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CRITERIOS DE ADEQUAÇÃO ACR PARA CÁLCULOS RENAIS: AVALIAÇÃO DE IMÁGENS DE UROLOGIA, Notas de estudo de Cálculo

Os critérios desenvolvidos pelo american college of radiology (acr) para determinar exames de imagem apropriados para diagnóstico e tratamento de cálculos renais. O texto aborda a importância de radiologistas e médicos atendentes na tomada de decisões relacionadas a exames de imagens radiológicas e tratamento. Além disso, são discutidos os exames recomendados para avaliação de pacientes com suspeita de cólica renal, como radiografia simples, tc sem contraste, urografia excretora e ultrassom. O documento também discute a importância de hidratação dos pacientes e a combinação de radiografia e ultrassom para melhor detecção de cálculos ureterais.

O que você vai aprender

  • Quais são as desvantagens e vantagens de usar radiografia e ultrassom em combinação para detecção de cálculos ureterais?
  • Quais exames de imagem são recomendados para avaliação de pacientes com suspeita de cólica renal?
  • Qual é a importância da hidratação dos pacientes na detecção de cálculos ureterais?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Luiz_Felipe
Luiz_Felipe 🇧🇷

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Um grupo de trabalho do ACR (American College of Radiology) sobre Critérios de Adequação e seus painéis de especialistas desenvolveram critérios para determinar os exames de
imagem apropriados para diagnóstico e tratamento de estados médicos específicos. Esses critérios destinam-se a orientar radiologistas e médicos atendentes na tomada de decisões com
relação a exames de imagens radiológicas e tratamento. Geralmente, a complexidade e a gravidade do estado clínico de um paciente devem ditar a escolha dos procedimentos de imagem
e tratamento adequados. Apenas aqueles exames geralmente usados para avaliação do estado do paciente estão classificados. Outros estudos de imagem necessários para avaliar doenças
coexistentes ou outras conseqüências médicas desse estado não são considerados neste documento. A disponibilidade de equipamentos ou pessoal pode influenciar na seleção dos
procedimentos de imagem ou tratamentos adequados. Técnicas de imagem classificadas como investigativas pela FDA (Food and Drug Administration) não foram consideradas no
desenvolvimento destes critérios; entretanto, o estudo de novos equipamentos e aplicações deve ser incentivado. A decisão definitiva com relação à adequação de qualquer exame ou
tratamento radiológico específico deve ser tomada pelo médico atendente e pelo radiologista à luz de todas as circunstâncias apresentadas no exame do indivíduo.
Cálculo urinário801Imagem Urológica
DOR AGUDA NO FLANCO – SUSPEITA DE CÁLCULO URINÁRIO
Painel de Especialistas em Imagem Urológica: Arthur T. Rosenfield, Médico1; Jeffrey H. Newhouse, Médico2; Edward I. Bluth,
Médico3; William H. Bush, Jr., Médico4; Peter L. Choyke, Médico5; Syed Z. Jafri, Médica6; Robert A. Older, Médico7; Carl M.
Sandler, Médico8; Arthur J. Segal, Médico Médico9; Clare Tempany, Médica10; Martin I. Resnick, Médico7.
Resumo da Revisão da Literatura
Julga-se que pedras no trato urinário (cálculos) é resultado de excreção ou precipitação excessiva de sais na urina ou
ausência relativa de substâncias inibidoras. Os homens são, comumente, mais afetados dos que as mulheres e a incidência
aumenta com a idade até os 60 anos. Negros e crianças são afetados com menos freqüência. Os cálculos renais tendem
a ser recorrentes, conseqüentemente, a avaliação com exames por imagem é recomendada na apresentação inicial.
Um cálculo renal pequeno o suficiente para passar pelo ureter, pode causar bloqueio do fluxo de urina com distensão
do trato urinário superior. Ocorre hiperperistaltismo ureteral, resultando em um ataque agudo de dor lancinante e
espasmódica no flanco e hematúria. O ureter contém diversas áreas onde os cálculos normalmente ficam alojados, em
geral, na junção ureteropélvica, nos vasos ilíacos e na junção ureterovesical. A probabilidade da passagem espontânea
de um cálculo ureteral medindo 5 mm ou menos é muito alta. Entretanto, é muito improvável que um cálculo de 10 mm
passe espontaneamente. Portanto, o médico que está tratando do paciente quer saber o tamanho do cálculo, bem como
a sua localização e o seu efeito na função renal.
Os pacientes com suspeita diagnóstica de cólica renal têm sido tradicionalmente avaliados com exame de urina, radiografia
simples do abdome ou urografia excretora. Recentemente, a ultra-sonografia (US), a tomografia computadorizada
(TC) e a ressonância magnética (RM) têm sido usadas.
A radiografia simples abdominal pode ser suficiente para diagnosticar a ureterolitíase em pacientes com história de
cálculo conhecido e com radiografias prévias. A sensibilidade da radiografia simples para ureterolitíase em outros
pacientes é baixa. Estudos realizados por Roth e colaboradores (1) e Mutgi e colaboradores (2) encontraram sensibilidades
de 62% a 58%, quando as radiografias foram interpretadas retrospectivamente. Levine e colaboradores (3), mais
recentemente, correlacionaram a radiografia simples com a TC sem contraste (TCSC) retrospectivamente, de forma a
fazer uma correlação exata entre cálculos na TC e a densidade cálcica na radiografia simples. Uma sensibilidade de
apenas 59% foi encontrada para detecção de cálculos ureterais na radiografia simples. Embora a radiografia simples
possa ter uma parte valiosa da avaliação da dor no flanco por urografia excretora ou ultra-som, ela tem um papel muito
limitado quando usada isoladamente.
Desde a introdução do uso do TCSC como exame inicial na avaliação da dor no flanco por Smith e colaboradores em
1995 (4), numerosas pesquisas confirmaram que ele é o exame com sensibilidade (95%-96%) e especificidade (98%)
mais altas para ureterolitíase (5-13). Virtualmente, todos os cálculos são radiopacos, e o tamanho do cálculo pode ser
medido com precisão no corte transversal, ajudando a prever o desenlace. Mostrou-se, também, que o grau de opacificação
estriada perinéfrica presente no lado afetado correlaciona-se inversamente com a probabilidade da passagem do cálculo,
dando informações prognósticas adicionais (11). Sinais secundários, tais como dilatação ureteral e opacificação estriada
1Principal Autor, Yale-New Haven Hospital, New Haven, Conn; 2Presidente do Painel, Columbia-Presbyterian Medical Center, New York, NY; 3Ochsner Foundation
Hospital, New Orleans, La; 4University of Washington School of Medicine, Seattle, Wash; 5National Institutes of Health, Bethesda, Md; 6William Beaumont Hospital,
Royal Oak, Mich; 7University of Virginia Medical Center, Charlottesville, Va; 8University of Texas-Houston, Houston, Tex; 9Rochester General Hospital, Rochester,
NY; 10Brigham & Women’s Hospital, Boston, Mass; 11University Hospital of Cleveland, Cleveland, Ohio, American Urological Association.
O trabalho completo sobre os Critérios de Adequação do ACR (ACR Appropriateness Criteria™) está disponível, em inglês, no American College of Radiology
(1891, Preston White Drive, Reston, VA, 20191-4397) em forma de livro, podendo, também, ser acessado no site da entidade www.acr.org; e em português no site do
CBR - Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem www.cbr.org.br. Os tópicos adicionais estarão disponíveis on-line assim que forem finalizados.
Colégio Brasileiro de Radiologia
Critérios de Adequação do ACR
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Um grupo de trabalho do ACR (American College of Radiology) sobre Critérios de Adequação e seus painéis de especialistas desenvolveram critérios para determinar os exames de imagem apropriados para diagnóstico e tratamento de estados médicos específicos. Esses critérios destinam-se a orientar radiologistas e médicos atendentes na tomada de decisões com relação a exames de imagens radiológicas e tratamento. Geralmente, a complexidade e a gravidade do estado clínico de um paciente devem ditar a escolha dos procedimentos de imagem e tratamento adequados. Apenas aqueles exames geralmente usados para avaliação do estado do paciente estão classificados. Outros estudos de imagem necessários para avaliar doenças coexistentes ou outras conseqüências médicas desse estado não são considerados neste documento. A disponibilidade de equipamentos ou pessoal pode influenciar na seleção dos procedimentos de imagem ou tratamentos adequados. Técnicas de imagem classificadas como investigativas pela FDA (Food and Drug Administration) não foram consideradas no desenvolvimento destes critérios; entretanto, o estudo de novos equipamentos e aplicações deve ser incentivado. A decisão definitiva com relação à adequação de qualquer exame ou tratamento radiológico específico deve ser tomada pelo médico atendente e pelo radiologista à luz de todas as circunstâncias apresentadas no exame do indivíduo.

DOR AGUDA NO FLANCO – SUSPEITA DE CÁLCULO URINÁRIO

Painel de Especialistas em Imagem Urológica: Arthur T. Rosenfield, Médico 1 ; Jeffrey H. Newhouse, Médico^2 ; Edward I. Bluth,

Médico^3 ; William H. Bush, Jr., Médico 4 ; Peter L. Choyke, Médico^5 ; Syed Z. Jafri, Médica 6 ; Robert A. Older, Médico^7 ; Carl M.

Sandler, Médico^8 ; Arthur J. Segal, Médico Médico 9 ; Clare Tempany, Médica 10 ; Martin I. Resnick, Médico 7.

Resumo da Revisão da Literatura

Julga-se que pedras no trato urinário (cálculos) é resultado de excreção ou precipitação excessiva de sais na urina ou

ausência relativa de substâncias inibidoras. Os homens são, comumente, mais afetados dos que as mulheres e a incidência

aumenta com a idade até os 60 anos. Negros e crianças são afetados com menos freqüência. Os cálculos renais tendem

a ser recorrentes, conseqüentemente, a avaliação com exames por imagem é recomendada na apresentação inicial.

Um cálculo renal pequeno o suficiente para passar pelo ureter, pode causar bloqueio do fluxo de urina com distensão

do trato urinário superior. Ocorre hiperperistaltismo ureteral, resultando em um ataque agudo de dor lancinante e

espasmódica no flanco e hematúria. O ureter contém diversas áreas onde os cálculos normalmente ficam alojados, em

geral, na junção ureteropélvica, nos vasos ilíacos e na junção ureterovesical. A probabilidade da passagem espontânea

de um cálculo ureteral medindo 5 mm ou menos é muito alta. Entretanto, é muito improvável que um cálculo de 10 mm

passe espontaneamente. Portanto, o médico que está tratando do paciente quer saber o tamanho do cálculo, bem como

a sua localização e o seu efeito na função renal.

Os pacientes com suspeita diagnóstica de cólica renal têm sido tradicionalmente avaliados com exame de urina, radiografia

simples do abdome ou urografia excretora. Recentemente, a ultra-sonografia (US), a tomografia computadorizada

(TC) e a ressonância magnética (RM) têm sido usadas.

A radiografia simples abdominal pode ser suficiente para diagnosticar a ureterolitíase em pacientes com história de

cálculo conhecido e com radiografias prévias. A sensibilidade da radiografia simples para ureterolitíase em outros

pacientes é baixa. Estudos realizados por Roth e colaboradores (1) e Mutgi e colaboradores (2) encontraram sensibilidades

de 62% a 58%, quando as radiografias foram interpretadas retrospectivamente. Levine e colaboradores (3), mais

recentemente, correlacionaram a radiografia simples com a TC sem contraste (TCSC) retrospectivamente, de forma a

fazer uma correlação exata entre cálculos na TC e a densidade cálcica na radiografia simples. Uma sensibilidade de

apenas 59% foi encontrada para detecção de cálculos ureterais na radiografia simples. Embora a radiografia simples

possa ter uma parte valiosa da avaliação da dor no flanco por urografia excretora ou ultra-som, ela tem um papel muito

limitado quando usada isoladamente.

Desde a introdução do uso do TCSC como exame inicial na avaliação da dor no flanco por Smith e colaboradores em

1995 (4), numerosas pesquisas confirmaram que ele é o exame com sensibilidade (95%-96%) e especificidade (98%)

mais altas para ureterolitíase (5-13). Virtualmente, todos os cálculos são radiopacos, e o tamanho do cálculo pode ser

medido com precisão no corte transversal, ajudando a prever o desenlace. Mostrou-se, também, que o grau de opacificação

estriada perinéfrica presente no lado afetado correlaciona-se inversamente com a probabilidade da passagem do cálculo,

dando informações prognósticas adicionais (11). Sinais secundários, tais como dilatação ureteral e opacificação estriada

(^1) Principal Autor, Yale-New Haven Hospital, New Haven, Conn; 2 Presidente do Painel, Columbia-Presbyterian Medical Center, New York, NY; 3 Ochsner Foundation Hospital, New Orleans, La; 4 University of Washington School of Medicine, Seattle, Wash; 5 National Institutes of Health, Bethesda, Md; 6 William Beaumont Hospital, Royal Oak, Mich; 7 University of Virginia Medical Center, Charlottesville, Va; 8 University of Texas-Houston, Houston, Tex; 9 Rochester General Hospital, Rochester, NY; 10 Brigham & Women’s Hospital, Boston, Mass; 11 University Hospital of Cleveland, Cleveland, Ohio, American Urological Association. O trabalho completo sobre os Critérios de Adequação do ACR (ACR Appropriateness Criteria™) está disponível, em inglês, no American College of Radiology (1891, Preston White Drive, Reston, VA, 20191-4397) em forma de livro, podendo, também, ser acessado no site da entidade www.acr.org; e em português no site do CBR - Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem www.cbr.org.br. Os tópicos adicionais estarão disponíveis on-line assim que forem finalizados.

Colégio Brasileiro de Radiologia

Critérios de Adequação do ACR

Um grupo de trabalho do ACR (American College of Radiology) sobre Critérios de Adequação e seus painéis de especialistas desenvolveram critérios para determinar os exames de imagem apropriados para diagnóstico e tratamento de estados médicos específicos. Esses critérios destinam-se a orientar radiologistas e médicos atendentes na tomada de decisões com relação a exames de imagens radiológicas e tratamento. Geralmente, a complexidade e a gravidade do estado clínico de um paciente devem ditar a escolha dos procedimentos de imagem e tratamento adequados. Apenas aqueles exames geralmente usados para avaliação do estado do paciente estão classificados. Outros estudos de imagem necessários para avaliar doenças coexistentes ou outras conseqüências médicas desse estado não são considerados neste documento. A disponibilidade de equipamentos ou pessoal pode influenciar na seleção dos procedimentos de imagem ou tratamentos adequados. Técnicas de imagem classificadas como investigativas pela FDA (Food and Drug Administration) não foram consideradas no desenvolvimento destes critérios; entretanto, o estudo de novos equipamentos e aplicações deve ser incentivado. A decisão definitiva com relação à adequação de qualquer exame ou tratamento radiológico específico deve ser tomada pelo médico atendente e pelo radiologista à luz de todas as circunstâncias apresentadas no exame do indivíduo.

perinéfrica permitem à TC fazer o diagnóstico da passagem recente de um cálculo (11,13). A TCSC foi diretamente

comparada com a urografia excretora em três séries (4,9,14). A TCSC foi igual à urografia excretora no diagnóstico de

obstrução e mais confiável no diagnóstico da presença de nefrolitíase. A TCSC sem contraste é também confiável para

o diagnóstico de dor no flanco devido a outras causas que não a ureterolitíase (6,14), tais como apendicite, diverticulite

e massas ovarianas torcidas. A TCSC é mais segura que a urografia excretora, já que ela não usa nenhum meio de

contraste, é um exame rápido, levando minutos e não exige a perícia técnica que o US exige. Quando a TC está

disponível é o melhor exame inicial em adultas não grávidas que apresentem dor no flanco e suspeita de cálculos

urinários.

A urografia excretora previamente considerada como exame padrão para ureterolitíase é ainda o melhor método de

investigação se o TCSC não estiver disponível. Ela fornece informações relativas ao local e ao grau de obstrução,

tamanho da pedra e efeito da obstrução sobre a excreção renal. Este exame tem muitas contra-indicações relativas,

incluindo insuficiência renal, desidratação, reação anterior a agentes de contraste iodados e gravidez. A disponibilidade

de material de contraste iodado não iônico reduziu o risco de reação. Pode levar várias horas para que ocorra excreção

na presença de uma obstrução aguda, sendo nestes casos um exame mais demorado que as técnicas alternativas. Uma

outra desvantagem é a incapacidade da urografia excretora de identificar diagnósticos alternativos.

O ultra-som é uma modalidade segura, não invasiva, que pode ser usada para examinar eficazmente o trato urinário. O

diagnóstico de cálculos que causam obstrução do trato urinário depende da identificação do cálculo obstrutivo e da

pelvicaliectasia e ureterectasia concomitantes que se estendem ao local obstrutivo (15,16). Devido à possibilidade de

levar muitas horas para o desenvolvimento da pelvicaliectasia e da ureterectasia, estudos têm demonstrado que o US

deixará de detectar mais de 30% das obstruções agudas causadas por um cálculo ureteral em pacientes que não estejam

especificamente hidratados para o exame. Laing e colaboradores (17) e Svedstrom e colaboradores (18) detectaram

hidronefrose em 7/20 (35%) e 16/22 (73%) dos pacientes não hidratados com cálculos ureterais, respectivamente. O

uso de US com Doppler intra-renal melhora a detecção da obstrução precoce pela avaliação do índice de resistividade

(IR) que se encontra elevado nos rins com sistemas coletores não dilatados (19,20).

Considerando que a radiografia simples é superior ao US na detecção de cálculos ureterais, Dalla Palma e colaboradores

(21) recomendaram uma combinação desta radiografia e US. O ultra-som, nesses casos, é usado para detectar

ureteropielocaliectasia e, então, seguir o trajeto do ureter dilatado até a sombra da pedra. O US pode, também, avaliar

a presença e o tipo de jato ureteral (com a obstrução, os jatos estavam ausentes, diminuídos significativamente na

freqüência ou com um escorrimento lento constante). Em uma série de 180 pacientes, os autores mostraram um valor

preditivo negativo de 95% da combinação radiografia simples/US, indicando que a urografia excretora tem pouca

probabilidade de ser útil se estes exames forem negativos. Entretanto a urografia excretora foi indicada quando a

combinação radiografia simples/US era duvidosa ou quando previa um tratamento intervencionista. Svedstrom e

colaboradores (18) também fizeram uma comparação do raios-X simples, US, combinação de raios-X simples/US, e

urografia excretora em 49 pacientes. A precisão do raios-X simples (61%) e US (69%) foi menor do que aquela da

urografia excretora (92%). A precisão da combinação raios-X simples/US foi de 71%, ainda abaixo daquela da urografia

excretora. Em um esforço para reduzir o número de exames de urografia excretora necessários, um modelo foi testado

em que apenas pacientes com resultados negativos no US foram para urografia excretora. Este algoritmo mostrou

sensibilidade de 93% e 79% de especificidade. A vantagem do US é a ausência de radiação ionizante e a sua capacidade

de mostrar alguns cálculos. Suas desvantagens incluem a necessidade de profissional habilitado, a incapacidade de

medir acuradamente o tamanho do cálculo, a necessidade de observar o fenômeno do jato ureteral na junção ureterovesical

e a incapacidade de diferenciar a dilatação sem obstrução de uma obstrução verdadeira (22,23).

Regan e colaboradores (24) aplicaram a urografia por ressonância magnética para a avaliação de 23 pacientes com rins

agudamente obstruídos. Eles notaram uma sensibilidade de 100% para diagnosticar obstrução, com líquido perirenal

visto em 21 dos 23 rins obstruídos (87%) e em nenhum rim normal. O local da obstrução foi visto em 80% destes rins

obstruídos. Áreas arredondadas de ausência de sinal correspondentes à localização dos cálculos nas urografias excretoras

foram vistas em 12 de 18 pacientes com obstrução ureteral causada por um cálculo. Estes aspectos são não específicos

e foram, também, vistos secundariamente a coágulo sangüíneo ou tumor. A urografia por ressonância magnética foi

usada com sucesso em pacientes grávidas com dor no flanco (25).

Um grupo de trabalho do ACR (American College of Radiology) sobre Critérios de Adequação e seus painéis de especialistas desenvolveram critérios para determinar os exames de imagem apropriados para diagnóstico e tratamento de estados médicos específicos. Esses critérios destinam-se a orientar radiologistas e médicos atendentes na tomada de decisões com relação a exames de imagens radiológicas e tratamento. Geralmente, a complexidade e a gravidade do estado clínico de um paciente devem ditar a escolha dos procedimentos de imagem e tratamento adequados. Apenas aqueles exames geralmente usados para avaliação do estado do paciente estão classificados. Outros estudos de imagem necessários para avaliar doenças coexistentes ou outras conseqüências médicas desse estado não são considerados neste documento. A disponibilidade de equipamentos ou pessoal pode influenciar na seleção dos procedimentos de imagem ou tratamentos adequados. Técnicas de imagem classificadas como investigativas pela FDA (Food and Drug Administration) não foram consideradas no desenvolvimento destes critérios; entretanto, o estudo de novos equipamentos e aplicações deve ser incentivado. A decisão definitiva com relação à adequação de qualquer exame ou tratamento radiológico específico deve ser tomada pelo médico atendente e pelo radiologista à luz de todas as circunstâncias apresentadas no exame do indivíduo.

Referências

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  3. Levine JA, Neitlich J, Verga M, Dalrymple N, Smith RC. Ureteral calculi in patients with flank pain: correlation of plain radiography with unenhanced helical CT. Radiology 1997; 204(1):27-31.
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  5. Sommer FG, Jeffrey RB Jr, Rubin GD, et al. Detection of ureteral calculi in patients with suspected renal colic: value of reformatted noncontrast helical CT. AJR 1995; 165(3):509-513.
  6. Smith, RC, Verga M, McCarthy S, Rosenfield AT. Diagnosis of acute flank pain: value of unenhanced helical CT. AJR 1996; 166(1):97-101.
  7. Dalrymple NC, Verga M, Anderson KR, et al. The value of unenhanced helical computerized tomography in the management of acute flank pain. J Urol 1998; 159(3):735-740.
  8. Fielding JR, Fox LA, Heller H, et al. Spiral CT in the evaluation of flank pain: overall accuracy and feature analysis. J Comput Assist Tomogr 1997; 21(4):635-638.
  9. Sourtzis S, Thibeau JF, Damry N, Raslan A, Vandendris M, Bellmans M. Radiologic investigation of renal colic: unenhanced helical CT compared with excretory urography. AJR 1999; 172(6): 1491-1494.
  10. Smith RC, Verga M, Dalrymple N, McCarthy S, Rosenfield AT. Acute ureteral obstruction: value of secondary signs of helical unenhanced CT. AJR 1996; 167(5):1109-1113.
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  12. Abramson S, Walders N, Applegate KE, Gilkeson RC, Robbin MR. Impact in the emergency department of unenhanced CT on diagnostic confidence and therapeutic efficacy in patients with suspected renal colic: a prospective survey. AJR 2000; 175(6):1689-1695.
  13. Katz DS, Lane MJ, Sommer FG. Unenhanced helical CT of ureteral stones: incidence of associated urinary tract findings. AJR 1996; 166(6):1319-1322.
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  17. Laing FC, Jeffrey RB, Wing VW. Ultrasound versus excretory urography in evaluating acute flank pain. Radiology 1985; 154(3):613-616.
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  19. Platt JF, Rubin JM, Ellis JH. Acute renal obstruction: evaluation with intrarenal duplex Doppler and conventional US. Radiology 1993; 18(3)6:685-688.
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  23. Kamholtz RG, Cronan JJ, Dorfman GS. Obstruction and the minimally dilated renal collecting system: US evaluation. Radiology 1989(1 Pt 1); 170:51-53.
  24. Regan F, Bohlman ME, Khazan R, Rodriguez R, Schultze- Haakh H. MR urography using HASTE imaging in the assessment of ureteric obstruction. AJR 1996; 167(5):1115-1120.
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