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Abordagem completa sobre o tema, com epidemiologia, fisiopatologia, clínica, diagnósticos, exames complementares e tratamento. Além de inúmeras figuras e esquemas ilustrando todo o conteúdo
Tipologia: Notas de aula
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O fígado é um órgão que armazena nutrientes que podem ser futuramente utilizados pelo organismo. Para isso, todos os nutrientes absorvidos no sistema digestório devem ser levados para o fígado por meio da veia porta, com exceção dos lipídeos que chegam no fígado por meio da artéria hepática. O fígado é formado por hepatócitos que se agrupam para formar lóbulos hepáticos. Esses estão sempre relacionados com uma tríade portal, a qual é composta por uma artéria hepática, uma veia porta e um ducto colédoco. Os ramos da veia porta drenam sangue para a veia centrolobular que em seguida drena sangue para a veia porta. Além da veia porta, o fígado também possui veias hepáticas, que drenam sangue para a veia cava inferior Existem algumas células entre os hepatócitos chamadas de células de Ito que são responsáveis por armazenar gordura, além de serem ricas em vitaminas A. Existem macrófagos no tecido hepático que são chamados de células de kupffer Suprimento sanguíneo: o fígado recebe sangue da veia porta (pouco oxigenado, mas com muito nutriente) e da artéria hepática (rico em oxigênio), sendo composto portanto de um sistema portal venoso e de um sistema arterial:
A doença hepática crônica ocorre quando o fígado é exposto a diversas formas de lesões que persistem por no mínimo 6 meses. Existem diversas causas para uma doença hepática crônica, sendo que algumas delas levam à cirrose mais rapidamente e outras mais lentamente. Para a avaliação de um paciente com suspeita de hepatite crônica, deve-se saber quais são as possíveis etiologias da doença, qual é a frequência em nosso meio e como a hepatite crônica pode se apresentar no paciente. O conhecimento do mecanismo de produção da lesão pode ajudar a confirmar os possíveis diagnósticos (viral, autoimune, de reação a drogas). Classicamente, a hepatite crônica é definida como a persistência de reação inflamatória que se mantém sem melhora pelo prazo mínimo de seis meses. Apesar de envolver um conceito histopatológico, na maioria das vezes o reconhecimento pode ser feito pela análise simultânea de características clínicas e laboratoriais. É o caso das hepatites por vírus, em que há antígenos virais no soro (etiologia) e níveis elevados de aminotransferases (atividade inflamatória), podendo estar associados aos sinais e sintomas clínicos sugestivos de hepatopatia e confirmados pela histologia (grau de atividade inflamatória e grau de fibrose hepática) Assim, o diagnóstico final de hepatite crônica deve ser baseado em três aspectos: etiologia, grau de atividade inflamatória e estadiamento da lesão estrutural hepática (fibrose) CARACTERÍSTICAS Quando falamos de hepatite crônica, pensamos principalmente em um processo inflamatório. Nessas circunstâncias, pode ser que o processo fibrótico já tenha se iniciado mas não seja significativo o suficiente para causar a cirrose, além do surgimento de nódulos hepáticos e esteatose hepática. O desenvolvimento de hepatites crônicas aumenta o risco do desenvolvimento de cânceres hepáticos e de cirrose
Podem ser divididos em:
A esteatose hepática é a lesão hepática álcool-induzida mais frequente e usualmente segue a ingestão leve a moderada de álcool. Cerca de 90% dos alcoólatras desenvolvem a esteatose, a qual é completamente reversível com a abstinência (desaparece em duas a quatro semanas). Cerca de 10 - 15% dos portadores de esteatose terão evolução para cirrose. Ao contrário da DHGNA, em que a maioria dos pacientes é assintomática, os pacientes com DHA podem apresentar anorexia, náuseas, vômitos e dor abdominal no epigástrio e no hipocôndrio direito, embora alguns possam ser assintomáticos como na DHGNA. No exame físico, observa-se hepatomegalia em grande número de casos, icterícia em 15% dos pacientes e sinais de desnutrição e carência vitamínica. A hepatite alcoólica (ou, mais precisamente, esteato-hepatite alcoólica) é a lesão mais típica da doença hepática produzida pelo álcool e está presente em 10 a 35% dos alcoolistas. Os sintomas surgem, em geral, após o aumento recente da ingestão alcoólica. Os pacientes apresentam anorexia, astenia, perda de peso, dor abdominal no hipocôndrio direito, náuseas, vômitos e icterícia. A forma grave pode cursar com hemorragia digestiva alta por sangramento de varizes esôfago-gástricas, encefalopatia hepática, ascite, uremia e insuficiência hepática, podendo evoluir para óbito rapidamente. EXAME FÍSICO: No exame físico, alguns sinais periféricos de insuficiência hepática e hipertensão portal podem estar presentes, entre eles eritema palmar, ginecomastia, aranhas vasculares, circulação colateral visível no abdome, hepatoesplenomegalia, edema de membros inferiores e febre EXAMES LABORATORIAIS: Nos exames laboratoriais, observa-se elevação da gama-GT em todas as formas de DHA. Os níveis de gama-GT podem permanecer discretamente elevados se houver alguma hepatopatia crônica; e a abstinência é acompanhada da redução progressiva da gama-GT sérica, normalizando-se ao fim de seis a oito semanas. Outra enzima que se eleva com frequência no alcoolismo é a AST, que costuma estar mais elevada do que a ALT, sendo a relação AST/ALT maior do que 2 altamente indicativa de DHA. O volume corpuscular médio (VCM) encontra-se elevado em alcoolistas e hepatopatas sem anemia. Isso ocorre por diversos fatores, entre eles hemólise, deficiência de folato e toxicidade direta do álcool sobre a medula Os exames laboratoriais são semelhantes aos descritos para esteatose hepática; contudo, existe maior gravidade, com elevação significativa da AST, gama-GT, fosfatase alcalina, associados a alterações no tempo de protrombina, albumina e bilirrubinas, configurando disfunção hepática. Também na hepatite alcoólica, observa-se leucocitose com neutrofilia no sangue periférico. HISTOPATOLOGIA: Os principais achados histológicos da hepatite alcoólica são balonização e focos de necrose dos hepatócitos, presença de corpúsculos de Mallory-Denk (depósito eosinofílico com aspecto floculado irregular no citoplasma dos hepatócitos), infiltrado inflamatório lobular rico em neutrófilos (especialmente ao redor dos hepatócitos com corpúsculos de Mallory-Denk, configurando a chamada satelitose) e fibrose perivenular e perissinusoidal, além de esteatose CIRROSE HEPÁTICA: No fígado normal: veia porta se distribui para o fígado. Ao sair do fígado é a veia cava inferior. A veia centrolobular e a tríade portal fazem parte do fígado (tríade portal: ramo da veia porta, art. hepática e um ramo do ducto biliar). O ducto biliar tem o sentido contrário → vai coletando o que foi depositado pelos outros
● Doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD): substituição de hepatócitos por tecido gorduroso, “sufocamento” dos hepatócitos, que ficam inviáveis e começam com fibrose. - esteatose hepática ○ pode ocorrer em população obesa, mas também em saudáveis, diabetes tipo 2 ● Hepatite autoimune; ● Cirrose biliar - comum na criança ● Cirrose cardíaca; QUADRO CLÍNICO: O quadro clínico da cirrose hepática é muito variado, podendo existir desde pacientes assintomáticos até aqueles que apresentarão sintomas e sinais clínicos clássicos decorrentes das complicações da cirrose. Assintomática na maioria dos casos. ● Anorexia e desnutrição ● Emagrecimento ● Náuseas ● Dor abdominal ● Fraqueza, cansaço fácil e atrofia muscular ● Colúria: coloração escura da urina devido à eliminação de bilirrubina ● Hematêmese e/ ou melena ● Alterações psíquicas: pela encefalopatia. ● Perda de pelos - menos proteína ● Epistaxe e gengivorragia ● Varizes esofagogástricas: ocorre pela veia gástrica esquerda. ● Varizes de fundo: ocorre pelas veias gástricas curtas. ● Varizes anorretais: ocorre porque a veia porta não consegue passar o sangue para a veia cava sendo necessário mudar de trajeto e mandar o sangue a veia mesentérica inferior que por meio da veia pudenda interna atinge a veia cava. Entretanto, por causa dessa mudança de trajeto e por causa da cirrose, ocorre um aumento no calibre dos vasos anorretais. DIAGNÓSTICO: A anamnese cumpre papel fundamental na abordagem dos pacientes com cirrose hepática, pois todos os dados, desde a identificação até o interrogatório sobre os diferentes aparelhos, poderão trazer informações fundamentais para a composição do raciocínio e a definição do diagnóstico. Papel semelhante atribui-se ao exame físico, que deve ser completo e atua também como complemento importante para a confirmação do diagnóstico, especialmente nas fases mais avançadas de evolução
1. ANAMNESE: - sexo: hemocromatose mais comuns em homens, enquanto colangite biliar é mais comum em mulheres - idade: hepatite autoimune predomina em jovens, enquanto hemocromatose acima dos 40 anos - naturalidade e procedência: locais que o paciente já viveu, se são áreas endêmicas, como a hepatite B na Amazônia - profissão atual e anteriores - antecedentes familiares - hábitos de vida: etilismo, tabagismo, atividade física e sexual - condições de moradia - interrogatório de diversos aparelhos: presença de edemas de MMII, coloração da urina e da cor da pele, dispneia 2. EXAME FÍSICO: - O paciente portador de cirrose hepática, como já foi destacado anteriormente, poderá apresentar cirrose compensada ou descompensada. Nesta última os sinais clínicos estarão muito evidentes, como a presença de ascite, hérnia umbilical, equimoses, icterícia, aranhas vasculares, edema dos membros inferiores, visceromegalias ARANHAS VASCULARES telangiectasias arteriolares associadas à insuficiência hepática: vasos sanguíneos que ficam logo abaixo da pele, com menos de um milímetro de espessura. ASCITE pequeno, médio ou de grande volume: hipertensão dos vasos sinusoides (peritônio) ASTERIX mioclonia negativa presente no estágio II de encefalopatia hepática: alteração nas fibras do fuso, pela deposição de amônia nas fibras do fuso. Comum estar presente em pacientes assintomáticos ATROFIA TESTICULAR e GINECOMASTIA sinal de hipogonadismo BAQUETEAMENTO CIRCULAÇÃO COLATERAL
CONTRATURA DE DUPUYTREN contratura em flexão dos dedos da mão: comum em etilista. Músculos estão hiper rígidos ERITEMA PALMAR 25% dos pacientes cirróticos ESPLENOMEGALIA indica presença de hipertensão portal HEPATOMEGALIA tamanho, superfície, margens e consistência ICTERÍCIA UNHAS DE MUEHRCKE E DE TERRY
3. EXAMES LABORATORIAIS: Necessário investigar lesão hepatocelular, colestase ou déficit de função hepática, além da identificação do fator etiológico causador da cirrose - função hepática : bilirrubinas, albumina, coagulograma - Quando a bilirrubina está elevado, é necessário identificar qual fração está elevada - predomínio da fração conjugada: deverá ser considerada a presença de colestase associada ao fígado cirrótico, especialmente se GGT e fosfatase alcalina estiverem elevadas conjuntamente. - bilirrubina não conjugada, associado a icterícia: esse fato poderá indicar dificuldade do hepatócito para realizar a conjugação da bilirrubina, indicando a possibilidade de estar presente a insuficiência hepática. - albumina: proteína produzida exclusivamente pelo fígado. Costuma apresentar valor baixo nos cirróticos - lesão hepática: transferases (TGO e TGP quando aumentadas indicam lesão no hepatócito, c/ predomínio de TGO) - associada à colestase: fosfatase alcalina e gama glutamil transferase (gama GGT). São enzimas presentes nos colangiócitos, ou seja, nas células epiteliais que formam os ductos biliares, responsáveis por drenar a bile do fígado. Estarão elevados nos casos de colangite - hemograma completo - função renal: ureia e creatinina OBS: diante dos resultados destes exames e dos dados clínicos obtidos pela anamnese e pelo exame físico, pode-se estimar o diagnóstico de cirrose realizando: a. cálculo do APRI b. cálculo do FIB- c. cálculo do escore Child-Pugh-Turcotte → ideia de sobrevida
Por outro lado, a redução na produção desse vasodilatador pelas células endoteliais sinusoidais, contribui para o aumento da resistência vascular intra hepática, causando uma congestão. O acúmulo de sangue no sistema porta provoca a hipertensão portal, a qual pode causar diversos sintomas clínicos:
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA: ocorre por translocação bacteriana, por exemplo, por constipação, principalmente por E. coli (se nefrótica, pensar em pneumococo). ⚠️ Vai ter uma aula só disso⚠️ ○ Pode-se manifestar por febre, dor abdominal e alterações de ritmo intestinal ou por sinais de EH e disfunção renal. ○ Diagnóstico: polimorfonucleares > 250 mm³ + cultura positiva. ○ Tratamento: cefalosporina 3ª geração. ○ Profilaxia primária: faz quando a pessoa já teve hemorragia digestiva. ■ Ceftriaxona ou norfloxacino. HEPATOCARCINOMA: evolução do paciente → cirrose é fator de risco para carcinoma Ocorre numa frequência de 3 a 5% ao ano em pacientes com cirrose, particularmente secundário a hepatites B e C, álcool, esteatohepatite não alcoólica e hemocromatose. Em fases avançadas, pode-se manifestar por icterícia progressiva, emagrecimento, dor em hipocôndrio direito e ascite hemorrágica por trombose tumoral de veia porta. O diagnóstico precoce é importante para indicação de transplante de fígado, principal terapia de caráter curativo. O rastreamento é realizado com ultrassonografia abdominal associado ou não à dosagem de alfafetoproteína. Na presença de nódulos e/ou elevação de alfa fetoproteína, o diagnóstico pode ser comprovado por tomografia computadorizada ou ressonância magnética ORDEM DA EVOLUÇÃO: