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A rhinesuchid-like temnospondyl from the Permo-Triassic of Uruguay. Comptes Rendus Palevol. v. 11, p. 65–78, 2012. PRICE, L. I. 1948. Um Anfíbio Labirintodonte ...
Tipologia: Notas de estudo
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ORIENTADORA – Prof.ª Dr.ª Marina Bento Soares
Porto Alegre – 2014
ORIENTADORA – Prof.ª Dr.ª Marina Bento Soares
Prof.ª Dr.ª Claudia Marsicano – Universidad de Buenos Aires, UBA Prof. Dr. Eliseu Vieira Dias – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE Prof. Dr. Sérgio Dias da Silva – Universidade Federal de Santa Maria, UFSM
Dissertação de Mestrado apresentado como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Geociências
Porto Alegre – 2014
Gostaria de agradecer a todos que de alguma maneira me ajudaram a vencer esta importante etapa em minha vida. Por todo o apoio, o carinho, a compreensão, as noites em claro, as ajudas imprescindíveis com fotos e ilustrações e, acima de tudo, pela amizade e laços criados que jamais serão desfeitos e pelos quais serei eternamente grata.
À minha Família, em especial aos meus pais e minhas irmãs, que estiveram sempre presentes em todos os momentos;
Aos companheiros de expedições, que participaram das aventuras dos trabalhos de campo e ajudaram a coletar as amostras;
Aos colegas do Laboratório de Paleovertebrados da UFRGS e, em especial, ao Bruno Horn, pela força litológica, conselhos e críticas;
À Professora Marina Bento Soares, pela orientação deste trabalho, realizada com muita dedicação;
À CAPES pela bolsa de estudos cedida para a realização deste projeto de Mestrado e ao PPGGEO pelo apoio financeiro e logístico;
Ao Professor Sérgio Dias da Silva pela bibliografia cedida e atenção prestada; Aos grandes amigos conquistados Paula Rosario Romo de Vivár Martínez, Heitor Roberto Francischini Filho, Ana Emília Quezado de Figueiredo, Fábio Hiratsuka Veiga;
E finalmente, um agradecimento especial ao Felipe Lima Pinheiro, por todo o amor, apoio, ajuda e companheirismo...
A todos o mais sincero Obrigada.
“Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.”
Carl Sagan
This Master’s Thesis is organized as a scientific paper and presents the osteologic description and the phylogenetic analysis of a new temnospondyl taxa, Parapytanga catarinensis gen. et sp. nov., of the Middle/Late Permian sequence from the Paraná Basin (Rio do Rasto Formation). The specimen UFRGS-PV-0355-P was collected in the Serra do Espigão, Santa Catarina State, and is the first fossil record of a new tetrapod bearing locality from Brazil. The material consists of cranial elements, including part of the orbital region, the basicranium, some endocranial elements, stapes and a right hemimandible; postcranial elements include vertebrae, ribs, pectoral girdle elements, a right femur and a cluster of scales. Parapytanga catarinensis shows a rhinesuchid general pattern, but differs from the members of this family by the presence of a robust and elongated epipterygoid, in addition to elongated and deeper muscular pockets of parasphenoids, which allow the inclusion of this specimen into a new species. The performed phylogenetic analysis grouped Parapytanga catarinensis and Australerpeton cosgriffi Barberena, 1998 in a monophyletic sister group inside Stereospondylomorpha, in a transicional position between the Permian Russian Platform and South African temnospondyls. This result supports a connection between the Brazilian and the Eastern European Permian faunas and provides new information for future biogeographic and biostratigraphic studies. As a complement to the scientific article, a state of the art on the current knowledge of the clade under study – Temnospondyli – , is presented, in addition to a context of geology, fossiliferous content and biostratigraphic aspects of the Rio do Rasto Formation.
Key words: Temnospondyli, Parapytanga catarinensis , Rio do Rasto Formation, Upper Permian, Brazil.
Figura 1. A, B. Espécime UFRGS-PV-0355-P visto de ambos os lados, onde observa-se mistura de elementos da vista dorsal e ventral em um mesmo plano. Escalas de 50 mm. C, D. Fêmur direito em vista dorsal e ventral, respectivamente. Escala = 5 mm. E. Escamas ventrais. Escala = 5 mm. ............................................. 11
Figura 2. Carta estratigráfica da Bacia do Paraná, modificada de Milani et al. (2007). Destaque em vermelho para o intervalo da Supersequência Gondwana I. ............... 15
Figura 3. Mapa da distribuição geográfica da Bacia do Paraná em território brasileiro e área aflorante da Formação Rio do Rasto.............................................................. 16
Figura 4. Correlações bioestratigráficas propostas para as faunas da Formação Rio do Rasto com as faunas sul-africanas e do Leste europeu. GSS, Global Stratigraphic Scale ; RSS, Regional Stratigraphic Scale do Leste Europeu; ZA, Zona de Associação. Modificado de Boos et al ., (2013).......................................................... 24
Figura 5. Mapa geográfico da área de estudo na Bacia do Paraná, com destaque em vermelho para o Estado de Santa Catarina. As Faunas Locais estão indicadas por símbolos, conforme a legenda. ........................................................................... 25
Figura 6. Vista geral do afloramento de estudo, situado no km 108 da rodovia BR
Figura 7. Perfil estratigráfico do afloramento de estudo. A, B, C, D. Fotos dos detalhes da litologia e estruturas associadas presentes no afloramento, de acordo com as letras assinaladas no perfil. Perfil cedido por Bruno L. D. Horn....................
Figura 8. Filogenia dos Temnospondyli mapeada em escala estratigráfica, ressaltando as duas maiores radiações que ocorreram no grupo durante o final do Carbonífero e início do Triássico. Modificada de Schoch (2013)...............................
Figura 9. Modelo de desenvolvimento do esqueleto dos temnospôndilos, de uma pequena larva juvenil aquática a um adulto semi-terrestre, exemplificado pelo Archegosaurus. Sem escala. Modificado de Fröbisch et al ., (2010)..........................
Figura 10. Prováveis hábitos de vida dos temnospôndilos representados em uma filogenia. A cor dos esqueletos representa os hábitos de vida presumidos (azul =
Figura 19. Holótipo UFRGS-PV-0317-P do temnospôndilo Bageherpeton longignathus (Dias e Barberena, 2001). A, B. Mandíbulas incompletas em vista dorsal e ventral, respectivamente. Escala de 50 mm.................................................
Figura 20. Hemimandíbula do temnospôndilo MCP 4275-PV (Malabarba et al. , 2003). A, B. vista labial e lingual, respectivamente. Retirado de Malabarba et al. , (2003). Escala de 10 mm...........................................................................................
Figura 21. Crânio de temnospôndilo Archegosauroidea depositado na Universidade Federal do Pampa. A, B. vista dorsal e ventral, respectivamente. Retirado de Dias- da-Silva (2012). Escala de 50 mm.............................................................................
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Os Temnospondyli formam o grupo de tetrápodes basais mais diversificado do Paleozoico e Mesozoico, que surgiu no Eocarbonífero e, com a exceção dos Lissamphibia^1 , persistiu até o Eocretáceo (MILNER, 1990). As pesquisas envolvendo os temnospôndilos no Brasil datam da segunda metade do século XX e têm aumentado consideravelmente nos últimos 15 anos, muito embora esses registros brasileiros sejam ainda escassos, levando em conta a considerável representatividade global do grupo.
O estudo dos Temnospondyli no Brasil teve início com a descrição do Archaegosauridae Prionosuchus plummeri Price, 1948, proveniente da Formação Pedra do Fogo, Permiano Inferior da Bacia do Parnaíba, no Estado do Maranhão. Os registros que se seguiram provêm todos de depósitos do Permiano Superior e do Triássico da Bacia do Paraná, onde são conhecidas duas espécies para a Formação Rio do Rasto, Australerpeton cosgriffi Barberena, 1998 e Bageherpeton longignathus Dias e Barberena, 2001; além de dois táxons formalmente descritos para os depósitos triássicos desta bacia, Sangaia lavinai Dias-da-Silva e Marsicano, 2006 e Compsocerops sp. Dias-da-Silva, Sengupta, Cabreira e Silva, 2012, provenientes das formações Sanga do Cabral e Santa Maria, respectivamente.
O presente trabalho apresenta a descrição e filogenia de uma nova espécie de temnospôndilo Stereospondylomorpha, Parapytanga catarinensis , proveniente de uma nova localidade fossilífera da Formação Rio do Rasto, a Serra do Espigão, localizada no Estado de Santa Catarina. Esta descoberta amplia geograficamente o registro das faunas de tetrápodes da Formação Rio do Rasto e fornece dados importantes para estudos de cunho biogeográficos que serão futuramente realizados. Além disso, descobertas adicionais para esta localidade permitirão o
(^1) Alguns autores propuseram a hipótese de monofilia dos anfíbios modernos, onde estes teriam sua
origem dentro de Temnospondyli (MILNER, 1990; RUTA et al. , 2003; RUTA e COATES, 2007; SIGURDSEN & GREEN, 2011; SCHOCH, 2013). Ver mais detalhes no item 4.2.2.
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conhecimento de uma nova Fauna Local para a Formação Rio do Rasto, o que poderá contribuir no refinamento bioestratigráfico desta unidade.
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O espécime UFRGS-PV-0355-P encontra-se depositado no Laboratório de Paleontologia de Vertebrados do Instituto de Geociências (IGEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (Figura 1). Este material foi coletado em 1985 pela equipe do Professor Dr. M. C. Barberena, em um afloramento localizado na região da Serra do Espigão, Estado de Santa Catarina.
Figura 1. A, B. Espécime UFRGS-PV- 0355 - P visto de ambos os lados, onde observa-se mistura de elementos da vista dorsal e ventral em um mesmo plano. Escalas de 50 mm. C, D. Fêmur direito em vista dorsal e ventral, respectivamente. Escala = 5 mm. E. Escamas ventrais. Escala = 5 mm.
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Um novo trabalho de campo no afloramento de coleta do material foi realizado entre os dias 12 e 19 de Julho de 2013, a fim de se obter dados referentes à geologia local (ver mais detalhes no item 4.1.4.).
O material UFRGS-PV-0355-P já havia sofrido uma preparação mecânica prévia, porém ainda se encontrava parcialmente encoberto pela matriz rochosa, de modo que uma nova preparação deste material se fez necessária, tendo sido realizado por meio do uso de martelos pneumáticos PaleoTools Micro-Jack 2.0, 5. e resina PARALOID®.
As fotos apresentadas neste trabalho foram obtidas com câmera Canon EOS Rebel T3i, usando lentes macro Ef 35-70mm.
As figuras presentes neste trabalho foram feitas com o auxílio dos programas de Adobe Photoshop CS4 e Inkscape (versão 0.47 – software livre).
As análises cladísticas foram realizadas com a utilização do programa TNT, versão 1.1 (GOLOBOFF et al. , 2003).
A descrição anatômica detalhada do espécime, bem como as comparações com outros táxons e a análise cladística são apresentadas no artigo “ Parapytanga catarinensis gen. et sp. nov., a new Stereospondylomorpha temnospondyl from the Upper Permian of Brazil”, na Parte II desta Dissertação.
Abreviações institucionais: UFRGS-PV-P: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Coleção de Paleovertebrados; Permiano.
UFRGS-PV-T: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Coleção de Paleovertebrados; Triássico.
MCN PV: Museu de Ciências Naturais (Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul); Coleção de Paleovertebrados.
MCP-PV: Museu de Ciências (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS); Coleção de Paleovertebrados.
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Rio Grande do Sul, o topo da Formação Rio do Rasto contata a Formação Sanga do Cabral (de idade triássica) (HOLZ et al. , 2010).
A Formação Rio do Rasto registra uma mudança marcante no tipo de sedimentação que encerra o ciclo sedimentar Passa Dois, que passa de predominantemente síltico-argilosa no Permiano, para arenosa no Triássico- Jurássico (ALMEIDA, 1980 apud RICCOMINI et al. 1984). Segundo Schneider et al. (1974), o Membro Serrinha é formado predominantemente por siltitos esverdeados e arroxeados, intercalados por argilitos, arenitos e bancos carbonáticos. Seus ambientes deposicionais, segundo Rohn (1994), são interpretados principalmente como lagos rasos, às vezes influenciados por ondas de tempestades ou por incursões fluviais. De acordo com a autora, o Membro Serrinha é representado por condições tipicamente lacustres ligadas a condições climáticas mais úmidas e clímax do aumento pluviométrico. A diminuição da salinidade dos corpos d’água em comparação com a Formação Teresina é corroborada pelo aparecimento dos conchostráceos, bons indicadores de ambientes deposicionais de água doce (FERREIRA-OLIVEIRA, 2007). Já a porção superior do Membro Serrinha registra um início de aridização, onde se pode observar os primeiros arenitos eólicos, associados ao desaparecimento do registro de plantas provavelmente mais sensíveis a mudanças climáticas (ROHN, 1994).
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Figura 2. Carta estratigráfica da Bacia do Paraná, modificada de Milani et al. ( 2007 ). Destaque em vermelho para o intervalo da Supersequência Gondwana I.