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Informações sobre o mosquito aedes aegypti, conhecido popularmente como mosquito-da-dengue ou pernilongo-rajado. O texto aborda a distribuição geográfica do mosquito, sua adaptação a ambientes urbanos, a sua importância como vetor de doenças graves como dengue, febre amarela, febre zica e chikungunya, e as diferentes formas de controle de suas populações. O documento também discute a sequência do genoma do mosquito e a utilização de mosquitos geneticamente modificados para controlar sua proliferação.
Tipologia: Esquemas
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Aedes (Stegomyia) aegypti (aēdēs do grego αηδής: "odioso" e ægypti do latim, significando "do Egipto") é a nomenclatura taxonômica para o mosquito que é popularmente conhecido como mosquito-da-dengue ou pernilongo-rajado,[1]^ uma espécie de mosquito da família Culicidae proveniente da África, atualmente distribuído por quase todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais, sendo dependente da concentração humana no local para se estabelecer. Acredita-se que 35% da população mundial viva em áreas propícias e endêmicas para a proliferação do mosquito.[2] O mosquito está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicílio humano, onde consegue reproduzir-se e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa e parada, isto é, pobres em matéria orgânica em decomposição e sais (que confeririam características ácidas à água), que preferivelmente estejam sombreados e no peridomicílio. Atualmente, foi descoberto que a fêmea não se reproduz somente em água limpa e parada, pelo contrário. O mosquito pode se reproduzir em águas com altos níveis de poluição, como o esgoto por exemplo. A fêmea observa vários fatores influenciáveis ao crescimento das larvas, como a temperatura, luminosidade e resquícios de matéria orgânica. As larvas do aedes são sensíveis à luz, o que faz com que se desenvolvam bem em águas turvas.[3] As fêmeas, para realizar a hematofagia, podem percorrer até 2 500 metros.[4]^ É considerado vector de doenças graves, como dengue, febre amarela, febre zica e chikungunya. O controle das suas populações é considerado assunto da saúde pública e há comprovação científica de que o controle do Aedes Aegypt tem custo menor para os governos do que o tratamento às doenças causadas por este vetor.[5]
O Aedes aegypti é um mosquito que se encontra ativo e pica durante o dia, ao contrário do Anopheles, vector da malária, que tem atividade crepuscular. O Aedes aegypti tem, como vítima preferencial, o ser humano, e não faz praticamente som audível antes de picar. Mede menos de 1 centímetro e é preto com manchas brancas no corpo e nas pernas.[6] A. aegypti durante o voo e carregado de sangue O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. Como em quase todos os outros mosquitos, somente as fêmeas se alimentam de sangue para a
maturação de seus ovos. Os machos se alimentam apenas de substâncias vegetais e açucaradas.[carece de fontes] Por se adaptar bem a vários recipientes, a expansão deste mosquito a partir do seu habitat original foi rápida. O Aedes aegypti foi introduzido na América do Sul através de barcos provenientes de África. Nas Américas, admite-se que sua primeira colonização sobre o Novo Mundo ocorreu através dos navios negreiros no período colonial junto com os escravos. No Brasil, o Aedes aegypti havia sido erradicado na década de 1950; entretanto, nas décadas de 1960 e 1970, ele voltou a colonizar esse país, vindo de países vizinhos que não haviam conseguido promover a sua total erradicação.[carece de fontes] O Aedes aegypti está presente nas regiões tropicais de África e da América do Sul, chegando à Ilha da Madeira, em Portugal e ao estado da Flórida, nos Estados Unidos. Nessa zona, o Aedes aegypti tem vindo a declinar, graças à competição com outra espécie do mesmo gênero, o Aedes albopictus. Este fato, porém, não trouxe boas notícias, uma vez que o A. albopictus é, também, um vetor da dengue, bem como de vários tipos de encefalite equina. No Brasil, o único que transmite a dengue é o A. aegypti. A competição entre as duas espécies ocorre devido ao fato de a fêmea do A. aegypti se acasalar tanto com o macho de sua espécie quanto com o macho do A. albopictus, que é mais agressivo e que, sendo de outra espécie, gera ovos inférteis, reduzindo, assim, a população de A. aegypti.[carece^ de^ fontes]O mosquito é tão proliferado que chega a infestar 3.592 municípios brasileiros.[2] Repelentes baseados no composto DEET (N,N-dietilmetatoluamida) são recomendados contra o Aedes aegypti.[7][8]
Macho (à esquerda) e fêmea (centro e direita) de A. aegypti O genoma desta espécie de mosquito foi sequenciado e analisado por um consórcio que inclui cientistas do Instituto J. Craig Venter, do Instituto Europeu de Bioinformática, do Instituto Broad e da Universidade de Notre Dame, e foi publicado em 2007. O esforço de sequenciamento de seu DNA foi destinado a fornecer novos caminhos para pesquisas em inseticidas, bem como para possíveis alterações genéticas que impeçam a propagação dos vírus levados pelo inseto.[9] Esta foi a segunda espécie de mosquito que teve seu genoma sequenciado integralmente (o primeiro foi o Anopheles gambiae). Os dados publicados incluem 1380 milhões de pares de bases contendo cerca de 15 419 genes que codificam proteínas do mosquito. A sequência indica que a espécie divergiu da Drosophila melanogaster (mosca-comum-da-fruta) há cerca de 250 milhões de anos, enquanto o Anopheles gambiae divergiu de D. melanogaster há cerca de 150 milhões de anos.[10]
cumulativo ao longo da cadeia alimentar. Outro problema é que o uso de inseticidas pode acabar gerando insetos resistentes.[12]^ Um exemplo de controle químico é o fumacê, que ataca a forma adulta do inseto. Porém a forma mais eficiente de controle químico é o que combate as larvas do inseto, por estas estarem em locais mais restritos do que os insetos adultos, que voam.[11] Para amenizar tais adversidades, foram desenvolvidos outros produtos para fazer o controle desses vetores e são, principalmente, os grupos dos inseticidas biológicos ( ex: bactérias patógenas) e dos reguladores de crescimento.[14]
O Monitoramento Integrado do Aedes (MI-Aedes) é uma tecnologia brasileira resultante do desenvolvimento de pesquisas sobre a biologia e comportamento do mosquito, com o objetivo de monitorar o vetor e a circulação viral em área urbana. Criada em 2002, a partir da formalização de uma empresa spin-off acadêmica com origem no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a empresa licenciou suas primeiras tecnologias da UFMG em 2004, por meio do financiamento público da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Fundo Verde-Amarelo para o desenvolvimento tecnológico. Desde então a empresa, em 2010, juntamente com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e a própria UFMG, desenvolveu a tecnologia de monitoramento integrado (MI-Aedes) de diferentes vírus em mosquitos, hoje responsável pelo único monitoramento de dengue, zika e chikungunya em vetores.[15]
A. aegypti geneticamente modificados, apelidados de Aedes aegypti do bem,[12]^ foram criados para suprimir a sua própria espécie, em uma abordagem semelhante à técnica do inseto estéril, reduzindo, assim, o risco de propagação de doenças. Os mosquitos, conhecidos como OX513A, foram desenvolvidos pela empresa Oxitec, Universidade de Oxford e subsidiária da Intrexon (NYSE: XON). Os testes de campo nas Ilhas Cayman, Brasil e Panamá têm mostrado que os mosquitos OX513A reduziram as populações de mosquitos alvo em mais de 90%.[16][17] A. aegypti se alimentando de sangue humano O efeito de supressão da população do inseto é conseguido através um gene autolimitador que impede que a prole sobreviva. Mosquitos geneticamente modificados do sexo masculino, que não picam ou transmitem doenças, são liberados para acasalar com as fêmeas selvagens. Sua prole, então, herda o gene autolimitador e morre antes de atingir a idade adulta, ou seja, antes que possam se reproduzir ou espalhar doenças. Os mosquitos OX513A e seus descendentes também carregam um marcador fluorescente para monitoramento. Para produzir mais mosquitos OX513A para projetos de controle, o gene
autolimitador é desligado na instalação de produção de mosquito usando um antídoto (o antibiótico tetraciclina), o que permite que os mosquitos voltem a se reproduzir naturalmente. No meio ambiente, este antídoto não está disponível e, assim, a população da praga é suprimida.[18] Os efeitos desta técnica não são tóxicos e os espécimes geneticamente modificados cruzam com outros Ae. aegypti. Os insetos libertados e seus descendentes morrem e não persistem no ambiente.[19][20] No Brasil, os mosquitos geneticamente modificados foram aprovados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para lançamentos em todo o país. O município de Piracicaba, no interior de São Paulo, lidera a primeira parceria do mundo para a liberação de mosquitos OX513A.[21][22]^ Com os resultados, a Câmara dos Lordes, do Parlamento do Reino Unido, apelou para que o governo britânico apoie mais pesquisas sobre insetos geneticamente modificados para a saúde global.[23] Esta abordagem também pode ser aplicada para controlar o Aedes albopictus e os mosquitos Anopheles, que propagam o paludismo.[24] Mosquitos geneticamente modificados (GM) criado pela empresa Oxitec e soltos em Jacobina, entre 2013 e 2015, entre 5% e 60% da população de mosquitos carregava DNA da linhagem Oxitec em seu genoma em diferentes pontos de um estudo e em diferentes bairros de Jacobina. Um artigo publicado no Scientific Reports[25]^ sugere que o DNA da cepa Oxitec poderia tornar os mosquitos selvagens mais aptos ou mais fortes. Dra. Capurro apontou que não havia dados que sustentassem a ideia de "vigor híbrido".[26]^ A Oxitec reagiu à publicação do artigo com uma lista de objeções e registrou uma queixa com a revista Scientific Reports.[27]^ A empresa realizou vários testes no Brasil desde a libertação em Jacobina, incluindo um teste de uma cepa GM de segunda geração[28]^ projetada para que os filhotes sobrevivam e transmitam seus genes.[29]