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DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA, Notas de aula de Gastroenterologia

Abordagem completa sobre o tema, com epidemiologia, fisiopatologia, clínica, diagnósticos, exames complementares e tratamento. Além de inúmeras figuras e esquemas ilustrando todo o conteúdo

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 28/10/2024

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DOENÇAS HEPÁTICAS CRÔNICAS
O fígado é um órgão que armazena nutrientes que podem ser futuramente utilizados pelo organismo. Para isso, todos os nutrientes
absorvidos no sistema digestório devem ser levados para o fígado por meio da veia porta, com exceção dos lipídeos que chegam no fígado por meio
da artéria hepática.
O fígado é formado por hepatócitos que se agrupam para formar lóbulos hepáticos. Esses estão sempre relacionados com uma tríade
portal, a qual é composta por uma artéria hepática, uma veia porta e um ducto colédoco. Os ramos da veia porta drenam sangue para a veia
centrolobular que em seguida drena sangue para a veia porta. Além da veia porta, o fígado também possui veias hepáticas, que drenam sangue para
a veia cava inferior
Existem algumas células entre os hepatócitos chamadas de células de Ito que são responsáveis por armazenar gordura, além de serem
ricas em vitaminas A. Existem macrófagos no tecido hepático que são chamados de células de kupffer
Suprimento sanguíneo: o fígado recebe sangue da veia porta (pouco oxigenado, mas com muito nutriente) e da artéria hepática (rico em
oxigênio), sendo composto portanto de um sistema portal venoso e de um sistema arterial:
-Sistema portal venoso: veia porta se ramifica nas vênulas portais, que por sua vez se ramificam nas vênulas distribuidoras. As vênulas
distribuidoras se dividem nos capilares sinusóides. Esses vasos têm paredes constituídas por células endoteliais e fibras colágenas. - As
veias hepáticas desembocam na veia cava inferior.
-Sistema arterial: a artéria hepática se ramifica nas arteríolas intratubulares - desembocam nos sinusóides, provendo uma mistura de
sangue arterial e venoso portal nesses capilares.
OBS: o sangue flui da periferia para o centro, assim o oxigênio e os metabólitos, assim como substâncias tóxicas, alcançam as células periféricas e
posteriormente as centrais dos lóbulos.
O fígado é um órgão capaz de se regenerar fácil e rapidamente. Em casos de agressões momentâneas, as células hepáticas morrem mas
são capazes de se regenerarem de forma adequada sem causar prejuízo funcional ao tecido. Entretanto, quando essas agressões são constantes, os
hepatócitos não têm tempo suficiente para se regenerarem de forma adequada.
Existem outras células que são lesadas neste processo (células de Kupffer), que quando sofrem injúria, passam a secretar citocinas
inflamatórias (como o TGF-beta e TNF) que irão agir sobre as células de Ito, que sobre o estímulo das citocinas passam a sintetizar colágeno.
Nesses casos, os hepatócitos são substituídos por uma camada de fibrose, formada por meio de depósito de colágeno durante a cicatrização.
Devido a camada fibrótica, os hepatócitos que não haviam passado pelo processo de agressão acabam morrendo devido a dificuldade de
contato com a tríade portal e com os nutrientes vindos da artéria hepática. Ao mesmo tempo, o fígado perde a sua função pois não consegue mais
ter acesso aos nutrientes que deveria armazenar e não consegue enviar esses nutrientes de volta para a circulação de forma adequada.
Porque pessoas com doenças hepáticas crônicas têm hepatomegalia? Depois da fibrose, os hepatócitos se regeneram, sempre na mesma
proporção do tecido que está morrendo. Entretanto, além das novas células, ainda existe fibrose. Esse é um processo degenerativo e que irá
continuar ocorrendo enquanto ainda tiver lesão celular. Em algum momento, essa lesão celular não irá depender somente do agressor inicial, mas
devido ao acúmulo de fibrose, ocorre isquemia. Quanto mais lesão, mais células e mais fibrose. Isso faz com que o fígado aumente de tamanho.
DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA:
A doença hepática crônica ocorre quando o fígado é exposto a diversas formas de lesões que persistem por no mínimo 6 meses. Existem
diversas causas para uma doença hepática crônica, sendo que algumas delas levam à cirrose mais rapidamente e outras mais lentamente.
Para a avaliação de um paciente com suspeita de hepatite crônica, deve-se saber quais são as possíveis etiologias da doença, qual é a
frequência em nosso meio e como a hepatite crônica pode se apresentar no paciente. O conhecimento do mecanismo de produção da lesão pode
ajudar a confirmar os possíveis diagnósticos (viral, autoimune, de reação a drogas).
Classicamente, a hepatite crônica é definida como a persistência de reação inflamatória que se mantém sem melhora pelo prazo mínimo
de seis meses. Apesar de envolver um conceito histopatológico, na maioria das vezes o reconhecimento pode ser feito pela análise simultânea de
características clínicas e laboratoriais. É o caso das hepatites por vírus, em que há antígenos virais no soro (etiologia) e níveis elevados de
aminotransferases (atividade inflamatória), podendo estar associados aos sinais e sintomas clínicos sugestivos de hepatopatia e confirmados pela
histologia (grau de atividade inflamatória e grau de fibrose hepática)
Assim, o diagnóstico final de hepatite crônica deve ser baseado em três aspectos: etiologia, grau de atividade inflamatória e estadiamento
da lesão estrutural hepática (fibrose)
CARACTERÍSTICAS
Quando falamos de hepatite crônica, pensamos principalmente em um processo inflamatório. Nessas circunstâncias, pode ser que o
processo fibrótico já tenha se iniciado mas não seja significativo o suficiente para causar a cirrose, além do surgimento de nódulos hepáticos e
esteatose hepática. O desenvolvimento de hepatites crônicas aumenta o risco do desenvolvimento de cânceres hepáticos e de cirrose
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DOENÇAS HEPÁTICAS CRÔNICAS

O fígado é um órgão que armazena nutrientes que podem ser futuramente utilizados pelo organismo. Para isso, todos os nutrientes absorvidos no sistema digestório devem ser levados para o fígado por meio da veia porta, com exceção dos lipídeos que chegam no fígado por meio da artéria hepática. O fígado é formado por hepatócitos que se agrupam para formar lóbulos hepáticos. Esses estão sempre relacionados com uma tríade portal, a qual é composta por uma artéria hepática, uma veia porta e um ducto colédoco. Os ramos da veia porta drenam sangue para a veia centrolobular que em seguida drena sangue para a veia porta. Além da veia porta, o fígado também possui veias hepáticas, que drenam sangue para a veia cava inferior Existem algumas células entre os hepatócitos chamadas de células de Ito que são responsáveis por armazenar gordura, além de serem ricas em vitaminas A. Existem macrófagos no tecido hepático que são chamados de células de kupffer Suprimento sanguíneo: o fígado recebe sangue da veia porta (pouco oxigenado, mas com muito nutriente) e da artéria hepática (rico em oxigênio), sendo composto portanto de um sistema portal venoso e de um sistema arterial:

  • Sistema portal venoso: veia porta se ramifica nas vênulas portais, que por sua vez se ramificam nas vênulas distribuidoras. As vênulas distribuidoras se dividem nos capilares sinusóides. Esses vasos têm paredes constituídas por células endoteliais e fibras colágenas. - As veias hepáticas desembocam na veia cava inferior.
  • Sistema arterial: a artéria hepática se ramifica nas arteríolas intratubulares - desembocam nos sinusóides, provendo uma mistura de sangue arterial e venoso portal nesses capilares. OBS: o sangue flui da periferia para o centro, assim o oxigênio e os metabólitos, assim como substâncias tóxicas, alcançam as células periféricas e posteriormente as centrais dos lóbulos. O fígado é um órgão capaz de se regenerar fácil e rapidamente. Em casos de agressões momentâneas, as células hepáticas morrem mas são capazes de se regenerarem de forma adequada sem causar prejuízo funcional ao tecido. Entretanto, quando essas agressões são constantes, os hepatócitos não têm tempo suficiente para se regenerarem de forma adequada. Existem outras células que são lesadas neste processo (células de Kupffer), que quando sofrem injúria, passam a secretar citocinas inflamatórias (como o TGF-beta e TNF) que irão agir sobre as células de Ito, que sobre o estímulo das citocinas passam a sintetizar colágeno. Nesses casos, os hepatócitos são substituídos por uma camada de fibrose, formada por meio de depósito de colágeno durante a cicatrização. Devido a camada fibrótica, os hepatócitos que não haviam passado pelo processo de agressão acabam morrendo devido a dificuldade de contato com a tríade portal e com os nutrientes vindos da artéria hepática. Ao mesmo tempo, o fígado perde a sua função pois não consegue mais ter acesso aos nutrientes que deveria armazenar e não consegue enviar esses nutrientes de volta para a circulação de forma adequada. Porque pessoas com doenças hepáticas crônicas têm hepatomegalia? Depois da fibrose, os hepatócitos se regeneram, sempre na mesma proporção do tecido que está morrendo. Entretanto, além das novas células, ainda existe fibrose. Esse é um processo degenerativo e que irá continuar ocorrendo enquanto ainda tiver lesão celular. Em algum momento, essa lesão celular não irá depender somente do agressor inicial, mas devido ao acúmulo de fibrose, ocorre isquemia. Quanto mais lesão, mais células e mais fibrose. Isso faz com que o fígado aumente de tamanho.

DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA:

A doença hepática crônica ocorre quando o fígado é exposto a diversas formas de lesões que persistem por no mínimo 6 meses. Existem diversas causas para uma doença hepática crônica, sendo que algumas delas levam à cirrose mais rapidamente e outras mais lentamente. Para a avaliação de um paciente com suspeita de hepatite crônica, deve-se saber quais são as possíveis etiologias da doença, qual é a frequência em nosso meio e como a hepatite crônica pode se apresentar no paciente. O conhecimento do mecanismo de produção da lesão pode ajudar a confirmar os possíveis diagnósticos (viral, autoimune, de reação a drogas). Classicamente, a hepatite crônica é definida como a persistência de reação inflamatória que se mantém sem melhora pelo prazo mínimo de seis meses. Apesar de envolver um conceito histopatológico, na maioria das vezes o reconhecimento pode ser feito pela análise simultânea de características clínicas e laboratoriais. É o caso das hepatites por vírus, em que há antígenos virais no soro (etiologia) e níveis elevados de aminotransferases (atividade inflamatória), podendo estar associados aos sinais e sintomas clínicos sugestivos de hepatopatia e confirmados pela histologia (grau de atividade inflamatória e grau de fibrose hepática) Assim, o diagnóstico final de hepatite crônica deve ser baseado em três aspectos: etiologia, grau de atividade inflamatória e estadiamento da lesão estrutural hepática (fibrose) CARACTERÍSTICAS Quando falamos de hepatite crônica, pensamos principalmente em um processo inflamatório. Nessas circunstâncias, pode ser que o processo fibrótico já tenha se iniciado mas não seja significativo o suficiente para causar a cirrose, além do surgimento de nódulos hepáticos e esteatose hepática. O desenvolvimento de hepatites crônicas aumenta o risco do desenvolvimento de cânceres hepáticos e de cirrose

  • NÓDULOS HEPÁTICOS: aparecem à medida que a inflamação crônica progride. Esses nódulos indicam uma tentativa do órgão de se reparar do processo de agressão/ regenerar. Podem ser percebidos nos exames de imagem como ultrassonografia ou tomografia computadorizada.
  • ESTEATOSE HEPÁTICA: a inflamação crônica pode causar uma disfunção na regulação do metabolismo lipídico. Isso resulta no aumento da captação e na síntese de ácidos graxos pelos hepatócitos, contribuindo para a esteatose hepática. Além da inflamação, as hepatites crônicas podem causar resistência à insulina, condição que também está associada ao aumento da produção de gordura pelo fígado e pelo acúmulo de triglicerídeos nas células hepáticas. Pode ocorrer também um desbalanço no transporte de gordura que contribui para a esteatose
  • CIRROSE HEPÁTICA: é uma das complicações da hepatite crônica, que resulta da cicatrização do tecido hepático danificado. Isso pode levar ao aparecimento de sintomas sistêmicos
  • CÂNCER HEPÁTICO: pacientes com hepatite crônica possuem um risco aumentado de desenvolverem CA hepático porque os nódulos podem se transformar em processos neoplásicos OBS: o grau de fibrose, de cirrose e o processo inflamatório pode ser avaliado por dois sistemas de classificação: score de Knodell-Ishank (para hepatites crônicas) e o score de Metavir (para hepatite C) ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO: Numerosas causas podem ser incluídas na hepatite crônica, sendo as mais comuns: virais, autoimune, associado às drogas, e as criptogênicas (causa desconhecida) A. HEPATITE VIRAL CRÔNICA:
  • Os principais vírus hepatotrópicos conhecidos são os da hepatite A (VHA), B (VHB), C (VHC), D (VHD) e E (VHE). Entretanto, dentre esses, os mais comuns de causarem hepatopatias crônicas são o B, C e D.
  • A hepatite viral crônica embora seja menos comum que as agudas, podem persistir por anos ou décadas. Essa inflamação contínua deteriora lentamente o fígado e acaba levando a cirrose, insuficiência hepática e câncer hepático.
  • A hepatite C é a mais comum de se tornar crônica. A hepatite B vira crônica somente quando existe coinfecção com a hepatite D (não existe hepatite D sozinha). Raramente a hepatite E causa hepatite crônica em pessoas com o sistema imunológico comprometido. a. Transmissão da hepatite B: vertical (mãe para filho) ou horizontal (sexualmente transmissível. b. Transmissão hepatite C: compartilhamento de agulhas, transmissão sexual e vertical c. Transmissão hepatite D: via parenteral e contato com áreas endêmicas. B. DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA (DHA):
  • Pode-se apresentar com diferentes tipos de lesões hepáticas, desde esteatose à cirrose.
  • A cirrose é a fase da DHA que se considera irreversível. O padrão inicial pode ser micronodular, mas na fase avançada pode ser micronodular ou misto. O seu diagnóstico se baseia em diversos fatores, desde anamnese (para conhecer os hábitos etílicos do paciente), exame físico e exames laboratoriais. Além dos dados clínicos e laboratoriais, exames de imagem, como ultrassonografia, podem ser úteis. C. DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCÓOLICA:
  • É quando ocorre esteatose hepática mesmo na ausência de consumo de álcool. A probabilidade de um paciente ter essa doença está relacionada de forma direta com o peso do paciente.
  • Associada a disfunção metabólica do paciente CLÍNICA: As doenças hepáticas crônicas podem causar alterações sistêmicas como a perda ponderal, a ginecomastia, a resistência à insulina, a icterícia, a ascite, o edema de membros inferiores, a circulação colateral, queda de albumina e os sangramentos digestivos.
  • Perda ponderal, desnutrição e anorexia: O fígado desempenha um papel crucial no metabolismo dos nutrientes, incluindo carboidratos, proteínas e gorduras. Nas doenças crônicas hepáticas ocorre uma redução da função do fígado, afetando as suas funções metabólicas essenciais. Além disso, o estômago pode ficar comprometido devido ao tamanho do fígado e a ascite, o que compromete a ingesta alimentar. Ou seja, o paciente come pouco e o que ele come não é absorvido.
  • Fraqueza e cansaço
  • Esteatorreia: A má absorção de lipídeos pode levar a esteatorreia.

Podem ser divididos em:

  1. primários: associados à síndrome metabólica → obesidade, DM II (resistência insulínica), dislipidemia, hipertensão arterial
  2. secundários: associados ao uso de nutrição parenteral total prolongada, desnutrição, perda de peso rápida e acentuada, uso de drogas, como amiodarona QUADRO CLÍNICO: Ocorre em todas as idades, embora a maior prevalência seja na quarta/ quinta década de vida. Os portadores de DHGNA geralmente são assintomáticos e descobrem a doença por elevação das transferases (ALT/TGP e AST/ TGO) ou por USG de abdome. Os sintomas propriamente ditos são inespecíficos. Quando ocorrem são geralmente inespecíficos e vagos, como desconforto no quadrante superior direito, fadiga crônica e dispepsia. Raramente, sintomas como náuseas, anorexia e prurido são relatados pelos pacientes. EXAME FÍSICO: Geralmente os pacientes estão acima do peso, com IMC maior que 25kg/m², são hipertensos e apresentam adiposidade visceral DOENÇA HEPÁTICA ALCOÓLICA (DHA): O etanol pode produzir efeitos adversos em diversos órgãos, entre eles fígado, esôfago, estômago, intestino, pâncreas, coração e cérebro, prejudicando as principais funções vitais. Desses, o fígado é o mais afetado no organismo. Usualmente, a DHA pode ser dividida em três tipos:
  3. esteatose
  4. hepatite alcoólica
  5. cirrose Vários fatores influenciam a gênese das doenças alcoólicas, em geral e, especialmente, nas doenças do fígado. A dose ingerida é o fator mais importante. No homem, sabe-se que doses de 40 a 80 g/dia podem levar à cirrose. As mulheres, apesar de consumirem menos álcool do que os homens, têm um limiar menor de risco para o desenvolvimento de cirrose, de apenas 20 a 60 g/dia. Além disso, a DHA desenvolve-se e progride mais rapidamente na mulher O desenvolvimento de doença hepática não está relacionado necessariamente à embriaguez, pois a ingestão alcoólica pode ser distribuída ao longo do dia sem que as concentrações sanguíneas atinjam níveis de embriaguez, escapando até mesmo à detecção por bafômetros. O tipo de bebida não parece ser importante, mas sim a quantidade equivalente de álcool puro ingerida FISIOPATOLOGIA: Após ingestão, o álcool é absorvido pelas mucosas gástrica (cerca de 75%) e intestinal (25%) por difusão passiva simples sem necessitar de processos de digestão. Pequena quantidade pode ser absorvida pelas membranas das mucosas da boca e do esôfago. a. estômago: primeiro passo da metabolização → onde existe três isoenzimas de álcool desidrogenase (ADH) b. fígado: três vias de metabolização que produzem acetaldeído c. esteatose hepática: resulta de vários fatores metabólicos d. estresse oxidativo parece ter papel central na lesão determinada pelo álcool → a ingestão crônica resulta na indução da CYP2E1, especialmente na região centrolobular do fígado, o que aumenta a peroxidação lipídica e a produção de EROS, as quais reagem com proteínas celulares lesando as membranas das organelas e alterando a função dos hepatócitos O papel da desnutrição na iniciação ou no agravamento da DHA merece atenção dos pontos de vista patogenético e terapêutico. A desnutrição em função de dieta pobre é bem conhecida no alcoólatra, mas desnutrição secundária ocorre em bebedores nos quais a dieta é adequada. Deve-se considerar, no mínimo, que o metabolismo do álcool aumenta as necessidades de nutrientes, como colina e ácido fólico, e que deficiências nutricionais em alcoólatras podem acentuar os efeitos do álcool para cujo metabolismo são necessárias proteínas e enzimas. EPIDEMIOLOGIA: Tem maior prevalência em indivíduos acima da quarta década de vida, podendo ocorrer em pessoas mais jovens. As mulheres apresentam maior suscetibilidade em desenvolver dano hepático, comparado a homens quando ingerindo a mesma quantidade de álcool CLASSIFICAÇÃO E SINTOMAS:

A esteatose hepática é a lesão hepática álcool-induzida mais frequente e usualmente segue a ingestão leve a moderada de álcool. Cerca de 90% dos alcoólatras desenvolvem a esteatose, a qual é completamente reversível com a abstinência (desaparece em duas a quatro semanas). Cerca de 10 - 15% dos portadores de esteatose terão evolução para cirrose. Ao contrário da DHGNA, em que a maioria dos pacientes é assintomática, os pacientes com DHA podem apresentar anorexia, náuseas, vômitos e dor abdominal no epigástrio e no hipocôndrio direito, embora alguns possam ser assintomáticos como na DHGNA. No exame físico, observa-se hepatomegalia em grande número de casos, icterícia em 15% dos pacientes e sinais de desnutrição e carência vitamínica. A hepatite alcoólica (ou, mais precisamente, esteato-hepatite alcoólica) é a lesão mais típica da doença hepática produzida pelo álcool e está presente em 10 a 35% dos alcoolistas. Os sintomas surgem, em geral, após o aumento recente da ingestão alcoólica. Os pacientes apresentam anorexia, astenia, perda de peso, dor abdominal no hipocôndrio direito, náuseas, vômitos e icterícia. A forma grave pode cursar com hemorragia digestiva alta por sangramento de varizes esôfago-gástricas, encefalopatia hepática, ascite, uremia e insuficiência hepática, podendo evoluir para óbito rapidamente. EXAME FÍSICO: No exame físico, alguns sinais periféricos de insuficiência hepática e hipertensão portal podem estar presentes, entre eles eritema palmar, ginecomastia, aranhas vasculares, circulação colateral visível no abdome, hepatoesplenomegalia, edema de membros inferiores e febre EXAMES LABORATORIAIS: Nos exames laboratoriais, observa-se elevação da gama-GT em todas as formas de DHA. Os níveis de gama-GT podem permanecer discretamente elevados se houver alguma hepatopatia crônica; e a abstinência é acompanhada da redução progressiva da gama-GT sérica, normalizando-se ao fim de seis a oito semanas. Outra enzima que se eleva com frequência no alcoolismo é a AST, que costuma estar mais elevada do que a ALT, sendo a relação AST/ALT maior do que 2 altamente indicativa de DHA. O volume corpuscular médio (VCM) encontra-se elevado em alcoolistas e hepatopatas sem anemia. Isso ocorre por diversos fatores, entre eles hemólise, deficiência de folato e toxicidade direta do álcool sobre a medula Os exames laboratoriais são semelhantes aos descritos para esteatose hepática; contudo, existe maior gravidade, com elevação significativa da AST, gama-GT, fosfatase alcalina, associados a alterações no tempo de protrombina, albumina e bilirrubinas, configurando disfunção hepática. Também na hepatite alcoólica, observa-se leucocitose com neutrofilia no sangue periférico. HISTOPATOLOGIA: Os principais achados histológicos da hepatite alcoólica são balonização e focos de necrose dos hepatócitos, presença de corpúsculos de Mallory-Denk (depósito eosinofílico com aspecto floculado irregular no citoplasma dos hepatócitos), infiltrado inflamatório lobular rico em neutrófilos (especialmente ao redor dos hepatócitos com corpúsculos de Mallory-Denk, configurando a chamada satelitose) e fibrose perivenular e perissinusoidal, além de esteatose CIRROSE HEPÁTICA: No fígado normal: veia porta se distribui para o fígado. Ao sair do fígado é a veia cava inferior. A veia centrolobular e a tríade portal fazem parte do fígado (tríade portal: ramo da veia porta, art. hepática e um ramo do ducto biliar). O ducto biliar tem o sentido contrário → vai coletando o que foi depositado pelos outros

Doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD): substituição de hepatócitos por tecido gorduroso, “sufocamento” dos hepatócitos, que ficam inviáveis e começam com fibrose. - esteatose hepática ○ pode ocorrer em população obesa, mas também em saudáveis, diabetes tipo 2 ● Hepatite autoimune; ● Cirrose biliar - comum na criança ● Cirrose cardíaca; QUADRO CLÍNICO: O quadro clínico da cirrose hepática é muito variado, podendo existir desde pacientes assintomáticos até aqueles que apresentarão sintomas e sinais clínicos clássicos decorrentes das complicações da cirrose. Assintomática na maioria dos casos. ● Anorexia e desnutrição ● Emagrecimento ● Náuseas ● Dor abdominal ● Fraqueza, cansaço fácil e atrofia muscular ● Colúria: coloração escura da urina devido à eliminação de bilirrubina ● Hematêmese e/ ou melena ● Alterações psíquicas: pela encefalopatia. ● Perda de pelos - menos proteína ● Epistaxe e gengivorragia ● Varizes esofagogástricas: ocorre pela veia gástrica esquerda. ● Varizes de fundo: ocorre pelas veias gástricas curtas. ● Varizes anorretais: ocorre porque a veia porta não consegue passar o sangue para a veia cava sendo necessário mudar de trajeto e mandar o sangue a veia mesentérica inferior que por meio da veia pudenda interna atinge a veia cava. Entretanto, por causa dessa mudança de trajeto e por causa da cirrose, ocorre um aumento no calibre dos vasos anorretais. DIAGNÓSTICO: A anamnese cumpre papel fundamental na abordagem dos pacientes com cirrose hepática, pois todos os dados, desde a identificação até o interrogatório sobre os diferentes aparelhos, poderão trazer informações fundamentais para a composição do raciocínio e a definição do diagnóstico. Papel semelhante atribui-se ao exame físico, que deve ser completo e atua também como complemento importante para a confirmação do diagnóstico, especialmente nas fases mais avançadas de evolução

1. ANAMNESE: - sexo: hemocromatose mais comuns em homens, enquanto colangite biliar é mais comum em mulheres - idade: hepatite autoimune predomina em jovens, enquanto hemocromatose acima dos 40 anos - naturalidade e procedência: locais que o paciente já viveu, se são áreas endêmicas, como a hepatite B na Amazônia - profissão atual e anteriores - antecedentes familiares - hábitos de vida: etilismo, tabagismo, atividade física e sexual - condições de moradia - interrogatório de diversos aparelhos: presença de edemas de MMII, coloração da urina e da cor da pele, dispneia 2. EXAME FÍSICO: - O paciente portador de cirrose hepática, como já foi destacado anteriormente, poderá apresentar cirrose compensada ou descompensada. Nesta última os sinais clínicos estarão muito evidentes, como a presença de ascite, hérnia umbilical, equimoses, icterícia, aranhas vasculares, edema dos membros inferiores, visceromegalias ARANHAS VASCULARES telangiectasias arteriolares associadas à insuficiência hepática: vasos sanguíneos que ficam logo abaixo da pele, com menos de um milímetro de espessura. ASCITE pequeno, médio ou de grande volume: hipertensão dos vasos sinusoides (peritônio) ASTERIX mioclonia negativa presente no estágio II de encefalopatia hepática: alteração nas fibras do fuso, pela deposição de amônia nas fibras do fuso. Comum estar presente em pacientes assintomáticos ATROFIA TESTICULAR e GINECOMASTIA sinal de hipogonadismo BAQUETEAMENTO CIRCULAÇÃO COLATERAL

CONTRATURA DE DUPUYTREN contratura em flexão dos dedos da mão: comum em etilista. Músculos estão hiper rígidos ERITEMA PALMAR 25% dos pacientes cirróticos ESPLENOMEGALIA indica presença de hipertensão portal HEPATOMEGALIA tamanho, superfície, margens e consistência ICTERÍCIA UNHAS DE MUEHRCKE E DE TERRY

3. EXAMES LABORATORIAIS: Necessário investigar lesão hepatocelular, colestase ou déficit de função hepática, além da identificação do fator etiológico causador da cirrose - função hepática : bilirrubinas, albumina, coagulograma - Quando a bilirrubina está elevado, é necessário identificar qual fração está elevada - predomínio da fração conjugada: deverá ser considerada a presença de colestase associada ao fígado cirrótico, especialmente se GGT e fosfatase alcalina estiverem elevadas conjuntamente. - bilirrubina não conjugada, associado a icterícia: esse fato poderá indicar dificuldade do hepatócito para realizar a conjugação da bilirrubina, indicando a possibilidade de estar presente a insuficiência hepática. - albumina: proteína produzida exclusivamente pelo fígado. Costuma apresentar valor baixo nos cirróticos - lesão hepática: transferases (TGO e TGP quando aumentadas indicam lesão no hepatócito, c/ predomínio de TGO) - associada à colestase: fosfatase alcalina e gama glutamil transferase (gama GGT). São enzimas presentes nos colangiócitos, ou seja, nas células epiteliais que formam os ductos biliares, responsáveis por drenar a bile do fígado. Estarão elevados nos casos de colangite - hemograma completo - função renal: ureia e creatinina OBS: diante dos resultados destes exames e dos dados clínicos obtidos pela anamnese e pelo exame físico, pode-se estimar o diagnóstico de cirrose realizando: a. cálculo do APRI b. cálculo do FIB- c. cálculo do escore Child-Pugh-Turcotte → ideia de sobrevida

  • 3 parâmetros laboratoriais
  • 2 parâmetros de exame físico
  • Child C – indivíduo mais grave; associado a maiores complicações
  • Albumina infundida: melhora além da própria albumina, a ascite
  • bolus: albumina em bolus com furosemida → ascite d. cálculo do MELD: mais utilizado para prognóstico → ideia de mortalidade
  • muito utilizado para alocação dos pacientes na fila de transplantes (avalia o grau de prioridade)
  • quanto pior o MELD, o paciente vai avançado na lista de transplante
  • a prioridade do transplante é dada pelo MELD elevado
  • Paciente etilista ativo não entra na lista de espera → mínimo de 2 anos sem beber
  • OBS: na pediatria é usado o score chamado PELD

Por outro lado, a redução na produção desse vasodilatador pelas células endoteliais sinusoidais, contribui para o aumento da resistência vascular intra hepática, causando uma congestão. O acúmulo de sangue no sistema porta provoca a hipertensão portal, a qual pode causar diversos sintomas clínicos:

  • ativação do sistema renina angiotensina (SRAA), com retenção de sódio e água → ocorre devido a diminuição da resistência vascular sistêmica e redução progressiva de volume plasmático
  • ativação do sistema nervoso autônomo com liberação de catecolaminas
  • secreção não osmótica de hormônio antidiurético Como consequência desses eventos temos uma circulação hiperdinâmica do cirrótico, caracterizada por aumento do índice cardíaco e redução da resistência vascular sistêmica e pelas complicações terminais da cirrose, secundárias à falência desses mecanismos compensatórios: hipotensão, uremia por vasoconstrição renal progressiva e hiponatremia dilucional ● desvio do fluxo sanguíneo da veia porta fazendo com que haja um acúmulo de sangue nessa região ao invés de ir para o fígado. ○ Ocorre hipertensão portal pelo aumento na resistência hepática (a cirrose faz com que o parênquima fique duro dificultando a passagem de sangue) e pelo hiperfluxo esplâncnico (vasodilatação esplâncnico pela aumento de óxido nítrico). ○ > 10 mmHg: hipertensão portal. ○ > ou igual a 10 mmHg: varizes esofagogástricas. ○ > 12 mmHg: maior risco de ruptura (hemorragia). ○ Causas: ■ Trombose da veia porta: hipercoagulabilidade. ■ Trombose da veia esplênica: pancreatite crônica. ■ Cirrose. ■ Esquistossomose. ■ Doença Veno-oclusiva. ○ Consequências: ■ Esplenomegalia associada a trombocitopenia. ■ Ascite: é um peritônio muito permeável → extravasamento + ausência de proteína : pressão coloidosmótica está baixa → vaza líquidos para a membrana (peritônio), que é semipermeável ■ Edema de MMII: ocorre devido ao bloqueio do retorno venoso, que é causada pela pressão que está sendo exercida no abdome pela ascite ■ Circulação colateral - varizes esofagogástricas, anorretais e cabeça de medusa. ( forma de aliviar a pressão portal) ■ Ginecomastia: aumento da circulação de hormônios, uma vez que é o fígado que metaboliza esses hormônios. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA: a mais comum é por varizes de esôfago → dilatação dos vasos do esôfago por causa da cirrose, isso faz com que esses vasos se rompem facilmente (varizes esofágicas).
  • É a principal causa de morte dos cirróticos (associado aos poucos fatores de coagulação que o cirrótico tem e a alta pressão do vaso). Mortalidade de cerca de 10 - 20% dos casos
  • Manifesta-se por hematêmese, melena ou enterorragia, e frequentemente associado à instabilidade hemodinâmica
  • Visando à instituição de medidas profiláticas, é recomendado que todo paciente com cirrose submeta-se à endoscopia digestiva alta para avaliação da presença de varizes de esôfago. Caso sejam identificadas varizes de médio e grosso calibre, é indicada profilaxia primária para redução de risco de sangramento. ○ Profilaxia primária: nunca sangrou ■ Beta bloqueadores não seletivos - propranolol; ■ EDA ■ Escleroterapia / Ligadura Endoscópica ○ Profilaxia secundária: já sangrou mas está estável; ■ EDA mensal; ■ Beta bloqueador e ligadura elástica. ○ “ Shunt’’ cirúrgico - usado em casos refratários. ○ Em casos de emergência : balão de Sengstaken-Blakemore - comprime a parede do esôfago e do estômago (tenta fazer parar de sangrar pela compressão) ■ pouco usado, porque o paciente não está com boa coagulação ○ T.I.P.S: anastomose transjugular portossistêmica intra-hepática - usado em casos refratários – comunicação da veia porta com a veia cava – cateter entra na veia porta, perfura o parênquima do fígado e encontra a veia cava, desviando o sangue da veia porta. - Vantagem: não necessita de cirurgia - Pode funcionar como preparo para transplante hepático – diminuindo a pressão da circulação portal ○ Transplante hepático. SÍNDROME HEPATORRENAL: alteração do funcionamento da regulação do rim em decorrência do excesso de sangue venoso e falta do sangue arterial. Trata-se do desenvolvimento da insuficiência renal funcional em pacientes com insuficiência hepática aguda ou crônica que apresentam hipertensão portal ou ascite.
  • O acúmulo de sangue no sistema porta → muito sangue no sistema venoso, porém não está conseguindo chegar no coração (está se espalhando para outras partes do corpo - circulação colateral, varizes esofágicas… Está chegando pouco sangue na veia cava inferior, produzindo pouco sangue arterial, ao passar pelo rim, o corpo entende que a pessoa tem menos sangue, ativando o SRAA para guardar mais líquido ■ A vasodilatação esplâncnica leva ao aumento da produção de NO e estímulo nos sistemas vasoconstritores, como o sistema renina-angiotensina-aldosterona, catecolaminas, vasopressina e endotelinas, resultando em intensa redução da taxa de filtração glomerular. ■ Ativação do SRAA → Ascite ■ Vasoconstrição renal → Síndrome hepatorrenal ■ FC aumenta, FR aumenta pela ascite diminuindo a expansibilidade e na tentativa de aumentar a oxigenação devido a menor quantidade de sangue arterial
  • Não há resposta à suspensão de diuréticos e a reposição volêmica, sendo que é necessária essa ausência de resposta clínica à reposição para que haja diferenciação com a insuficiência renal aguda de origem pré-renal. ○ Profilaxia : albumina, utilização de análogos de somatostatina e vasoconstritores esplâncnicos como a terlipressina. ○ Tratamento efetivo: transplante de fígado.

PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA: ocorre por translocação bacteriana, por exemplo, por constipação, principalmente por E. coli (se nefrótica, pensar em pneumococo). ⚠️ Vai ter uma aula só disso⚠️ ○ Pode-se manifestar por febre, dor abdominal e alterações de ritmo intestinal ou por sinais de EH e disfunção renal. ○ Diagnóstico: polimorfonucleares > 250 mm³ + cultura positiva. ○ Tratamento: cefalosporina 3ª geração. ○ Profilaxia primária: faz quando a pessoa já teve hemorragia digestiva. ■ Ceftriaxona ou norfloxacino. HEPATOCARCINOMA: evolução do paciente → cirrose é fator de risco para carcinoma Ocorre numa frequência de 3 a 5% ao ano em pacientes com cirrose, particularmente secundário a hepatites B e C, álcool, esteatohepatite não alcoólica e hemocromatose. Em fases avançadas, pode-se manifestar por icterícia progressiva, emagrecimento, dor em hipocôndrio direito e ascite hemorrágica por trombose tumoral de veia porta. O diagnóstico precoce é importante para indicação de transplante de fígado, principal terapia de caráter curativo. O rastreamento é realizado com ultrassonografia abdominal associado ou não à dosagem de alfafetoproteína. Na presença de nódulos e/ou elevação de alfa fetoproteína, o diagnóstico pode ser comprovado por tomografia computadorizada ou ressonância magnética ORDEM DA EVOLUÇÃO:

  • Agressão aguda do fígado: se o período de recuperação for suficiente, o fígado volta ao normal
  • Agressão aguda + regeneração falha → processo inflamatório no fígado
  • Esse processo inflamatório pode recuperar ou não
  • Se for fulminante, a agressão é tão grande que o sistema imunológico não consegue recuperar, ou quando a pessoa nem tem essa competência imunológica, como no HIV Caso 1: HMA: há 1 mês passou a apresentar evacuações enegrecidas que perduraram por 5 dias → Suspeita de melena Atualmente refere evacuar normalmente. Nega muco ou sangue vivo em fezes. Nega dor à evacuação. Informa aumento do volume abdominal há 6 meses → ascite? distensão de alça? peritonite? IDA: relata epigastralgia ocasional (úlcera hemorrágica?) além de diarreia frequente. Refere edema de membros inferiores. Tabagista de 20 cigarros há 25 anos. Estilista de 400mL pinga/dia há 27 anos. Exame físico: regular estado geral, taquipneico , desidratado (+/4), anictérico, hipocorado (++/Tórax atípico, presença de aranhas vasculares - telangiectasias. Ap. Respiratório: Murmúrio vesicular presente bilateralmente, sem ruídos adventícios. Frequência respiratória: 26 ipm Abdome: globoso, tenso, presença de circulação colateral, semicírculo de Skoda presente 2 cm acima da cicatriz umbilical, Sinal de Piparote positivo, Traube livre, Fígado não palpável (como o paciente já está a muito tempo com os sintomas, o fígado já está fibroso, por isso já não está aumentado) Indolor à palpação superficial e profunda. Membros: edema de membros inferiores (+++/4) Diagnóstico Sindrômico: hemorragia digestiva Diagnóstico: ascite devido a cirrose hepática (doença hepática alcoólica). Conduta:
  • hemograma, transaminases (TGO, TGP para avaliar lesão hepática), albumina, fatores de coagulação e bilirrubina para avaliar a função hepática, ultrassom hepático, creatinina e ureia para avaliação de função renal, glicemia
  • Endoscopia Digestiva Alta: a insuficiência hepática é comum devido a varizes do esôfago, identificar a causa da hemorragia.