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Guias e Dicas
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Ebook – Guia Prático para a Comunicação Não Violenta, Resumos de Comunicação

desenvolvimento interpessoal, prática pautada na COMUNICAÇÃO NÃO-. VIOLENTA (CNV). A CNV é um modo de se expressar, desenvolvido pelo psicólogo Marshall B.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jacirema68
Jacirema68 🇧🇷

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Baixe Ebook – Guia Prático para a Comunicação Não Violenta e outras Resumos em PDF para Comunicação, somente na Docsity!

Ministério Público do Estado do Piauí – MPPI Comitê de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho – SQVT Autoria: Liandra Nogueira Soares da Silva (analista ministerial/Psicologia) Gabriela Pires Amâncio Medeiros (analista ministerial/Psicologia) Marcibelly Fernandes da Silva (assessora ministerial/Psicologia) Crislane Mayara dos Santos Silva (estagiária/Psicologia) João Vitor de Sousa Marreiro (estagiário/Psicologia) Teresina – PI

  • Introdução.........................................................................................
  • O processo da CNV..........................................................................
  • Aprendendo a observar...................................................................
  • Expressando sentimentos...............................................................
  • Identificando necessidades.........................................................
  • Fazendo pedidos..............................................................................
  • Fazendo elogios...............................................................................
  • Aprendendo a dizer “não”.............................................................
  • Boas práticas em comunicação.....................................................
  • Considerações finais......................................................................
  • Respostas para os exercícios......................................................
  • Referências.....................................................................................

A comunicação é uma habilidade fundamental para os seres humanos. Em todos os aspectos da vida a utilizamos em suas mais variadas formas. É necessário que haja constante aprimoramento, pois somos seres eminentemente sociais e a comunicação é base da nossa integração. Este E-book apresenta de forma prática habilidades que envolvem o processo da comunicação, o saber falar e o saber ouvir como formas de desenvolvimento interpessoal, prática pautada na COMUNICAÇÃO NÃO- VIOLENTA (CNV). A CNV é um modo de se expressar, desenvolvido pelo psicólogo Marshall B. Rosenberg, que busca aprimorar os relacionamentos interpessoais, nos ligando às nossas necessidades e às dos outros, com a finalidade de falar sem machucar e ouvir sem se ofender. Trata-se de uma abordagem que pode ser aplicada a todos os níveis de comunicação, nos mais variados contextos. Esta metodologia de comunicação se baseia em permitirmos o desenvolvimento de nosso estado compassivo natural, reformulando a maneira pela qual nos expressamos e ouvimos o outro. Refere-se a uma prática de reflexão que envolve as necessidades e expectativas de ambas as partes do processo comunicacional. Dessa forma, em vez de nos concentramos apenas nas atitudes e falas da outra pessoa, focamos em suas necessidades, desenvolvendo um olhar mais compassivo e empático. Vale ressaltar que, ao falarmos de “não-violência” não estamos tratando de algo que nos torne facilmente influenciáveis ou passivos perante as situações. A CNV reformula a maneira pela qual nos expressamos e ouvimos o outro. Consiste, portanto, em um método de resolução pacífica de conflitos; de forma que passemos a nos colocar no lugar do outro, desenvolvendo a empatia, bem como formas de convivência mais harmônicas e congruentes. Esse modo de se expressar e ouvir capacita as pessoas a se envolverem em um diálogo rico e eficaz, elaborando suas próprias soluções às condições adversas de forma plenamente satisfatória. Com isso, a CNV ajuda tanto em evitarmos conflitos, bem como a resolvê-los pacificamente, como também a nos concentrarmos nos sentimentos e necessidades que todos temos. É, pois, um exercício de empatia e humanidade.

INTRODUÇÃO

Observar sem julgamentos é o primeiro componente para estabelecer uma Comunicação Não-Violenta. A tarefa não é fácil, mas também não é impossível! Ao longo da nossa história de vida aprendemos a avaliar o mundo de uma forma particular. Nossos pensamentos, crenças e auto regras são frutos de experiências ou aprendizados anteriores e realmente é desafiador separá-los daquilo que observamos, porém quando juntamos a observação com a avaliação realizamos uma comunicação que pode não expressar de forma clara e honesta aquilo que sentimos, além de transmitir uma mensagem que o outro receberá como crítica. A CNV nos propõe uma nova forma de observarmos: Separar os fatos concretos – aquilo que aconteceu e é visível a nossos olhos do que eu penso e acho sobre os fatos; Escutar e/ou ver o comportamento do outro sem criar uma avaliação ou imagem errônea daquele sujeito; Ter atenção e esperar o momento certo para falar, ou seja, ser sensível ao contexto. A CNV é uma linguagem dinâmica que desestimula generalizações estáticas. Em vez disso, as observações devem ser feitas de modo específico, para um tempo e um contexto determinado. Que tal praticarmos um olhar mais atento e empático para os comportamentos ou situações que envolvem outra pessoa? Assim, podemos nos aproximar das verdadeiras intenções e sentimentos do outro, o que sem dúvidas contribui para relações mais saudáveis.

APRENDENDO A OBSERVAR

LEMBRE-SE!!!

Nossa visão de mundo não é melhor nem pior que a visão de mundo dos demais

  • pode ser, apenas, diferente!
EXERCÍCIO: OBSERVAÇÃO E JULGAMENTO

Para determinar sua habilidade de discernir entre observações e julgamentos, faça o exercício a seguir. Circule o número de qualquer afirmação que seja uma observação pura, sem nenhum julgamento associado.

  1. Ontem, João estava com raiva de mim sem nenhum motivo.
  2. Ontem à noite, Lúcia roeu as unhas enquanto assistia à TV.
  3. Marcelo não pediu minha opinião durante a reunião.
  4. Meu pai é um homem bom.
  5. Maria trabalha demais.
  6. Luís é agressivo.
  7. Cláudia foi a primeira da fila todos os dias desta semana.
  8. Meu filho frequentemente deixa de escovar os dentes.
  9. Minha tia reclama de alguma coisa toda vez que falo com ela. (Respostas do exercício na página 20)

O terceiro componente da CNV é a identificação e o reconhecimento das necessidades que estão por trás de nossos sentimentos. Ao fazermos isso, somos levados a aceitar a responsabilidade pelo que fazemos para gerar nossos próprios sentimentos, porque o que os outros dizem e fazem pode ser classificado como estímulo, mas jamais como a causa de nossos sentimentos. Quando alguém se comunica de forma negativa, temos quatro opções de como receber essa mensagem: Culpar a nós mesmos Culpar os outros Perceber nossos próprios sentimentos e necessidades Perceber os sentimentos e necessidades escondidos por trás da mensagem negativa da outra pessoa. Quando as outras pessoas ouvem críticas, tendem a investir na autodefesa ou no contra-ataque, sendo assim, quanto mais diretamente pudermos conectar nossos sentimentos a nossas reais necessidades, mais fácil será para os outros reagirem de forma compassiva. Ao longo do nosso desenvolvimento da responsabilidade emocional, a maioria de nós passa por três estágios descritos a seguir: A “escravidão emocional” – consiste em acreditar que somos responsáveis pelos sentimentos dos outros O “estágio ranzinza” – nesse estágio nos recusamos a admitir que os sentimentos e necessidades de qualquer outra pessoa importam A “libertação emocional” – na qual aceitamos total responsabilidade por nossos próprios sentimentos, mas não pelo sentimento dos outros, e ao mesmo tempo temos consciência de que nunca poderemos atender a nossas próprias necessidades à custa dos outros. E aí, em qual estágio você se encontra? IDENTIFICANDO NECESSIDADES

EXERCÍCIO: IDENTIFICANDO NECESSIDADES

Para praticar a identificação de necessidades, faça um círculo ao redor do número em frente de todas as afirmações abaixo em que a pessoa estiver assumindo a responsabilidade por seus sentimentos.

  1. Você me irrita quando deixa documentos da empresa no chão da sala de conferências.
  2. Fico com raiva quando você diz isso, porque quero respeito e ouço suas palavras como um insulto.
  3. Sinto-me frustrada quando você chega atrasado.
  4. Estou triste por você não vir para jantar, porque eu estava esperando que pudéssemos passar a noite juntos.
  5. Estou desapontado porque você disse que faria aquilo e não o fez.
  6. Estou desmotivado porque gostaria de já ter progredido mais em meu trabalho.
  7. As pequenas coisas que as pessoas dizem às vezes me magoam.
  8. Sinto-me feliz porque você recebeu aquele prêmio.
  9. Fico com medo quando você levanta a voz
  10. Estou grato por você ter me oferecido uma carona, porque eu precisava chegar em casa antes das crianças. (Respostas do exercício na página 21)
EXERCÍCIO: FAZENDO PEDIDOS

Para verificar se concordamos a respeito da clara expressão dos pedidos, circule o número em frente de qualquer uma das frases a seguir em que a pessoa esteja claramente solicitando que alguma ação específica seja feita.

  1. Quero que você me compreenda.
  2. Gostaria que você me dissesse uma coisa que eu fiz de que você gostou.
  3. Gostaria que você sentisse mais confiança em si mesmo.
  4. Quero que você pare de beber.
  5. Gostaria que você me deixasse ser eu mesma.
  6. Gostaria que você fosse honesto comigo a respeito da reunião de ontem.
  7. Gostaria que você dirigisse dentro do limite de velocidade.
  8. Gostaria de conhecer melhor você.
  9. Gostaria que você demonstrasse respeito por minha privacidade.
  10. Gostaria que você preparasse o jantar mais vezes. (Respostas do exercício na página 22)

Do ponto de vista da CNV, o elogio serve para celebrar aquilo que as pessoas fizeram ou falaram que enriqueceu as nossas vidas. Para Marshall Rosemberg, em um agradecimento, o que melhor contribui é aquele que diz:

  1. Quais ações contribuíram para o meu bem-estar
  2. Quais os sentimentos estiveram vivos em mim
  3. Quais necessidades foram atendidas através destas ações e que pude perceber através de meus sentimentos E você, já ouviu ou já passou um elogio para uma pessoa? E como posso agradecer autenticamente a partir de mim? Exemplo de elogio comum: “Você foi muito gentil ontem, quando me deu aquela carona”. Exemplo de elogio com a CNV: “Quando você me deu aquela carona eu fiquei muito feliz e tranquila, por que a segurança para mim é uma coisa importante, te agradeço por isso”. Percebeu a diferença? No elogio com a CNV você inicia falando de si, expressando como se sentiu; em seguida, agradece autenticamente, celebrando, reconhecendo e enriquecendo o elogio com a CNV. “Celebrar cada momento. Celebrar o que se conquistou. E o que se não conquistou. Celebrar o que se tem. E o que se quer. Celebrar quem somos. Celebrar a vida. Celebrar. É uma bela forma de se agradecer”. (autor desconhecido)

FAZENDO ELOGIOS

ATENÇÃO!!!

Evite usar o elogio como uma forma de incentivar o outro a fazer algo para atender às suas necessidades individuais e jamais utilize-o para julgar ou manipular o outro. NÃO PERCA A BELEZA DO ELOGIO!

01) Perceba se o outro se sente culpado ou punido ao não realizar seu

pedido. Provavelmente, o pedido realizado pareceu mais uma exigência.

02) Deixe claro que não haverá punições, críticas ou julgamentos se seu

pedido não for atendido (do contrário isso será uma exigência, não um

pedido).

03) Deixe claro que o pedido deve ser atendido somente se isso for

feito de livre vontade (do contrário isso será uma exigência, não um

pedido).

04) Enquanto ouve evite aconselhar, competir pelo sofrimento, educar,

consolar, contar uma história, encerrar o assunto, se solidarizar, se

explicar, fazer um interrogatório ou corrigir a pessoa.

05) Enquanto ouve preste atenção às necessidades dos outros e não ao

que eles estão pensando de você.

06) Evite o uso de linguagem vaga com frases abstratas ou ambíguas.

07) Formule solicitações em forma de ações concretas que possam ser

compreendidas e realizadas.

08) Pergunte antes de oferecer conselhos ou estímulos.

09) Livre-se de todas as ideias preconcebidas e julgamentos.

10) Use linguagem positiva.

BOAS PRÁTICAS EM COMUNICAÇÃO

Pense na fábula de Esopo sobre o Vento do Norte e o Sol:

Fazer um pedido com gentileza e carinho gera melhores

resultados do que usar a força. Não permita que suas relações sejam

afetadas negativamente pelos estresses da vida e o desejo de fazer as

coisas rápido.

Da próxima vez que você estiver se preparando para uma conversa

desconfortável com alguém, um colega de trabalho, por exemplo,

respire fundo, seja gentil consigo mesmo e experimente uma

abordagem não-violenta na conversa.

“Certo dia, o Vento e o Sol estavam discutindo sobre quem era

mais forte. Quando surgiu um viajante na estrada, eles decidiram

resolver a questão descobrindo quem conseguiria tirar o casaco do

homem primeiro.

O Vento soprou o mais forte que pôde, usando potentes rajadas

de ar para erguer das costas do homem o casaco. Por fim, o homem

simplesmente se inclinou e apertou melhor o fecho do casaco usando

as duas mãos.

Então, foi a vez do Sol... Lentamente ele começou a emanar raio

após raio com muita delicadeza. O viajante, sentindo calor em sua

jornada, tirou o casaco com um sorriso, admirando o clima gostoso”.

Levando-se em consideração que uma comunicação harmônica e

compassiva é fundamental para que possamos nos relacionar uns com os

outros de forma mais significativa, este E-book buscou apresentar algumas

habilidades que pudessem ser incorporadas no seu dia a dia de modo que, com

o tempo, a CNV fluísse de forma cada vez mais natural.

Esperamos que a leitura, reflexões e exercícios tenham contribuído ao

aprimoramento da sua comunicação. Expressar e ouvir de forma mais

empática pode fazer bastante diferença nas diversas situações.

As estratégias aqui apresentadas são práticas baseadas em pesquisas

científicas, entretanto o processo de construção de uma prática em CNV é

individual e contínua.

Experimente as técnicas e analise os resultados. Caso julgue necessário,

procure um profissional de saúde mental para um maior auxílio.

OBSERVAÇÃO E JULGAMENTO

1. "Sem nenhum motivo" é um julgamento. É um julgamento inferir que João estava com raiva. Ele podia estar magoado, amedrontado, triste ou outra coisa. Exemplos de observações sem julgamento poderiam ser "João me disse que estava com raiva" ou "João esmurrou a mesa". 2. É uma observação à qual não está associada nenhum julgamento. 3. É uma observação à qual não está associada nenhum julgamento. 4. "Homem bom" é um julgamento. Uma observação sem julgamento poderia ser "Durante os últimos 25 anos, meu pai tem doado um décimo de seu salário a obras de caridade". 5. "Demais" é um julgamento. Uma observação sem julgamento poderia ser “Maria passou mais de sessenta horas no escritório esta semana". 6. "Agressivo" é um julgamento. Uma observação sem julgamento poderia ser "Luís bateu na irmã quando ela mudou de canal”. 7. É uma observação à qual não está associada nenhum julgamento. 8. "Frequentemente" é um julgamento. Uma observação sem julgamento poderia ser "Esta semana, meu filho deixou duas vezes de escovar os dentes antes de dormir". 9. "Reclama" é um julgamento. Uma observação sem julgamento poderia ser "Minha tia telefonou para mim três vezes esta semana, e em todas falou de pessoas que a trataram de alguma maneira que não a agradou". RESPOSTAS PARA OS EXERCÍCIOS