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Uma análise da perplexidade inerente ao homem moderno, explorando a história da civilização ocidental, com ênfase na cultura grega, o helenismo, o renascimento, a modernidade e a antropologia. O texto discute a importância da cultura grega na história da humanidade e da civilização ocidental, a contribuição intelectual da criação da universidade, a eclosão da sociologia no século xix e a concepção clássica de antropologia. O documento também discute a questão do homem e sua importância na investigação, além de mencionar vários autores e obras relacionadas ao tema.
Tipologia: Resumos
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Disciplina : Fundamentos Sócio Antropológicos Curso: Psicologia Turma: 2º Docente : Marco Antônio Correia Bomfim DO LOGOS GREGO À RAZÃO INSTRUMENTAL MODERNA: introdução aos Estudos de Fundamentos Sócio Antropológicos aula 1 “ Para se compreender uma civilização. É preciso amá-la, e isto só se consegue graças aos valores permanentes, de validez universal, que ela implique. Tais valores costumam coincidir fundamentalmente em todas aquelas culturas que não servem só para o bem-estar físico, mas se preocupam com o homem total, ancorado no eterno. Sem tais valores, a vida não tem sentido.” Titus Burckhardt 1- Nós e a crise: a perplexidade inerente ao homem moderno e a falta de sentido diante dos avanços técnico-científicos Como nos diz Giovanni Reale em sua obra Corpo, alma, saúde : o conceito de homem de Homero a Platão “uma das necessidades mais radicais do homem, uma carência difícil de satisfazer, é a de conhecer a si mesmo”. O homem, enquanto ser racional se diferencia de todas as demais espécies e entes da natureza, por ter que tomar atitudes, posições perante a natureza, os fenômenos, perante a si mesmo (suas pulsões, qualidades, etc.), perante os seus semelhantes; ele precisa compreender a si, aos outros, a tudo que o rodeia, precisa captar e compreender as leis que ordenam o fluxo das coisas, etc. para se situar no mundo. Existir para o homem não é simplesmente estar aí como os demais entes que seguem uma ordem pré-estabelecida, como as demais coisas que demonstram seguir certas leis e princípios que ordenam o seu ser e constituem um todo orgânico, lógico, etc. que de certo modo podemos dizer, acabado. O homem, ao contrário, possui uma característica de ser, que podemos designar como ontologicamente intermediária entre o animal e o que está para além deste. Seu ser ainda não está completo, como se fosse um animal ainda não determinado, incompleto; ainda não realizado. E o ser racional implica em ter que conhecer (a si, aos outros, ao mundo) para autodeterminar-se e assim, melhor ordenar sua vida enquanto ser social/político. Vivemos uma época, em que os avanços técnico-científicos
parecem demonstrar que alcançamos a capacidade de dominar cada vez mais a natureza, manipular cada vez mais e com sucesso as coisas, objetos e
homem, da sociedade
Se pretendemos falar acerca do estudo racional da sociedade, homem, organizações, etc. enquanto pertencentes à civilização ocidental, não podemos nos furtar, tampouco negligenciar o olhar atento a cultura grega, mais especificamente àquele período que foi designado por helenismo, que significou não somente o desenvolvimento em seu sentido mais abrangente de um povo, cultura, etc. mas, também um fundamento, um paradigma, um marco na história da humanidade e da civilização ocidental. Enquanto civilização ocidental apreendemos muito da cultura helênica. Temos, mais apropriadamente falando, uma marca profunda em nosso ser- pensar-fazer que é característica da singularidade do povo grego. Deles aprendemos aquilo que tão bem disse o filólogo alemão Werner Jaeger “a estabilidade férrea das formas do pensamento, da oratória, do estilo, que ainda hoje para nós são válidas” Dentre as várias contribuições que o povo grego e cultura helênica nos legaram. Sem nenhuma dúvida a filosofia se destaca como a criação mais bela, imponente e de valor inestimável. A este respeito, fala Werner Jaeger (1995, p. 12) Nela se manifesta da maneira mais evidente a força que se encontra na raiz do pensamento e da arte grega, a percepção clara da ordem permanente que está no fundo de todos os acontecimentos e mudanças da natureza e da vida humanas. Todos os povos criaram o seu código de leis; mas os gregos buscaram a “lei” que age nas próprias coisas, e procuraram reger por ela a vida e o pensamento do homem. O povo grego é o povo filosófico por excelência. A “teoria” da filosofia está intimamente ligada à sua arte e à sua poesia [...] Essa marca característica da cultura helênica, do sentido filosófico do universal, da percepção das leis intrínsecas que governam a natureza e das quais derivam as normas que regem a vida individual e a estrutura da sociedade pode-se ver na brilhante intuição do filósofo Heráclito (pré-socrático), onde o mesmo revela que o universal, o logos , é o comum na essência do espírito, como a lei é o comum na cidade. Ou seja, devemos à cultura grega essa consciência clara acerca dos princípios naturais da vida humana e das leis imanentes que regem as suas forças corporais e espirituais. A filosofia, cujo termo
significa um amor à sabedoria e desde o seu nascimento apresentou bem claro três conotações, respectivamente relativas a:
homem?.
Constituindo assim o fundamento do Ocidente: logos grego, direito romano e valores éticos advindos da cultura judaico-cristã.
Dentre as várias contribuições advindas do período medievo – como a reconquista do conhecimento, as artes práticas, obras de caridade, os primeiros hospitais, arte Sacra, arquitetura, origens do direito internacional, a separação entre Igreja e Estado, as origens dos direitos naturais, fim da escravidão, reconhecimento da dignidade da mulher, dos escravos, os fundamentos da ciência econômica, etc.
(subjetividade), o lugar da certeza e da verdade, da origem dos valores, em oposição à Tradição, ao saber adquirido, às instituições, à autoridade externa. Não há princípios universais perenes, mas postos pela razão (solipsismo cartesiano). Torna-se importante salientar que o contexto de tal época são as grandes transformações do mundo europeu dos séculos XV – XVI, como a descoberta do Novo Mundo (Américas); o surgimento de importantes núcleos urbanos em algumas regiões, principalmente na Itália (Florença), o desenvolvimento da atividade econômica, sobretudo mercantil e industrial. Três fatores históricos influenciam e marcam o pensamento e período moderno. São eles: 1- Humanismo renascentista – importância das artes plásticas, retomada do ideal clássico greco-romano em oposição à escolástica medieval, valorização do homem enquanto indivíduo, de sua livre iniciativa e de sua criatividade. 2- Reforma protestante – crítica à autoridade institucional da Igreja, valorização da interpretação da mensagem divina nas Escrituras pelo indivíduo, ênfase na fé como experiência individual. 3- Revolução científica – rejeição do modelo geocêntrico de cosmo e sua substituição pelo modelo heliocêntrico, noção de espaço infinito, visão da natureza como possuindo uma “linguagem matemática”, ciência ativa x ciência contemporânea antiga. 4- Redescoberta do ceticismo – a oposição entre o antigo e o moderno suscita a problemática cética do conflito das teorias e da ausência de critério conclusivo para a decisão sobre a validade destas teorias. No que tange às contribuições do cientificismo neste período que origina a modernidade, Francis Bacon com seu Novum organum abre o horizonte para as investigações da natureza pelo teste real do conhecimento (real aqui significando experimento empírico). Enquanto Descartes em seu Discurso do método estabeleceu quatro regras fundamentais para o trabalho científico: a) a da evidência; b) a da análise; c) a da ordem e d) a da enumeração. Descartes pretende
fundamentar a possibilidade do conhecimento científico (da Nova Ciência) encontrando uma verdade inquestionável e refutando o ceticismo.
emprego das descobertas científicas, do modo de produção, etc.
Neste período observou-se o fenômeno do florescimento dos grandes centros urbanos, a expansão das redes de intercâmbios, o rompimento de maneira drástica do equilíbrio entre a cidade e o campo, o desenvolvimento da medicina propiciou o controle e extinção de doenças infecciosas, houve o aumento exponencial da produção e riqueza. Em suma, a revolução industrial mudou radicalmente a forma de viver na Europa. Não precisa dizer que tais feitos/fenômenos criou uma sensação e fé inestimável em torno da idéia de progresso não apenas material, mas também social, humano. Agora, pensava- se, a humanidade possui os meios, os instrumentos para a solução de todos os problemas (ciência e suas aplicações na indústria, assim como a educação de massa e o livre comércio). O positivismo, enquanto movimento e projeto radical de reforma universal teve em Augusto Comte (1795-1857) o seu maior expoente. E a Sociologia, que surge dentro do seu projeto designado, Filosofia Positiva deve submeter a sociedade a rigorosa pesquisa científica, pois, somente uma sociologia científica tem a autoridade para reorganizar a sociedade das crises que acometeram a mesma a condições de conflitos, convulsões sociais, caos. São traços característicos do movimento positivista: 1- Primado da ciência e seu método (ciências naturais). 2- O método das ciências naturais (identificação das leis causais e seu domínio sobre os fatos) não vale somente para o estudo da natureza. Serve também para o estudo da sociedade. 3- A sociologia é compreendida como ciência dos fatos naturais que são as relações humanas e sociais. 4- A ciência é o único meio de resolução dos problemas humanos e sociais que atormentam a humanidade. O positivismo considera os fatos empíricos como a única base do conhecimento verdadeiro, a fé na racionalidade científica como solução dos problemas da humanidade. Ou seja, não há nada fora da atividade científica que possa dar conta de explicar ou solucionar os grandes problemas humanos (para Augusto Comte tudo que adveio da época mítica representa a infância da humanidade e da atividade filosófica,
O desenvolvimento da ciência da sociedade, ou física social, conforme gestada por Comte tem sua continuidade na Europa, através de contribuições advindas de: Herbert Spencer (1820-1903), que desenvolveu a teoria organicista (evolucionismo superorgânico da sociedade); Emile Durkheim (1858-1917) que diferencia a sociologia das demais ciências, enquanto ciência autônoma que possui seu objeto e métodos próprios. Escreve obras sociológicas basilares: A divisão do trabalho social, As regras do método sociológico e O suicídio. Outro grande expoente deste período originário (clássico) da Sociologia é o alemão Max Weber (1864-1920), cuja obra complexa e profunda constitui um monumento da compreensão dos fenômenos históricos e sociais e reflexão sobre o método das ciências histórico- sociais. Com relação aos seus estudos de cunho sociológico, destacam-se obras como: A ética protestante e o espírito do capitalismo; escritos de sociologia da religião; Economia e sociedade; Escritos de metodologia das ciências sociais; Estudos críticos acerca da lógica das ciências sociais, entre outras. Para o Weber a ação social é a matéria- objeto da Sociologia. No desenvolvimento deste estudo acerca do homem em seu sentido mais abrangente, a Antropologia, na perspectiva da ciência moderna é designada como um ramo das ciências sociais que se dedica ao estudo do ser humano, assim como, da sua origem em sentido amplo (estudos sobre as características físicas, a cultura, a linguagem e as construções do ser humano). Deste modo, o antropólogo procura determinar – com base em grupos sociais específicos – como se formaram os seres humanos a ponto de tornarem-se o que são em suas comunidades. A Antropologia então designa o estudo do ser humano em seu aspecto mais amplo: como os povos formaram-se, viveram, como a cultura se desenvolveu. Desse modo é que a concepção clássica de Antropologia, advinda dos séculos XIX e XX, pautadas nos estudos europeus categoriza os tipos de Antropologia da seguinte maneira: 1- Antropologia biológica (física) - é um estudo da formação do ser humano em seus aspectos físicos. Em tal perspectiva antropológica almeja-se junto à biologia, determinar quais
fatores levaram os seres