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Ele utiliza o termo 'domínio morfoclimático' para descrever a relação entre o relevo, o clima e a vegetação típica, que no caso da caatinga, apresenta uma combinação única de fatores naturais.
Tipologia: Esquemas
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Aziz Ab'Sáber começa situando o semiárido nordestino como um dos poucos espaços secos do hemisfério sul, contrastando com o restante da América do Sul, que é majoritariamente úmido. Ele utiliza o termo 'domínio morfoclimático' para descrever a relação entre o relevo, o clima e a vegetação típica, que no caso da caatinga, apresenta uma combinação única de fatores naturais. O autor caracteriza a região como um 'semiárido amplo e coeso' , destacando que sua identidade geográfica é formada por elementos homogêneos, como a vegetação xerófila, adaptada a longos períodos de estiagem, e a irregularidade das chuvas, que são um verdadeiro marcador ecológico e social. Essa irregularidade, que ele descreve como 'excepcionalidade climática' , é um ponto-chave para compreender os problemas históricos da região, como a desertificação e os impactos socioeconômicos causados pelas secas prolongadas. Por exemplo, a seca de 2012 a 2018 foi uma das mais severas do último século. Nesse período, grande parte da população rural enfrentou colapsos hídricos e perdas na agricultura familiar, evidenciando como a irregularidade climática ainda gera profundas desigualdades no semiárido. Reflexão sobre o Bioma da Caatinga Aziz ressalta o papel da caatinga como um bioma de resistência, utilizando expressões como 'vegetação caducifólia' , que perde as folhas na estação seca para economizar energia, e 'esclerófila' , com adaptações estruturais como galhos retorcidos e espinhos. Apesar de ser frequentemente associada à aridez e ao abandono, ele enfatiza que a caatinga é 'uma singularidade ecológica' , rica em biodiversidade e com grande potencial para usos sustentáveis. Hoje, porém, vemos a degradação desse bioma de forma alarmante. O avanço do desmatamento para práticas agrícolas insustentáveis e a exploração predatória de recursos naturais têm acelerado processos de desertificação, que afetam cerca de 13% do território da região, segundo a ONU. Essa situação reforça a necessidade de olhar criticamente para a gestão ambiental e as políticas públicas. Desafios Socioambientais
O texto de Ab'Sáber também aborda como as condições naturais do semiárido foram agravadas pela ocupação humana histórica. Ele utiliza o termo 'impropriedades adaptativas' para se referir às práticas inadequadas de uso do solo, como o desmatamento excessivo e o manejo inadequado da agricultura, que intensificam a vulnerabilidade ambiental. Um exemplo atual dessas impropriedades pode ser visto na crise hídrica de muitas cidades nordestinas, onde políticas como a transposição do Rio São Francisco geram controvérsias. Embora seja apresentada como solução, a transposição é criticada por não beneficiar adequadamente as comunidades mais pobres, enquanto prioriza grandes empreendimentos agrícolas e industriais. Crítica à Abordagem de Desenvolvimento Aziz Ab'Sáber nos alerta para a importância de substituir o modelo de 'combate à seca' pelo conceito de 'convivência com o semiárido' , que prioriza práticas sustentáveis e respeita as especificidades da região. No entanto, a falta de articulação entre conhecimento técnico-científico e políticas públicas efetivas ainda limita a implementação desse paradigma. Podemos observar iniciativas positivas, como o programa de cisternas, que garantiu acesso à água para milhares de famílias, mas que enfrenta descontinuidades devido a cortes de recursos públicos. Esse contraste entre potencial e realidade expõe a negligência histórica com a região, algo que Aziz pontua indiretamente ao destacar as 'dívidas sociais acumuladas' com o semiárido. A Perspectiva de Aziz Ab’Sáber sobre o Semiárido Aziz Ab’Sáber não descreve o semiárido apenas como um espaço natural, mas como um palco onde fatores ecológicos, históricos e sociais estão interligados. Ele utiliza termos como ‘climatologia de exceção’ , para evidenciar como as variações extremas de chuva definem tanto os ciclos da natureza quanto as condições de vida humana na região. Essas exceções climáticas, segundo o autor, transformam a seca em mais do que um fenômeno natural: ela se torna uma questão política. Ele chama atenção para as ‘formas de injustiça territorial’ , que historicamente privilegiaram grandes proprietários de terra em detrimento dos pequenos agricultores e comunidades tradicionais. Essas desigualdades estruturais,
que reconheçam a riqueza cultural, os saberes locais e a diversidade ecológica da caatinga. Hoje, iniciativas como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) têm colocado em prática algumas dessas ideias, promovendo tecnologias sociais como cisternas de captação de água da chuva e agroecologia adaptada ao semiárido. Contudo, essas iniciativas ainda enfrentam barreiras estruturais, como o desmonte de políticas públicas e o descaso de muitos governos. Um exemplo crítico é o enfraquecimento de programas como o Bolsa Verde, que incentivava práticas sustentáveis em áreas rurais vulneráveis. O desmonte desse tipo de política revela um abismo entre o que Aziz Ab’Sáber propunha – um semiárido integrado ao desenvolvimento nacional
que o semiárido é especialmente vulnerável a alterações nos padrões climáticos globais. Secas mais frequentes e intensas já estão sendo registradas na região, agravando crises sociais e ambientais. Isso conecta a obra de Ab’Sáber a um cenário global, onde regiões áridas e semiáridas enfrentam desafios semelhantes. Por exemplo, no Chifre da África, secas prolongadas estão levando milhões de pessoas à fome, enquanto no sudoeste dos Estados Unidos, o esgotamento de aquíferos representa uma ameaça crescente. Aziz Ab'Sáber, vemos que ele aprofunda sua análise das condições geológicas e climáticas do semiárido nordestino. Um dos pontos mais marcantes que ele descreve é o papel das irregularidades climáticas na configuração do cotidiano dos sertanejos. Ele faz uma crítica contundente à variabilidade climática da região. Sabemos que a média anual de precipitação em qualquer local é apenas uma referência estatística , mas a real questão, como Aziz nos coloca, está na irregularidade das chuvas. Durante os anos de seca, os sertanejos enfrentam um drama quase constante, com secas prolongadas que afetam profundamente a vida das pessoas e a economia local. Isso não é apenas uma questão climática, mas também social e política : a ausência das chuvas impacta a subsistência das famílias, que vivem em condições de extrema vulnerabilidade. É interessante notar que, enquanto alguns anos podem ter chuvas mais abundantes, o ciclo da seca parece sempre retornar com força, criando um cenário de crise cíclica. Aziz também destaca o efeito devastador da forte evaporação durante o período seco, que faz com que os rios, riachos e córregos autóctones (aqueles que nascem e correm dentro da região semiárida) desapareçam quase completamente. Isso leva à desperenização das drenagens, o que, em termos mais simples, significa a quase total evaporação da água que deveria abastecer a região. Agora, para mim, uma questão que se coloca é a sobrevivência das comunidades em meio a essa realidade climática adversa. Aziz aponta que o rendimento agrícola e a estrutura agrária do sertão são rigidamente adaptados a essa realidade. Por exemplo, as populações enfrentam desafios enormes de sobrevivência, mas continuam a se adaptar, com
Isso envolve o resgate de saberes locais, como já mencionei, e também a transformação do próprio ambiente escolar, que precisa ser mais inclusivo e mais sensível às necessidades específicas de uma população rural. Ele chama atenção para o fato de que a escola do campo precisa ser entendida como um espaço de formação integral, onde o aluno não apenas adquire conhecimentos acadêmicos, mas também desenvolve habilidades para lidar com as questões locais, como a agricultura, o manejo sustentável, e outras práticas fundamentais para a vida no campo. A educação do campo, portanto, deve ser vista como uma ferramenta para fortalecer a identidade e a autonomia dessas comunidades. Azis também se aprofunda na crítica ao modelo educacional atual, que muitas vezes se limita a reproduzir conteúdos urbanos e não leva em consideração a diversidade cultural e social dos alunos do campo. Esse modelo, segundo ele, acaba por ser excludente e incapaz de atender às demandas reais dessas populações. Portanto, é essencial que a educação no campo não apenas forme cidadãos críticos, mas também ofereça uma base sólida para o desenvolvimento sustentável das regiões rurais. Isso inclui a valorização da agricultura familiar, a promoção de práticas de convivência com o semiárido e o fortalecimento das comunidades locais. Esse caminho, como sugere Azis, exige uma revisão profunda da escola e de suas práticas, de modo a garantir uma educação verdadeiramente transformadora para o campo.