longe de esgotar todo o conteúdo acerca dos processos de causas e efeitos da Síndrome de Burnout. Muito menos em proporcionar diagnósticos. A partir dessa atividade realizada foi possível uma auto-observação, por meio de uma visão um pouco mais sistemática e estruturada acerca da influência que o sistema organizacional está afetando o equilíbrio da sua saúde como um todo. Nesse sentido, ressaltamos a importância de buscar profissionais da saúde ao aparecerem sinais correlacionados a essa síndrome, de modo a evitar que complicações posteriores possam surgir. MEIO TERMO MUITO SATISFEITO POUCO SATISFEITO Como você se considera com relação à sua Qualidade de Vida no Trabalho?

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM DA SÍNDROME DE BURNOUT Instruções: Avalie as expressões abaixo e marque com um “X” o nível em que está ocorrendo, hoje, na sua vida. NUNCA RARAMENTE ÀS VEZES FREQUENTEMENTE SEMPRE 1 2 3 4 5 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS COM RELAÇÃO AO TRABALHO 1 2 3 4 5 1 Sinto-me esgotado(a) emocionalmente com relação ao meu trabalho; 2 Sinto-me excessivamente exausto(a) ao final da minha jornada de trabalho; 3 Levanto-me cansado(a) e sem disposição para realizar o meu trabalho; 4 Envolvo-me com facilidade nos problemas dos outros; 5 Trato algumas pessoas como se fossem da minha família; 6 Tenho que desprender grande esforço para realizar as minhas tarefas laborais; 7 Acredito que eu poderia fazer mais pelas pessoas assistidas por mim; 8 Sinto que o meu salário é desproporcional às funções que executo; 9 Sinto que sou uma referência para as pessoas que lido diariamente; 10 Sinto-me com pouca vitalidade, desanimado(a); 11 Não me sinto realizado(a) com o meu trabalho;

RESULTADO: De 0 a 20 pontos Nenhum indício aparente da Síndrome de Burnout. De 21 a 40 pontos Possibilidade de desenvolver Burnout, procure trabalhar as recomendações de prevenção da Síndrome. De 41 a 60 pontos Fase inicial da Burnout. Procure ajuda profissional para debelar os sintomas e garantir, assim, a qualidade no seu desempenho profissional e sua qualidade de vida. De 61 a 80 pontos A Burnout começa a se instalar. Procure ajuda profissional para prevenir o agravamento dos sintomas. De 81 a 100 pontos Você pode estar em uma fase considerável do Burnout, mas esse quadro é perfeitamente reversível. Procure um profissional competente de sua confiança e inicie o tratamento o quanto antes. ATENÇÃO!!! Este instrumento é de uso informativo apenas e não deve substituir o diagnóstico realizado por médico ou psicoterapeuta de sua preferência e confiança. O intuito é proporcionar uma auto-observação com relação aos fatores associados a uma possível causa da Síndrome de Burnout.

O esquema a seguir mapeia como a exaustão vai se instaurando, passo-a-passo. Essa ferramenta ajuda a entender, de forma bem didática, em qual estágio da exaustão você possa estar e, a partir disso, buscar ajuda profissional especializada. TENSÃO 1 - Necessidade de auto afirmação; 2 - Trabalhar cada vez mais; 3 - Desleixo das próprias necessidades; 4 - Distanciamento dos conflitos e da ansiedade crescente; RESISTÊNCIA 5 - Redefinição dos valores; 6 - Negação dos problemas emergentes; 7 - Isolamento; 8 - Mudanças comportamentais preocupantes; EXAUSTÃO 9 - Despersonalização; 10 - Vazio interior; 11 - Depressão intensificada; 12 - Síndrome da exaustão emocional ( Burnout ): colapso físico e emocional. OS 12 DEGRAUS DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL

1) PSICOEDUCAÇÃO:

Este primeiro passo do tratamento consiste em conhecer a síndrome de Burnout , reconhecer os sintomas, entender a situação e identificar os fatores que a originaram e mantiveram. 2) AUTOCONHECIMENTO: Através de registos e análise, consiste em detectar que situações dão origem a respostas de estresse desadaptadas. 3) LIDAR COM O ESTRESSE: Em primeiro lugar, é necessário aprender técnicas de respiração e relaxamento. Em seguida, deve-se avaliar o sistema de crenças e modificar distorções cognitivas através de restruturação cognitiva. 4) AJUSTAR AS EXPECTATIVAS: Como vimos anteriormente, alguns dos fatores que predispõem ao padecimento à síndrome estão relacionados com o perfeccionismo e o desequilíbrio entre as expectativas e a realidade. Por isso, é necessário aproximar as expectativas à realidade e ajustar o nível de autoexigência perante as possibilidades reais. 5) MELHORAR A AUTOESTIMA: Para melhorar a autoestima, é necessário fazer um trabalho a fundo que inclui diversas áreas. É importante identificar as próprias fraquezas e forças, aceitá-las e trabalhá-las, ou seja, usar as forças para melhorar as debilidades. Além disso, também é necessário detectar e eliminar o julgamento próprio. Outro aspeto relevante consiste em ser amável consigo mesmo.

6) DESENVOLVER A RESILIÊNCIA:

Ou seja, treinar a habilidade de se fortalecer após as dificuldades. 7) TRABALHAR A ASSERTIVIDADE: Melhorar as habilidades comunicativas e potencializar a assertividade é de grande utilidade para estabelecer uma melhor comunicação com os colegas, gestores e usuários, assim como defender os seus direitos desde uma base de respeito. 8) HÁBITOS SAUDÁVEIS: É importante manter uma rotina de autocuidado e hábitos saudáveis que incluam exercício físico, alimentação equilibrada, descanso adequado, boas relações sociais e meditação. É fundamental manter o equilíbrio entre o trabalho, lazer, família e vida social.