Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO: UMA REFLEXÃO EM CANDAU E FREIRE, Notas de aula de Gestão Estratégica

A Didática e a Prática de Ensino de muitos professores são colocadas em xeque ao longo do processo educacional.

Tipologia: Notas de aula

2019

Compartilhado em 27/08/2019

grafica-layon-store
grafica-layon-store 🇧🇷

2 documentos

1 / 11

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
IV Semana de Integração: XIII Semana de Letras, XV Semana de Pedagogia e I Simpósio de
Pesquisa e Extensão (SIMPEX) “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”
2015
39
UEG Câmpus Inhumas: 8 a 13 de junho de 2015
DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO: UMA REFLEXÃO EM CANDAU E FREIRE
Andréa Kochhann
1
Ândrea Carla Moraes
2
Juliana Augusta de Carvalho Amaro
3
Sara de Araújo Silva
4
Resumo: A Didática e a Prática de Ensino de muitos professores são colocadas em xeque ao longo do
processo educacional. Muitas práticas são estritamente tradicionais e podem não contemplar uma
aprendizagem para a autonomia e crítica. Nesse viés Candau apresenta críticas a didática instrumental
apresentando a necessidade de uma didática fundamental, em que valorize a multidimensionalidade do
ser humano em todo processo, incluindo o aprender e o avaliar. Assim, Freire apresenta que compete
ao professor conhecer e viver os vinte e sete saberes necessários à prática educativa focando a
autonomia do aluno. Este trabalho discute o papel da didática no contexto escolar, as mudanças
necessárias que esta vem apresentando conforme as mudanças apresentadas na prática educativa.
Busca também compreender o aluno no contexto cultural e social, relação professor-aluno e aluno
como formador de seus próprios conhecimentos. Traz ideias de dois importantes pensadores da
educação: Candau e Freire. Essas discussões compõe o GEFOPI - Grupo de Estudos em Formação de
Professores e Interdisciplinaridade.
Palavras-chave: Didática Instrumental e Fundamental. Saberes à Prática Educativa. Atuação do
Professor.
Abstract: Teaching and Teaching Practice of many teachers are put in check throughout the
educational process. Many practices are strictly traditional, and can not contemplate a learning for
autonomy and critical. In this bias Candau presents critiques and instrumental teaching presenting the
need for a fundamental teaching in that values the multidimensionality of the human being in the
whole process, including learning and evaluate. Thus, Freire presents it is for the teacher to know and
live the twenty-seven knowledge necessary for educational practice focusing on learner autonomy.
This paper discusses the role of teaching in the school context, the necessary changes it has shown as
changes made in educational practice. It also seeks to understand the student in cultural and social
context, student-teacher ratio and student as a trainer of their own knowledge. Brings two important
ideas thinkers of education: Candau and Freire. These discussions make up the GEFOPI - Study Group
on Teacher Education and Interdisciplinary.
Keywords: Instrumental Teaching and Elementary. Knowledge of Educational Practice. Teacher
performance.
1
Professora Efetiva Dedicação Exclusiva da Universidade Estadual de Goiás.
2
Coordenadora do Curso de Pedagogia da FAI Faculdade de Itapuranga, Mestranda do MIELT
Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologia, Bolsista PAPEG.
3
Acadêmica do 3º período do curso de Pedagogia da FAI Faculdade de Itapuranga.
4
Acadêmica do 3º período do curso de Pedagogia da FAI Faculdade de Itapuranga.
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa

Pré-visualização parcial do texto

Baixe DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO: UMA REFLEXÃO EM CANDAU E FREIRE e outras Notas de aula em PDF para Gestão Estratégica, somente na Docsity!

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO: UMA REFLEXÃO EM CANDAU E FREIRE

Andréa Kochhann^1 Ândrea Carla Moraes^2 Juliana Augusta de Carvalho Amaro 3 Sara de Araújo Silva^4

Resumo: A Didática e a Prática de Ensino de muitos professores são colocadas em xeque ao longo do processo educacional. Muitas práticas são estritamente tradicionais e podem não contemplar uma aprendizagem para a autonomia e crítica. Nesse viés Candau apresenta críticas a didática instrumental apresentando a necessidade de uma didática fundamental, em que valorize a multidimensionalidade do ser humano em todo processo, incluindo o aprender e o avaliar. Assim, Freire apresenta que compete ao professor conhecer e viver os vinte e sete saberes necessários à prática educativa focando a autonomia do aluno. Este trabalho discute o papel da didática no contexto escolar, as mudanças necessárias que esta vem apresentando conforme as mudanças apresentadas na prática educativa. Busca também compreender o aluno no contexto cultural e social, relação professor-aluno e aluno como formador de seus próprios conhecimentos. Traz ideias de dois importantes pensadores da educação: Candau e Freire. Essas discussões compõe o GEFOPI - Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade.

Palavras-chave: Didática Instrumental e Fundamental. Saberes à Prática Educativa. Atuação do Professor.

Abstract: Teaching and Teaching Practice of many teachers are put in check throughout the educational process. Many practices are strictly traditional, and can not contemplate a learning for autonomy and critical. In this bias Candau presents critiques and instrumental teaching presenting the need for a fundamental teaching in that values the multidimensionality of the human being in the whole process, including learning and evaluate. Thus, Freire presents it is for the teacher to know and live the twenty-seven knowledge necessary for educational practice focusing on learner autonomy. This paper discusses the role of teaching in the school context, the necessary changes it has shown as changes made in educational practice. It also seeks to understand the student in cultural and social context, student-teacher ratio and student as a trainer of their own knowledge. Brings two important ideas thinkers of education: Candau and Freire. These discussions make up the GEFOPI - Study Group on Teacher Education and Interdisciplinary.

Keywords: Instrumental Teaching and Elementary. Knowledge of Educational Practice. Teacher performance.

(^1) Professora Efetiva Dedicação Exclusiva da Universidade Estadual de Goiás.

(^2) Coordenadora do Curso de Pedagogia da FAI – Faculdade de Itapuranga, Mestranda do MIELT – Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologia, Bolsista PAPEG. (^3) Acadêmica do 3º período do curso de Pedagogia da FAI – Faculdade de Itapuranga.

(^4) Acadêmica do 3º período do curso de Pedagogia da FAI – Faculdade de Itapuranga.

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

Introdução

Este trabalho vem analisar o papel da didática no contexto escolar, as mudanças necessárias que esta vem apresentando conforme as mudanças apresentadas na prática educativa, e traz ideias de dois pensadores da educação como embasamento, Candau (2013) e Freire (2012). Busca, também, compreender o aluno no contexto cultural e social, relação professor-aluno e aluno como formador de seus próprios conhecimentos. Essa discussão faz parte do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade, coordenado pela Prof. Ms. Andréa Kochhann, vinculado à Universidade Estadual de Goiás e ao Câmpus São Luis de Montes Belos. O grupo tem como objetivos promover a discussão de temas que contribuam com a formação dos participantes, que os insiram no mundo científico, que favoreça o seu crescimento intelectual e ingresso em mestrados e doutorados, bem como no ensino superior enquanto docentes.

Da Didática Instrumental à Fundamental na Concepção de Candau

Uma das questões em destaque no livro Rumo uma nova Didática de Candau é a questão da didática instrumental. Candau (2013) discute dois modelos de didática que seria: didática instrumental e didática Fundamental. Os dois temas aqui colocados nos leva a repensar a pratica didática no contexto de ensino aprendizagem. Mas, o que seria esta didática Instrumental na percepção de Candau? Para Candau (2013, p. 14),

a didática, numa perspectiva instrumental, é concebida como um conjunto de conhecimentos técnicos sobre o “como fazer” pedagógico, conhecimentos estes apresentados de forma universal e, consequentemente, desvinculados dos problemas relativos ao sentido e aos fins da educação, dos conteúdos específicos, assim como do contexto sociocultural concreto em que foram gerados.

Essa didática instrumental seria a forma tradicional de ensino, onde o professor retém o saber, o aluno apenas o imita. A realidade do aluno é excluída da sua prática de aprendizagem e uma forma universal de educação toma a frente do que seria verdadeiramente importante para assim haver uma educação voltada para o aluno. Há sim, uma necessidade muito grande de si superar a didática instrumental. Ela tem “formado” muitos, mas sua formação não garante um cidadão crítico e que busca sua autonomia. A ciência por si só não existe, ela não retém em si todo o saber, esta está ligada a

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

praticam o tradicionalismo de ensino. Assim, muitos elementos ricos e extraordinários do pensamento destes autores não são aproveitados como devia. Cada uma dessas pedagogias traz consigo algo de proveitoso e experiências que podem nos ajudar na busca por uma nova didática. Mas deve-se respeitar cada uma na sua singularidade. A pedagogia crítico-social de conteúdos encontra hoje muitos desafios, e Candau (2013, p. 35) apresenta que “o primeiro desafio me parece que é superar esse formalismo didático e supera, portanto, essa busca incessante do método único capaz de ensinar tudo a todos”. Com isso, a didática foi reduzida ao mero ensinar por ensinar, e não o ensinar para a compreensão do sujeito. A didática ela busca métodos que quebre o formalismo didático e que crie novos olhares didaticamente sobre a educação. O método didático possui muitos estruturantes e não se pode enfatizar um e deixar os outros de lado, tem que haver uma articulação destes sem querer negar nenhum. A formação de professores deve ser entendida no contexto multidimensional. Esta formação deve entender que o aluno é um ser ativo na sociedade que vive e que ele atua nela. Então esta deve compreender a educação-sociedade, a educação-politica, a educação-cultura e demais campos sociais que podem abranger o ser humano. Hoje em dia é muito normal, ver alunos se graduando em na área da educação e por ter diploma é tratado como professor, a realidade é que um diploma dá o título de professor, mas somente a pratica educacional dirá verdadeiramente quem realmente está habilitado para receber este título de educadores que Candau (2013) nos permite refletir sobre ele. Quanto essa formação de professores, um dos problemas que persiste nos dias de hoje é a relação entre teoria e pratica. Há uma separação entre as duas, porém não se trata apenas de diferenciar ambas, mas de atribuir a elas autonomias individuais e uma relação entre a outra. Ambas se constituem isoladamente, mas uma está contida na outra para sua melhor execução. A teoria e a prática se agrupam em dois esquemas, segundo Candau (2013), a visão dicotômica e a visão de unidade. A visão dicotômica centra-se na separação de teoria e da prática “dentro deste esquema, corresponde aos ‘teóricos’ pensar, elaborar, refletir, planejar e, aos ‘práticos’ executar, agir, fazer” (CANDAU, 2013, p. 60). Dentro deste esquema os dois temas estão desassociados, pois um ver no outro um desafio de se agruparem. Para os teóricos as práticas contradizem seus pensamentos e para os práticos a teoria dificulta o seu “fazer”. Isso na visão dicotômica dissociativa, pois na associativa os dois polos são separados, mas não se opõe. Já na visão de unidade os dois polos

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

estão unidos, mas cada um com sua significância própria. Nesta visão a teoria e a pratica se agrupam e orientam-se. Essas características podem influenciar grandemente na formação de professores, essa dissociação pode gerar confusões e até mesmo um entendimento contrário entre os dois polos. O profissional da educação deve levar consigo que a teoria e a pratica tem significados diferentes só que ao mesmo tempo se completam e se ajudam entre-se. A aplicação do conceito “professor” apresenta nesta obra também várias dificuldades. Distinguir o professor do educador se torna uma ação necessária. Muito se pergunta do papel do professor, da sua ocupação, tais perguntas podem revelar aqueles que merecem o título de professor e aquele a quem cabe o título de educador. O professor é aquele que ministra uma aula, que apenas de uma forma tradicionalista, aplica conteúdo a serem cumpridos pelos alunos, sem questionamento algum e muitas das vezes sem fazer sentido para eles. O título “professor” cabe àqueles que apenas que dão aula, aqueles que ocupam um lugar na sala de aula como autoridade maior ali dentro, impondo limites aos alunos independendo do seu conhecimento. O educador é aquele que busca melhores condições de aprendizagem para seus alunos. Ele está pronto para se desdobrar e se adequar às necessidades que possa surgir em sua pratica. Ele vê o aluno como formador de seu próprio conhecimento e ele como um mediador deste conhecimento, um apontador do caminho que seja mais propicio para seu aluno seguir. Atua por prazer e com prazer faz educação. Estamos presenciando uma época de crises que abrange os planos econômicos, sociais e políticos, tanto nacional como internacional, no Brasil a situação é um pouco difícil, já que não se tem clareza no que diz respeito ao destino da sociedade, não se sabe o que vem ao final. E todas essas problemáticas reflete na educação, sobre o papel da escola, sobre as funções sociais que ela desempenha ou deveria desempenhar, como a escola está agindo sobre o fato das camadas populares? Será que a escola está conseguindo se adaptar as novas realidades? Essas são questões que devemos analisar. Há muitas coisas que se deve mudar nas escolas como o fato de igualdade de oportunidades de acesso para todos, seria magnífico se isso realmente acontecesse, mas a realidade e bem diferente, muitas das vezes esse acesso não é garantindo a criança, alguns procuram as escolas e não encontram vagas, outros que deixam os estudos para trabalhar e tem os que realmente não gostam de estudar; essa é a realidade em que vivemos. A escola tem o papel de encorajar o aluno a estudar, a crescer, a buscar coisas novas.

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

Um bom professor deve ter práticas de trabalho diversificado, buscar coisas novas que chame a atenção do aluno para o conteúdo, o uso do tempo em sala de aula e primordial, porque alguns alunos só estudam em sala de aula quando chega em casa ele não se preocupa em revisar o conteúdo para ter uma melhor compreensão, então devemos saber administrar o tempo gasto em sala de aula. Para que isso aconteça o educador deve ter um bom planejamento, organização e interesse. Conhecer o conteúdo e ter segurança para falar sobre o essencial, se você não domina o conteúdo como poderá explicá-lo aos alunos? Por esse motivo volto a repetir deve-se ter um bom planejamento. No modo de atendimento aos alunos devem ser de maneira igualitária seja individualmente ou em grupo, não pode haver um tratamento diferente entre determinados alunos, isso causa ciúmes e revolta entre eles. Pesquisas apontam que quando o aluno estuda sobre seu cotidiano gera uma aprendizagem significativa, com melhor compreensão do conteúdo, daí a necessidade de conhecer o cotidiano das crianças, saber qual realidade em que eles vivem. Em algumas pesquisas feitas os alunos disseram que gostam da escola porque eles aprendem a estudar, a ler e a escrever, esse e um direito de todo cidadão, seja ele criança ou adulto, para que se tenha uma educação de boa qualidade são necessários três elementos primordiais: o aluno, o professor e a escola, se não há interesse por parte do aluno, se o professor não está preparado e se a escola não dá suporte não há como haver uma aprendizagem. Por isso, a necessidade da união entre aluno, escola e professor. Candau (2013) nos mostra vários exemplos do que precisamos melhorar na educação, e o que está bom, para ser um bom educador ele deve acreditar no seu potencial, ter segurança, conhecimento, comprometimento e amor pelo que faz, assim conseguiremos mudar a realidade da educação de uma didática instrumental para uma didática fundamental.

A Didática Fundamental Embasado nos Saberes de Freire

O livro Pedagogia da autonomia de Paulo Freire, nos vem trazer uma reflexão do ato de ensinar. Traz-nos saberes que são indispensáveis na pratica educativa e que facilitam a prática pedagógica. Freire (2012) explica claramente que através do ensinar aquele que ensina também pode aprender e assim vice-versa. Somos seres inacabados e não retemos toda a sabedoria, aquele que ensina aprende ensinando e aquele que aprende também pode ter algo a ensinar. Segundo Freire (2012, p. 25), “[...] ensinar inexiste sem aprender e vice-versa [...]”.

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

Diante disso podemos parar e comparar nossas realidades em sala de aula com esta afirmação sabia feita pelo autor. A troca de informação é constante no ambiente escolar. É a dúvida do aluno que estimula o professor a sempre buscar novos conhecimentos. Sendo assim, ao darmos algo e recebermos algo, evidentemente que o ensinar também é aprender e que a relação professor-aluno é de grande importância para esta prática. Freire (2012) aqui nos faz entender que deve haver uma interação entre aluno e professor e que os dois são agentes importante na busca pelo saber. Freire (2012) também se refere a uma educação bancária. Ele diz que a educação não é bancária, não é um processo de transferência de conhecimento, a aprendizagem não funciona assim. Não dá para passar todo o conhecimento de uma pessoa para outra como se passa dinheiro de uma conta para outra. Ensinar vai muito mais além do que isso. Mas então o que é ensinar? Ensinar também na percepção de Freire (2012) é criar possibilidades para que o outro construa o seu conhecimento. A educação quando é vista como bancaria ela não faz sentido na vida daqueles que aprende. Freire (2012) critica grandemente esta forma tradicionalista e bancária de educação que ainda existe. Ainda nos dias de hoje, existem professores que atuam, simplesmente, de forma mecânica, dão instruções, dão modelos para que os alunos sigam sem que esse faça sentido para eles. Freire (2012) acredita que o professor não ensina nada, o aluno aprende por si só, pela sua autonomia e criatividade própria. Cabe ao professor possibilitar essas condições, oferecer suporte para que esse aprendizado ocorra. O educador democrático deve na sua prática docente, reforçar a criticidade do educando, pois para Freire (2012, p. 28), “[...] esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso ‘bancário’ meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo”. Percebe-se que o educador não apenas ensina o conteúdo, mas também ensina o seu aluno a pensar certo, a criticar mais e a ir em busca de repostas. Assim, o conhecimento se torna mais significativo, visto que para Freire (2012, p. 30) “enquanto ensino continuo buscando, reprocurando”. Ensinar requer pesquisa, o professor deve sempre está buscando, pesquisando, pois o ensino sem pesquisa não existe e nem a pesquisa sem o ensino. Não se pode partir sempre de embasamentos do senso comum é necessário também se ter algo comprovado em que se firma quando for preciso. Freire (2012), ainda, diz que o professor deve respeitar os saberes prévios do educando. Ou seja, o seu conhecimento que ele já possui quando chega à sala de aula. O aluno, antes de ser aluno ele é um ser social que pratica na sociedade suas ações sejam elas

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

Freire (2012) vem nos falar também que ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores, mas o aluno tem que saber também quais os motivos pelos quais estão protestando. A sociedade critica muito e não sabe o porquê dessas reivindicações, a luta é por salários menos vergonhosos, porque eles têm direito de reivindicar como qualquer outra pessoa. O não pode jamais acabar com a curiosidade do aluno, ele deve ter paciência com a timidez de alguns, pois para Freire (2012, p. 87), “a memorização mecânica do perfil do objeto não é aprendizado verdadeiro do objeto ou do conteúdo”. A educação não pode ser vista como algo superficial, ela deve ser vista como uma construção de saber, algo que levamos para sempre, não usamos e descartamos, como na prática bancária, dita pelo autor. E, conforme afirma Freire (2012, p. 94): “Não posso ser professor sem me pôr diante dos alunos, sem revelar com facilidade ou relutância minha maneira de ser, de pensar politicamente”. A segurança com que age o professor ao exercer a sua autoridade depende da sua competência profissional, Freire (2012) nos mostra que a incapacidade ou incompetência profissional pode até desqualificar a autoridade exercida por alguns professores é incompatível com o desempenho da autoridade. A autoridade democrática que se importa com as liberdades dos educandos para a construção de um clima de real disciplina, jamais ameniza a liberdade, pois para ela, não é possível se ter disciplina no silencio dos silenciados, mas na inquietação dos alunos. A prática docente, também, exige que o professor esteja disposto às relações afetivas com os educando e a sua própria pratica educativa. A afetividade não diminui a seriedade docente; na verdade o que não pode ocorrer é que essas relações afetivas interfiram no cumprimento ético do dever de professor no exercício de sua autoridade. O professor deve ser flexível, saber seu posicionamento como professor e como educador. Levar em considerações os saberes aqui citado por Freire (2012). Entender seu aluno como ser social, ser pensante, ser de busca, ser afetivo. Ser didático e saber aplicar essa didática no seu contexto educacional. A educação se faz com professor, aluno e escola. E juntos estes buscam saber então, a educação deve ser pensada dentro da realidade que engloba ambos e não que enfatize um e desmereça outro. A educação só seguira em frente, como diz Freire (2012), se deixamos de pensar que ensinar é depositar saberes e entendemos que ensinar é mostrar caminhos para o educando.

Pesquisa e Extensão (SIMPEX) – “Educação e Linguagem: (re)significando o conhecimento”

Considerações Finais

A didática para assumir um papel significativo na formação do educador não poderá reduzir-se e dedicar-se somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais desenvolvem um processo de ensino-aprendizagem, e sim, deverá ser um modo crítico de desenvolver uma prática educativa forjadora de um projeto histórico, que não será feito tão somente pelo educador, mas, por ele conjuntamente com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade. É necessário redesenhar o educador, tornando-o um indivíduo compromissado com um defensor de uma ideia mais igualitária, pois sabe que o estudante na escola pública nada mais é que o povo na escola. Este novo educador seria aquele que encara a educação como uma problematização, que propõem aos homens sua própria vida como um desafio a ser encarando, buscando a transformação.

Referências

CANDAU, Vera Maria (Org). Rumo uma Nova Didática. 23. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 44. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2012.