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Este documento oferece recomendações para o tratamento farmacológico de pacientes com diabetes tipo 2, baseadas em evidências científicas. Discutimos os benefícios e riscos de diferentes medicamentos, como metformina, acarbose, sulfanilurías e insulina, em monoterapia ou combinação. Além disso, discutimos estudos clínicos relevantes, como o ukpds 35, 34 e outros.
Tipologia: Notas de estudo
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Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
Elaboração Final: 7 de novembro de 2004 Participantes: Sgarbi JA, Villar HCC
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
As recomendações incluídas nessas diretrizes são baseadas em evidências extraídas a partir de revisão bibliográfica de artigos científicos obtidos nas seguintes bases de dados: 1. MEDLINE (MeSH Database), 2. Cochrane,
GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais.
OBJETIVO: Oferecer aos profissionais da saúde, estudantes de medicina, de enferma- gem e de áreas afins, um guia de recomendações para o tratamento medicamentoso do paciente com diabetes tipo 2, voltado à prática clínica e baseado em evidências.
CONFLITO DE INTERESSE: Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz estão detalhados na página 7.
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gastrintestinal, em especial, flatulência e diarréia 7 ( A ). Após um ano, apenas de 16% a 20% dos pacientes mantiveram-se sob uso de acarbose 8 ( B ).
ESCOLHA PARA PACIENTES COM SOBREPESO OU OBESIDADE?
Independente do controle glicêmico, pacientes obesos com diabetes tipo 2 têm melhor desfecho se tratados com metformina 3 ( A ). Pacientes com sobrepeso ou obesidade, tratados
intensivamente com metformina, apresentaram redução significante do risco em 32% para qualquer desfecho relacionado ao diabetes, 42% para morte associada ao diabetes e 36% para qualquer causa de morte. Além disso, foi a droga com menor associação a ganho de peso e crises de hipoglicemia 3 ( A ).
Em pacientes com sobrepeso inadequada- mente controlados sob monoterapia com metformina, a adição de acarbose 9 ( A ) ou rosiglitazona 10 ( A ) mostrou-se alternativa eficaz para o controle glicêmico.
Tabela 1
Classes de antidiabéticos orais disponíveis comercialmente no Brasil
Classes de drogas Agente Principal Ação
Sulfaniluréias
Glitinidas
Biguanidas
Tiazolenedionas
Primeira geração Clorpropamida Segunda geração Glibenclamida Gliclazida Glipizida Glimepirida
Repaglinida Nateglinida
Metformina
Rosiglitazona Pioglitazona
Inibidores da alfa-glicosidase Acarbose
Diminui a produção hepática de glicose e aumenta a sensibilidade à insulina
Secretagogo beta-pancreático de ação lenta
Secretagogos beta-pancreáticos de ação rápida
Aumentam a sensibilidade à insulina e diminuem a produção hepática de glicose
Retarda a absorção intestinal de carboidratos
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Pacientes idosos com diabetes tipo 2, não adequadamente controlados apenas com dieta, foram randomicamente tratados com placebo ou acarbose. Após 12 meses, pacientes tratados com acarbose apresentaram redução significativa na HbA1C, na glicemia (jejum e pós-prandial) e na resistência insulínica, em comparação ao grupo placebo. Além disso, não houve nenhum caso de hipoglicemia e nenhuma alteração labora- torial relevante durante o estudo 11 ( A ), resul- tados que apontam a acarbose como opção eficaz e segura em pacientes idosos com diabetes tipo 2.
Não há evidência da associação do uso de metformina com aumento do risco de acidose láctica, ou com aumento dos níveis de lactato, comparados a outros agentes anti- hiperglicemiantes, se prescritos levando-se em consideração as contra-indicações para uso do medicamento 12 ( A ). Revisão sistemá- tica de 176 estudos comparativos e de coorte não encontrou nenhum caso fatal ou não fatal de acidose láctica em 35.619 pacien- tes/ano de uso de metformina. O limite su- perior para incidência verdadeira de acidose láctica associada ao uso de metformina foi de 8,4 casos por 100.000 pacientes/ano e para um grupo não tratados com metformina, de nove casos por 100.000 pa- cientes/ano 12 ( A ).
PARA PACIENTES COM DIABETES TIPO 2 E SINAIS CLÍNICOS DE DEFICIÊNCIA INSULÍNICA?
Devem fazer uso de agente oral com ação estimulatória sobre a célula beta ou de insu- lina. Insulinoterapia está mais associada a episódios de hipoglicemia e ganho de peso, quando comparada à sulfaniluréia 13 ( A ). Pacientes tratados intensivamente com sulfaniluréias apresentaram redução significante do risco para qualquer desfecho relacionado ao diabetes em 12%, para mortes associadas ao diabetes em 10% e para qualquer causa de mortalidade em 6% 2 ( A ). Os secretagogos de insulina de ação rápida, repaglinida 14 ( B ) e nateglinida 15 ( B ), também mostraram-se eficazes na redução da glicemia e da HbA1c, mas não existem estudos disponíveis sobre seus efeitos, a longo prazo, nas complicações e desfechos clínicos associados ao diabetes. São particularmente úteis em pacientes com hiperglicemia pós-prandial, alergia às sulfaniluréias ou com prejuízo da função renal.
Como a insulinoterapia em diabéticos do tipo 2 está associada a maior risco de hipoglicemia e ganho de peso; como todos os agentes orais com ação estimulatória sobre a secreção insulínica parecem ser igual- mente eficazes no controle glicêmico 4 ( A ), mas somente as sulfaniluréias mostraram as- sociação com a redução do risco de compli- cações e desfechos clínicos ao longo do tempo 2 ( A ), esta classe de droga deve perma- necer como a de escolha para pacientes com diabetes tipo 2 e sinais clínicos de deficiên- cia insulínica.
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kg). Não houve diferença na glicemia de jejum entre os dois grupos 23 ( A ). Pioglitazona comparada ao placebo reduziu significativa- mente os níveis da glicemia de jejum (1, mmol/L), glicemia pós-prandial (1,5 mmol/ L) e da HbA1c (0,7%) quando adicionada a pacientes não controlados em terapia com-
binada de sulfaniluréia com metformina 24 ( A ).
Sgarbi JA e Villar HCC: os autores são pesquisadores de Estudos Clínicos patrocinados pela Bristol-Meyers Squibb Company.
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in type 2 diabetes shows improved glycemic control over 3 years (U.K. Prospective Diabetes Study 44). Diabetes Care 1999;22:960-4.
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