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Diagnóstico da Ehrlichiose Monocítica Equina no Rio Grande do Sul, Brasil, Esquemas de Diagnóstico

Um estudo sobre a ehrlichiose monocítica equina (eme) no rio grande do sul, brasil. A eme é uma doença infecciosa por neorickettsia risticii, transmitida por trematódeos aquáticos e caracterizada por febre, diarréia, desidratação e anorexia em equinos. O documento relata visitas a propriedades em municípios susceptíveis à eme para obtenção de vetores e amostras de sangue de animais suspeitos de infecção, além de resultados de pesquisas sobre a presença de trematódeos nos vetores coletados. O objetivo é registrar casos de eme e estudar sua expansão geográfica e os vetores envolvidos.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Abelardo15
Abelardo15 🇧🇷

4.6

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DIAGNÓSTICO DE EHRLICHIOSE MONOCÍTICA EQUINA NO BRASIL
GONÇALVES, Carolina Lambrecht
1
; COIMBRA, Helen Silveira
2
; SCHUCH,
Luiz Filipe Damé
1
; MOTA, Fernanda Voigt
1
; SCHUBERT, Ryan
Noremberg
1
; ALMEIDA, Diane Bender
1
; OYARZABAL,Marta Elaine
3
;
PRESTES,Luciana Souza
2
;MEIRELES,Mário Carlos Araújo
1
1- DEPARTAMENTO DE VETERINÁRIA PREVENTIVA – FV/UFPEL;
2- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM VETERINÁRIA – FV/UFPEL
3- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIAS VETERINÁRIA – FV/UFRGS;
Introdução
A Ehrlichiose Monocítica Equina (EME) é uma doença de caráter
infeccioso, porém não contagioso, sendo decorrente da infecção de animais
por uma Neorickettsia (Ehrlichia) risticii (Holland et al., 1985). A EME tem
característica sazonal, manifestando-se nas épocas do ano cuja temperatura é
mais elevada, acometendo equinos criados em propriedades de regiões
alagadiças ( Atwill et al.,1994).
A infecção pela N.risticii ocorre nas células monocíticas dos equinos,
sendo transmitida via oral e veiculada por trematódeos aquáticos no momento
em que os animais alimentam-se próximos aos banhados (Holland et al., 1985;
Barlough et al., 1998; Pusterla et al., 2000). O ciclo do trematódeo, vetor da
N.risticii, depende de hospedeiros intermediários (animais invertebrados) e um
definitivo (animal vertebrado) para completar seu desenvolvimento (Thatcher,
1993). Uma vez que parte do ciclo do trematódeo se dá em ambiente aquático,
como na fase intermediária de cercária, as quais são ingeridas pelo animal, os
eqüinos destas propriedades tornam-se suscetíveis a EME (Pusterla et
al.,2000)
Quando infectado, o animal apresenta febre, diarréia, desidratação e
anorexia (Ziemer et al., 1987). O primeiro caso registrado da EME ocorreu em
1979 nos Estados Unidos, no estado de Maryland, próximo ao Rio Potomac,
tornando-se conhecida como a Febre do Cavalo de Potomac (Potomac Horse
Fever) (Rikihisa & Perry, 1985) a partir de então a doença alastrou-se á outros
países (Olchowy et al., 1990).
Registros de óbito em animais com estes sintomas foram relatados em
regiões do Rio Grande do Sul (Coimbra et al, 2003), outros municípios gaúchos
possuem características para o desenvolvimento da EME, como Rio Grande,
Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande, Maquiné e Palmares do Sul onde
casos da doença já foram relatados (Almeida et al., 2001; Coimbra et al., 1999;
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DIAGNÓSTICO DE EHRLICHIOSE MONOCÍTICA EQUINA NO BRASIL

GONÇALVES, Carolina Lambrecht^1 ; COIMBRA, Helen Silveira^2 ; SCHUCH, Luiz Filipe Damé^1 ; MOTA, Fernanda Voigt^1 ; SCHUBERT, Ryan Noremberg^1 ; ALMEIDA, Diane Bender^1 ; OYARZABAL,Marta Elaine^3 ; PRESTES,Luciana Souza^2 ;MEIRELES,Mário Carlos Araújo^1

1- DEPARTAMENTO DE VETERINÁRIA PREVENTIVA – FV/UFPEL; 2- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM VETERINÁRIA – FV/UFPEL 3- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIAS VETERINÁRIA – FV/UFRGS;

Introdução A Ehrlichiose Monocítica Equina (EME) é uma doença de caráter infeccioso, porém não contagioso, sendo decorrente da infecção de animais por uma Neorickettsia (Ehrlichia) risticii (Holland et al., 1985). A EME tem característica sazonal, manifestando-se nas épocas do ano cuja temperatura é mais elevada, acometendo equinos criados em propriedades de regiões alagadiças ( Atwill et al.,1994). A infecção pela N.risticii ocorre nas células monocíticas dos equinos, sendo transmitida via oral e veiculada por trematódeos aquáticos no momento em que os animais alimentam-se próximos aos banhados (Holland et al., 1985; Barlough et al., 1998; Pusterla et al., 2000). O ciclo do trematódeo, vetor da N.risticii , depende de hospedeiros intermediários (animais invertebrados) e um definitivo (animal vertebrado) para completar seu desenvolvimento (Thatcher, 1993). Uma vez que parte do ciclo do trematódeo se dá em ambiente aquático, como na fase intermediária de cercária, as quais são ingeridas pelo animal, os eqüinos destas propriedades tornam-se suscetíveis a EME (Pusterla et al.,2000) Quando infectado, o animal apresenta febre, diarréia, desidratação e anorexia (Ziemer et al., 1987). O primeiro caso registrado da EME ocorreu em 1979 nos Estados Unidos, no estado de Maryland, próximo ao Rio Potomac, tornando-se conhecida como a Febre do Cavalo de Potomac (Potomac Horse Fever) (Rikihisa & Perry, 1985) a partir de então a doença alastrou-se á outros países (Olchowy et al., 1990). Registros de óbito em animais com estes sintomas foram relatados em regiões do Rio Grande do Sul (Coimbra et al, 2003), outros municípios gaúchos possuem características para o desenvolvimento da EME, como Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande, Maquiné e Palmares do Sul onde casos da doença já foram relatados (Almeida et al., 2001; Coimbra et al., 1999;

Coimbra, 2003). Estes municípios vem sendo monitorados para o estudo da doença. O presente trabalho traz como objetivo o relato de casos de EME no Rio Grande do Sul assim como sua expansão geográfica e seus vetores envolvidos na enfermidade.

Materiais e métodos Visitas a propriedades nos Municípios de Rio Grande, Santa Vitória, Arroio Grande e Palmares do Sul foram realizadas periodicamente para a obtenção de vetores e de sangue dos equinos suspeitos de infecção. Cavalos com quadro clínico de diarréia tiveram sangue coletado com EDTA a 10%. As amostras foram levadas ao Laboratório de Doenças Infecciosa (LDI) - UFPEL e mantidas á 4°C para post erior extração e pesquisa do DNA da N. risticii pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). A extração do DNA e PCR foi realizado como descrito por Barlough et al., 1997. As coletas de vetores, como caracóis do gênero Heleobia e insetos da ordem Odonata, foram realizadas nos municípios de Arroio Grande, Santa Vitória do Palmar, Palmares do Sul e Rio Grande.

Resultados e discussões Foram coletados 3863 caracóis pertencentes ao gênero Heleobia e um total de 239 insetos da Ordem Odonata (libélulas) classificadas nas subordens Zigoptera e Anisoptera. Dois morfotipos de cercárias e de metacercárias foram visualizados nos caracóis coletados destas regiões. Pusterla et. al. (2000) e Barlough et. al. (1998) registraram através de PCR a presença do DNA da N. risticii em caracóis do gênero Juga e Elimia de áreas com ocorrência da EME bem como cercárias, que foram identificadas como Xiphidiocercarias virguladas. Já Coimbra et al., (2005) encontraram cercárias identificadas como Parapleurolophocercous cercariae albergadas por caracóis Heleobia. As taxas de parasitismo dos trematódeos nos caracóis foi de 4% e nas libélulas, subordem Anisoptera foi de 34,82%, sendo encontrado nos insetos apenas a fase de metacercária. Não foi observado a presença de trematódeos em libélulas da subordem Zigoptera. Os trematódeos provenientes dos vetores foram submetidos a técnica de PCR, não obtendo-se amostras positivas para N.risticii. No período de novembro de 2007 á março de 2009, 15 amostras de sangue de animais com sintomas da EME, provenientes de regiões distintas, foram coletadas. Este material foi processado e extraído para análise em PCR. Um cavalo da região de Santa Vitória que indicava sinais clínicos de EME mostrou-se positivo para a presença da N. risticii , marcando uma frequência de 6,6% de animais positivos. A baixa freqüência obtida de amostras positivas ao DNA da N.risticii nos animais, pode ser devido ao tratamento com antibióticos administrado aos mesmos, já que os produtores estão cientes do problema e passaram a tratar os animais imediatamente após sinais clínicos compatíveis com a enfermidade (Mott et al., 1997).

Conclusão

HOLLAND, C.J.; RISTIC, M.; COLE, A.I.; JOHNSON, P.; BAKER, G.;

GOETZ,T. Isolation, Experimental transmission, and characterization of Causative Agent of Potomac Horse Fever. Science, v. 38,p. 3349-3358. 1985.

MOTT J.; RIKIHISA Y.; ZHANG Y.; REED S.M.; YU C.Y. Comparison of PCR and Culture to the Indirect Fluorescent-Antibody Test for Diagnosis of Potomac Horse Fever. Journal of Clinical Microbiology , v. 35, p. 2215-2219. 1997.

OLCHOWY, T.W.J.; AMES, T.R.; MOLITOT, T.W. Serodiagnosis of equine

monocytic ehrlichiosis in selected groups of horses in Minnesota. Journal

American Veterinary Medical Association , v. 196, p. 1967-1970. 1990.

PUSTERLA, N.; MADIGAN, J.E.; CHAE, J.-S.; DEROCK, E.; JOHNSON, E.; PUSTERLA, J.B. Helminthic Transmission and Isolation of Ehrlichia risticii , the Causative Agent of Potomac Horse Fever, by Using Trematode Stages from Freshwater Stream Snails. Journal of Clinical Microbiology , v. 38, p. 1293-

RIKIHISA, Y. & PERRY, B.D. Causative Ehrlichial Organisms in Potomac Horse Fever. Infection and Immunity , v. 49, p. 513-519. 1985.

THATCHER, V.E. Trematódeos Neotropicais , Editora INPA, Amazonas, Brasil, 553 p. 1993.

ZIEMER, L.E.; WHITLOCK, R.H.; PALMER, J.E.; SPENCER, P.A. Clinical and

hematologic varables in ponies with experimental induced equine ehrlichial

colotis (Potomac Horse Fever). American Journal Veterinary Research. v.48,

p. 63-67. 1987.