Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Diário de Bitita: a infância de Carolina de Jesus em um Brasil ..., Esquemas de Língua Portuguesa

O livro “Diário de Bitita” trata da infância, adolescência e início da vida adulta de Carolina. Maria de Jesus, autora de “Quarto de despejo: diário de uma ...

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

PorDoSol
PorDoSol 🇧🇷

4.5

(272)

654 documentos

1 / 4

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Querido(a) aluno(a), esta atividade encerra seu ciclo de estudos neste semestre.
Continuaremos conhecendo um pouco mais sobre Carolina Maria de Jesus, além disso,
estudaremos um pouco sobre a concordância verbal. Faça a atividade com atenção e, se tiver
dúvidas, fale com o(a) seu(sua) professor(a)!
Diário de Bitita: a infância de Carolina de Jesus em um Brasil pós-
abolição
Por Tânia Seles - 4 de setembro de 2019
O livro “Diário de Bitita” trata da infância, adolescência e início da vida adulta de Carolina
Maria de Jesus, autora de “Quarto de despejo: diário de uma favelada”. O livro póstumo da
autora foi lançado pela primeira vez na França, em 1982, com o título “Journal de Bitita”, e essa
edição mais recente foi lançada pela SESI-SP Editora.
Antes de morrer, Carolina entregou dois cadernos com os manuscritos do livro para uma
jornalista brasileira chamada Clélia Pisa. Posteriormente, o livro foi publicado no Brasil muito
tempo depois da morte da autora.
Racismo, machismo, pobreza e imigração são alguns dos temas do livro tratados pelo olhar
de uma criança inteligente e espevitada, que aprendeu a ler no pouco tempo em que passou
na escola. Bem como, Carolina foi uma das poucas pessoas negras que sabia ler na sua
família.
A infância pelos olhos sagazes de Bitita
Bitita, como era conhecida na infância por sua família e
amigos, só ouviu o seu nome completo pela primeira vez quando
começou a frequentar a escola, algo raro para as crianças negras
da época. Apesar da abolição da escravidão ter acontecido em
1888, os vestígios desse longo período de sofrimento e descaso
para o povo negro ainda eram fortes e presentes na década de
1920 e na mentalidade da sociedade. As narrativas e
observações de Bitita servem como um retrato da época, onde
somos transportadas para uma sociedade que ainda tratava a
população negra como escravos e inferiores. Assim, é
interessante notar os paralelos com a nossa sociedade
contemporânea em diversos aspectos apresentados no livro.
Como não houve reparação para os escravizados, deixados à própria sorte, essa população
vivia em extrema pobreza. A constante busca por emprego e alguma forma de sobrevivência
são assuntos recorrentes no livro. Carolina de Jesus narra as desventuras de sua mãe e
posteriormente – de si mesma, passando de lugar em lugar em busca de algo que lhe seja bom
e que pague de forma decente o seu esforço.
Sofrendo explorações e humilhações de patrões, que agem como se ainda fossem
senhores de escravos, Bitita relata como é a vida de quem é negro e pobre. Sua narrativa é
feita pelos olhos de uma jovem que, apesar de todo o peso que carrega, encontra, nos livros e
na literatura, uma forma de se elevar perante a sociedade que a oprime.
As questões do povo negro também são tratadas no livro, a falta de perspectiva dessa
população que não teve nenhum tipo de política de integração, assim como as violências
SEMANA 17
Disciplina: Língua Portuguesa 2º ano do Ensino Médio - EJA
Foto: Delirium Nerd
pf3
pf4

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Diário de Bitita: a infância de Carolina de Jesus em um Brasil ... e outras Esquemas em PDF para Língua Portuguesa, somente na Docsity!

Querido(a) aluno(a), esta atividade encerra seu ciclo de estudos neste semestre. Continuaremos conhecendo um pouco mais sobre Carolina Maria de Jesus, além disso, estudaremos um pouco sobre a concordância verbal. Faça a atividade com atenção e, se tiver dúvidas, fale com o(a) seu(sua) professor(a)!

Diário de Bitita: a infância de Carolina de Jesus em um Brasil pós-

abolição

Por Tânia Seles - 4 de setembro de 2019 O livro “Diário de Bitita” trata da infância, adolescência e início da vida adulta de Carolina Maria de Jesus, autora de “Quarto de despejo: diário de uma favelada”. O livro póstumo da autora foi lançado pela primeira vez na França, em 1982, com o título “Journal de Bitita”, e essa edição mais recente foi lançada pela SESI-SP Editora. Antes de morrer, Carolina entregou dois cadernos com os manuscritos do livro para uma jornalista brasileira chamada Clélia Pisa. Posteriormente, o livro foi publicado no Brasil muito tempo depois da morte da autora. Racismo, machismo, pobreza e imigração são alguns dos temas do livro tratados pelo olhar de uma criança inteligente e espevitada, que aprendeu a ler no pouco tempo em que passou na escola. Bem como, Carolina foi uma das poucas pessoas negras que sabia ler na sua família. A infância pelos olhos sagazes de Bitita Bitita, como era conhecida na infância por sua família e amigos, só ouviu o seu nome completo pela primeira vez quando começou a frequentar a escola, algo raro para as crianças negras da época. Apesar da abolição da escravidão ter acontecido em 1888, os vestígios desse longo período de sofrimento e descaso para o povo negro ainda eram fortes e presentes na década de 1920 e na mentalidade da sociedade. As narrativas e observações de Bitita servem como um retrato da época, onde somos transportadas para uma sociedade que ainda tratava a população negra como escravos e inferiores. Assim, é interessante notar os paralelos com a nossa sociedade contemporânea em diversos aspectos apresentados no livro. Como não houve reparação para os escravizados, deixados à própria sorte, essa população vivia em extrema pobreza. A constante busca por emprego e alguma forma de sobrevivência são assuntos recorrentes no livro. Carolina de Jesus narra as desventuras de sua mãe e – posteriormente – de si mesma, passando de lugar em lugar em busca de algo que lhe seja bom e que pague de forma decente o seu esforço. Sofrendo explorações e humilhações de patrões, que agem como se ainda fossem senhores de escravos, Bitita relata como é a vida de quem é negro e pobre. Sua narrativa é feita pelos olhos de uma jovem que, apesar de todo o peso que carrega, encontra, nos livros e na literatura, uma forma de se elevar perante a sociedade que a oprime. As questões do povo negro também são tratadas no livro, a falta de perspectiva dessa população que não teve nenhum tipo de política de integração, assim como as violências

SEMANA 17

Disciplina: Língua Portuguesa 2º ano do Ensino Médio - EJA Foto: Delirium Nerd

perpetradas pelas autoridades e o racismo explícito – além da violência sexual sofrida pelas mulheres negras – são narrados de maneira quase didática. Portanto, cada capítulo do livro de Carolina de Jesus é um pedaço da sociedade que vai se encaixando aos poucos e se transforma no Brasil da época, refletido nos problemas atuais; tudo isso usando a família e as experiências pelas quais a jovem Bitita e – futuramente – Carolina Maria de Jesus passa. Para além dos relatos da infância da autora, “Diário de Bitita” é a visão de uma mulher negra, pobre e desfavorecida de uma sociedade que falhou com ela e com seus iguais de diversas formas. E essa mesma sociedade, mais tarde, cobrou deles um preço que lhes custou a vida em trabalhos que possibilitavam apenas a sua sobrevivência. Por fim, a jovem Bitita é a representação de que, quando as pessoas têm acesso ao conhecimento, todo um novo mundo de questionamentos e possibilidades se abre. Dessa forma, permite que se possa sonhar e buscar algo melhor, assim como questionar a sociedade em que se vive e partir em busca de uma mudança. Texto adaptado para fins didáticos. Fonte: https://deliriumnerd.com/2019/09/04/diario-de-bitita-a-infancia-de-carolina-maria-de- jesus/#:~:text=O%20livro%20%E2%80%9CDi%C3%A1rio%20de%20Bitita,%3A%20di%C3%A1rio%20de%20uma%20favelada% E2%80%9D.&text=Posteriormente%2C%20o%20livro%20foi%20publicado,de%20Jesus%20completaria%20105%20anos. Após a leitura da notícia, responda às questões de 1 a 5.

  1. De acordo com o texto, o livro “Diário de Bitita” trata (A) apenas da vida adulta de Carolina de Jesus contada a partir da narrativa de sua filha Bitita. (B) da infância e da adolescência de Bitita, filha da autora Carolina Maria de Jesus. (C) da infância, adolescência e início da vida adulta de Carolina Maria de Jesus contada a partir da narrativa da própria autora. (D) apenas da infância de Carolina de Jesus contada a partir da narrativa da própria autora.
  2. No trecho “O livro póstumo da autora foi lançado pela primeira vez na França, em 1982, com o título ‘Journal de Bitita’”, a palavra destacada significa que o livro foi publicado (A) durante a vida de Carolina. (B) após a morte de Carolina. (C) dias antes da morte de Carolina. (D) por um dos filhos de Carolina. CONCORDÂNCIA VERBAL Numa oração, em português brasileiro, a ordem sintática mais usual é: SUJEITO VERBO OBJETO(S) (ADJUNTO) Eu comi chocolate ontem. Ela gosta de chocolate ------------ A tia Luiza deu chocolates para os seus sobrinhos nesta semana. A concordância verbal é a relação que precisa haver entre sujeito e predicado, ou seja, sujeito (S) e verbo (V) precisam concordar em número (singular e plural) e em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) na oração. PESSOA SINGULAR PLURAL 1ª Eu comi chocolate ontem Nós comemos chocolate ontem (S) (V) (S) (V) 3ª Ela gosta de chocolate Elas gostam de chocolate (S) (V) (S) (V) A partir dessa breve explicação, acesse o QR code e conheça mais sobre o assunto!

Releia os trechos do Diário de Bitita a seguir para responder às questões 9 e 10. Quando o meu irmão soube que a mamãe estava presa começou a chorar. Rodávamos ao redor da cadeia chorando. A meia-noite resolvem soltá-la. Ficamos alegres. Ela nos agradeceu depois chorou. Eu pensava: "É só as pretas que vão presas". (p. 27). Qual era o mal que os negros haviam feito aos portugueses? Por que é que eles nos odiavam, se os negros eram pobres e não podiam competir com eles em nada? (p. 43). O mundo é uma casa que pertence a diversos donos, se um varre, vem o outro e suja-a. (...) Se os homens governam o mundo, ele nunca está bom para o povo viver, por que não deixar as mulheres governarem? As mulheres não fariam guerras porque elas são as mães dos homens (p, 51). Quando havia um conflito, quem ia preso era o negro. E muitas vezes o negro estava apenas olhando (...). Os soldados não podiam prender os brancos, então prendiam os negros. Ter uma pele branca era um escudo, um salvo conduto. (p, 53). Será que eu nasci no ano de 1921? Há os que dizem que nasci no ano de 1914 (...). Nunca vi um livro nas mãos de um negro. Os negros não serviam no exército porque não eram registrados, não eram sorteados. Eles diziam: - É orgulho. Só os brancos que são considerados brasileiros. Ninguém na minha família tinha registro (p. 121). Percebi que os que sabem ler têm mais possibilidades de compreensão. Se desajustarem- se na vida, poderão reajustar-se (...). Vasculhei as gavetas procurando qualquer coisa para eu ler. A nossa casa não tinha livros. Era uma casa pobre. O livro enriquece o espírito. Uma vizinha emprestou-me um livro, o romance ‘Escrava Isaura’. (...) Compreendi tão bem o romance que chorei com dó da escrava (p. 126). Pagou-me, dividi o dinheiro com a minha mãe (...). Eu olhava o dinheiro e pensava: ‘Sem este papel ninguém vive. Ele nos domina, e predomina na nossa vida. Os que têm bastante são fortes, são respeitados, são donos do leme; quem não tem em grandes quantidades, é joão-ninguém, pé-rapado, são os desconsiderados, são os fracos’. Eu só conseguia comer quando estava empregada (p. 193). (Trechos do livro Diário de Bitita).

  1. Podemos notar, nos trechos lidos acima, que a obra de Carolina Maria de Jesus apresenta diversos problemas sociais brasileiros da época. Quais problemas sociais você identificou na leitura?
  2. Na tirinha de Armandinho (Brasil: um país de grandes contrastes), temos um texto elaborado neste ano e que, como o Diário de Bitita, também apresenta uma problemática social. Refletindo sobre os textos lidos, podemos afirmar que vários problemas sociais ainda estão presentes em nosso país, apesar da distância temporal que separa o diário da tirinha? Por que nosso país tem dificuldade para superar esses problemas sociais? Explique. Caro(a) aluno(a), chegou a hora da dica de leitura! Que tal ler o livro do qual falamos nesta atividade - Diário de Bitita de Carolina Maria de Jesus? Inspire-se na história de vida de Carolina, temos a certeza de que irá gostar de ler cada um dos 22 capítulos. Abra o link e boa leitura! LINK: https://abre.ai/cLlY Boa atividade!  Assista ao vídeo para saber mais sobre Diário de Bitita de Carolina Maria de Jesus!