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Guias e Dicas
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Abdome Agudo: Diagnóstico e Tratamento em Pediatria, Esquemas de Dermatologia

O abdome agudo em lactentes e crianças, com foco em condições como estenose hipertrófica do piloro, invaginação intestinal, divertículo de meckel, apendicite aguda, enterocolite necrosante e outras patologias. Apresenta informações detalhadas sobre a apresentação clínica, diagnóstico e tratamento de cada condição, incluindo exames complementares e procedimentos invasivos.

Tipologia: Esquemas

2020

Compartilhado em 04/12/2024

yasmin-maia-machado-martins
yasmin-maia-machado-martins 🇧🇷

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Aula 11 Ana Júlia Knevitz Clínica Cirúrgica e Técnica Operatória I
ABDOME AGUDO
Abdome agudo refere-se a sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal, uma manifestação
clínica que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência.
Anatomia:
o Peritônio:
- Camada contínua de células membrana semipermeável;
- Mesotélio/ membrana basal/ tecido conjuntivo (adipócitos, macrófagos, fibroblastos, linfócitos,
mastócitos, fibras elásticas e colágeno);
- Fluido 50ml a 100ml;
# Até 300 células/ml (50% macrófagos, 40% linfócitos);
# Baixa atividade antibacteriana (presença de complemento);
- Peritônio parietal:
# Inervação sotica (nn. espinhais) (unilateral);
# Dor percebida nos quadrantes laterais;
- Peritônio visceral:
# Inervação pelo SNA (bilateral);
# Dor percebida na linha dia;
o Cavidade peritoneal:
Inserção dos mentos Circulação do líquido peritoneal
Localização das coleções
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Aula 11 – Ana Júlia Knevitz – Clínica Cirúrgica e Técnica Operatória I ABDOME AGUDO Abdome agudo refere-se a sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal, uma manifestação clínica que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência.

  • Anatomia: o Peritônio:
  • Camada contínua de células → membrana semipermeável;
  • Mesotélio/ membrana basal/ tecido conjuntivo (adipócitos, macrófagos, fibroblastos, linfócitos, mastócitos, fibras elásticas e colágeno);
  • Fluido → 50ml a 100ml;

Até 300 células/ml (50% macrófagos, 40% linfócitos);

Baixa atividade antibacteriana (presença de complemento);

  • Peritônio parietal:

Inervação somática (nn. espinhais) (unilateral);

Dor percebida nos quadrantes laterais;

  • Peritônio visceral:

Inervação pelo SNA (bilateral);

Dor percebida na linha média;

o Cavidade peritoneal: Inserção dos mentos Circulação do líquido peritoneal Localização das coleções

  • Classificação do abdome agudo:
  • Abdome agudo inflamatório;
  • Abdome agudo obstrutivo;
  • Abdome agudo perfurativo;
  • Abdome agudo hemorrágico;
  • Abdome agudo vascular; o Abdome agudo obstrutivo:
  • Síndrome caracterizada por sinais e sintomas de obstrução em TGI, como náuseas, vômitos, distensão abdominal, parada de eliminação de flatos e fezes;
  • Tem caráter evolutivo e a dor costuma ser em cólica, geralmente periumbilical;
  • Causas:

Aderências intestinais; # Hérnia estrangulada; # Fecaloma;

Obstrução pilórica; # Volvo; # Intussuscepção;

Cálculo biliar; # Corpo estranho; # Bolo de áscaris;

o Abdome agudo perfurativo:

  • Caracteriza-se por dor de início súbito e intenso, difusa em todo abdome, agravada com movimentação e irritação peritoneal por derrame de conteúdo de vísceras ocas no peritônio;
  • A evolução natural da síndrome se dá por inflamação química inicial com posterior invasão bacteriana, agravando o quadro;
  • Causas:

Úlcera péptica; # Amebíase; # Febre tifóide;

Neoplasia gastrointestinal perfurada; # Divertículos do cólon;

  • Diagnóstico abdome agudo: o História:
  • Início da dor;
  • Localização da dor;

Dor localizada → processos inflamatórios adjacentes;

Dor irradiada → cólica renal (inicia do dorso e irradia para região inguinal ipsilateral) e aneurisma

roto/ pancreatite (irradia para dorso);

  • Qualidade da dor (tipo, constante, paroxismos, etc);

Cólica (dor intensa com paroxismo) → hiperperistaltismo da musculatura lisa visceral contra ponto

obstrutivo;

Aguda, persistente e aumento gradativo → inflamação/infecção;

  • Intensidade da dor;
  • Duração da dor;
  • Modificação da dor;
  • Irradiação e referência da dor;
  • Sintomas associados (náuseas, vômitos, alteração de hábito intestinal, etc);

Náuseas e vômitos:

Junto ao início da dor → apendicite;

Antes do início da dor → gastroenterite, toxi-infecção alimentar;

Vômito bilioso → processo distal ao piloro;

Vômito alimentar precoce → obstrução alta;

Vômito alimentar tardio/ fecaloide → obstrução distal;

Hipertermia, calafrios:

Infecção; Inflamação; Ambos;

Anorexia:

Peritonite aguda;

  • Fatores de alívio e piora:

Piora da dor com movimento (estímulo de peritônio parietal) → peritonite difusa;

Alívio transitório da dor com vômito → obstrução intestinal;

o **História ginecológica:** 
  • DIP:

Ocorre no início do ciclo menstrual;

Corrimento vaginal;

  • Gravidez ectópica:

Faixa etária gestacional;

Dor em baixo ventre;

Amenorreia;

  • Cistos ovarianos:

Dor repentina em ruptura/ aumento;

Relação ao ciclo menstrual → meio do ciclo (cisto folicular) e no período menstrual (cisto luteínico);

  • Endometriose:

Dor mensal;

o **Exame físico:** 

- Aspecto geral, sinais vitais:

Aparência, postura (agitação/ imobilização); # Taquicardia;

Taquipneia; # Febre (TAX ± 37,8ºC);

- Inspeção do abdome:

Forma; # Tipo respiratório;

Distensão; # Peristaltismo visível;

Cicatrizes, retrações, abaulamentos;

- Ausculta do abdome (auscultar antes de mobilizar o paciente, palpar e percutir):

Presença ou ausência de ruídos hidroaéreos; # Altura;

Frequência; # Timbre (ruídos metálicos);

- Percussão (iniciar percussão pela área menos dolorosa; mãos aquecidas):

Timpanismo; # Macicez;

Macicez móvel; # Dor (+ dor á descompressão);

- Palpação:

Tônus; # Defesa;

Contratura; # Dor de rebote;

Dor à palpação;

- Exame pélvico:

Toque vaginal; # Toque retal;

- Sintomas de irritação peritoneal (peritonismo):

Dor espontânea;

Dor aos movimentos, ou não (deslocamento, mudança de posição, movimentos respiratórios,

tosse, etc); Condições que podem dificultar diagnóstico de abdome agudo:

  • Extremos de idade; - Imunodeprimidos;
  • Uso de corticoides; - Uso de antibióticos;
  • Uso de analgésicos/ antitérmicos;

o Exames complementares:Laboratoriais:

  • Hemograma;

Leucocitose;

Desvio à esquerda;

Desaparecimento ou diminuição dos eosinófilos;

Fórmula de consumo;

  • Creatinina e uréia;
  • Glicose;
  • Exame qualitativo de urina;
  • Outros (eletrólitos, perfil hepático); ▪ Imagem:
  • RX de abdome agudo simples:

Decúbito dorsal;

Ortostático ou decúbito lateral com raios horizontais;

Transição tóraco-abdominal;

Tórax;

  • Ecografia;
  • TC;
  • Cintilografia:

Colecintigrafia;

Divertículo de Meckel;

  • Enema baritado (risco de bário na cavidade abdominal);
  • Trânsito GI com contraste hidrossolúvel;
  • Fistulografia;
  • Arteriografia;
  • RMN;
    • Procedimentos invasivos: o Paracentese abdominal ou colpocentese:
  • Aspecto macroscópico;
  • Microscopia → leucócitos, hemácias, bactérias;
  • Exame químico → pH, bile, proteínas, glicose, enzimas, etc;
  • Bacteriologia → Gram, cultura; o Laparoscopia:
  • Videolaparoscopia;
  • Procedimento diagnóstico e terapêutico; o Laparotomia exploradora:
  • Procedimento diagnóstico e terapêutico; ABDOME AGUDO EM LACTENTES E CRIANÇAS
    • Estenose hipertrófica do piloro: É caracterizada pela hipertrofia e hiperplasia difusa e progressiva da musculatura lisa, em especial a camada circular do piloro, resultando em alongamento e estreitamento persistente do canal pilórico, causando obstrução parcial com consequente retardo do esvaziamento gástrico, ou até mesmo obstrução total da sua luz. o Apresentação clínica:
  • Vômitos alimentares, não biliosos, em jato, que ocorrem normalmente 30 a 60 minutos após a alimentação, a partir da 2a a 6a semanas de vida;
  • Em 15% dos casos, pode conter sangue no vômito, se gastrite associada.
  • Por causa dos vômitos, ocorre fome insaciável, perda de peso, desidratação, constipação e, em 2 a 5% dos casos, pode ocorrer icterícia;
  • Ao exame, apresenta piloro hipertrófico à palpação do epigástrio ou quadrante superior direito, peristaltismo visível no epigástrio, com movimentos intestinais da esquerda para direita; o Exames complementares:
  • Exames laboratoriais revelam alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica;
  • A radiografia de abdome demonstra distensão gástrica (bolha única) com pequena quantidade de ar distal;
  • Ecografia demonstra espessamento da musculatura pilórica e alongamento do canal pilórico;
    • Invaginação intestinal:
  • A intussuscepção se refere à invaginação (telescopagem) de uma parte do intestino para dentro de si mesma;
  • É a emergência abdominal mais comum na primeira infância, particularmente em crianças menores de dois anos de idade; o Apresentação clínica:
  • Bebê ou criança pequena com o início súbito de dor abdominal intermitente, intensa, cólica e progressiva, acompanhada de choro inconsolável e elevação das pernas em direção ao abdome;
  • Os episódios de dor geralmente ocorrem em intervalos de 15 a 20 minutos (tornam-se mais frequentes e mais graves com o tempo);
  • Vômito (sintoma proeminente) → geralmente começando logo após os primeiros episódios de dor abdominal;

Inicialmente, o vômito pode ser não-bilioso, mas frequentemente torna-se bilioso com o progresso

da obstrução;

  • Massa abdominal em forma de salsicha pode ser sentida no lado direito do abdômen;
  • As fezes apresentam muito sangue em até 50% dos casos; o Tratamento:
  • Redução hidrostática;
  • Cirurgia;
    • Divertículo de Meckel:
  • O divertículo de Meckel é originado da persistência do ducto vitelino ou onfalomesentérico. o Apresentação clínica: As manifestações clínicas dependem do tipo de anormalidade, e as mais frequentes são as hemorrágicas (40 a 60%), seguidas das obstrutivas (25%) e inflamatórias (10 a 20%); A clássica manifestação do divertículo de Meckel é:
  • Eliminação de considerável quantidade de sangue vivo pelo ânus em uma criança com idade pré- escolar, sem outra manifestação (ausência de dor ou vômito);
  • A hemorragia é intermitente e cessa sem tratamento; costuma ocorrer na junção da mucosa gástrica com a ileal, dentro ou fora do divertículo, e raramente necessita ser controlada com cirurgia de emergência; o Diagnóstico:
  • Para apresentações obstrutivas, o RX de abdome pode ser útil;
  • Cintilografia é útil, mas pouco sensível;
  • US, TC e enema contrastado podem ser úteis;
  • Achados sistêmicos inespecíficos incluem apneia, insuficiência respiratória, letargia ou instabilidade de temperatura;
  • Hipotensão resultante do choque séptico pode estar presente nos casos mais graves;
  • Gangrena intestinal → piora clínica:

Instabilidade hemodinâmica;

Acidose metabólica;

Plaquetopenia;

o **Diagnóstico:** 
  • US com doppler → 100% sensibilidade; o Tratamento:
  • Antibioticoterapia (sepse);
  • Cirurgia;