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Dermatopatias em Equinos: Tipos, Sinais e Tratamentos, Transcrições de Clínica médica

Uma revisão de dermatopatias comuns em equinos, incluindo suas causas, sintomas, diagnósticos e tratamentos. Aborda quatro grupos de dermatopatias: aqueles com alopecia e prurido, aqueles com alopecia sem prurido, aqueles com alopecia e prurido, e dermatopatias com nódulos e nodosidade. Além disso, discute casos específicos de escabiose, hipersensibilidade a picadas de insetos, dermatofitose, habronemose cutânea, pitiose zigomicose, pitiose e papilomatose.

Tipologia: Transcrições

2020

À venda por 12/03/2024

thabata-orbeteli
thabata-orbeteli 🇧🇷

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DERMATOPATIAS EM EQUINOS
- Surgem com muita frequência
- Casuística muito intensa
- Incomoda proprietário: fator estético importante
- Diagnóstico difícil e demorado (ex: cultura de fungos)
- Tratamento difícil e oneroso
- Estresse tem relação direta com a queda da imunidade e doença de pele (dano ao animal, a sua performance e queda do estado
geral)
- Anamnese é importante (se ainda não sabe o que animal tem: ganhar tempo lavando a ferida e ao mesmo tempo fazer perguntas
ao proprietário)
- Cada doença tem grau de penetração da pele
Pele possui 3 camadas (epiderme, derme, subcutâneo)
90% das alterações são superficiais (acometem epiderme)
- Protocolo diagnóstico das dermatopatias:
a) Localização, quantidade (simetrismo) e tipo da lesão são características e as vezes já trata antes de fazer cultura.
b) Presença de prurido (auto-traumatismos)
c) Alopecia
d) Sazonalidade
Lesões da Pele:
- Pápula: Elevação cutânea, firme/sólida, de até 1 cm de diâmetro
- Vesícula: Elevação cutânea, flutuante/mole, de até 1 cm de diâmetro. Possui conteúdo seroso
- Pústula: Elevação cutânea, flutuante, de até 1 cm de diâmetro com pus no seu interior
- Nódulo: Elevação cutânea, firme, de 1 a 3 cm (maior que 3 cm = nodosidade, tumor)
- Escamação: Soltura de fragmentos bem superficiais da epiderme
- Erosão: Falha de continuidade da epiderme (= ralado)
- Úlcera: Erosão profunda que atinge a derme
- Crosta: Secreção seca em lesões cutâneas úmidas
- Normalmente se coçam com a boca. Ele não alcança pescoço, paleta e rabo, então ele se esfrega nas coisas para coçar o que não
consegue com a boca.
- Sazonalidade: Dermatopatias aumentam em épocas de chuva e tempo úmido -> facilita proliferação de fungos e bactérias.
4 grupos de dermatopatias:
1) Dermatopatias com alopecia e prurido
2) Dermatopatias com alopecia e sem prurido (+ frequentes)
3) Dermatopatias com nódulos e nodosidade (formações tumorais)
4) Dermatopatias com presença de ulceração
1) Dermatopatias com alopecia e prurido
A) Escabiose (sarna)
- Afecção grave pelo Sarcoptes scabiei (não mto comum em equinos)
- Prurido intenso em 100% dos casos
- Ligada a equinos que vivem em ambientes sujos, condições inadequadas de manejo e higiene e que tem baixa imunidade
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DERMATOPATIAS EM EQUINOS

  • Surgem com muita frequência
  • Casuística muito intensa
  • Incomoda proprietário: fator estético importante
  • Diagnóstico difícil e demorado (ex: cultura de fungos)
  • Tratamento difícil e oneroso
  • Estresse tem relação direta com a queda da imunidade e doença de pele (dano ao animal, a sua performance e queda do estado geral)
  • Anamnese é importante (se ainda não sabe o que animal tem: ganhar tempo lavando a ferida e ao mesmo tempo fazer perguntas ao proprietário)
  • Cada doença tem grau de penetração da pele Pele possui 3 camadas (epiderme, derme, subcutâneo) 90% das alterações são superficiais (acometem epiderme)
  • Protocolo diagnóstico das dermatopatias: a) Localização, quantidade (simetrismo) e tipo da lesão são características e as vezes já trata antes de fazer cultura. b) Presença de prurido (auto-traumatismos) c) Alopecia d) Sazonalidade Lesões da Pele:
  • Pápula: Elevação cutânea, firme/sólida, de até 1 cm de diâmetro
  • Vesícula: Elevação cutânea, flutuante/mole, de até 1 cm de diâmetro. Possui conteúdo seroso
  • Pústula: Elevação cutânea, flutuante, de até 1 cm de diâmetro com pus no seu interior
  • Nódulo: Elevação cutânea, firme, de 1 a 3 cm (maior que 3 cm = nodosidade, tumor)
  • Escamação: Soltura de fragmentos bem superficiais da epiderme
  • Erosão: Falha de continuidade da epiderme (= ralado)
  • Úlcera: Erosão profunda que atinge a derme
  • Crosta: Secreção seca em lesões cutâneas úmidas
  • Normalmente se coçam com a boca. Ele não alcança pescoço, paleta e rabo, então ele se esfrega nas coisas para coçar o que não consegue com a boca.
  • Sazonalidade: Dermatopatias aumentam em épocas de chuva e tempo úmido -> facilita proliferação de fungos e bactérias. 4 grupos de dermatopatias:
  1. Dermatopatias com alopecia e prurido
  2. Dermatopatias com alopecia e sem prurido (+ frequentes)
  3. Dermatopatias com nódulos e nodosidade (formações tumorais)
  4. Dermatopatias com presença de ulceração
  5. Dermatopatias com alopecia e prurido A) Escabiose (sarna)
    • Afecção grave pelo Sarcoptes scabiei (não mto comum em equinos)
    • Prurido intenso em 100% dos casos
    • Ligada a equinos que vivem em ambientes sujos, condições inadequadas de manejo e higiene e que tem baixa imunidade
  • Sarna sarcóptica: acomete região de pelos curtos (+ frequentes) Sarna psoróptica: acomete regiões de pelos longos (crina, causa) Sarna corióptica: acomete extremidades dos membros
  • Lesões: Grandes áreas de alopecia, edema cutâneo (pele espessada e enrugada), pápulas, vesículas e crostas, úlceras pelo prurido. Sangramentos são comuns pelos auto traumatismos.
  • Outros sinais: prefere se coçar do que comer -> emagrecimento, apatia, inquietação, baixa imunidade, auto traumatismo, febre.
  • Fazer raspado cutâneo simples
  • É uma sarna superficial
  • Diagnóstico: sinais clínicos, raspado cutâneo, identificação do ácaro, hitopatológico
  • Tratamento: a) Ivermictina sistêmica ( 1 ml/50kg de peso vivo/IM), ou Moxidectina + banhos organofosforados (Butox – absorção cutânea, Neguvon -> fármacos tóxicos, então banhos têm que ser nas horas mais amenas do dia e deixar secar na sombra) b) Não dar banho com Triatox que é a baso de Amitraz e é proibido pq causa cólica e intoxica c) Imunoestimulantes Ripercol (Levasol) -> 1 aplicação IM, 1x na semana por 4 semanas Promum Equi * -> VO por 30 dias (+ caro e melhor) Complexos vitamínicos + Glicose caso estiver muito desnutrido, IV B) Hipersensibilidades
  • Hipersensibilidade: doença cutânea causada por tumefação e/ou pápulas ou urticárias transitórias na pele, podendo haver alopecia, muito pruriginosa.
  • Extremamente comuns, principalmente aquelas que são por picadas de insetos hematófagos - Causa exógena: picada de inseto
  • Causa endógena: medicamentos, alimentos
  • Ligada a época do ano que tem mtos insetos Ex: Mosca do Estábulo – Stomoxys calcitrans, Tabanus = mutuca, pernilongo – Culex
  • Reação imunológica exarcebada a picada: 1: Pápulas ( e as vezes urticárias) 2: Edemas cutâneos 3: Descamação, descolamento, necrose do bordo e crosta 4: Alopecia
  • Sinais clínicos: Prurido intenso, perda de peso, lesões em região de pescoço, tórax, membros, mas podem tb ser generalizadas.
  • Diagnóstico: Só o relato de dizer que a 1h atrás não tinha nada e depois ficou com mts edemas -> é forte indício que seja hipersensibilidade a picada de inseto. Histórico é muito importante. Na dúvida: colher histopatológico (raro) -> se der positivo vai ter grande infiltrado de leucócitos (eosinófilos), dermatite perivascular, degeneração de colágeno e necrose.
  • Tratamento: a) Corticóides: Dexametasona IV, ~ 10ml em dose única Melhora em meia hora se tratado de maneira precoce. b) Anti-histamínicos: caso houver edema de glote Geralmente acontece por picada de abelha e o animal morre. c) Repelente, baia telada, capa Citronela a queima roupa causa hipersensibilidade

Como: Molhar região acomentida -> passar shampoo e deixar agir por 10-15 min -> enxaguar -> secar região com toalha se possível – 1x/dia até que haja crescimento de pelo sadio. b) Em casos muito graves: Antibiótico sistêmico Penicilina 20 000 UI/Kg/SID de 7 a 10 dias – Funciona muito bem para pele de equinos. (Usa agulha 40x8 mm senão entope e causa necrose no local da aplicação). c) Promum Equi (imunoestimulante) pq animal geralmente encontra-se imunossuprimido. d) Pode se fazer autoimunoterapia

  1. Dermatopatias com nódulos e nodosidade (formações tumorais) A) Habronemose Cutânea (ou ferida de verão)
  • Ciclo errático de um verme estomacal (Habronema)
  • Normal: Estômago -> fezes com L3 -> ovos eclodem no ambiente e larvas vão para o capim.
  • Anormal: No verão tem muita mosca -> elas pousam no bolo fecal e as larvas sobem nas patas das moscas. Se equino tiver qualquer tipo de ferimento, vai atrair a mosca que por sua vez vai depositar as larvas na ferida -> haverá cicatrização com tecido de granulação exuberante pela migração larval (pq elas não estão em seu ambiente natural) -> vai causar inflamação -

tecido de granulação + calcificação das larvas que recobre o bordo da ferida.

  • Tecido de granulação é bem vascularizado -> sangra com facilidade. Então depósito de larvas se torna constante e ferida fica cada vez maior. (Tecido de granulação exuberante avermelhado, com superfície ulcerada, focos necróticos, crostas amareladas e bastante cruento)
  • Tratamento: a) Tempo indeterminado pq depende da extensão da ferida. b) Cauterizção química com sulfato de cobre em feridas não tão grandes (enfaixa e faz penso) -> causa necrose e crosta -> retira depois de 2 dias e repete. c) Faz cauterização para rebaixar bordo da ferida e para não voltar tudo de novo pq eles granulam muito rápido. Usar pomada com corticóide no centro da ferida + pomada que estimula cicatrização ao redor dela. Pomada do professor:
  • Ganadol (a base de penicilina) ou Vetaglos (a base de gentamicina) – 1 tubo
  • Dexametazona (corticoide) – 5 ml
  • Ivermectina (elimina as L3 vivas) – 5 ml
  • DMSO (dimetilsulfóxido – controla processo inflamatório) – 10 ml
  • Tanidil (organofosforado em pó – torna mistura mais pastosa) – acrescentar até dar liga -> Rebaixar ferida e depois usar pomada Pode haver reversão completa em feridas de até 3 cm d) Cirurgia: Retira fragmento + cauteriza com ferro de descorna
  • Acomete mais membro e cabeça próximo aos olhos
  • Diagnóstico: Anamnese + relato do proprietário Histopatológico -> tecido de granulação com eosinófilos, focos necróticos e raramente larvas calcificadas (diagnóstico definitivo).
  1. Dermatopatias com presença de ulceração A) Ficomicose
  • Causa 2 doenças (por fungos aquáticos): Pitiose Zigomicose: Basidiobolus haptosporus, ou ainda por fungos do gênero Conidiobolus sp Pitiose: Pythium insidiosum (+ comum)
  • Lesões semelhantes, dificultando sua diferenciação e condicionando seu estudo em conjunto.
  • Doença fungica profunda acometendo subcutâneo
  • Não tem relação com estação do ano e sim com região que frequenta – pantanal ou beira de represa + temperaturas elevadas (30-40 °C).
  • Formação de piogranuloma ulcerativo
  • Acomete mais região de membros, face (narinas), ventral (onde tem contato com a água)
  • Sinais: a) Grande massa de tecido de granulação. Parecido com Habronemose, só que a diferença é que causa prurido intenso. b) Lesões: Grandes extensões, única ou múltiplas Tecido de granulação exuberante com secreções serosanguinolentas, com úlceras e tecido necrosado com pus e prurido intenso c) Se animal tiver acesso ao ferimento, ele vai morder -> vai provocar focos hemorrágicos constantemente -> anemia. d) O auto traumatismo causa infiltração e infecção bacteriana secundária -> comum secreção purulenta e leva o fungo a outras regiões do corpo.
  • Diagnóstico: Sinais clínicos: prurido intenso, auto traumatismo constante, estresse + histórico Histopatológico -> Hifas podem ser observadas na parede necrótica dos vasos (cultura) + infiltrado eosinofílico/neutrofílico (degenerados) e macrófagicos, rodeados por extensa camada de tecido conjuntivo denso, intensa neo vascularização.
  • Tratamento: a) Sistêmico: Anfotericina B por 30 dias b) Tópico: Antifungicos com monitorização nefro e hepática constante As vezes não funciona pq animal vai a óbito pq prejudicou rim e fígado. c) Ferida lavada com anfotericina B d) Imunoestimulação: Phytium Vac – Funciona em 100% dos casos.
  1. Outras dermatopatias A) Papilomatose
  • Muito comum: acomete pavilhão auricular e raro no resto do corpo
  • Não tem tratamento efetivo: Imunoestimulação e Promum Equi
  • Parecido com herpes: aparece em imunossuprimidos + estresse e qd melhora, regride.
  • Lesão: Elevada e esbranquiçada
  • Papilomatose clássica é rara em equinos (que é por todo o corpo) B) Sarcóide
  • Formação tumoral relativamente comum. É uma neoplasia cutânea benigna
  • 3 variações: misto (mais comum), verrucoso, fibroblástico
  • Talvez herpes vírus seja a causa (é o que autores sugerem)
  • Tratamento: a) Excisão cirúrgica + infiltração intralesional de rubéola humana -> difícil b) Excisão cirúrgica + eletroquimioterapia -> ideal
  • Principais locais acometidos: 1-cabeça, orelha ; 2-membros e ombro ; 3-pescoço ; 4-tórax ; 5-genitália
  • É benigno e recidiva é comum
  • Diagnóstico: histopatológico C) Melanoma
  • Evolução lenta se não cutucar -> por isso não se faz biópsia pq pode se tornar agressivo pela manipulação
  • Câncer de pele que acomete os melanócitos
  • Mais de 95% são em pelagem tordilha