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'domínio morfoclimático, Esquemas de Geografia

Ele utiliza o termo 'domínio morfoclimático' para descrever a relação entre o relevo, o clima e a vegetação típica, que no caso da caatinga, apresenta uma combinação única de fatores naturais.

Tipologia: Esquemas

2025

Compartilhado em 25/06/2025

paola-santos-49
paola-santos-49 🇧🇷

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Aziz Ab'Sáber começa situando o semiárido nordestino como um dos
poucos espaços secos do hemisfério sul, contrastando com o restante da
América do Sul, que é majoritariamente úmido. Ele utiliza o termo
'domínio morfoclimático' para descrever a relação entre o relevo, o clima
e a vegetação típica, que no caso da caatinga, apresenta uma combinação
única de fatores naturais.
O autor caracteriza a região como um 'semiárido amplo e coeso',
destacando que sua identidade geográfica é formada por elementos
homogêneos, como a vegetação xerófila, adaptada a longos períodos de
estiagem, e a irregularidade das chuvas, que são um verdadeiro marcador
ecológico e social. Essa irregularidade, que ele descreve como
'excepcionalidade climática', é um ponto-chave para compreender os
problemas históricos da região, como a desertificação e os impactos
socioeconômicos causados pelas secas prolongadas.
Por exemplo, a seca de 2012 a 2018 foi uma das mais severas do último
século. Nesse período, grande parte da população rural enfrentou colapsos
hídricos e perdas na agricultura familiar, evidenciando como a
irregularidade climática ainda gera profundas desigualdades no semiárido.
Reflexão sobre o Bioma da Caatinga
Aziz ressalta o papel da caatinga como um bioma de resistência, utilizando
expressões como 'vegetação caducifólia', que perde as folhas na estação
seca para economizar energia, e 'esclerófila', com adaptações estruturais
como galhos retorcidos e espinhos. Apesar de ser frequentemente
associada à aridez e ao abandono, ele enfatiza que a caatinga é 'uma
singularidade ecológica', rica em biodiversidade e com grande potencial
para usos sustentáveis.
Hoje, porém, vemos a degradação desse bioma de forma alarmante. O
avanço do desmatamento para práticas agrícolas insustentáveis e a
exploração predatória de recursos naturais têm acelerado processos de
desertificação, que afetam cerca de 13% do território da região, segundo a
ONU. Essa situação reforça a necessidade de olhar criticamente para a
gestão ambiental e as políticas públicas.
Desafios Socioambientais
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Aziz Ab'Sáber começa situando o semiárido nordestino como um dos poucos espaços secos do hemisfério sul, contrastando com o restante da América do Sul, que é majoritariamente úmido. Ele utiliza o termo 'domínio morfoclimático' para descrever a relação entre o relevo, o clima e a vegetação típica, que no caso da caatinga, apresenta uma combinação única de fatores naturais. O autor caracteriza a região como um 'semiárido amplo e coeso' , destacando que sua identidade geográfica é formada por elementos homogêneos, como a vegetação xerófila, adaptada a longos períodos de estiagem, e a irregularidade das chuvas, que são um verdadeiro marcador ecológico e social. Essa irregularidade, que ele descreve como 'excepcionalidade climática' , é um ponto-chave para compreender os problemas históricos da região, como a desertificação e os impactos socioeconômicos causados pelas secas prolongadas. Por exemplo, a seca de 2012 a 2018 foi uma das mais severas do último século. Nesse período, grande parte da população rural enfrentou colapsos hídricos e perdas na agricultura familiar, evidenciando como a irregularidade climática ainda gera profundas desigualdades no semiárido. Reflexão sobre o Bioma da Caatinga Aziz ressalta o papel da caatinga como um bioma de resistência, utilizando expressões como 'vegetação caducifólia' , que perde as folhas na estação seca para economizar energia, e 'esclerófila' , com adaptações estruturais como galhos retorcidos e espinhos. Apesar de ser frequentemente associada à aridez e ao abandono, ele enfatiza que a caatinga é 'uma singularidade ecológica' , rica em biodiversidade e com grande potencial para usos sustentáveis. Hoje, porém, vemos a degradação desse bioma de forma alarmante. O avanço do desmatamento para práticas agrícolas insustentáveis e a exploração predatória de recursos naturais têm acelerado processos de desertificação, que afetam cerca de 13% do território da região, segundo a ONU. Essa situação reforça a necessidade de olhar criticamente para a gestão ambiental e as políticas públicas. Desafios Socioambientais

O texto de Ab'Sáber também aborda como as condições naturais do semiárido foram agravadas pela ocupação humana histórica. Ele utiliza o termo 'impropriedades adaptativas' para se referir às práticas inadequadas de uso do solo, como o desmatamento excessivo e o manejo inadequado da agricultura, que intensificam a vulnerabilidade ambiental. Um exemplo atual dessas impropriedades pode ser visto na crise hídrica de muitas cidades nordestinas, onde políticas como a transposição do Rio São Francisco geram controvérsias. Embora seja apresentada como solução, a transposição é criticada por não beneficiar adequadamente as comunidades mais pobres, enquanto prioriza grandes empreendimentos agrícolas e industriais. Crítica à Abordagem de Desenvolvimento Aziz Ab'Sáber nos alerta para a importância de substituir o modelo de 'combate à seca' pelo conceito de 'convivência com o semiárido' , que prioriza práticas sustentáveis e respeita as especificidades da região. No entanto, a falta de articulação entre conhecimento técnico-científico e políticas públicas efetivas ainda limita a implementação desse paradigma. Podemos observar iniciativas positivas, como o programa de cisternas, que garantiu acesso à água para milhares de famílias, mas que enfrenta descontinuidades devido a cortes de recursos públicos. Esse contraste entre potencial e realidade expõe a negligência histórica com a região, algo que Aziz pontua indiretamente ao destacar as 'dívidas sociais acumuladas' com o semiárido. A Perspectiva de Aziz Ab’Sáber sobre o Semiárido Aziz Ab’Sáber não descreve o semiárido apenas como um espaço natural, mas como um palco onde fatores ecológicos, históricos e sociais estão interligados. Ele utiliza termos como ‘climatologia de exceção’ , para evidenciar como as variações extremas de chuva definem tanto os ciclos da natureza quanto as condições de vida humana na região. Essas exceções climáticas, segundo o autor, transformam a seca em mais do que um fenômeno natural: ela se torna uma questão política. Ele chama atenção para as ‘formas de injustiça territorial’ , que historicamente privilegiaram grandes proprietários de terra em detrimento dos pequenos agricultores e comunidades tradicionais. Essas desigualdades estruturais,

que reconheçam a riqueza cultural, os saberes locais e a diversidade ecológica da caatinga. Hoje, iniciativas como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) têm colocado em prática algumas dessas ideias, promovendo tecnologias sociais como cisternas de captação de água da chuva e agroecologia adaptada ao semiárido. Contudo, essas iniciativas ainda enfrentam barreiras estruturais, como o desmonte de políticas públicas e o descaso de muitos governos. Um exemplo crítico é o enfraquecimento de programas como o Bolsa Verde, que incentivava práticas sustentáveis em áreas rurais vulneráveis. O desmonte desse tipo de política revela um abismo entre o que Aziz Ab’Sáber propunha – um semiárido integrado ao desenvolvimento nacional

  • e a realidade que ainda prevalece, marcada pela exclusão e exploração. A Dimensão Política e Econômica das Secas Ab’Sáber traz um olhar crítico ao associar a seca à ‘economia política do semiárido’. Ele argumenta que as elites locais e nacionais historicamente se beneficiaram das crises climáticas, utilizando-as como instrumento para concentrar recursos e perpetuar relações clientelistas. A ‘indústria da seca’ , termo que pode ser extraído desse raciocínio, se manifesta na alocação ineficiente de recursos públicos em obras faraônicas e pouco funcionais, como açudes que não atendem às populações mais necessitadas. Um exemplo atual dessa lógica pode ser encontrado na transposição do Rio São Francisco, que, embora tenha potencial para aliviar a crise hídrica, beneficia prioritariamente grandes empreendimentos e deixa comunidades rurais em segundo plano. Essa contradição evidencia o que Ab’Sáber descreveu como ‘assimetrias sociais e territoriais’ , que continuam a moldar as políticas para o semiárido. Conexão com os Desafios Globais Por fim, é importante destacar que o texto de Aziz Ab’Sáber, embora escrito há décadas, antecipa debates atuais sobre mudanças climáticas. Ele alerta

que o semiárido é especialmente vulnerável a alterações nos padrões climáticos globais. Secas mais frequentes e intensas já estão sendo registradas na região, agravando crises sociais e ambientais. Isso conecta a obra de Ab’Sáber a um cenário global, onde regiões áridas e semiáridas enfrentam desafios semelhantes. Por exemplo, no Chifre da África, secas prolongadas estão levando milhões de pessoas à fome, enquanto no sudoeste dos Estados Unidos, o esgotamento de aquíferos representa uma ameaça crescente. Aziz Ab'Sáber, vemos que ele aprofunda sua análise das condições geológicas e climáticas do semiárido nordestino. Um dos pontos mais marcantes que ele descreve é o papel das irregularidades climáticas na configuração do cotidiano dos sertanejos. Ele faz uma crítica contundente à variabilidade climática da região. Sabemos que a média anual de precipitação em qualquer local é apenas uma referência estatística , mas a real questão, como Aziz nos coloca, está na irregularidade das chuvas. Durante os anos de seca, os sertanejos enfrentam um drama quase constante, com secas prolongadas que afetam profundamente a vida das pessoas e a economia local. Isso não é apenas uma questão climática, mas também social e política : a ausência das chuvas impacta a subsistência das famílias, que vivem em condições de extrema vulnerabilidade. É interessante notar que, enquanto alguns anos podem ter chuvas mais abundantes, o ciclo da seca parece sempre retornar com força, criando um cenário de crise cíclica. Aziz também destaca o efeito devastador da forte evaporação durante o período seco, que faz com que os rios, riachos e córregos autóctones (aqueles que nascem e correm dentro da região semiárida) desapareçam quase completamente. Isso leva à desperenização das drenagens, o que, em termos mais simples, significa a quase total evaporação da água que deveria abastecer a região. Agora, para mim, uma questão que se coloca é a sobrevivência das comunidades em meio a essa realidade climática adversa. Aziz aponta que o rendimento agrícola e a estrutura agrária do sertão são rigidamente adaptados a essa realidade. Por exemplo, as populações enfrentam desafios enormes de sobrevivência, mas continuam a se adaptar, com

Isso envolve o resgate de saberes locais, como já mencionei, e também a transformação do próprio ambiente escolar, que precisa ser mais inclusivo e mais sensível às necessidades específicas de uma população rural. Ele chama atenção para o fato de que a escola do campo precisa ser entendida como um espaço de formação integral, onde o aluno não apenas adquire conhecimentos acadêmicos, mas também desenvolve habilidades para lidar com as questões locais, como a agricultura, o manejo sustentável, e outras práticas fundamentais para a vida no campo. A educação do campo, portanto, deve ser vista como uma ferramenta para fortalecer a identidade e a autonomia dessas comunidades. Azis também se aprofunda na crítica ao modelo educacional atual, que muitas vezes se limita a reproduzir conteúdos urbanos e não leva em consideração a diversidade cultural e social dos alunos do campo. Esse modelo, segundo ele, acaba por ser excludente e incapaz de atender às demandas reais dessas populações. Portanto, é essencial que a educação no campo não apenas forme cidadãos críticos, mas também ofereça uma base sólida para o desenvolvimento sustentável das regiões rurais. Isso inclui a valorização da agricultura familiar, a promoção de práticas de convivência com o semiárido e o fortalecimento das comunidades locais. Esse caminho, como sugere Azis, exige uma revisão profunda da escola e de suas práticas, de modo a garantir uma educação verdadeiramente transformadora para o campo.